Revue Spirite,
1859, pg. 183: “Não importa o que aconteça, minha vida está consagrada à obra
que temos empreendido, e ficarei feliz se meus esforços puderem ajudar a fazê-la
entrar no caminho sério que é sua essência, o púnico que pode assegurar seu
futuro.
O objetivo do espiritismo é tornar melhores
aqueles que o compreendem; esforcemo-nos para dar o bom exemplo e mostrar
que, para nós, a doutrina não é letra morta; em resumo, sejamos dignos dos bons espíritos, se quisermos que os bons espíritos
nos ajudem. O bem é uma couraça contra a qual virão sempre se quebrar as
armas da malevolência. ”
Revue Spirite,
1865, pg. 66: “As ideias do homem estão associadas ao que ele sabe; como todas
as descobertas importantes, aquela da constituição dos mundos teve de lhes dar
um outro curso. Sob o império desses novos conhecimentos, as crenças tiveram de
se modificar: o céu foi deslocado; a
região das estrelas sendo sem limites não pode mais lhe servir. Onde
está ele? Diante dessa questão, todas as religiões permanecem mudas. O
espiritismo vem resolvê-la demonstrando o verdadeiro destino do homem.
O homem
composto de coro e de espírito; o espírito é o ser principal, o ser racional, o
ser inteligente; o corpo é o envoltório material que reveste sua missão na
Terra e a execução do trabalho necessário a seu avanço. O corpo desgastado se
destrói, e o espírito sobrevive a sua destruição. Sem o espírito, o corpo não
passa de uma matéria inerte, como um instrumento privado do braço que o faz
agir; no corpo, o espírito é tudo: a vida e a inteligência. Ao deixar o corpo,
ele retorna ao mundo espiritual de onde havia saído para se encarnar. Existe,
portanto, o mundo corporal composto
de espíritos encarnados e o mundo
espiritual formado de espíritos desencarnados. Os espíritos são criados
simples e ignorantes, mas com a aptidão de tudo adquirir e de progredir em
virtude de seu livre-arbítrio. Pelo progresso, eles adquirem novos
conhecimentos, novas faculdades, novas percepções e, em decorrência, novas
fruições desconhecidas pelos espíritos inferiores; eles veem, escutam, sentem e
compreendem o que os espíritos atrasados não podem, nem ver, nem escutar, nem
sentir, nem compreender. A felicidade está em função do progresso realizado; de
tal modo que, de dois espíritos, um não pode ser tão feliz quanto o outro, simplesmente
porque não se encontra tão avançado intelectualmente e moralmente, sem que eles
tenham necessidade de estar cada um em lugar distinto. Ainda que estejam um ao
lado do outro, um pode estar nas trevas, enquanto tudo resplandece ao redor do
outro, exatamente como um cego e um vidente que se dão as mãos; um percebe a
luz, que não causa impressão alguma sobre seu vizinho. Como a felicidade dos espíritos
é inerente às qualidades que eles possuem, eles a buscam onde quer que se
encontrem, na superfície da terra, em meio aos encarnados, ou no espaço. ”
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