
O QUE É ECTOPLASMA?
Poderia tentar relacionar o ectoplasma com várias concepções de “energias” e “fluidos” aceitas por algumas correntes de pensamento. No entanto, não enveredarei nessa direção porque isso seria de pouco proveito no contexto deste livro.
A palavra ectoplasma (no singular) dá a idéia de que se trata de algo único. Em química, quando se diz cloreto de sódio, entende-se exatamente de que composto se trata, sem nenhuma dúvida. No entanto, parece que, no caso do ectoplasma, a situação não é bem essa. Há indícios de que ele é, na verdade, um conjunto grande. Seria mais correto dizer-se os ectoplasmas. No entanto, manterei o singular a título de simplificação.
Historicamente o ectoplasma tem sido identificado como algo que é produzido pelo ser humano que, em determinadas condições, pode liberá-lo, produzindo fenômenos diversos. Entre estes fenômenos temos a materialização de pessoas que já “morreram”.
Todos os estudos feitos, desde o século XIX, sobre as materializações de espíritos e os chamados “efeitos físicos” demonstram que esses fenômenos ocorrem somente na presença de pessoas que podem fornecer ectoplasma. Isto leva à obvia conclusão de que os espíritos não “produzem” ectoplasma. Eles apenas podem manipulá-lo. Uma observação mais cuidadosa leva, inclusive, à conclusão de que esta “manipulação” somente pode ocorrer com a conivência, consciente ou “inconsciente” dos encarnados que fornecem o ectoplasma. Se assim não na fosse, esses fenômenos ocorreriam com tal freqüência e intensidade, no cotidiano da humanidade, que os desencarnados passariam a participar diretamente do mundo dos encarnados. Deste modo, pode-se deduzir que o ectoplasma é um atributo do corpo físico, portanto da matéria, uma vez que o corpo humano é material, embora seja controlado pelo espírito nele encarnado.
O que se pode admitir que aconteça é que, os espíritos encarnados, em contato com a matéria (corpo), durante a encarnação, manipulam-na (a matéria) de tal modo a produzirem o que chamamos de ectoplasma. Essa produção se daria, de modo automático e inconsciente, desde a concepção até o desencarne.
Ora, se o ectoplasma está relacionado com a matéria que constitui o corpo humano, ele deve existir, também, nos minerais, nas plantas e nos animais em geral. Esse ectoplasma dos animais e dos minerais não deve ser igual, em termos de “complexidade”, ao ectoplasma existente nos seres humanos. Esta dedução é fácil de ser feita, uma vez que, ao que se sabe, o ectoplasma não-humano não é suficiente, ou adequado, para a realização de fenômenos físicos e de materialização. Se fosse, esses fenômenos ocorreriam livremente pela manifestação de espíritos desencarnados. Haveria interferência direta dos desencarnados no mundo dos encarnados, criando uma grande confusão.
Hernani Guimarães Andrade, no seu livro Espírito perispírito e alma, propõe a existência dos seguintes tipos de ectoplasma: o ectomineroplasma, originário dos materiais minerais; o ectofitoplasma, extraído dos vegetais; o ectozooplasma, produzido pelos animais, inclusive pelo ser humano. Esta classificação é muito adequada em termos gerais. Podemos entender que, dentro de cada grupo por ela definido, existam subgrupos. O mais evidente é o referente ao ser humano pois, se o ectozooplasma de todos os animais fosse suficiente para produzir os fenômenos físicos e de materialização, cairíamos na situação de generalização da fenomenologia de efeitos físicos, como já discutido acima. Desse modo, o ectoplasma humano de deve ter alguma coisa de diferente dos demais ectozooplasmas. Seguindo a linha de raciocínio de Andrade, podemos chamar este tipo como ectoantropoplasma ou ectantropoplasma ou, ainda, ecto-humanoplasma.
Para efeito de simplificação de terminologia no sentido de tornar o significado mais acessível às pessoas, podemos dizer apenas. Ectoplasma mineral, vegeta, animal, humano, etc.
Neste livro me refiro simplesmente a ectoplasma.
2. O ECTOPLASMA É MATÉRIA?
Podemos definir matéria como tudo o que é constituído pelos elementos químicos constantes da Classificação Periódica dos Elementos Químicos, além, evidentemente, dos próprios elementos e das partículas subatômicas. Esta definição é muito imperfeita mas serve, inicialmente, aos nossos objetivos.
A matéria tem algumas propriedades ou características. Por exemplo, ela tem massa e energia. Conseqüentemente está sujeita à ação da gravidade e, portanto, tem peso e, além disto, ocupa um certo volume no espaço. Ainda, ela pode interagir fisicamente com outras porções de matéria. Também, em determinadas condições, pode acontecer a interação química entre matérias diferentes, isto é, entre moléculas, entre átomos. Temos, nestes últimos casos, as reações químicas.
Nas minhas observações verifiquei algumas propriedades do ectoplasma. Ele está sujeito a ação da gravidade terrestre e interage fisicamente com a matéria do corpo humano, causando diversos efeitos, por exemplo, inchaço do abdome, como se fosse um gás.
[...] Podemos concluir, portanto, que o ectoplasma é matéria? ... Podemos?
Se o ectoplasma for matéria, por apresentar algumas características em comum com ela, segundo a definição acima, qual seria a sua constituição química? Seria algum tipo diferente de matéria, ainda não conhecido pela ciência?...!
3. COMO É PRODUZIDO O ECTOPLASMA NO SER HUMANO?
Não se sabe, ainda, como o ectoplasma se produz, isto é, como é o “processo” no qual ele é “produzido”. Se ele se produz no corpo de carne é lícito supor que seja o resultado de algum metabolismo. Podem-se tecer portanto, a partir daí, algumas considerações.
Se admitimos a existência do ectoplasma dos minerais, das plantas, dos animais, etc. podemos propor a hipótese de que, a nível do ser humano, o que acontece é apenas a “manipulação” desse ectoplasma ingerido juntamente com os alimentos. Ou seja, o ectoplasma humano seria originário dos alimentos que comemos, dos líquidos que bebemos e do ar que respiramos. Não podemos, é verdade, descartar a existência de outros modos desconhecidos de “absorvermos” ectoplasma. Contudo, para efeito de simplicidade, iremos nos ater aos alimentos, bebidas e ar.
Da mesma forma como acontece no metabolismo das matérias que ingerimos no corpo de carne, as diversas qualidades de ectoplasma “ingerido” também deverão sofrer algum tipo de transformação. Poderíamos chamar isso de “metabolismo do ectoplasma” e que deve ocorrer, imagino, paralelamente ao metabolismo dos alimentos.
Raciocinando neste contexto, somos obviamente levados a admitir que o ectoplasma mineral é, em princípio, o mais simples. Nas plantas, que se alimentam principalmente de materiais inorgânicos, ele se apresenta de modo relativamente mais complexo. Isso pode ser admitido uma vez que ele foi “trabalhado” por elas a partir do material inicial. Nos animais, que se alimentam de produtos minerais, vegetais e mesmo de outros animais, o ectoplasma deve adquirir uma maior complexidade. Certamente, em função da espécie de vegetal ou animal, haverá qualidades diferentes de ectoplasma.
Levando adiante este raciocínio, fica óbvio que se pode admitir também que, mesmo nos elementos químicos e nos compostos químicos, puros, sejam estes de “ordem” mineral ou orgânica, deve existir algum tipo de ectoplasma.
Este raciocínio nos leva uma conclusão muito interessante:
Parece haver alguma coisa que se comporta como se fosse uma matéria paralela à matéria que a química descreve. Em outras palavras, é como se houvesse um outro conjunto de elementos químicos coexistentes com os conhecidos ou previstos pela química. Se isso for verdadeiro, não se pode descartar a hipótese de que eles também possam se combinar originando moléculas, etc. é como se fosse possível estabelecer, pelo menos, mais uma outra classificação Periódica como a de Mendeleev.
A ser comprovada tal hipótese, quais seriam as conseqüências?
ONDE SE FORMA O ECTOPASMA, NO SER HUMANO?
É difícil afirmar, com certeza, onde se forma o ectoplasma no ser humano. Contudo, a observação indica uma grande movimentação fluídica, no abdome, na altura do umbigo. Se levarmos, em conta, também, o raciocínio, acima desenvolvido, sobre o metabolismo dos alimentos no corpo humano podemos admitir que se forma ectoplasma no aparelho digestivo. No entanto, como o metabolismo é um processo mais complexo que se realiza por todo o organismo, pode-se imaginar que o ectoplasma se forme por todo o corpo, a nível celular, embora em quantidades e qualidades diferentes.
Outro lugar onde é comum se perceber que há uma quantidade relativamente grande de ectoplasma é no tórax. Supondo que se forme este fluido a nível celular, o sangue pode carregá-lo até os pulmões onde o libera pra ser eliminado, da mesma forma que o CO2 resultante do metabolismo. Se, por algum motivo, a eliminação do ectoplasma levado aos pulmões pelo sangue não for feita adequadamente, ali será observado acúmulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário