FREDERICO
G. KREMER
A
VISÃO PANORÂMICA ESPÍRITA DA REDENÇÃO HUMANA
As
fases da redenção humana, isto é, o ajustamento ao domínio de Deus, o
cumprimento das Leis Divinas e a aceitação resignada dos seus desígnios fazem
da criatura uma integrante do Reino de Deus. Esse processo de redenção, que o
Mestre denominou de salvação, é individual e baseado na misericórdia. No caso
de a criatura rejeitar o chamado da salvação, ela incorrerá no juízo. Evidentemente
que, nesse processo, a visão de um Deus de justiça e misericórdia é bastante
importante. Imaginem o juízo com um Deus somente de justiça.
Analisando
o processo da redenção humana apresentado no Evangelho, à luz da Doutrina
Espírita, definiríamos a salvação como a aceitação das verdades espirituais e a
consequente luta de renovação interior.
Chegará
o momento do juízo quando o planeta Terra sairá da condição de provas e
expiações para se tornar um planeta de regeneração. Essa transformação já está
em curso. Aqui permanecerão os Espíritos já sensibilizados pelo bem. O juízo
será uma separação sim, como encontramos nos
Evangelhos,
mas vibracional. O profeta Isaías, quando falou do juízo, afirmou que seria
como na colheita das azeitonas: o Messias chacoalharia a oliveira e as
azeitonas que permanecessem no galho estariam salvas. Ele utilizou essa figura
de imagem há cerca de dois mil setecentos e quarenta anos para simbolizar a
separação vibracional.
A
Doutrina Espírita ainda esclarece que a sentença para aqueles que não se
enquadrarem vibracionalmente não é o castigo eterno, mas sim a transmigração
para outro planeta primitivo, onde prosseguirão na senda evolutiva, como
aconteceu com a própria Terra quando recebeu os Espíritos exilados de um
planeta da Constelação de Capela.
Num
planeta de regeneração, os Espíritos que aqui permanecerem terão como valor a
aceitação da vontade do Pai, que se refletirá nas forças políticas e econômicas
que regulam a sociedade e criará as bases para a implantação futura do Reino de
Deus na Terra, tornando-a um planeta feliz.
Destacamos
que, ao longo do tempo, inúmeros filósofos idealizaram sociedades ou Estados
teóricos onde o bem comum prevalecia sobre o interesse individual. O primeiro
deles foi Platão, que idealizou a sua República.
No
início do século V, Santo Agostinho escreveu a sua Cidade de Deus. Em 1516,
Thomas Morus, o chanceler de Henrique VIII, colocou no papel, durante uma viagem
à França, a sua Utopia, que acabou emprestando o nome para simbolizar as
sociedades ideais. Tomásio Campanela, em 1601, formulou sua Cidade do Sol, e
Francis Bacon, em 1627, a Nova Atlântida, entre outros. A diferença do
Reino de Deus para essas sociedades é a sua construção, que é de dentro para
fora. Nas utopias, o Estado teria papel fundamental, isto é, seria de fora para
dentro. De qualquer maneira, somente a Doutrina Espírita, como vimos, apresenta
o Reino de Deus como uma realidade, e não uma utopia. A reencarnação e a
existência de vida em outros planetas resolvem o enigma que aflige a
humanidade.
Finalizamos,
repetindo que o Reino de Deus é a condição interior do Espírito que consegue
manifestar o cristo interno, que jaz dentro de todos nós. Essa parte divina não
precisa evoluir e se manifesta com o aperfeiçoamento do Espírito. Enfatizamos
mais uma vez que esse aperfeiçoamento é um processo denominado de salvação.
Nessa condição, tornamo-nos deuses, como declarou Jesus. Por essa razão, o
Mestre, que já tinha manifestado a divindade por ser um Espírito perfeito,
afirmou, tal qual fez para o apóstolo Felipe durante a ceia pascal: “Quem me
vê, vê meu Pai”.
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