PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

segunda-feira, janeiro 02, 2017

JESUS DE NAZARÉ

UMA NARRATIVA DA VIDA E DAS PARÁBOLAS
FREDERICO G. KREMER
DA PÁSCOA AO PENTECOSTES

Com a morte de Jesus, teve início o Cristianismo. Desde o dia do anúncio da ressurreição, pela ex-pecadora de Magdala, o tempo passou e a mensagem cristã permaneceu triunfante, junto aos corações sinceros que dela se aproximaram em busca de felicidade e amparo.
Por outro lado, naquele mesmo período, as expressões mais vivas dos valores do mundo passaram e foram esquecidas em monumentos ou mausoléus, embora tenham trazido mudanças na ordem social. Reis, impérios, civilizações, generais, filósofos, cientistas, políticos e revoluções figuram apenas em monumentos de pedra ou em bibliotecas.
A mensagem cristã continua viva, apesar de todas as violências sofridas ao longo do tempo, até daqueles que ostentavam a condição de representantes do Cristo na Terra. Quantos vendavais a mensagem sofreu?
Quantas agressões engendradas por seus próprios adeptos? Entretanto, sustentada pela figura imperecível de Jesus, a mensagem continua a mesma envolvendo todos que a buscam com o mesmo aroma e perfume de outrora na Palestina.
Não foi por outra razão que Francisco de Assis foi eleito, em 2005, o homem do milênio pelos leitores internacionais da prestigiosa revista Time.
Nesse período, ninguém como ele testemunhou o amor do Cristo.
No desenvolvimento da mensagem cristã, a ressurreição de Jesus foi fundamental. Perguntamos ao leitor amigo: como os primeiros cristãos conseguiram enfrentar a morte com destemor e fé? Somente com a certeza da vida imortal, que não cessa com a morte, isso foi possível. O sangue dos primeiros cristãos foi o catalisador da mensagem cristã. Em seu grande discurso na colina de Marte, em Atenas, Paulo considerou a ressurreição de Jesus como o maior incentivo à fé propiciado por Deus (At 17:31).
As pessoas sensíveis ficavam impressionadas com a postura e a atitude dos cristãos diante da morte, atraindo, assim, novos adeptos. Ao final do século III, já havia cerca de cinco milhões de cristãos vivendo no Império Romano. Em Roma, foram formados sete grupos ou comunidades.
Entretanto, o marco inicial do longo caminho do Cristianismo aconteceu cinquenta dias após a crucificação. Seguindo a cronologia dos fatos, os discípulos permaneceram alguns dias mais em Jerusalém e, depois, retornaram para a Galileia, onde certamente comentaram com o povo os dolorosos acontecimentos que atingiram Jesus e a notícia alegre da ressurreição.
Posteriormente, rumaram novamente para Jerusalém. Naquele período, o Mestre procurou manter o grupo animado e unido, se apresentando espiritualmente outras onze vezes, incluindo a primeira aparição, numa série de encontros emocionados e visões notáveis.
A festa de Pentecostes, que celebrava o fim da colheita dos cereais da primavera, era comemorada no final de maio, isto é, cerca de cinquenta dias depois da Páscoa. Até a dominação grega, era conhecida como Festa das Semanas, mas, a partir daí, ficou conhecida como Pentecostes, que em grego significa “cinquenta”. Era uma festa marcada pela alegria, pois recordavam ainda o momento da chegada das tábuas da lei por Moisés, no monte Sinai.
Em meados de maio, os discípulos que se encontravam na Galileia, retornaram para Jerusalém, como comentamos. Estavam mais confiantes e entraram na cidade sem nenhum temor. Certa noite, reuniram-se novamente no Cenáculo, onde fora realizada a ceia pascal, ocasião em que o Mestre se apresentaria pela última vez, trazendo a seguinte orientação: “Vocês serão minhas testemunhas. Ficai na cidade até receberdes a força que vem do Alto”. De lá, seguiram para o Monte das Oliveiras rumo a Betânia. A caminho, o Mestre ascendeu rumo às esferas espirituais sublimes, após abençoar a todos.
Assim, ao iniciar a festa de Pentecostes, cerca de cento e vinte discípulos de Jesus reuniram-se no átrio dos gentios do Templo de Jerusalém para um acontecimento que eles não sabiam bem qual seria. Recordavam-se, intuitivamente, das palavras de Jesus no último encontro.
Vencendo o medo, foram em direção ao povo e começaram a falar de uma maneira como jamais haviam feito antes, em diversas línguas, atendendo aos ouvintes das diferentes regiões do mundo Mediterrâneo, de Roma a Babilônia, que acorreram para Jerusalém.
Não sabemos exatamente o que falaram, mas como falaram. Pela mediunidade de xenoglossia (falar em língua diferente), a mensagem da ressurreição foi anunciada, principalmente, para os judeus da diáspora, que representavam a maioria da comunidade. De repente, alguns asseclas ligados aos saduceus resolveram perturbar o momento divino, zombando do acontecimento, um fenômeno mediúnico, afirmando que eles haviam bebido vinho doce. Pedro, assumindo a nova condição de pastor, gritou por silêncio e, com o silêncio das manifestações zombeteiras, aproveitou para afirmar que o homem crucificado na Páscoa era o Cristo de Deus e, com Ele, cumpriram-se as promessas das Escrituras. Cerca de três mil ouvintes ficaram impressionados com o que testemunharam e ouviram num começo vigoroso da mensagem cristã. E, desde então, o Cristianismo não parou de ser anunciado e crescer.

Referência: Mt 26:1 a 4, Mc 16:1 a 8, Jo 20:3 a 18, Mt 28:9 a 15, Jo 20:24 a 29, Lc 24:13 a 43, Jo 21:1 a 23, At 1 e 2:1 a 36


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