PRESENÇA ESPÍRITA NA BÍBLIA
JOSÉ REIS CHAVES
PANTEÍSMO E PANENTEÍSMO
Há
duas ideias filosóficas básicas sobe Deus, sendo uma oriental e outra
ocidental. A oriental vê Deus mais imante em nós e em todos os demais seres. Já
a ocidental tem Deus como sendo um ser transcendental e distante de nós, nas
alturas!
Ambas filosofias têm o respaldo
bíblico. Mas a Igreja, que nunca olhou com simpatia para a Filosofia Oriental,
sempre se prende mais à tese de que Deus estaria mais fora de nós que dentro,
em oposição sistemática contra aquela Filosofia.
Porém a ideia de Deus imanente e
todos os seres fortaleceu-se de tal modo no Oriente, que acabou surgindo a de
que tudo é Deus, que denominou de panteísmo ( do Grego: pan, tudo e Teos,
Deus).
Mas, não é bem assim. Houve uma
confusão entre o eu é Deus e o fato de Deus estar presente em tudo. E para a
presença de Deus em tudo há fortes argumentos da Bíblia e de renomados teólogos
cristãos e não cristãos. Paulo já havia afirmado: “O Reino de Deus está dentro
de vós mesmos.” Também Santo Agostinho ensinou: “Deus é mais intimamente em nós
do que nós mesmos.” E vamos completar essas citações com uma do grande
espiritualista Spinoza, homem que, segundo Ernest Renan, teve a mais profunda
visão de Deus: “Tudo o que existe, existe em Deus. Fora de Deu nada pode ser
concebido.”
Como se vê, para Spinoza tudo não é
Deus mas tudo está em Deus, sendo Deus a base de tudo. Um exemplo aclara isso:
Se uma tristeza está em mim, ela vai-se embora, e eu fico. E, realmente, Deus está
em tudo, pois se Ele deixar de estar em algum ser, Ele deixará de ser infinito.
E indo um pouco mais longe, pode dizer que Deus está presente em tudo em que
Ele quiser estar presente, pois Ele tem livre-arbítrio. E, certamente, Ele só
quererá estar presente no que for bom!
Com efeito, como o mundo, cada vez
mais, vem se tornando pequeno, acabou surgindo uma luz para aproximar mais
ainda o Ocidente do Oriente. E assim, entre os teólogos católicos e orientais
houve um certo entendimento, passando os católicos a aceitarem que Deus tanto é
transcendental quanto é imanente em todos os seres, sendo de modo especial
imanente nos seres humanos.
E
para isso o filósofo alemão Krause criou a palavra “panenteísmo” ( Deus
presente em tudo), acatada e divulgada pelo grande cientista e filósofo francês
Teilhard de Chardin, um Jesuíta que fez pesquisas arqueológicas paleontológicas
na China, durante décadas da primeira metade do Século 19. Essa palavra
“panenteísmo”, a princípio, a Igreja não aceitou.
Por isso e outras ideais de sua
filosofia, Teilhard de Chardin não teve a ventura de ver suas obras editadas,
pois isso só aconteceu 10 anos após a sua desencarnação, quando a Igreja acabou
concluindo que o que parecia panteísmo, na verdade era panenteísmo!
Outros livros do autor:
A Reencarnação segundo a Bíblia e a Ciência
A
Face Oculta das Religiões
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