WWW.CEAK.COM.BR POR JORGE LUIZ AMARAL TELES
Pela visão espírita,
todos somos adotados.
Porque o único Pai
legítimo é Deus.
Os pais da Terra não
SÃO nossos pais, eles ESTÃO nossos pais.
Porque a cada
encarnação, mudamos de pais consanguíneos, mas em todas elas Deus é sempre o
mesmo Pai.
Mas, para entendermos
melhor a existência desta experiência na vida de muitos pais, é necessário
analisá-lo sob a óptica espírita, sob a luz da reencarnação.
A formação de um lar é
um planejamento que se desenvolve no Mundo Espiritual. Sabemos que nada ocorre
por acaso. Assim como filhos biológicos, nossos filhos adotivos também são
companheiros de vidas passadas.
E nossa vida de hoje é
resultado do que angariamos para nós mesmos, no passado. Surge, então, a
indagação: “se são velhos conhecidos e deverão se encontrar no mesmo
lar, por que já não nasceram como filhos naturais?”
Na literatura espírita
encontramos vários casos de filhos que, em função do orgulho, do egoísmo e da
vaidade, se tornaram tiranos de seus pais, escravizando-os aos seus caprichos e
pagando com ingratidão e dor a ternura e zelo paternos.
De retorno à Pátria
Espiritual (ao desencarnarem), ao despertarem-lhes a consciência e entenderem a
gravidade de suas faltas, passam a trabalhar para recuperarem o tempo perdido e
se reconciliarem com aqueles a quem lesaram afetivamente.
Assim, reencontram
aqueles mesmos pais a quem não valorizaram, para devolver-lhes a afeição
machucada, resgatando o carinho, o amor e a ternura de ontem. Porque a lei é a
de Causa e Efeito.
Não aproveitada a
convivência com pais amorosos e desvelados, é da Lei Divina que retomem o
contato com eles como filhos de outros pais chegando-lhes aos braços pelas vias
de adoção.
Aos pais cabe o
trabalho de orientar estes filhos e conduzi-los ao caminho do bem, independente
de serem filhos consanguíneos ou não.
A responsabilidade de
pais permanece a mesma. Recebendo eles no lar a abençoada experiência da
adoção, Deus sinaliza aos cônjuges estar confiando em sua capacidade de amar e
ensinar, perdoar e auxiliar aos companheiros que retornam para hoje valorizarem
o desvelo e atenção que ontem não souberam fazer.
Trazem no coração
desequilíbrios de outros tempos ou arrependimento doloroso para a solução dos
quais pedem, ao reencarnarem, a ajuda daqueles que os acolhem, não como filhos
do corpo, mas sim filhos do coração. Allan Kardec elucida: “Não são os
da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da
simpatia e da comunhão de ideias”.
DEVEMOS ESCONDER QUE ELES SÃO
ADOTIVOS?
Um dos maiores erros
que alguns pais adotivos cometem é o de esconder a verdade aos seus filhos. É
importante, desde cedo, não esconder a verdade.
Ás vezes, fazem por
amor, já que os consideram totalmente como filhos; outros o fazem por medo de
perder a afeição e o carinho deles. Quando os filhos adotivos crescem,
aprendendo no lar valores morais elevados, sentem-se mais amados por entenderem
que o são, não por terem nascido de seus pais, mas sim frutos de afeição
sincera e real, e passam a entender que são filhos queridos do coração.
Revelar-lhes a verdade
somente na idade adulta é destruir-lhes todas as alegrias vividas, é
alterar-lhes a condição de filhos queridos em órfãos asilados à guisa de pena e
compaixão.
Não devemos
traumatizá-los, livrando-os do risco de perderem a oportunidade de aprendizado
no hoje. André Luiz esclarece-nos quanto a este perigo: “Filhos
adotivos, quando crescem ignorando a verdade, costumam trazer enormes complicações,
principalmente quando ouvem esclarecimentos de outras pessoas”.
Identicamente ao que
ocorre em relação aos nossos filhos biológicos, buscar o diálogo franco e
sincero, com base no respeito mútuo, sob a luz da orientação cristã de conduta.
Pais que conversam com os filhos fortalecem os laços afetivos, tornando a
questão da adoção coisa secundária. Recebendo em nossa jornada terrena a
oportunidade de ter em nosso lar um filho adotivo, guardemos no coração a
certeza de que Jesus está nos confiando a responsabilidade sagrada de superar o
próprio orgulho e vaidade, amando verdadeiramente e desinteressadamente a
criatura de Deus confiada em trabalho de educação e amparo.
E, ajudando-o a
superar suas próprias mazelas, amanhã poderá retornar ao seio daqueles que o
amam na posição de filho legítimo.
É CERTO A ADOÇÃO POR
CASAIS HOMOSSEXUAIS?
Raul Teixeira
responde: “O amor não tem sexo. Como é que podemos imaginar que o
melhor para uma criança é ser criada na rua, ao relento, submetida a todo tipo
de execração, a ser criada nutrida, abençoada por um lar de casal homossexual?
Muita gente assevera que a criança corre riscos. Mas como?
Nós estamos
acompanhando as crianças correndo riscos nas casas de seus pais heterossexuais
todos os dias.
Outros afirmam que a
criança criada por homossexuais poderá adotar a mesma postura, a mesma
orientação sexual. O que também é falso. A massa de homossexuais do mundo advêm
de lares heterossexuais. Então, teremos de concluir que são os casais
heterossexuais que formam os homossexuais. Logo, não devemos entrar nessa
discussão que é tola e preconceituosa. Aquele que tem amor para dar que dê.”
Amemos nossos filhos,
sem cogitar se nos vieram aos braços pela descendência física ou não, como
encargo abençoado com que o Céu nos presenteia. Encerremos com Emmanuel:
“Recorda que, em última instância, seja qual seja a nossa posição nas equipes
familiares da Terra, somos, acima de tudo, filhos de Deus”.
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