Chico Xavier será estudado em profundidade após a sua
desencarnação. Afirmação semelhante a esta ouvi de alguém, não lembro quem,
porém, que vibra em minha mente toda a vez que leio algo referente a Chico ou
algumas de suas Obras.
Este é um
trabalho de pesquisa nas Obras da Coleção A Vida no Mundo Espiritual, de André
Luiz, às Pessoas curiosas: Todas as Obras editadas
pela Editora da Federação Espírita Brasileira – FEB.
ENTRE A TERA E O CÉU
CAPÍTULO 30
Luta por
renascer:
Hilário indagou sobre a causa da moléstia insidiosa, que tão violenta se apresentara,
ao que Clarêncio respondeu, seguro:
“— A questão é
sutil. A mulher grávida, além da prestação de serviço orgânico à entidade que
se reencarna, é igualmente constrangida a suportar-lhe o contacto espiritual,
que sempre constitui um sacrifício quando se trata de alguém com escuros
débitos de consciência. A organização feminina, durante a gestação, sofre
verdadeira enxertia mental. Os pensamentos do ser que se acolhe ao santuário
íntimo, envolvem-na totalmente, determinando significativas alterações em seu
cosmo biológico. Se o filho é senhor de larga evolução e dono de elogiáveis
qualidades morais, consegue auxiliar o campo materno, prodigalizando-lhe
sublimadas emoções e convertendo a maternidade, habitualmente dolorosa, em
estação de esperanças e alegrias intraduzíveis, mas no processo de Júlio
observamos duas almas que se ajustam nas mesmas dívidas e na mesma posição
evolutiva. influenciam-se, mütuamente”...
Findos alguns instantes, Clarêncio
continuou:
“— Se Zulmira
atua, de maneira decisiva, na formação do novo veículo do menino, o menino atua
vigorosamente nela, estabelecendo fenômenos perturbadores em sua constituição
de mulher. A permuta de impressões entre ambos é inevitável e os padecimentos
que Júlio trazia na garganta foram impressos na mente maternal, que os reproduz
no corpo em que se manifesta.
A corrente de
troca entre mãe e filho não se circunscreve à alimentação de natureza material;
estende-se ao intercâmbio constante das sensações diversas. Os pensamentos de
Zulmira guardam imensa força sobre Júlio, tanto quanto os de Júlio revelam
expressivo poder sobre a nova mãezinha. As mentes de um e de outro como que se
justapõem, mantendo-se em permanente comunhão, até que a Natureza complete o
serviço que lhe cabe no tempo. De semelhante associação, procedem os chamados
«sinais de nascença». Certos estados íntimos da mulher alcançam, de algum modo,
o princípio fetal, marcando-o para a existência inteira. É que o trabalho da maternidade
assemelha-se a delicado processo de modelagem, requisitando, por isso, muita
cautela e harmonia para que a tarefa seja perfeita”...
O companheiro de A. Luis comenta: Muitas vezes, a gestante revela
decréscimo de vivacidade mental e, não raro, enuncia propósitos da mais
rematada extravagância. Há mulheres que adquirem antipatias súbitas, outras se
recolhem a fantasias tão inesperadas quanto injustificáveis. Em muitas ocasiões
na Terra, perguntei a mim mesmo se a gravidez, na maioria dos casos, não
acarreta temporária loucura... O orientador sorriu e obtemperou:
“— A explicação
é muito clara. A gestante é uma criatura hipnotizada a longo prazo. Tem o campo
psíquico invadido pelas impressões e vibrações do Espírito que lhe ocupa as
possibilidades para o serviço de reincorporação no mundo. Quando o futuro filho
não se encontra suficientemente equilibrado diante da Lei, e isso acontece
quase sempre, a mente maternal é suscetível de registrar os mais estranhos
desequilíbrios, porque, à maneira de um médium, estará transmitindo opiniões e
sensações da entidade que a empolga”.
— Afligia-me observar — lembrou Hilário, com interesse — a inopinada aversão
de muitas gestantes contra os próprios maridos...
“— Sim, isso
ocorre sempre que um inimigo do pretérito volta à carne, a fim de resgatar
débitos contraídos para com aquele que lhe servirá de pai”.
— Temos, contudo, os casos — ponderei curioso — em que na ribalta do mundo
vemos filhas que foram evidentemente fortes desafetos das mães em passado
remoto ou próximo, tal a animosidade que lhes caracteriza as relações.
Reparamos que, em tais ocorrências, as filhas são muito mais afins com os pais,
vivendo psiquicamente em harmoniosa associação com eles e distanciadas
espiritualmente das mãezinhas que, por vezes, tudo fazem debalde para quebrar
as barreiras de separação. Em ligações dessa natureza, surgirão obstáculos à
reencarnação?
Clarêncio fitou-me de maneira significativa e respondeu:
“— De modo
algum. A esposa, por devotamento ao companheiro, cede facilmente à necessidade
da alma que volta ao reduto doméstico para fins regeneradores e, em se tratando
de alguém com intensa afinidade junto ao chefe do lar, vê-se o marido docemente
impulsionado a oferecer maior coeficiente afetivo à companheira, de vez que se
sente envolvido por forças duplas de atração. Sob dobrada carga de simpatia, dá
muito mais de si mesmo em atenção e carinho, facilitando a tarefa maternal da
mulher”.
A elucidação clara e lógica satisfez-nos plenamente...
“— Estamos
certos de que a ciência do porvir ajudará a mulher na defesa contra essa
espécie de aborrecimento orgânico” — asseverou o Ministro, com segurança
—, “encontrando definições de ordem
fisiológica para tais conflitos, mas, no fundo, o desequilíbrio é de essência
espiritual. O organismo materno, absorvendo as emanações da entidade reencarnante,
funciona como um exaustor de fluidos em desintegração, fluidos esses que nem
sempre são aprazíveis ou facilmente suportáveis pela sensibilidade feminina.
Daí, a razão dos engulhos freqüentes, de tratamento até agora muito difícil”.
Semelhante nota oferecia-nos valioso material de meditação.
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