INCONSCIENTE / SUBCONSCIENTE
Na porção final do século passado falou-se bastante e claramente sobre inconsciente ou subconsciente, palavras sinônimas [ * ]. A Psicanálise é a psicologia que se ocupa dos materiais inconscientes. Convém, por razões consistentes, demonstrar que o Espiritismo, antes dela, reconhecera a importância do conhecimento dos fatos relativos à parte inconsciente da mente, pondo-se também nessa questão, de acordo com a Ciência – antecipando-a até.
Em 1883, Gabriel Delanne [ O Espiritismo perante a Ciência ], tratando da sugestão de realização pós-hipnótica, postula a extrema necessidade de investigar-se acuradamente a zona mental dita inconsciente.
[...] Em 1895, Delanne [ “A Evolução Anímica” ] refere-se muito mais ao inconsciente. Em uma primeira passagem, declara que a “vida intelectual inconsciente” constitui “a base do nosso espírito”. Depois admite que haja registro inconsciente de percepções não assinadas pelo consciente, das quais “possível será encontrar o vestígio mediante uns tantos processos.” Julga que durante a aprendizagem de um idioma, as palavras, decoradas de início, passam ao inconsciente, como quaisquer outras noções, e o seu uso torna-se “operação automática”.
* Nota da Editora:
* Aqui o autor, como muitos outros, dentro de escopo do próprio trabalho, considera inconsciente e subconsciente como termos sinônimos, o que é perfeitamente válido. Para alguns estudiosos, o inconsciente é a parte do psiquismo onde se situam tendências e recalques, lembranças e desejos reprimidos, disfarçados, que podem merecer tratamento. O subconsciente seria tudo aquilo de que tão-somente não se tem consciência no momento dado, mas que pode voltar à consciência mais facilmente.
* Ou, em outra acepção, o inconsciente seria a memória das vidas pretéritas e o subconsciente a memória recôndita de conhecimentos da vida presente.
Um dos subcapítulos do citado livro intitula-se O Inconsciente Psíquico
e nele Delanne explica que tudo o que fazemos e aprendemos fica gravado na área inconsciente deixando lugar para novas noções e criando vasto acerbo de elementos mentais. Comenta; “É a esse tesouro que denominamos – o inconsciente.
Tem, portanto, o espírito o seu armazém de idéias e sensações.” Indica a existência do pré-consciente ao referir o material que pode voltar ao consciente por um certo esforço. Tratando da memória, esclarece; “nós pudemos constatar a obrigação indeclinável de admitir o inconsciente, isto é, as lembranças não mais percebidas pelo eu normal e que, no entanto, subsistem”. [ p. 83 ]
Precisamente nesta ocasião ( 1900 ), Delanne publica grosso volume intitulado “Investigações sobre a Mediunidade”, no qual trata fundamente de problemas psicológicos. Nessa obra, a noção de inconsciente ocupa lugar destacado – e Freud apenas começava a publicar suas extensas contribuições. Logo de início, Delanne reconhece que a “soma dos estados de consciência” é muito inferior ao que existe no cérebro e que “a personalidade consciente não pode ser uma representação de tudo o que se passa nos centros nervosos”. Os “fenômenos psíquicos que se tornam inconscientes” são os seguintes: 1) os que se desenrolam durante os sonhos ou durante o desprendimento da alma, esquecidos ao despertar; 2) estado de consciência da vida cotidiana, dos quais poucos se conservam; 3) frações inteiras da vida psíquica diária, que desaparecem da consciência; 4) todas as recordações de vidas anteriores, que constituem o próprio fundamento da individualidade.
Delanne insiste em que as atividades do espírito durante o sono são muito importantes e exigem consideração da Psicologia. A recordação da atividade noturna é inexistente como tal, mas surge na consciência sob a forma de clarões iluminativos, que permitem um trabalho esclarecido.
Em suma, a “subconsciência é a base da nossa individualidade indestrutível”, afirmativa que André Luiz ( “Obreiros da Vida Eterna” ) meio século depois reforça dizendo que a subconsciência é, de fato, o porão de nossas lembranças, emoções e impulsos que não se projetaram no consciente atual e que representa a estratificação de todas as experiências transcorridas em várias existências. ( p. 89 )
O inconsciente inclui elementos inatos e elementos adquiridos, estes tendo sido antes conscientes; também as faculdades paranormais fazem parte dele.
Diz que “nenhuma recordação, nenhuma experiência psicológica ou vital perde-se. “Mas, uma grande parte do inconsciente permanece normalmente em latência.”
Todas as aquisições conscientes são assimiladas pelo inconsciente e convertidas em faculdades; “o progresso psicológico não pode ser outra coisa que a conversão de conhecimentos em faculdades.” ( p. 91 )
Para Jung, o inconsciente é um repositório fabuloso de conhecimentos.
Seus materiais e atividades procederiam do passado remoto, tendo sido herdados dos ancestrais, “de sorte que em cada criança preexiste uma disposição psíquica funcional, adequada, anterior à consciência.”
Para nós, espírita, basta substituir “criança” por “vida”, e eis aí a reencarnação...
O consciente é efêmero e relacionado ao presente, produto de alguns decênios e dotados somente dos materiais da experiência individual Ao contrário, o inconsciente é riquíssimo, traz materiais acumulados do passado coletivo, uma imensa experiência, porque reuniu as vidas do indivíduo, da família, da tribo, dos povos, inúmeras vezes ( donde a designação de “inconsciente coletivo”,
específica de K. G. Jung ). ( p. 107 )
Na porção final do século passado falou-se bastante e claramente sobre inconsciente ou subconsciente, palavras sinônimas [ * ]. A Psicanálise é a psicologia que se ocupa dos materiais inconscientes. Convém, por razões consistentes, demonstrar que o Espiritismo, antes dela, reconhecera a importância do conhecimento dos fatos relativos à parte inconsciente da mente, pondo-se também nessa questão, de acordo com a Ciência – antecipando-a até.
Em 1883, Gabriel Delanne [ O Espiritismo perante a Ciência ], tratando da sugestão de realização pós-hipnótica, postula a extrema necessidade de investigar-se acuradamente a zona mental dita inconsciente.
[...] Em 1895, Delanne [ “A Evolução Anímica” ] refere-se muito mais ao inconsciente. Em uma primeira passagem, declara que a “vida intelectual inconsciente” constitui “a base do nosso espírito”. Depois admite que haja registro inconsciente de percepções não assinadas pelo consciente, das quais “possível será encontrar o vestígio mediante uns tantos processos.” Julga que durante a aprendizagem de um idioma, as palavras, decoradas de início, passam ao inconsciente, como quaisquer outras noções, e o seu uso torna-se “operação automática”.
* Nota da Editora:
* Aqui o autor, como muitos outros, dentro de escopo do próprio trabalho, considera inconsciente e subconsciente como termos sinônimos, o que é perfeitamente válido. Para alguns estudiosos, o inconsciente é a parte do psiquismo onde se situam tendências e recalques, lembranças e desejos reprimidos, disfarçados, que podem merecer tratamento. O subconsciente seria tudo aquilo de que tão-somente não se tem consciência no momento dado, mas que pode voltar à consciência mais facilmente.
* Ou, em outra acepção, o inconsciente seria a memória das vidas pretéritas e o subconsciente a memória recôndita de conhecimentos da vida presente.
Um dos subcapítulos do citado livro intitula-se O Inconsciente Psíquico
e nele Delanne explica que tudo o que fazemos e aprendemos fica gravado na área inconsciente deixando lugar para novas noções e criando vasto acerbo de elementos mentais. Comenta; “É a esse tesouro que denominamos – o inconsciente.
Tem, portanto, o espírito o seu armazém de idéias e sensações.” Indica a existência do pré-consciente ao referir o material que pode voltar ao consciente por um certo esforço. Tratando da memória, esclarece; “nós pudemos constatar a obrigação indeclinável de admitir o inconsciente, isto é, as lembranças não mais percebidas pelo eu normal e que, no entanto, subsistem”. [ p. 83 ]
Precisamente nesta ocasião ( 1900 ), Delanne publica grosso volume intitulado “Investigações sobre a Mediunidade”, no qual trata fundamente de problemas psicológicos. Nessa obra, a noção de inconsciente ocupa lugar destacado – e Freud apenas começava a publicar suas extensas contribuições. Logo de início, Delanne reconhece que a “soma dos estados de consciência” é muito inferior ao que existe no cérebro e que “a personalidade consciente não pode ser uma representação de tudo o que se passa nos centros nervosos”. Os “fenômenos psíquicos que se tornam inconscientes” são os seguintes: 1) os que se desenrolam durante os sonhos ou durante o desprendimento da alma, esquecidos ao despertar; 2) estado de consciência da vida cotidiana, dos quais poucos se conservam; 3) frações inteiras da vida psíquica diária, que desaparecem da consciência; 4) todas as recordações de vidas anteriores, que constituem o próprio fundamento da individualidade.
Delanne insiste em que as atividades do espírito durante o sono são muito importantes e exigem consideração da Psicologia. A recordação da atividade noturna é inexistente como tal, mas surge na consciência sob a forma de clarões iluminativos, que permitem um trabalho esclarecido.
Em suma, a “subconsciência é a base da nossa individualidade indestrutível”, afirmativa que André Luiz ( “Obreiros da Vida Eterna” ) meio século depois reforça dizendo que a subconsciência é, de fato, o porão de nossas lembranças, emoções e impulsos que não se projetaram no consciente atual e que representa a estratificação de todas as experiências transcorridas em várias existências. ( p. 89 )
O inconsciente inclui elementos inatos e elementos adquiridos, estes tendo sido antes conscientes; também as faculdades paranormais fazem parte dele.
Diz que “nenhuma recordação, nenhuma experiência psicológica ou vital perde-se. “Mas, uma grande parte do inconsciente permanece normalmente em latência.”
Todas as aquisições conscientes são assimiladas pelo inconsciente e convertidas em faculdades; “o progresso psicológico não pode ser outra coisa que a conversão de conhecimentos em faculdades.” ( p. 91 )
Para Jung, o inconsciente é um repositório fabuloso de conhecimentos.
Seus materiais e atividades procederiam do passado remoto, tendo sido herdados dos ancestrais, “de sorte que em cada criança preexiste uma disposição psíquica funcional, adequada, anterior à consciência.”
Para nós, espírita, basta substituir “criança” por “vida”, e eis aí a reencarnação...
O consciente é efêmero e relacionado ao presente, produto de alguns decênios e dotados somente dos materiais da experiência individual Ao contrário, o inconsciente é riquíssimo, traz materiais acumulados do passado coletivo, uma imensa experiência, porque reuniu as vidas do indivíduo, da família, da tribo, dos povos, inúmeras vezes ( donde a designação de “inconsciente coletivo”,
específica de K. G. Jung ). ( p. 107 )
INDIVIDUALIDADE
Individualidade é o aspecto permanente do ser eterno.
Assim, uma certa individualidade ( ou espírito ) possui muitas personalidades, cada uma correspondendo a uma vida e, logo, a um dado homem ou mulher. ( p. 24 )
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