Liberdade de pensamento; liberdade espiritual.
Vamos agora à contradição 17ª onde nada, absolutamente nada, justifica as dúvidas do autor. Aí nem mesmo a letra, por mais rigorosa que fosse a análise e mais caturra que viesse a ser o censor, jamais daria lugar a qualquer embaraço.
Transcrevemos, por inteiro, o trecho:
“O Livro dos Espíritos” à pag. 328 n. 825 pergunta: “Há posições sociais em que o homem possa vangloriar-se de liberdade absoluta? R. – Não, porque todos vós, pequenos e grandes, tendes necessidade uns dos outros.” Já à pagina 330, n. 833 diz: “Há no homem alguma coisa que escape a qualquer constrangimento, e na qual goze de liberdade absoluta? R. – É pelo pensamento que o homem goza de liberdade sem limites, pois o pensamento não conhece obstáculos.” Aqui a contradição é flagrante. Pela frase peremptória: o pensamento não conhece obstáculos; pelo pensamento é que o homem goza liberdade absoluta firma-se que condição alguma pode servir de obstáculo à liberdade humana. Entretanto, como vimos, “nas posições sociais não goza o homem liberdade sem limites! Logo as posições sociais são obstáculo ao pensamento livre do homem; logo, o que se ensina em n. 825 colide com o que se preceitua no n. 833! Entenda-se isto!
O que não se entende é onde possa haver aqui qualquer contradição ou o que se lhe assemelhe.
Pelo exposto verifica-se que o Reverendo acha contraditório dizer-se que o indivíduo tem limitações de liberdade nas posições sociais que ocupa e não as tem no pensamento.
Por mais, porém, que se dêem tratos à inteligência, ninguém descobrirá a semelhança que possa haver entre o pensamento e a posição social do indivíduo, para que seja contradição afirmar-se que há liberdade naquele e não o existe nesta.
Trata-se de coisas sem nenhum ponto de contacto; um, imaterial; a outra, materialíssima; o pensamento, função do indivíduo; a posição, função da sociedade.
E quem não percebe, mesmo sem tratar-se de Espiritismo, que o ser não tem liberdade nas posições que ocupa e que, no entanto, o seu pensamento é livre?
Pois não é palpitante esta verdade, não está a entrar pelos olhos, quaisquer que sejam os credos que tenhamos?
Pois não está sujeito o funcionário ao diretor o soldado, ao general; o operário, ao mestre de obras; o caixeiro, ao dono do estabelecimento; o criado, ao patrão? O médico não depende do cliente; o advogado, do constituinte; o negociante, do freguês; o artista, do público?
Numa carreira qualquer não há sempre o superior e o inferior? Mesmo nas altas posições não existe dependência: O Comandante obedece ao Ministro; o Ministro ao Povo. Os próprios monarcas não têm restrito o seu poder? Há liberdade, portanto, nas posições sociais? Quem é que teria coragem de responder pela afirmativa?
Agor o pensamento. Quem duvidará que ele seja livre? Pois não está claro que cada um pode pensar o que quiser? Quais são os entraves ao pensamento?
Quem pode embaraçá-lo?
Respostas são estas a que não se abalançará a responder o digno pastor, sem ter que confessar o seu equívoco.
É fora de dúvida que pode quem quiser pensar o que entender. Não está no poder de outrem limitar esse pensamento. Logo – diremos nós agora – é claro que “pelo pensamento o homem goza de liberdade sem limites” – visto como ( é a transcrição do próprio reverendo ) “o pensamento não conhece obstáculos”.
E se há liberdade no pensamento e não a existe nas posições, onde a contradição?...
O equívoco do escritor, como se vê, diante da limpidez do assunto, e daqueles que não se compreendem. Há ali ilações de pasmar:
- Pela frase peremptória, de que o “pensamento não conhece obstáculos” – raciocina o autor -, “afirma-se que condição alguma pode servir de obstáculo à liberdade humana”.
- Como se afirma que condição alguma pode servir de obstáculo à liberdade, se os Espíritos só a aceitam para o pensamento?!...
- Que se nos permita repetir a expressão do nosso amigo: - entenda-se isto!
Vamos agora à contradição 17ª onde nada, absolutamente nada, justifica as dúvidas do autor. Aí nem mesmo a letra, por mais rigorosa que fosse a análise e mais caturra que viesse a ser o censor, jamais daria lugar a qualquer embaraço.
Transcrevemos, por inteiro, o trecho:
“O Livro dos Espíritos” à pag. 328 n. 825 pergunta: “Há posições sociais em que o homem possa vangloriar-se de liberdade absoluta? R. – Não, porque todos vós, pequenos e grandes, tendes necessidade uns dos outros.” Já à pagina 330, n. 833 diz: “Há no homem alguma coisa que escape a qualquer constrangimento, e na qual goze de liberdade absoluta? R. – É pelo pensamento que o homem goza de liberdade sem limites, pois o pensamento não conhece obstáculos.” Aqui a contradição é flagrante. Pela frase peremptória: o pensamento não conhece obstáculos; pelo pensamento é que o homem goza liberdade absoluta firma-se que condição alguma pode servir de obstáculo à liberdade humana. Entretanto, como vimos, “nas posições sociais não goza o homem liberdade sem limites! Logo as posições sociais são obstáculo ao pensamento livre do homem; logo, o que se ensina em n. 825 colide com o que se preceitua no n. 833! Entenda-se isto!
O que não se entende é onde possa haver aqui qualquer contradição ou o que se lhe assemelhe.
Pelo exposto verifica-se que o Reverendo acha contraditório dizer-se que o indivíduo tem limitações de liberdade nas posições sociais que ocupa e não as tem no pensamento.
Por mais, porém, que se dêem tratos à inteligência, ninguém descobrirá a semelhança que possa haver entre o pensamento e a posição social do indivíduo, para que seja contradição afirmar-se que há liberdade naquele e não o existe nesta.
Trata-se de coisas sem nenhum ponto de contacto; um, imaterial; a outra, materialíssima; o pensamento, função do indivíduo; a posição, função da sociedade.
E quem não percebe, mesmo sem tratar-se de Espiritismo, que o ser não tem liberdade nas posições que ocupa e que, no entanto, o seu pensamento é livre?
Pois não é palpitante esta verdade, não está a entrar pelos olhos, quaisquer que sejam os credos que tenhamos?
Pois não está sujeito o funcionário ao diretor o soldado, ao general; o operário, ao mestre de obras; o caixeiro, ao dono do estabelecimento; o criado, ao patrão? O médico não depende do cliente; o advogado, do constituinte; o negociante, do freguês; o artista, do público?
Numa carreira qualquer não há sempre o superior e o inferior? Mesmo nas altas posições não existe dependência: O Comandante obedece ao Ministro; o Ministro ao Povo. Os próprios monarcas não têm restrito o seu poder? Há liberdade, portanto, nas posições sociais? Quem é que teria coragem de responder pela afirmativa?
Agor o pensamento. Quem duvidará que ele seja livre? Pois não está claro que cada um pode pensar o que quiser? Quais são os entraves ao pensamento?
Quem pode embaraçá-lo?
Respostas são estas a que não se abalançará a responder o digno pastor, sem ter que confessar o seu equívoco.
É fora de dúvida que pode quem quiser pensar o que entender. Não está no poder de outrem limitar esse pensamento. Logo – diremos nós agora – é claro que “pelo pensamento o homem goza de liberdade sem limites” – visto como ( é a transcrição do próprio reverendo ) “o pensamento não conhece obstáculos”.
E se há liberdade no pensamento e não a existe nas posições, onde a contradição?...
O equívoco do escritor, como se vê, diante da limpidez do assunto, e daqueles que não se compreendem. Há ali ilações de pasmar:
- Pela frase peremptória, de que o “pensamento não conhece obstáculos” – raciocina o autor -, “afirma-se que condição alguma pode servir de obstáculo à liberdade humana”.
- Como se afirma que condição alguma pode servir de obstáculo à liberdade, se os Espíritos só a aceitam para o pensamento?!...
- Que se nos permita repetir a expressão do nosso amigo: - entenda-se isto!
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