A
palavra "rencarnacion", em Francês, foi criada por Allan Kardec na
segunda metade do Século XIX, e traduzida simultaneamente por sábios da época
por "rencarnation", em Inglês, e, para o Português, reencarnação,
cujo significado etimológico em todas essas línguas é "ação de novo na carne", isto é, retorno do espírito a um
novo corpo.
Até então, usava-se geralmente o termo renascimento, entre quase todos os
povos, para designar a idéia do que entendemos hoje por reencarnação. Mas
empregavam-se também outros vocábulos para expressar esse fenômeno da busca de
um novo corpo por parte do espírito desencarnado. E entre esses vocábulos
destacam-se transmigração, metempsicose, metensomatose e ressurreição. A
metempsicose, mais comum entre os Induístas, admite que o espírito possa voltar
reencarnado em um ser biológico de outra espécie que não humana.
Metensomatose, palavra criada por Orígenes e Plotino, e que quer dizer troca de
corpo, pois que, na realidade, a troca é do corpo, e não do espírito. Já a
ressurreição, palavra muito usada na Bíblia, era de sentido ambíguo para os
Judeus, pois eles não sabiam direito se a ressurreição seria do espírito ou do
corpo, embora prevalecesse mais o sentido da ressurreição do espírito, enquanto
que o Cristianismo optou pela ressurreição do corpo, quando dele foi banida a
reencarnação. Assim foi que, no Credo Católico, introduziu-se a expressão
"creio na ressurreição da carne", ao invés de "creio na ressurreição
do espírito", consoante o ensinamento e exegese bíblicos racionais e não
dogmáticos, pois da Bíblia, no seu Novo Testamento, consta claramente que a
ressurreição é do espírito.
Exemplifiquemos
o que estamos dizendo com uma frase de São Paulo: "Há dois corpos, um
natural e outro espiritual, e ressuscita o corpo espiritual" {1 Coríntios
15: 44).
Assim,
quem crê na reencarnação, não nega a ressurreição, como o afirmam,
freqüentemente, alguns anti-reencarnacionistas. Pelo contrário, estes até
acreditam em mais de uma ressurreição, ou seja, a ressurreição do espírito no
mundo espiritual, após a morte do seu corpo, a ressurreição do espírito na sua
nova reencarnação, num novo corpo que nasce, e a ressurreição definitiva do
espírito no mundo espiritual, quando de sua libertação da matéria carnal no
nosso Planeta Terra. Um espírito nessas condições somente volta a reencarnar ou
ressuscitar num novo corpo aqui na Terra, se ele por vontade própria o quiser,
para, por exemplo, cumprir uma missão especial a bem da Humanidade.
E quem criou a frase "creio na ressurreição da carne" foi o reencarnacionista
Santo Atanásio, a qual faz parte do retocado Credo de sua autoria rezado nas
missas, não sendo ela, pois, da Bíblia. Santo Atanásio deveria ter querido
dizer, pois, creio na ressurreição "na
carne", e não "da carne". E poderia também ter querido
expressar o seguinte: Creio na misericórdia de Deus, que fará ressuscitar para
mim uma nova carne, um novo corpo carnal, para que eu possa continuar a minha
evolução espiritual na minha peregrinação terrena.
Jamais
existiu na História da Humanidade uma crença tão poderosa como a Doutrina da
Reencarnação, que alguns pesquisadores modernos preferem chamar de Teoria da
Reencarnação. Ela sempre existiu em todos os Continentes, em todas as épocas e
em todas as religiões. No Ocidente, com o fim da repressão inquisitorial, ela
ressurgiu a todo vapor, após ter sido perseguida pela Igreja durante cerca de
mil anos. E isso se deu com o surgimento do chamado Neo-Espiritualismo, um
movimento de novas idéias espiritualistas independentes, do qual merece
destaque o surgimento do Espiritismo e da Sociedade Teosófica, bem como o
renascimento da Maçonaria e dos templários, fatos estes todos acontecidos no
Século XIX, o "Século das Luzes". .
E foram esses movimentos filosófico-religiosos que fizeram frente ao
materialismo representado pelo Positivismo, o Darwinismo e o Marxismo, entre
outros, pois a Igreja, com a sua Filosofia e Teologia, via-se impotente para
tal. Aliás, os ensinamentos dogmáticos
dela estavam mais criando ateus do que adeptos para ela, como,
freqüentemente, acontece até hoje.
E
a Igreja procurou reorganizar-se. Mas não pôde conter as novas idéias racionais
que passaram a conquistar os meios católicos, merecendo destaque entre elas a
da Reencarnação, que, em algumas partes do Ocidente, principalmente no Brasil,
chega a ter a adesão de cerca de 70% dos católicos. No Oriente, como se sabe,
essa cifra alcança praticamente 100% da população.
E,
na atualidade, a Teoria da Reencarnação vem tendo o respaldo de renomados
cientistas de vários segmentos da Ciência, como da Psiquiatria, Neurologia,
Psicologia, Genética e Física Quântica.
A "Word Christian Enciclopédia" da Igreja Anglicana da Inglaterra,
editada pela Universidade de Oxford (Time-Life nº l8), diz o seguinte:
"500 pesquisadores e 121 consultores, depois de visitarem 212 países,
concluíram em 100 relatórios que, no ano de 2000, a população da Terra
alcançaria 6.260.000.000 de habitantes, e que 2/3 dessa população, isto é,
cerca de 4.000.000.000 de pessoas, seriam reencarnacionistas". Esses dados
são contundentes, e, por si sós, bastam para nos mostrarem, com uma clareza
meridiana, o caráter da universalidade
da Teoria da Reencarnação. Só não vê quem não quer ver! E esse é o pior
cego, segundo o Mestre da Galiléia.
José Reis Chaves.
Telefax: (31) 3373 - 6870 José Reis Chaves (Belo Horizonte, MG), escritor, palestrante,
parapsicólogo, radialista, ex-seminarista Redentorista, autor dos livros:
"A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência" (adotado para trabalho
pela PUC-RS e pelo Curso de Pós-Graduação em Terapia de Vida Passada, da
Associação Nacional de TVP, em Campinas, SP), "A Face Oculta das Religiões"
(adotado pela USP) e "Quando
Chega a Verdade", Editora Martin Claret, São Paulo, SP.
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