PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

quarta-feira, junho 03, 2015

A BIBLIA E O ESPIRITISMO

1) É crime curar o seu semelhante sem o competente pergaminho, mesmo sem nada cobrar? R - Se é, então o maior criminoso é Jesus, pois Ele foi quem começou as curas fluídicas e quem mandou e deu poder a todos que n'Ele cressem para fazer o mesmo. Está no Evangelho de S. João, cap. 14 v.12: "... aquele que crê em mim, esse fará também as obras que eu faço, e fará outras ainda maiores". 2) A faculdade de curar foi outorgada por Jesus só aos apóstolos e a alguns santos milagreiros? R - Os textos em todos os 4 evangelhos são muito claros e aí Jesus dá a faculdade de curar a TODOS que n'Ele cressem, tanto assim que, além dos apóstolos, Jesus mandou os 72 discípulos fazerem o mesmo. Veja Lucas cap.9 v.49-50: "E quando os apóstolos se queixaram a Jesus dizen-do: Mestre, vimos um que lançava fora demônios em Teu nome, que NAO nos segue e lho proibi-mos; Jesus respondeu: Não lho proibais; porque não há nenhum que faça milagres em meu nome, e que possa logo dizer mal de mim". 3) Como está a reencarnação na Bíblia? R - Em João cap 3 v.3-10: "Na verdade, na verdade te digo (a Nicodemus) que se alguém não NASCER DE NOVO, não poderá ver o reino de Deus". Então lhe perguntou Nicodemus: "Como pode suceder isto?" Acudiu Jesus: "Tu é mestre em Israel e não compreendes estas cousas?" Só há uma explicação lógica para a pergunta-resposta do Cristo: todo aquele que houvesse estudado bem os textos sagrados de Israel, especialmente os Doutores da Lei, como Nicodemus, deveria conhecer o mecanismo dos renascimentos, ou seja, a reencarnação. Em outras palavras: referên-cias inequívocas às vidas sucessivas constam do Antigo Testamento, no qual estudavam os Dou-tores. Em Jó 1:21 há outra referência: "Nú saí do ventre de minha mãe, e nú voltarei". A análi-se do texto revela uma verdade insofismável: a de que as leis divinas nos concedem um corpo de carne cada vez que precisemos voltar à Terra para viver aqui as experiências e os testes que nos são necessários ao processo evolutivo. Em João 9:1-14, temos que Jesus ao passar, viu um homem cego de nascença. Pergunta-ram-lhe seus discípulos: "Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse ce-go?" Respondeu Jesus: "Nem ele pecou, nem seus pais, mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus". Mais uma vez, observamos que a doutrina das vidas sucessivas era perfeitamente familiar aos discípulos, o que se evidencia na maneira de formular a pergunta "...quem pecou, este ou seus pais?" Se não acreditassem numa responsabilidade preexistente, como iriam perguntar por que um cego de nascença estava sendo castigado? Segundo o falso conceito de que para cada nascimento na carne Deus cria uma alma, como explicar que fosse punido aquele que, nascendo cego, não tivera a mínima oportunidade de pecar? Havia uma opção: estaria o cego respondendo pelos pecados de seus pais? O próprio Jesus foi encarnação, pois, antes de Ele ser o filho de José e Maria, era filho do Pai, que O enviou. Cristo sugeriu, em outras passagens, a reencarnação de Elias, dizendo que o mesmo já tinha vindo, reencarnado como João Batista, a quem degolaram (Mateus 11:14). Também em Mateus 18:8, Jesus adverte que é melhor "entrar na vida" (sugere reencarnar) manco ou aleijado, do que, tendo duas mãos e dois pés, ser lançado no fogo eterno (regiões de tre-vas no pós-morte). Algumas pessoas alegam que o texto bíblico contido em Hebreus 9:27 - "E, assim como aos HOMENS está ordenado morrerem uma só vez e, depois disto, o juízo", nega a reencarnação, pois os homens só podem morrer uma só vez. A frase está corretíssima. Realmente morre O HOMEM, mas não o seu espírito que é imortal. Em Jó. 8:8-9 - "Pergunta às gerações passadas e examina as memórias de nos-sos pais; pois somos de ontem e o ignoramos." Está claro. Pergunta às gerações passadas, pois se sofremos hoje devemos buscar a razão em vidas anteriores, porque somos de ontem, isto é, já vivemos antes, embora o tenhamos es-quecido. Em Salmos, 71:20 - "Tu, que me tens feito provar tantas angústias e males, me restaurarás a vida e de novo me tirarás do abismo da terra, aumentarás minha grandeza e de novo me consola-rás" Davi louva a Deus porque pressente que as angústias atuais serão compensadas em uma nova existência. Em João, 3:6 - "O que é nascido da carne, é carne; o que é nascido do espírito é espírito; não te admires de eu dizer: Necessário é nascer de novo." Se renasceu Elias, renascem todos os homens. Qual o outro motivo que teria levado Jesus a fazer referência a isto? Se o "nascer de novo" fosse conforme as interpretações simplórias que tentam dar nas igrejas, porque então teria o Mestre colocado a frase "não te admires de eu dizer"? Em 1º Pedro, 3:19 e 20 - "(Jesus) foi pregar aos espíritos em prisão, os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a paciência de Deus esperava, nos dias de Noé.". Se Jesus pregou aos espíritos que haviam sido rebeldes nos dias de Noé, isso prova que os mortos recebem novas oportunidades, pois se estivessem condenados irremissivelmente, de na-da adiantaria que o Cristo lhes tivesse ido pregar. 4) A Bíblia condena o Espiritismo? R - Não. Estas afirmações são absolutamente equivocadas, apesar da Bíblia proibir realmente uma porção de coisas, haja vista que fora escrita em épocas onde a única alternativa de convencer os povos, que eram menos educados que os atuais, era pelas proibições atribuídas à Deus. A terapêutica do temor à Deus ainda é muito eficiente para educar povos que não tem capaci-dade de discernimento e disposição para raciocínio. Antes de entrar na questão do porque a Bíblia não tem nada a ver com as alegadas proibi-ções ao Espiritismo, temos a seguinte consideração: Na verdade, o Espiritismo tem o maior respeito pela Bíblia, como tem a outras bibliotecas, pois vale lembrar que a Bíblia não é um livro, e sim uma biblioteca, cujos livros foram escritos por pes-soas diferentes, em épocas diferentes, tendo passado por traduções e até mesmo por adultera-ções a fim de atender conveniências religiosas. Ao Espírita é recomendado também ler a Bíblia, porém, não com a dependência e o temor de interpretação, nem como livro único como é determinado por outras religiões. Já que a Doutrina Espírita é científica e não dogmática, recomenda-se o estudo de vários li-vros, principalmente da sua literatura própria, composta de mais de 2.000 títulos, abordando assun-tos os mais diversificados possível inclusive com aspectos científicos profundos. O Espírita não aceita cem por cento do que está na Bíblia, pela absoluta falta de lógica de mui-tas passagens, principalmente quando atribui à Deus qualidades inferiores aos homens mais embru-tecidos. Vamos às considerações: Desde a criação do homem, na estória de Adão e Eva, vemos absurdos que não podem ser explicados: 1) De vez em quando Deus enviava para contactar com Adão e Eva um anjo com espada na cintu-ra, mesmo antes do tal pecado original. Aquela espada era para lutar contra quem? Pode raciocinar, que não faz mal. 2) Qualquer educador sabe que o homem tem uma tendência a procurar tudo o que é proibido, por curiosidade. Será que Deus, a Suprema Inteligência e o Educador Incomparável não sabia disso? Porque teria que proibir, deixando os seus filhos a mercê de um ser incomparavelmente mais pode-roso que eles? 3) E os dois foram enganados por uma cobra que fora castigada pelo Pai, condenada, a partir da-quele momento, a andar arrastando pelo chão. Alguém que raciocina, poderia dizer como as cobras andavam antes? 4) Adão e Eva, as duas únicas pessoas a habitarem o mundo, tiveram dois filhos, Caim e Abel. Caim matou Abel. Ficaram apenas três pessoas no mundo. Diz a Bíblia que Caim mudou-se para a cidade de Node, casou-se e constituiu família. Afinal de contas, casou-se com quem? Que cidade seria essa se as únicas pessoas que existiam no mundo eram as três da família de Adão? Existem outras considerações deste tipo ainda dentro da estória de Adão e Eva e a Cobra, mas entremos noutros argumentos: Diz a Bíblia, em (Gên. 1:3 e 14), que Deus criou a noite e o dia, para somente depois criar o Sol. Tem sentido o dia ser criado antes do Sol? Sobre a condenação de Moisés a respeito da consulta aos mortos, (Deut. 18: 9 a 14), o Espiri-tismo concorda com ele nos dois aspectos que se quer considerar: 1º) Isto não atinge o Espiritismo, porque a Doutrina não recomenda, e nunca recomendou consulta a morto nenhum, porque realmente morto não fala. O Espiritismo mantém intercâmbio en-tre o mundo material e o mundo espiritual entre espíritos vivos. A comunicação mediúnica não estabelece comunicação com o corpo da pessoa falecida, que de fato está morto e em decomposi-ção. A comunicação é com o próprio espírito que sobrevive sempre. 2º) Se este segundo aspecto quer fazer referência a comunicação com os espíritos, chega-mos à conclusão de que esta comunicação é possível, pois o legislador Hebreu deu respaldo a isso. Como é que poderia Moisés proibir uma coisa que não seria possível? A não ser que ele fosse um idiota ou um maluco qualquer? Só doido pode proibir o que não existe. Mas muita gente ainda insiste em afirmar, mesmo de Bíblia na mão, que a comunicação entre os espíritos é impossível. Contudo, Moisés estava absolutamente correto de razão em proibir o tipo de comunicação que se fazia com os espíritos na época, como se fazem até nos dias atuais. Muita gente, por falta de uma Doutrina educadora quanto ao intercâmbio com o mundo espiritual, fazia a comunicação com objetivos fúteis, sem a menor responsabilidade, com os resultados piores possíveis. Isto continua acontecendo hoje e o Espiritismo também não admite. Moisés estava correto e isto não condena o Espiritismo. Em outro momento, quando alguns fofoqueiros, não entendendo, como não entendem até hoje, o sentido da proibição de Moisés, foram a ele comunicar que Eldade e Medade estavam "pro-fetizando" lá fora (profetizar naquele tempo significava contato mediúnico), Moisés disse: "Por que te enches de zelo por mim? Oxalá todo o povo de Deus fosse profeta, que o Senhor lhes desse o seu Espírito!". (Num. 11:27-29). É preciso que se tenha muito cuidado com interpretações ao pé da letra, ou conforme querem os segmentos religiosos. Uma das provas de adulteração dos textos bíblicos, conforme conveniências religiosas, ob-serva-se, por exemplo, (2º Crônicas, 13:17): Nas edições da Bíblia até 1966, a tradução para o português de João Ferreira de Almeida, afirma que "um milhão de etíopes foram destroçados, sem restar nem um sequer". A coisa foi tão absurda, haja vista que a Etiópia não tinha um milhão de habi-tantes naquela época, que MODIFICARAM O TEXTO e colocaram nas edições a partir de 1969 o texto assim: "Caíram tantos etíopes que já não havia neles vigor algum..." Há desonestidades religiosas também em certas traduções: Numa delas, maldosamente, substituem a palavra "pitonisa" pela palavra "médium" com objetivo claro de atacar o Espiri-tismo. O pior é que ainda existe muita gente para se deixar levar por coisas assim. Se a palavra médium foi criada há pouco mais de um século, na França, juntamente com as palavras Espiritismo e Espírita, visando denominar praticantes de uma Doutrina nova, que surgia ao mundo naquele momento, não teria sentido alguém alegar que fora colocada há milênios em livros. Por outro lado, caracterizando a desonestidade, sabe-se muito bem que a prática mediúnica espírita nada tem a ver com prática de pitonisas, adivinhadores, macumbeiros e feiticeiros. Pois a mediunidade espírita não admite adivinhações, diagnósticos, leitura de futuros, palpites para ninguém ganhar em loterias, conseguir namorados e namoradas, a mulher do próximo, conseguir emprego sem querer trabalhar e outras coisas absurdas. Era exatamente isto que Moisés proibia. O Espiritismo só não proíbe também, porque não é Doutrina de proibição de nada a ninguém (respeita sempre a liberdade dos outros) mas não aceita em hipótese alguma esse tipo de práticas. Em Mat. 17:1-8, por outro lado, será que Jesus estava brincando, quando, na transfiguração, falou com os espíritos Moisés e Elias no Tabor? Ou estava fazendo Pedro e Tiago de bestas? Será que Jesus não estava bom da bola, quando perguntou: "Quem diz os homens que eu sou?". Disseram a Ele: "Uns dizem que és João Batista, outros, Elias, outros, Jeremias, ou alguns dos profetas. (Mat. 16:13 e 14). Por que Jesus fizera esta pergunta aos seus apóstolos? Com que objetivo? Seriam também os apóstolos idiotas em dar aquele tipo de resposta? Se ninguém acreditasse na reencarnação, naquele tempo, certamente essa conversa nem teria surgido. Em 1º Samuel, 28:11-20, seria mentirosa a comunicação de Samuel com Saul, ou Samuel, depois de morto o seu corpo, teria também virado demônio ou espírito imundo para comunicar me-diunicamente? A escritura não fala em mistificação e nem diz que era nenhum demônio se comuni-cando e sim o próprio Samuel. Basta que estudemos os textos do Evangelho. Ler apenas não é o suficiente porque não nos permite raciocinar com o cuidado indispensável os ensinamentos do Grande Mestre Jesus. Na verdade, não tem o menor sentido qualquer proibição bíblica e principalmente Evangélica ao Espiritismo. Para você que raciocina, qual o mal que o Espiritismo proporciona ao ser humano? Se ele é apenas amor, como é que alguém ainda pode ter dúvidas? O que é abominável, é a corrupção que proporciona sofrimento e fome para tanta gente, o or-gulho, o egoísmo, a exploração da fé por parte de muitos elementos mercenários que tiram da pane-la do pobre para o seu enriquecimento usando indevidamente o nome de Jesus, o tráfico de tóxicos, a exploração da prostituição, a guerra e muitos outros verdadeiros males da terra. É preciso que os cristãos, ou melhor, aqueles que se dizem simpáticos a Jesus, procurem se amarem um pouco mais e se unirem nos pontos comuns, deixando as divergências de lado e res-peitando o direito de pensar de cada um. 5) O perispírito é citado na Bíblia? R - Há uma citação em I Cor. 15:40 "E há corpos celestiais e corpos terrestres", que pode ser uma alusão ao perispírito. 6) O Espiritismo é uma heresia? R - Se a Doutrina Espírita é uma heresia, hereges então foram São Jerônimo e Agostinho, dou-tores da Igreja, pois ambos qualificaram Orígenes (grande filósofo da igreja primitiva - Alexandria 182/Tiro 254) de sábio e profundamente versado nas Sagradas Letras. E Jerônimo até disse que, depois dos apóstolos, considerava Orígenes a maior autoridade eclesiástica, e que só a ignorância tentaria empanar a verdade. Orígenes escreveu no seu livro "De Principiis" , liv. II - "Que as cau-sas da variedade das condições humanas eram devidas a existências anteriores" e que "as almas voltam aos corpos para passar por novas purificações em vidas novas". E disse ainda: "a maneira como cada um de nós põe os pés aqui na Terra, quando aqui aportamos, é a conseqüência fatal como agiu anteriormente no Universo", "elevando-se pouco a pouco, os Espíritos chegaram a este mundo e à ciência dele. Daí subirão a melhor mundo e chegarão finalmente a um estado tal que nada mais terão de ajuntar" É o que Orígenes escreveu no citado livro, cap.9. A tese de Orígenes foi recusada pelos concílios e a Igreja preferiu apegar-se à tese da unicidade das existências. Bibliografia: "Crônicas Espíritas" - Fred Figner Ed. FEB "A Reencarnação na Bíblia" - Hermínio C. Miranda "Jonas C. e os Jovens" - Mario B. Tamassía

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