O novo-Espiritualismo já vincula entre si adeptos de todas as
classes e de todos os países; um dia ligará todas as religiões, todas as
sociedades humanas.
Até agora a diversidade das raças e das crenças tinha sido um
elemento essencial do desenvolvimento da Humanidade. As oposições e
divergências eram necessárias para criar a magnifica variedade das formas e dos
grupamentos. Cada indivíduo, como cada povo, teve que antes de tudo isolar-se
para tornar-se ele mesmo, para constituir o seu “eu” distinto e adquirir sua
consciência e livre autonomia. Na sucessão dos tempos, o princípio de
individualidade devia, em suas aplicações, preceder a vida coletiva e
solidária, sem o que todos os elementos vitais se teriam confundido,
neutralizado.
Pouco a pouco se foi dilatando o círculo da vida coletiva;
constituíram-se grupamentos, que entraram em conflito. Sucederam-se as guerras.
Através de lutas perpétuas, lutas de raças, de religiões e de ideias, é que se
efetua a dolorosa peregrinação e a consciência da Humanidade se desperta.
Cada religião, cada sociedade, cada nacionalidade contribui
com seu contingente de ideias; dá origem a formas especiais, a manifestações
particulares da arte e do pensamento. No seu grande concerto da História, cada
povo fornece sua nota pessoal, a colaboração de seu gênio. Da luta,
concorrência vital nasce a EVOLUÇÃO; surgem obras sólidas dos conflitos e
recontros.
E agora uma grande ideia se vai delineando. Pouco a pouco, da
penumbra dos séculos se destaca uma outra concepção da vida universal. Em meio
da aparente confusão, do caos dos acontecimentos, outras formas sociais e
religiosas se elaboram. Do estado de diversidade e de separação, encaminhamo-nos
para a harmonia e a solidariedade.
Mau grado aos ódios e às paixões, as barreiras se vão abatendo
entre os ovos; as relações se multiplicam, tornando-se mais fáceis; permutam-se
as ideias, as civilizações se penetram e fecundam. A noção de humanidade uma se
edifica: sonha-se, fala-se em paz, língua, religião universais.... Continua.
(Da Obra NO INVISÍVEL, Léon Denis, Ed. FEB, 7ªed. Ítem XI-Aplicação moral e
frutos do Espiritismo; Pg.127 e seguintes...).
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