Revue Spirite,
1865, pg. 37: “A doutrina espírita muda inteiramente a maneira de encarar o
futuro. A vida futura não é mais uma hipótese, mas uma realidade; o estado das
almas após a morte não é mais um sistema, mas um resultado de observações. O
véu é levantado, o mundo invisível nos aparece em toda a sua realidade prática;
não foram os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa,
são os próprios habitantes daquele mundo que vêm nos descrever sua situação,
nós os vemos em todos os graus da escala espiritual, em todas as fases da
felicidade ou da infelicidade; nós assistimos a todas as peripécias da vida
além-túmulo. Reside ali para os espíritos a causa da alma com que eles encaram
a morte, da serenidade de seus últimos instantes na terra. O que os ampara não
é somente a esperança, é a certeza; eles sabem que a vida futura não é senão a
continuação da vida presente em melhores condições, e eles esperam com a mesma
confiança com que aguardam o nascer do sol após uma noite de tempestade. Os
motivos dessa confiança estão nos fatos de que eles são testemunhas, e na
concordância desses fatos com a lógica, a justiça e a bondade de Deus, e as
aspirações íntimas do homem. ”
Revue Spirite,
1865, pg. 41: “O espiritismo não se afastará da verdade e não terá nada a temer
das opiniões contraditórias enquanto sua teoria científica e sua doutrina moral
forem uma dedução dos fatos escrupulosa e conscienciosamente observados, sem
preconceitos ou sistemas preconcebidos. É perante uma observação mais completa
que todas as teorias prematuras e improvisadas, manifestadas na origem dos fenômenos
espíritas modernos, tombaram por terra e vieram se dissolver diante da
imponente unidade que existe hoje, e contra a qual não permanecem firmes senão
raras individualidades que diminuem em número cada dia. As lacunas que a teoria
atual pode ainda encerrar serão preenchidas da mesma maneira. O espiritismo está longe de haver dito sua
última palavra quanto a suas consequências, mas é inquebrantável nessa base,
porque essa base se fundamenta nos fatos.
Que os
espíritas fiquem, portanto sem receio: o futuro lhes pertence; que eles deixem
seus adversários se debater sob a pressão da verdade que os ofusca, porque toda
a negação é impotente contra a evidencia que triunfa inevitavelmente pela força
das coisas. É uma questão de tempo, e neste século o tempo marcha a passos de gigante
sob o impulso do progresso. ”
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