SONHOS (...CONTINUAÇÃO)
“Muitas pessoas vêm em sonhos cidades, sítios, paisagens, que realmente visitaram mais tarde”.Aos sonhos etéreos pode – se juntar o fenômeno êxtase ou arroubo. Considerando por certos sábios, pouco competentes em matéria de psiquismo, como estado mórbido, o êxtase é em verdade em dos mais belos apanágios da alma afetuosa e crente...” O êxtase poderá ser objeto de estudo específico.
Finalizando este modesto estudo em que, como firmamos no 1° artigo, tivemos por objetivo responder de maneira simples e pura, a luz dos ensinos dos espíritos, vamos transcrever o § 7° e o comentário da questão nº 402 de “O Livro dos Espíritos”, combinado com o Cap XXI – O sono natural e sono e sonhos - livro Mecanismos da Mediunidade do espírito André Luis; assim como a concentração e desdobramento e inspiração do mesmo livro e autor:
“Em suma, dentro em pouco vereis vulgarizar – se outra espécie de sonhos. Com quanto tão antiga como a que vimos falando, vós a desconheceis. Refiro – me aos sonhos de Joana e ao de Jacob, aos dos profetas judeus e aos de alguns adivinhos indianos. São recordações guardadas por almas que se desprendem quase inteiramente do corpo, recordações dessa segunda vista que ainda pouco aludia.”
“Tratai de distinguir essas duas espécies de sonhos nos que vos lembrais, do contrário caireis em contradições e em erros funestos à vossa fé.”
“Os sonhos são efeitos da emancipação da alma, que mais independente se torna pela suspensão da vida ativa e de relação...” Nunca é demais firmar – se este conceito básico. Vejamos, agora, o que os ensina André Luis:
“O sono natural: Na maioria das situações, a criatura, ainda extremamente aparentada com a animalidade primitivista, tem a mente como que voltada para si mesma, qualquer expressão de descanso, tomando o sono para claustro remansoso das impressões que lhe são agradáveis, qual criança que, à solta, procura simplesmente o objeto de seus caprichos.”
“Nesse ensejo, configura na onda mental que lhe é característica as imagens com que se acalenta, sacando da memória a visualização dos próprios desejos, imitando alguém que improvisasse miragens, antecipação de acontecimentos que aspira a concretizar. Atrita ao narcisismo, tão logo demande o sono, quase sempre se detém justaposta ao veículo físico, como acontece ao condutor que repousa ao pé do carro que dirige, entregando – se à volúpia mental com que alimenta os próprios impulsos afetivos, enquanto a máquina se refaz.”
“Ensimesmada, a alma, usando recursos da Visão Profunda, localizada nos fulcros do diencéfalo, e, plenamente desacolchetada do corpo carnal, por temporário desnervamento, não apenas se retempera nas telas mentais com que preliba satisfações distantes, mas também experimenta de igual modo o resultado dos próprios abusos, suportando o desconforto das vísceras injuriadas por ele mesmo ou a inquietude dos órgãos que desrespeita, quando não padece a presença de remorsos constrangedores, a face dos atos reprováveis que pratica, porquanto ninguém se livra, no próprio pensamento, dos reflexos de si mesmo.”
“Sono e Sonho: Qual ocorre no animal de evolução superior, ao homem de evolução positivamente inferior o desdobramento da individualidade, por intermédio do sono, é quase que absoluto estágio de mero refazimento físico.
No primeiro, em que a onda mental é simplesmente fraca emissão de forças fragmentárias, o sonho é puro reflexo das atividades fisiológicas.
No segundo, em que a onda mental está em fase iniciante de expansão, o sonho, por muito tempo, será invariável ação reflexa do próprio mundo consciencial ou afetivo.
Evolui, no entanto, o pensamento na criatura que amadurece espiritualmente, através da repercussão (reflexo das idéias nas relações mentais, com outras mentes encarnadas ou desencarnadas).
Como no caso do sensitivo que, fora do envoltório físico, vai até o local sugerido pelo magnetizador, tomando – se a ordem determinante da hipnose pelo reflexo condicionado que lhe comanda as idéias, a criatura na hipnose fora do veículo somático, possui no próprio desejo o reflexo condicionado que lhe circunscreverá o âmbito da ação além da roupagem fisiológica, alongando – se até ao local em que se lhe vincula o pensamento.
O homem do campo no repouso físico supera os fenômenos hipnogógicos e volta à gleba que semeou, contemplando aí, em espírito, a plantação que lhe recolhe o carinho, o artista regressa a obra a que se consagra, mentalizando – lhe o aprimoramento; o espírito maternal se aconchega ao pé dos filhinhos que a vida lhe confia, e o delinqüente retorna ao lugar onde se encarcera a dor do seu arrependimento.
Atravessada à faixa das chamadas imagens eutópicas, exteriorizam de si mesmos os quadros mentais pertencentes à atividade em que se concentram, com os quais angariam a tensão das inteligências desencarnadas que com eles se afinam, recolhendo sugestões para o trabalho em que se empenham, muito embora, à distância da veste somática, freqüentemente procedem ao modo de criança conduzidas ao ambiente de pessoas adultas, mantendo – se entre as idéias superiores que recebem e as idéias infantis que lhes são próprias, do que lhe resulta, na maioria das vezes, o aspecto caótico das reminiscências que conseguem guardar, ao retornarem à vigília.
Nesse estágio evolutivo, permanecem milhões de pessoas representando a faixa de evolução mediana da humanidade rendendo – se, cada dia, ao impositivo do sono ou hipnose natural de refazimento, em que se desdobram, mecanicamente, entretanto, fora do indumento carnal, em sintonia com as entidades que se lhes revelam afins, tanto na ação construtiva do bem, quanto na ação deletéria do mal, entretecendo – se – lhes o caminho da experiência que lhes é necessária à sublimação no porvir.
“Concentração e desdobramento. Quantos se entregam ao labor da arte, atraem, durante o sono, as inspirações para a obra que realizam, compreendendo – se que os espíritos enobrecidos assimilam do contacto com as Inteligências Superiores os motivos corretos e brilhantes que lhes palpitam nas criações, ao passo que as mentes sarcásticas ou criminosas, pelo mesmo processo, apropriem – se dos temas infelizes com que se acomodam, acordando a ironia e a irresponsabilidade naqueles que se lhes ajustam aos pensamentos, pelo trabalho a que se dedicam.
Desdobrando – se no sono vulgar, a criatura segue o rumo da própria concentração, procurando, automaticamente, fora do corpo de carne, os objetivos que se casam com os seus interesses evidentes ou escusos.
Desse modo, mencionando apenas um exemplo dos contactos a que aludimos, determinado escritor exporá idéias edificantes se originais no que tange ao serviço do bem, induzindo os leitores à elevação de nível moral, ao passo que outro exibirá elementos aviltantes, alinhando escárnio ou lodo sutil com quer corrompe as emoções de quantos se lhe entrosam a maneira de ser “.
“Inspiração e desdobramento. Dormindo o corpo denso continua vigilante à onda mental de cada um - presidindo o Sono Ativo, quando registra no cérebro dormente as impressões do espírito desligado das células físicas, e ao Sono Passivo, quando a mente, nessa condição, se desinteressa, de todo, da esfera carnal.
Nessa posição, sintoniza – se com as oscilações de companheiros desencarnados ou não com os quais se harmonize, trazendo para a vigília no carro da matéria densa, em forma de inspiração, os resultados do intercâmbio que levou a efeito, porquanto raramente conseguem conscientizar as atividades que empreendem no tempo do sono.
Muitos apelos do plano terrestre são atendidos, integralmente ou em parte, nessa fase de tempo.
Formulando esse ou aquele pedido ao companheiro desencarnado, habitualmente surge a resposta quando o solicitante se acha desligado do vaso físico. Entretanto como nem sempre o cérebro físico esta em posição de fixar o encontro realizado ou a informação recebida, os remanescentes da ação espiritual, entre encarnados e desencarnados permanecem, naqueles espíritos que ainda se demoram chumbados a terra, à feição de quadros simbólicos ou de fragmentárias reminiscências, quando não sejam na forma de súbita inquietação, a expressarem, de certa forma, o socorro parcial ou total que se mostrem capazes de receber.
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