PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

sexta-feira, fevereiro 20, 2015

                                           A  ERA  DO  ESPÍRITO
                                                         
                                                             Amílcar Del Chiaro Filho

     São muitos os que dizem que vivemos uma época de devassidão, corrupção e maldade, onde imperam os interesses vis, a imoralidade e o desprezo pelos valores verdadeiros da vida. Dizem que os homens preocupam-se  em ter, em possuir, esquecidos do ser. Estariam certos os que assim pensam?
     Acreditamos que estão parcialmente certos, mas acreditamos, sobretudo, que vivemos um instante de ouro na evolução humana. Por quê? Pelas conquistas da Humanidade que se fazem de forma fácil e rápida. O computador, e os meios de transportes facilitam enormemente a vida. A medicina vence as doenças e as previne  por meio de vacinas.  A produção e o consumo ainda não encontraram estabilidade, por que o egoísmo ainda faz com que o dinheiro seja o fator predominante. Alimenta-se bem quem pode comprar.
     A evolução humana, acelerada através da revolução industrial, deixou a Humanidade perplexa, ao cortar as peias que a prendiam ao pensamento religioso, obscurantista, opressor. Livre do medo de contrariar os dogmas religiosos, o homem não tinha escolha, entrando pelos áridos caminhos da descrença, do ateísmo, do materialismo. As universidades se multiplicavam, e com elas multiplicava-se a descrença. Como aceitar um Deus faccioso, que distribui tão desigualmente o bem e os males entre os pobres seres humanos?
     Entre Deus e a Humanidade, formou-se um abismo, mas o homem traz dentro de si uma necessidade inata de crer num ente superior que lhe deu a vida e o sustenta com o seu amor. Não é uma crendice, é como a marca do obreiro na sua obra.
     Deus, no plano evolutivo destinado à Humanidade, determinou a vinda do Consolador, como outrora havia mandado um grande avatar, Jesus de Nazaré.
     Meados do século XIX, os espíritos invadem a Terra, e os fenômenos mediúnicos se multiplicam por toda parte. Charles Rosma, um caixeiro viajante assassinado numa obscura aldeia americana, grita ao mundo por justiça. As mesas girantes e falantes tomam conta da América e da Europa, mas era apenas o início de uma nova era, a era do espírito.
     Vencida a primeira fase, surgiu a filosófica, onde os espíritos vieram ensinar a verdade e o amor, solucionar os enigmas do pensamento humano e conduzir a Humanidade para seu mais alto destino.
     Os progressos alcançados pelo Espiritismo foram tão grandes e tão rápidos que Allan Kardec previu que em 50 anos ele tomaria conta do mundo. Isto não aconteceu conforme as letras das palavras, mas hoje as ideias espíritas permeiam as relações humanas. Fala-se em imortalidade, reencarnação, comunicação de espíritos, mundos habitáveis com a mesma naturalidade com que se fala do tempo ou da moda.
     “Espíritas! O futuro vos pertence”, disseram a Kardec numa comunicação. E o futuro é agora. Este é o momento de ouro em que o Espiritismo poderá ser o grande condutor da Humanidade. Mas para que isso aconteça precisamos libertar-nos do igrejismo, do ranço das religiões envelhecidas, para viver os ensinamentos libertadores.

     Gandhi, a grande alma da Índia, sentenciou: o amor de um só homem, anula o ódio de milhões.  É por isso que acreditamos na Humanidade. É por isso que acreditamos que vivemos numa época de ouro. Sim, existe ódio, maldade, corrupção, doenças, mas existe também o amor. Cada alma conquistada pelo amor passa a ser um guerreiro. Suas armas: duas espadas! Aquelas mesmas que Jesus de Nazaré disse a Pedro durante a ceia pascal: duas espadas bastam. Seria loucura desencadear uma guerra contra qualquer milícia com duas espadas. E essa guerra é contra todas as hostes infernais do obscurantismo e do desamor, mas essas são espadas mais poderosas que o raio laser, pois elas são a VERDADE e o AMOR.

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