PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

domingo, abril 25, 2021

PANTEÍSMO E PANENTEÍSMO

 

PRESENÇA ESPÍRITA NA BÍBLIA

JOSÉ REIS CHAVES

PANTEÍSMO E PANENTEÍSMO

 

         Há duas ideias filosóficas básicas sobe Deus, sendo uma oriental e outra ocidental. A oriental vê Deus mais imante em nós e em todos os demais seres. Já a ocidental tem Deus como sendo um ser transcendental e distante de nós, nas alturas!

            Ambas filosofias têm o respaldo bíblico. Mas a Igreja, que nunca olhou com simpatia para a Filosofia Oriental, sempre se prende mais à tese de que Deus estaria mais fora de nós que dentro, em oposição sistemática contra aquela Filosofia.

            Porém a ideia de Deus imanente e todos os seres fortaleceu-se de tal modo no Oriente, que acabou surgindo a de que tudo é Deus, que denominou de panteísmo ( do Grego: pan, tudo e Teos, Deus).

            Mas, não é bem assim. Houve uma confusão entre o eu é Deus e o fato de Deus estar presente em tudo. E para a presença de Deus em tudo há fortes argumentos da Bíblia e de renomados teólogos cristãos e não cristãos. Paulo já havia afirmado: “O Reino de Deus está dentro de vós mesmos.” Também Santo Agostinho ensinou: “Deus é mais intimamente em nós do que nós mesmos.” E vamos completar essas citações com uma do grande espiritualista Spinoza, homem que, segundo Ernest Renan, teve a mais profunda visão de Deus: “Tudo o que existe, existe em Deus. Fora de Deu nada pode ser concebido.”

            Como se vê, para Spinoza tudo não é Deus mas tudo está em Deus, sendo Deus a base de tudo. Um exemplo aclara isso: Se uma tristeza está em mim, ela vai-se embora, e eu fico. E, realmente, Deus está em tudo, pois se Ele deixar de estar em algum ser, Ele deixará de ser infinito. E indo um pouco mais longe, pode dizer que Deus está presente em tudo em que Ele quiser estar presente, pois Ele tem livre-arbítrio. E, certamente, Ele só quererá estar presente no que for bom!

            Com efeito, como o mundo, cada vez mais, vem se tornando pequeno, acabou surgindo uma luz para aproximar mais ainda o Ocidente do Oriente. E assim, entre os teólogos católicos e orientais houve um certo entendimento, passando os católicos a aceitarem que Deus tanto é transcendental quanto é imanente em todos os seres, sendo de modo especial imanente nos seres humanos.

E para isso o filósofo alemão Krause criou a palavra “panenteísmo” ( Deus presente em tudo), acatada e divulgada pelo grande cientista e filósofo francês Teilhard de Chardin, um Jesuíta que fez pesquisas arqueológicas paleontológicas na China, durante décadas da primeira metade do Século 19. Essa palavra “panenteísmo”, a princípio, a Igreja não aceitou.

            Por isso e outras ideais de sua filosofia, Teilhard de Chardin não teve a ventura de ver suas obras editadas, pois isso só aconteceu 10 anos após a sua desencarnação, quando a Igreja acabou concluindo que o que parecia panteísmo, na verdade era panenteísmo!


Outros livros do autor:


A Reencarnação segundo a Bíblia e a Ciência

A Face Oculta das Religiões

 

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