Passou em Portugal em Setembro
de 2012 aquele que é considerado por muitos como o maior orador espírita da atualidade:
Divaldo Pereira Franco. Figura de destaque a nível mundial, seja no meio
espírita, seja fora dele, é reconhecido como o maior divulgador da Doutrina
Espírita. Há mais de 60 anos ao serviço do próximo, fazem dele um foco de
atenção, mesmo por parte dos cépticos. Tem conferenciado em todo o mundo,
gratuitamente, com mais de 13.000 conferências em mais de 2000 cidades no
Brasil e em 63 países. A sua cultura, o seu saber, bem como a sua mediunidade
(tem mais de 200 livros, com mais de 7,5 milhões de exemplares, com 211 autores
espirituais - ditados pelos espíritos - cujas receitas revertem integralmente
para auxiliar os meninos da rua) são os cartões de visita, que lhe granjeiam
respeito e credibilidade. Existem cerca de 80 versões para 16 idiomas dessas
obras mediúnicas, cuja venda reverte a favor de uma obra social, de caridade,
"A Mansão do Caminho, fundada em 1952, instituição que acolhe e educa
crianças, sob o regime de lares substitutos, que hoje é um complexo educacional
que atende três mil crianças e jovens de famílias carenciadas, por dia. Divaldo
tem mais de 600 filhos adotivos e mais de 200 netos. O seu trabalho em prol da
paz mundial tem-no distinguido no Brasil e no exterior, tendo palestrado por 3
vezes na ONU, sendo Doutor Honoris Cause por 3 Universidades (incluindo a
Sorbonne), bem como Embaixador Mundial para a Paz, por uma organização Suíça. Em
entrevista que nos concedeu, aborda questões cruciais.
Perante os conflitos sociais em Portugal
e no mundo, com os povos subjugados por grupos financeiros internacionais, que
se servem de governos corruptos, é lícito ao espírita integrar manifestações de
repúdio, em busca de uma nova ordem nacional e internacional, ou deve
abster-se, esperando que tudo se resolva conforme a vontade de Deus? Qual o
limite?
Divaldo Franco – O espírita é, antes de tudo, um
cidadão com deveres e direitos na sociedade.
É perfeitamente lícito que repudie
todos e quaisquer movimentos de intolerância, de arbitrariedade, de abuso do
poder.
Naturalmente, se as manifestações de
repúdio têm um carácter pacífico e o ideal é nobre, não derrapando em
propostas belicosos de filosofias perturbadoras, o espírita tem o direito e
mesmo o dever de contribuir para que seja revertido o quadro de dominação, em
benefício do desenvolvimento e progresso da sociedade.
Jesus foi muito claro ao responder à
questão que lhe foi proposta sobre se era lícito pagar-se os impostos ante os
compromissos com a Divindade, conforme exarado no Evangelho: Dai a César o que
pertence a César e a Deus o que pertence a Deus.
Poderemos estender o conceito às leis
injustas e aos comportamentos censuráveis, que devem ser enfrentados conforme
se apresentem, embora sem o uso das armas covardes de que são portadores...
O silêncio ante a injustiça é
covardia moral e anuência ao crime.
A Europa está envelhecida e sem gente.
Estima-se que Portugal em breve passe dos 12 para os 9 milhões, e que em 2030
haja um trabalhador para um idoso. Como é que que se vai resolver esse problema
que é extensível ao resto da Europa: pela emigração de africanos e árabes para
a Europa, havendo assim uma miscigenação de raças? Podemos dizer que, no
futuro, seremos quase todos mulatos ou mestiços na Europa? A realizar-se
essa mistura, não haverá uma guerra religiosa entre cristãos e muçulmanos, como
já vai existindo um pouco por todo o lado?
Divaldo Franco – O tema, pela sua
complexidade e atemporalidade, escapa-me a uma apreciação, porque eu teria que
entrar no mundo subjetivo da adivinhação, das probabilidades... Nada
obstante, a Divindade dispõe de mecanismos que solucionam os problemas em que
nos escapam as soluções e, repentinamente, o próprio progresso, nos mecanismos
da tecnologia e de novas descobertas nas diversas áreas do conhecimento,
encarregar-se-á de apresentar caminhos e comportamentos antes não vislumbrados.
Consta que Emanuel teria mostrado a
Chico Xavier um velhinho quase paralisado numa cadeira de rodas, simbolizando a
Europa do futuro.
Nostradamus nas suas profecias, falava
da 3ª guerra mundial que seria provocada pelo homem do turbante. Poderemos
ver esta profecia no contencioso entre o Irão que pretende ser potência nuclear
e Israel? Havendo uma guerra nuclear táctica, regional, haverá fuga em
massa para o Brasil, como algumas fontes preconizam que Chico tenha previsto
essa possibilidade?
Divaldo Franco – Depois da morte do
venerando apóstolo da mediunidade Chico Xavier, colocam-se muitas palavras e
conceitos na sua boca, não mais estando ele entre nós fisicamente para
desmentir.
A fantasia é um arquétipo que
atormenta a alma humana. Necessitando de mecanismos de fuga, o ego apela a
conceitos imaginários e derrapa nas mentiras desnecessárias.
Confesso que desconheço essa
afirmação em referência, atribuída a Chico Xavier.
Como nunca li as profecias de
Nostradamus com a profundidade que merecem, não me atrevo a confirmar ou a
negar a interrogação em torno de uma possível guerra nuclear entre o Irão e
Israel.
Toda a profecia sofre o efeito de
cada época que a interpreta, e as de Nostradamus têm sido férteis em
conclusões, depois consideradas pelos ditos “especialistas”, como
inconsistentes e ilegítimas.
Desse modo, qualquer conceito de
minha parte em torno do tema, seria mais uma proposta sem apoio científico.
E quanto ao último item, em torno das
fugas em massa para o Brasil, também penso que não procedem, consideradas à luz
da lógica e da razão. Deus não tem país privilegiado, e nação alguma pode
erguer-se para considerar-se eleita para esta ou aquela finalidade.
Estando as elites que nos governam,
supostamente na casa dos 40 a 50 anos de idade, isto significa que uma eventual
rede mafiosa-financeira que governa o mundo se manterá pelo menos mais 20 ou 30
anos enquanto se mantiverem no poder, a nível mundial?
Divaldo Franco – Toda e qualquer
conjuntura em torno das mudanças no planeta, especialmente na área das
finanças, está sujeita a alterações na realidade, quando passado o tempo.
Ninguém esperava, há poucos anos, a
derrocada do dólar e do euro, nos respectivos universos comerciais. E
vieram as problemáticas que ameaçam a estabilidade financeira da América do
Norte e da Europa, espraiando-se por todo o mundo depois.
Todavia, é claro, dentro de duas ou
mais décadas, os dominadores de hoje estarão no declínio da existência com os
seus problemas inevitáveis ou já desencarnados.
O importante não é que eles
desapareçam, mas que surjam mentes novas e ricas de sabedoria para solucionarem
o drama da atualidade e construírem o futuro dentro dos padrões da
justiça social e da harmonia entre os povos.
Não sendo assim, sair-se-á de um tipo
de arbitrariedade financeira para outra, aliás, como vem ocorrendo...
Joanna de Ângelis em 2006 enviou a
mensagem "Grande Transição" por seu intermédio preconizando
transformações sociais e geológicas inimagináveis. Isso significa que o
pior está para vir ou o "inimaginável já veio? Essa transição que
Joanna fala vai até 2015, 2020, 2025? Quando começará uma época de maior
paz?
É verdade que Chico Xavier preconizou a
data de 2019, conforme se ventila em alguns meios espíritas? Que lhe dizem
os espíritos acerca disso?
Divaldo Franco – Quando a benfeitora
abordou o tema da transição planetária, previa os denominados
desastres naturais e outros de natureza humana, que se multiplicariam, como têm
ocorrido.
Segundo a mesma, ainda não alcançamos
o clímax da grande transição, o que nos leva a crer em novas e coletivas dores,
necessárias ao expurgo do mal na Terra, mas não posso imaginar quais as suas
causas e como se apresentariam.
Os Espíritos nobres nunca estabelecem
datas, fixando acontecimentos, porque seria propor uma fatalidade inamovível, o
que fere a lei de causa e efeito, em razão da liberdade de
consciência das criaturas, o livre-arbítrio, a mudança de atitude moral e
mental, que sempre afetam essas ocorrências, alterando-as, diluindo-as ou até
mesmo eliminando-as... Entretanto, há uma quase unanimidade entre os
benfeitores que por mim se comunicam, informando que a partir dos próximos anos
20 veremos formosos sinais de paz e de renovação.
Quanto a essa informação atribuída a
Chico Xavier, nada posso dizer, porque ele jamais a expressou diante de mim, ou
de outras pessoas do seu relacionamento, pelo menos, que eu saiba, talvez, o
haja feito a alguma exceção...
Os cientistas confirmam para breve uma
tempestade solar cujo impacto sobre os satélites é desconhecido (e
consecutivamente sobre a vida humana).
Poderá ser essa uma causa de desencarnações
em massa, tipo "limpeza" do planeta, já que a possível afetação dos
satélites comprometeria o modus vivendi no planeta Terra,
perigosamente dependente da informática (centrais nucleares, abastecimento de
gás para aquecimento das populações, fábricas, gps, etc...)?
Divaldo Franco – Sem a menor sombra de
dúvida, as ocorrências solares afetam significativamente o planeta
terrestre. Segundo alguns astrónomos, por exemplo, nos dias 5
de Outubro e 25 do mesmo mês no ano de 2005, as manchas solares,
resultado das explosões nucleares no astro-rei, com tamanhos
correspondentes, respectivamente ao da Terra e ao de Júpiter,
produziram efeitos perturbadores com furações que varreram a costa Leste
americana do Norte, qual ocorreu antes com o Katrina, em Agosto do
mesmo ano, produzindo danos a mais de um milhão de vidas, especialmente na
cidade de New Orleans. Essa probabilidade de tempestade solar com impacto
danoso sobre os satélites é prevista pelos cientistas da área e acredito na sua
ocorrência.
Os cientistas confirmam a inversão
magnética dos polos, ao longo dos anos, para breve. O que os Espíritos lhe
dizem sobre isto, tendo em conta as consequências para os humanos?
Divaldo Franco – Embora nunca me tenham
falado diretamente, sustentam que a ocorrência terá lugar lentamente,
inclusive anotando que os últimos tsunamis têm alterado,
embora em pequena dimensão, a inclinação do eixo da Terra…
(Importante entrevista de Divaldo Franco
concedida ao Jornal de Espiritismo, em Portugal, cuja 1ª parte foi publicada no
Jornal de Espiritismo nº 55 e a 2ª parte sairá no JDE nº 56 (Janeiro /
Fevereiro de 2013).
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