PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

terça-feira, novembro 04, 2008

O Senhor HOME – 2ª PARTE

Revista Espírita, fevereiro de 1858.
Tradução de Evandro Noleto Bezerra.
F E B - 4ª edição.


[ ... ] Geralmente o Sr. Home começa suas sessões pelos fatos conhecidos: pancadas em uma mesa ou em qualquer outra parte do apartamento, procedendo como já dissemos alhures.
Segue o movimento da mesa, que se opera, primeiro, pela imposição das mãos, dele somente ou de várias das pessoas reunidas, depois, a distância e sem contato; é uma espécie de ensaio. Muito freqüentemente ele freqüentemente nada obtém além: Vai depender da disposição em que se encontra e algumas vezes também da dos assistentes; há pessoas perante as quais jamais produziu coisa alguma, mesmo sendo seus amigos.
Não nos alongaremos sobre esses fenômenos, hoje tão conhecidos, e que só se distinguem por sua rapidez e sua energia. Muitas vezes, após várias oscilações e balanços, a mesa se destaca do solo, eleva-se gradualmente, lentamente, por pequenas sacudidelas, não mais alguns centímetros somente, mas até o teto, e fora do alcance das mãos.
Após permanecer suspensa no espaço por alguns segundos, desce como havia subido, lenta e gradualmente.
Sendo um fato conhecido a suspensão de um corpo inerte e de peso específico incomparavelmente maior que o do ar, concebe-se que o mesmo se possa dar com um corpo animado. Não nos consta que o Sr. Home tivesse agido sobre alguma pessoa além dele mesmo e, ainda assim, o fato não se produziu em Paris, mas verificou-se diversas vezes, tanto em Florença como na França, especialmente em Bordeaux, na presença das mais respeitáveis testemunhas, que poderíamos citar, se necessário.
Como a mesa, ele se elevou até o teto, descendo do mesmo modo.
O que há de bizarro nesse fenômeno é que não se produz por um ato de sua vontade, e ele mesmo nos disse que dele não se apercebe, acreditando estar sempre no solo, a menos que olhe para baixo; apenas as testemunhas o vêem elevar-se; quanto a ele, experimenta nesse momento a sensação produzida pelo sacolejo de um navio sobre as ondas.
De resto, o fato que relatamos não é de forma alguma peculiar ao Sr. Home.
A Historia cita vários exemplos autênticos que relataremos posteriormente.
De todas as manifestações produzidas pelo Sr. Home, a mais extraordinária, sem dúvida, é a das aparições, razão por que nelas insistiremos mais, tendo em vista as graves conseqüências daí decorrentes e a luz que elas lançam sobre um multidão de outros fatos. O mesmo acontece com os sons produzidos no ar, instrumentos de música que tocam sozinhos, etc. No próximo número examinaremos detalhadamente esses fenômenos. Retornando de uma viagem à Holanda, onde produziu forte sensação na corte e na alta sociedade, o Sr. Home acaba de partir para a Itália. Sua saúde, gravemente alterada, exigia um clima mais ameno.
Confirmamos, com prazer, o que certos jornais relatam, de m legado de 6.000 francos de renda
que lhe foi feito por uma dama inglesa, convertida por ele à Doutrina Espírita e em reconhecimento da satisfação que ela experimentou. Sob todos os aspectos, merecia o Sr. Home esse honroso testemunho. Esse ato, de parte da doadora, é um precedente que terá o aplauso de todos quantos partilham de nossas convicções; esperamos tenha a Doutrina, um dia, o seu Mecenas; a posteridade inscreverá seu nome entre os benfeitores da Humanidade.
A religião nos ensina a existência da alma e sua imortalidade; o Espiritismo dá-nos a sua prova viva e palpável, não mais pelo raciocínio, mas pelos fatos.
O materialismo é um dos vícios da sociedade atual, porque engendra o egoísmo.
O que há, com efeito, fora do eu, para quem tudo liga à matéria e à vida presente?
Intimamente vinculada às idéias religiosas, esclarecendo-nos sobre nossa natureza, a Doutrina Espírita mostra-nos a felicidade na prática das virtudes evangélicas; lembra ao homem os seus deveres para com Deus, a sociedade, e para consigo mesmo.
Colaborar na sua propagação é desferir um golpe mortal na chaga do cepticismo que nos invade
como um mal contagioso; honra pois, aos que empregam nessa obra os bens com que Deus os favorece na Terra!

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