A
ERA DO ESPÍRITO
Amílcar
Del Chiaro Filho
São muitos os que dizem
que vivemos uma época de devassidão, corrupção e maldade, onde imperam os
interesses vis, a imoralidade e o desprezo pelos valores verdadeiros da vida.
Dizem que os homens preocupam-se em ter,
em possuir, esquecidos do ser. Estariam certos os que assim pensam?
Acreditamos que estão
parcialmente certos, mas acreditamos, sobretudo, que vivemos um instante de
ouro na evolução humana. Por quê? Pelas conquistas da Humanidade que se fazem
de forma fácil e rápida. O computador, e os meios de transportes facilitam
enormemente a vida. A medicina vence as doenças e as previne por meio de vacinas. A produção e o consumo ainda não encontraram
estabilidade, por que o egoísmo ainda faz com que o dinheiro seja o fator
predominante. Alimenta-se bem quem pode comprar.
A evolução humana,
acelerada através da revolução industrial, deixou a Humanidade perplexa, ao
cortar as peias que a prendiam ao pensamento religioso, obscurantista,
opressor. Livre do medo de contrariar os dogmas religiosos, o homem não tinha
escolha, entrando pelos áridos caminhos da descrença, do ateísmo, do
materialismo. As universidades se multiplicavam, e com elas multiplicava-se a
descrença. Como aceitar um Deus faccioso, que distribui tão desigualmente o bem
e os males entre os pobres seres humanos?
Entre Deus e a
Humanidade, formou-se um abismo, mas o homem traz dentro de si uma necessidade
inata de crer num ente superior que lhe deu a vida e o sustenta com o seu amor.
Não é uma crendice, é como a marca do obreiro na sua obra.
Deus, no plano evolutivo
destinado à Humanidade, determinou a vinda do Consolador, como outrora havia
mandado um grande avatar, Jesus de Nazaré.
Meados do século XIX, os
espíritos invadem a Terra, e os fenômenos mediúnicos se multiplicam por toda
parte. Charles Rosma, um caixeiro viajante assassinado numa obscura aldeia
americana, grita ao mundo por justiça. As mesas girantes e falantes tomam conta
da América e da Europa, mas era apenas o início de uma nova era, a era do
espírito.
Vencida a primeira fase,
surgiu a filosófica, onde os espíritos vieram ensinar a verdade e o amor, solucionar
os enigmas do pensamento humano e conduzir a Humanidade para seu mais alto
destino.
Os progressos alcançados
pelo Espiritismo foram tão grandes e tão rápidos que Allan Kardec previu que em
50 anos ele tomaria conta do mundo. Isto não aconteceu conforme as letras das
palavras, mas hoje as ideias espíritas permeiam as relações humanas. Fala-se em
imortalidade, reencarnação, comunicação de espíritos, mundos habitáveis com a
mesma naturalidade com que se fala do tempo ou da moda.
“Espíritas! O futuro vos
pertence”, disseram a Kardec numa comunicação. E o futuro é agora. Este é o
momento de ouro em que o Espiritismo poderá ser o grande condutor da
Humanidade. Mas para que isso aconteça precisamos libertar-nos do igrejismo, do
ranço das religiões envelhecidas, para viver os ensinamentos libertadores.
Gandhi, a grande alma da
Índia, sentenciou: o amor de um só homem, anula o ódio de milhões. É por isso que acreditamos na Humanidade. É
por isso que acreditamos que vivemos numa época de ouro. Sim, existe ódio,
maldade, corrupção, doenças, mas existe também o amor. Cada alma conquistada
pelo amor passa a ser um guerreiro. Suas armas: duas espadas! Aquelas mesmas
que Jesus de Nazaré disse a Pedro durante a ceia pascal: duas espadas bastam.
Seria loucura desencadear uma guerra contra qualquer milícia com duas espadas.
E essa guerra é contra todas as hostes infernais do obscurantismo e do desamor,
mas essas são espadas mais poderosas que o raio laser, pois elas são a VERDADE
e o AMOR.
Nenhum comentário:
Postar um comentário