Revue Spirite,
1863, pg. 74: “No entanto, se nada pode deter a marcha geral do espiritismo,
existem circunstâncias que podem colocar em se caminho entraves parciais, como
uma pequena barragem pode retardar o curso de um rio sem impedi-lo de correr. Nesse
úmero estão as iniciativas pouco ponderadas de certos adeptos mais zelosos do
que prudentes, que não calculam suficientemente o alcance de seus atos ou de
suas palavras; com isso eles geram nas pessoas ainda não iniciadas na doutrina uma
pressão desfavorável, bem mais eficaz em afastá-las do que as diatribes dos
adversários. O espiritismo está sem dúvida muito difundido, mas ele o estaria
ainda mais se todos os adeptos tivessem sempre escutado os conselhos da
prudência, e sabido se manter numa sábia reserva. É preciso sem dúvida levar em
conta a intenção deles, porém é certo que mais de um justificou o provérbio: Mais vale um inimigo declarado que um amigo
desajeitado. O pior de tudo é fornecer armas aos adversários, que sabem
explorar habilmente qualquer inconveniência. Não poderíamos, portanto, deixar
de recomendar aos espíritas que reflitam maduramente antes de agir; em casos
semelhantes, a prudência recomenda não se basear em sua opinião pessoal. Na
atualidade, em que todos os lados se formam grupos ou sociedades, nada é mais
simples do que se colocar de acordo antes de agir. O verdadeiro espírita, não
tendo em vista senão o bem da causa, sabe abrir mão do amor-próprio; acreditar
na própria infalibilidade, recusar se
submeter à opinião da maioria e persistir num caminho que demonstra ruim e
comprometedor não é o comportamento de um verdadeiro espírita; isso seria dar
provas de orgulho, se não for o efeito de uma obsessão.”
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