PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

segunda-feira, janeiro 29, 2018

Revue Spirite



Revue Spirite, 1868, pg. 209: “O espiritismo, por sua natureza e seus princípios, é essencialmente tranquilo; é uma ideia que infiltra sem ruído, e se encontra numerosos aderentes é porque agrada; o espiritismo jamais fez discursos, nem propaganda nem quaisquer representações teatrais; com as forças das leis naturais sobre as quais se apoia, vendo-se crescer sem esforços nem abalos, ele não vai ao encontro de ninguém; não violenta nenhuma consciência; ele diz o que é, e espera que se venha a ele. Todo o alarido que se fez em torno dele é obra de seus adversários. O espiritismo foi atacado e teve de se defender, mas sempre o fez com calma, moderação e unicamente pela razão; jamais se afastou da dignidade que é própria a toda causa que tem consciência de sua força moral; jamais recorreu a represálias devolvendo injúrias por injúrias, maus procedimentos por maus procedimentos. Não é esse, haver-se-á de convir, o caráter ordinário dos partidos que agitam por natureza, fomentando a perturbação, e para os quais tudo é bom para chegara a seus fins; mas uma vez que lhe é dado esse nome – de partido -, ele o aceita, certo de que não vai desonra-lo por excesso algum; porque ele repudiaria quem quer que se prevalecesse disso para suscitar o menor problema.
O espiritismo prosseguia, portanto, em seu caminho sem provocar nenhuma manifestação pública, embora se beneficiasse da publicidade que lhe davam seus adversários; quanto mais a crítica destes era rancorosa, acerba, virulenta, mais ela despertava a curiosidade daqueles que não o conheciam, e que, para não ficarem em dúvida quanto a essa assim chamada nova excentricidade, iam simplesmente se informar na fonte, quer dizer, em obras especiais. E eles o estudavam e encontravam algo totalmente diverso daquilo que tinham ouvido dizer. É um fato notório que os discursos enfurecidos, os anátemas e as perseguições ajudaram poderosamente na difusão do espiritismo, porque, em vez de afastarem dele as massas, provocaram o seu exame, até mesmo pela atração do fruto proibido. As massas têm a sua lógica; elas dizem que se uma coisa fosse insignificante não se falaria dela, e medem sua importância precisamente pela violência dos ataques de que ela é objeto e pelo temor que desperta entre seus antagonistas. ”

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