PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

quarta-feira, dezembro 28, 2016

JESUS DE NAZARÉ - UMA NARRATIVA DA VIDA E DAS PARÁBOLAS

FREDERICO G. KREMER

A VISÃO PANORÂMICA ESPÍRITA DA REDENÇÃO HUMANA


As fases da redenção humana, isto é, o ajustamento ao domínio de Deus, o cumprimento das Leis Divinas e a aceitação resignada dos seus desígnios fazem da criatura uma integrante do Reino de Deus. Esse processo de redenção, que o Mestre denominou de salvação, é individual e baseado na misericórdia. No caso de a criatura rejeitar o chamado da salvação, ela incorrerá no juízo. Evidentemente que, nesse processo, a visão de um Deus de justiça e misericórdia é bastante importante. Imaginem o juízo com um Deus somente de justiça.
Analisando o processo da redenção humana apresentado no Evangelho, à luz da Doutrina Espírita, definiríamos a salvação como a aceitação das verdades espirituais e a consequente luta de renovação interior.
Chegará o momento do juízo quando o planeta Terra sairá da condição de provas e expiações para se tornar um planeta de regeneração. Essa transformação já está em curso. Aqui permanecerão os Espíritos já sensibilizados pelo bem. O juízo será uma separação sim, como encontramos nos
Evangelhos, mas vibracional. O profeta Isaías, quando falou do juízo, afirmou que seria como na colheita das azeitonas: o Messias chacoalharia a oliveira e as azeitonas que permanecessem no galho estariam salvas. Ele utilizou essa figura de imagem há cerca de dois mil setecentos e quarenta anos para simbolizar a separação vibracional.
A Doutrina Espírita ainda esclarece que a sentença para aqueles que não se enquadrarem vibracionalmente não é o castigo eterno, mas sim a transmigração para outro planeta primitivo, onde prosseguirão na senda evolutiva, como aconteceu com a própria Terra quando recebeu os Espíritos exilados de um planeta da Constelação de Capela.
Num planeta de regeneração, os Espíritos que aqui permanecerem terão como valor a aceitação da vontade do Pai, que se refletirá nas forças políticas e econômicas que regulam a sociedade e criará as bases para a implantação futura do Reino de Deus na Terra, tornando-a um planeta feliz.
Destacamos que, ao longo do tempo, inúmeros filósofos idealizaram sociedades ou Estados teóricos onde o bem comum prevalecia sobre o interesse individual. O primeiro deles foi Platão, que idealizou a sua República.
No início do século V, Santo Agostinho escreveu a sua Cidade de Deus. Em 1516, Thomas Morus, o chanceler de Henrique VIII, colocou no papel, durante uma viagem à França, a sua Utopia, que acabou emprestando o nome para simbolizar as sociedades ideais. Tomásio Campanela, em 1601, formulou sua Cidade do Sol, e Francis Bacon, em 1627, a Nova Atlântida, entre outros. A diferença do Reino de Deus para essas sociedades é a sua construção, que é de dentro para fora. Nas utopias, o Estado teria papel fundamental, isto é, seria de fora para dentro. De qualquer maneira, somente a Doutrina Espírita, como vimos, apresenta o Reino de Deus como uma realidade, e não uma utopia. A reencarnação e a existência de vida em outros planetas resolvem o enigma que aflige a humanidade.

Finalizamos, repetindo que o Reino de Deus é a condição interior do Espírito que consegue manifestar o cristo interno, que jaz dentro de todos nós. Essa parte divina não precisa evoluir e se manifesta com o aperfeiçoamento do Espírito. Enfatizamos mais uma vez que esse aperfeiçoamento é um processo denominado de salvação. Nessa condição, tornamo-nos deuses, como declarou Jesus. Por essa razão, o Mestre, que já tinha manifestado a divindade por ser um Espírito perfeito, afirmou, tal qual fez para o apóstolo Felipe durante a ceia pascal: “Quem me vê, vê meu Pai”.

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