Acredita-se, também, que a
Melatonina materna possa ajudar no controle do ciclo do sono do lactente.
Pesquisas feitas mostraram que os bebês apresentavam sincronia com a mãe. Como
a Melatonina está presente no leite materno e sua concentração é maior a noite,
os bebês dormem mais com o leite oferecido a noite (Referência).
Para termos um sono
reparador é necessário que a Melatonina seja secretada adequadamente pela
pineal e supõe-se que outras funções sejam exercidas pela Melatonina, tais como
a de regulação térmica do organismo e
alterações do comportamento sexual.
Produção e Ação
Assim como acontece com a
serotonina, a Melatonina também é produzida a partir de um aminoácido chamado
Triptofano, normalmente ingerido numa alimentação equilibrada. Dessa forma a
sequência seria o Triptofano se transformar em Serotonina, e esta em
Melatonina. É por isso que a concentração de Serotonina fica aumentada na
glândula pineal durante o dia, enquanto há luz, inversamente ao que ocorre com
a Melatonina.
Como vimos, a produção da
Melatonina esta diretamente ligada à presença da luz. Quando a luz incide na
retina o nervo óptico e as demais conexões neuronais levam até a glândula
pineal essas informações inibindo a produção da Melatonina. A maior produção da
Melatonina ocorre à noite, entre 2:00 e 3:00 horas da manhã, num ritmo de vida
normal, e esta produção aumentada produz sono.
Durante o sono normal,
onde grande parte da energia e do equilíbrio orgânico se restabelece, além da
adequada produção de Melatonina outros fenômenos concomitantes acontecem e
dentre eles podemos citar:
1.
Diminuição significativa da produção de cortisol e de adrenalina.
2.
Restauração das moléculas de DNA lesadas
3.
Bloqueio dos canais de cálcio
A Melatonina apresenta o
seu pico máximo de produção aos 3 anos de idade, e declina de forma importante
entre os 60 e 70 anos o que faz com que o idoso tenha um sono de má qualidade.
Aos 60 anos temos metade da quantidade de Melatonina que tínhamos aos 20 e por
volta dos 70 os níveis são baixíssimos em muitas pessoas, quase nulos.
CONCENTRAÇÃO DE
MELATONINA NO SANGUE EM mg/ml |
||
Idade |
Diurno |
Noturno |
PRÉ-PUBERDADE
|
21,8 |
97,2 |
ADULTA
|
18,2 |
77,2 |
SENIL |
16,2 |
36,2 |
Concentração
de melatonina no sangue nas diferentes fases da vida, em homens chineses.
Observa-se importante diferença entre a produção noturna e diurna e as
variações de produção noturna entre o grupo da Pré-puberdade, da fase Adulta
e da Senil. |
Tendo em vista o
efeito da Melatonina causar sonolência e sensação de relaxamento quando
liberada, depois de 1994, ela passou a ser mais indicada entre pessoas que
realizam viagens internacionais, com a finalidade de ajustar o horário
biológico com os fusos horários. Apesar de induzir o sono a Melatonina não
causa dependência (Referência).
A Melatonina também pode
ser secretada, causando sonolência e relaxamento, quando se faz uma refeição
muito rica em carboidratos, quando se toma um banho quente prolongado ou quando
há exposição do sol.
Alem de induzir o sono, a
Melatonina é um poderoso agente antioxidante que, como outros antioxidantes,
pode retardar o processo de envelhecimento. Como antioxidante a Melatonina
possivelmente reduz o nível do hormônio catabólico cortisol. Existem também
evidencias de que a Melatonina estimula a produção de Hormônio do Crescimento.
Consequências do Declínio da Melatonina
Uma pessoa sob
stress produz normalmente mais adrenalina e cortisol. Para cada molécula de
adrenalina formada, quatro moléculas de Radicais Livres irão ser produzidas e
com isto a probabilidade de lesão nas células aumenta. Além disto a adrenalina
e o cortisol induzem a formação de uma enzima "a Triptofano pirolase"
capaz de destruir o Triptofano antes que este atinja a Glândula Pineal. Com
isto, nem a Melatonina é fabricada e nem a Serotonina (o que pode gerar
compulsão a hidrato de carbono, com tendência a aumento de peso e depressão).
A Melatonina é uma substância anti-radical livre, portanto,
antioxidante. Ela é capaz de atravessar a barreira hematoencefálica (membrana
que protege o cérebro), portanto, capaz de desempenhar funções à nível
neuronal. Essa ação é de fundamental importância na proteção dos neurônios
contra as lesões dos radicais livres. Nosso tecido cerebral é muito mais
suscetível à ação dos radicais livres que qualquer outra parte do nosso
organismo e na medida em que os níveis de Melatonina vão caindo pode haver um
concomitante declínio na função cerebral.
As desordens
do sono podem ser também um dos efeitos do decréscimo da Melatonina. Com o
envelhecimento a glândula pineal funcionaria menos e haveria uma queda na
produção da Melatonina. Isso acaba fazendo com que alguns pacientes idosos
reclamem da qualidade do sono ou de insônia, porém, pode ser que durmam com
facilidade quando não deveriam, durante o dia, assistindo televisão, etc.
Na medida em
que envelhecemos nosso Sistema Imunológico vai perdendo o desempenho vigilante,
diminuindo as defesas e permitindo que nosso organismo fique mais vulnerável às
constantes agressões. As pesquisas atuais têm nos sugerido haver uma importante
relação entre alguns hormônios (Estrogênio, Testosterona, DHEA, Melatonina, Pregnenolona
e Hormônio do Crescimento) e o Sistema Imunológico. Nesse ponto a Melatonina
vem se destacando como um agente de manutenção da harmonia e do funcionamento
do Sistema Imunológico.
Ela parece ser
capaz de aumentar a mobilidade e atividade das células de defesa, fortalecer a
formação dos anticorpos, facilitar a defesa contra os vírus, moderar a
superprodução de corticoides gerados pelo stress prolongado ou repetitivo e
equilibrar a função tireoidiana, a qual atua diretamente na produção de
importantíssimas células de defesa, os linfócitos T.
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