CONSELHOS, REFLEXÕES E MÁXIMAS DE Allan Kardec
FRAGMENTOS EXTRAÍDOS DOS DOZE PRIMEIROS ANOS DA Revue Spirite
.... Para melhor apreciar Allan Kardec devemos estuda-lo em sua obra,
pois quanto mais estivermos em condições de julgar melhor os méritos desse
profundo pensador, mais crescerão nossa ligação e nosso respeito por ele. ...
Revue
Spirite, 1865, pg. 92: “O espiritismo não reside apenas na crença na
manifestação dos espíritos. O engano daqueles que o condenam é acreditar que
ele consiste somente na produção de fenômenos estranhos, isso porque, não se
dando o trabalho de estuda-lo, não veem senão a superfície. Esses fenômenos são
estranhos para quem não lhes conhece a causa, mas quem quer que se aprofunde não
vê neles senão os efeitos de uma lei, de uma força da natureza que não se
conhecia, e, por isso mesmo, não são nem maravilhosos nem sobrenaturais. Esses fenômenos
evidenciam a existência dos espíritos, que são apenas as almas dos que viveram,
o que prova, por conseguinte, a existência da alma, sua sobrevivência ao corpo,
a vida futura com todas as suas consequências morais. A fé no futuro,
encontrando-se apoiada em provas materiais, torna-se inquebrantável e triunfa
sobre a incredulidade. Eis por que, quando o espiritismo tiver se tornado a
crença de todos, não haverá mais incrédulos, nem materialistas, nem ateus. Sua
missão é combater a incredulidade, a dúvida, a indiferença; ele não se dirige,
portanto àqueles que não creem em nada, ou que duvidam. O espiritismo não diz a
pessoa alguma para abandonar sua religião; ele respeita todas as crenças quando
são sinceras. A liberdade de consciência é a seus olhos um direito sagrado; se
ele não a respeitasse, atentaria contra seu primeiro princípio, que é a
caridade. Neutro entre todos os cultos, ele será o elo que os reunirá sob uma
mesma bandeira, aquela da fraternidade universal; algum dia eles se estenderão
a mão, em vez de lançarem o anátema.
Longe de serem a parte essencial do
espiritismo, os fenômenos não passam de um acessório, um meio suscitado por
Deus para vencer a incredulidade que invade a sociedade: ele está sobretudo na aplicação de seus princípios morais. É nisso
que são reconhecidos os espíritas sinceros. Os exemplos de reforma moral
provocados pelo espiritismo são bastante numerosos para que se possa julgar os
resultados que ele produzirá com o tempo. É preciso que sua potência
moralizadora seja bem grande para triunfar sobre os hábitos inveterados pela
idade e a leviandade da juventude. O efeito moralizador do espiritismo tem como
causa primeira o fenômeno das
manifestações que deu a fé; se esses fenômenos eram uma ilusão, como pretendem
os incrédulos, seria preciso abençoar uma ilusão que dá ao homem a força para
vencer suas inclinações ruins. ”
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