PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

quinta-feira, maio 15, 2014

AMANHÃ É SEMPRE O TALVEZ


MEDICINA DA ALMA
Marlene Nobre

Compartilho com vocês uma mensagem de André Luiz que tive oportunidade de receber psicograficamente na nossa casa de orações – O grupo espírita Cairbar Schutel, na capital paulista. Foi na reunião de 10 de dezembro de 2002.

André Luiz diz o seguinte: “Não percas tempo questionando a vida, porque pode dar-se que a vida venha a questionar-te, interrompendo a tua própria permanência na crosta terrestre.
Tudo é transitório, à exceção do Bem. Por isso, não indagues tanto e coloca as tuas mãos na charrua, lavrando o terreno que te foi dado como empréstimo.
O terreno é o teu tempo de luta na existência diária. É o teu local de trabalho, o teu lar, o templo que frequentas.
Não duvides tanto da Bondade Divina, coloca-te em sintonia com Ela, espalhando a caridade e a compreensão onde estejas.
Não questiones tanto a justiça falha dos homens, aprende a ser justo, por tua vez, fazendo a tua parte.
Não alegues falta de preparo; se já és senhor dos próprios atos podes fazer valer o teu livre -arbítrio em favor de tarefas que aliviem os sofredores.
Não invoques o medo para deixar de trabalhar no campo espiritual, porque, hoje, qualquer adolescente já é suficientemente informado acerca da vida no além.
Enfim, não te enganes pensando que tens todo o tempo do mundo, porque tempo é tesouro abençoado distribuído pelo Criador na esperança de que cada criatura faça uso dele com disciplina e ponderação.
Hoje é o teu momento de ajudar. Amanhã é sempre um talvez...
Abre, com esse talento, as portas da tua verdadeira libertação”.
Essa mensagem relembra-nos quanto é precário o tempo de vida na Terra.
Questionamos tanto a vida e de repente é a vida que nos questiona, interrompendo a nossa existência física de forma inesperada. Ou mesmo quando não nos ceifa de vez o corpo físico, sofremos mudança radical.
Surge a doença grave, desastre moral e financeiro, a tal reviravolta de projetos e atividades.
Percebemos então quanto é transitória a nossa passagem pela Terra. Mas, se somos alertados para isso, devemos concentrar nossos interesses em alqo que não é passageiros. E o benfeitor frisa com justa razão que somente o Bem é eterno. Dentro da precariedade da vida na Terra, sem dúvida a decepção será menor se procurarmos exemplificar o bem no lar, no ambiente de trabalho, junto aos seres que convivem conosco.
Blaise Pascal, em importante mensagem de O Evangelho Segundo o Espiritismo, diz-nos que a nossa verdeira propriedade consiste nas virtudes que adquirimos ao longo da existência porque somente elas são conquistas definitivas, sendo nossa herança onde quer que estejamos.
Temos o hábito de esperar benesses em nossa existência, queremos ser enquadrados na justiça perfeita, esquecidos de que somente recebemos o que veiculamos por nossos atos e palavras.
Há também a influencia dos atos de existências passadas em nossa vida presente, por isso somos defrontados por acontecimentos inesperados que mudam completamente o rumo de nossa existência física de uma hora para outra.
André Luiz nos diz nessa mensagem: Amanhã é sempre o talvez...
Sobre esse assunto nós nos lembramos do grande pianista e compositor polonês Frederic Chopin. Ele foi entrevistado por Allan Kardec, na mesma sessão mediúnica a que compareceu outro gênio da música, Mozart. A Revista Espírita de maio de 1859 publicou na íntegra esse memorável encontro, ressaltando a tristeza de Chopin por não ter realizado bem a missão que trouxera ao mundo.
Diante de uma curta, porém tão produtiva existencia, causa-nos certo espanto ler as palavras dele na entrevista a Allan Kardec, dez anos após sua morte. Ele afirma: “... Com minha inteligencia, eu poderia ter abvançadio mais do que avancei.”
Na continuação, ele comenta as palavras do músico Mozart, que estava presente na mesma reunião mediúnica e havia dito que Chopin era um espírito sombrio e triste: “Mozart tem razão”. Confirmou Chopin. “Entristeço-me porque tinha empreendido uma prova que não realizei bem e não tenho coragem de recomeça-la.”
Chopin provavelmente teve razões pessoais para assim avaliar o aproveitamento de sua existência. Mas reconhecemos no gênio da música uma situação comum a todos nós, relatada em livros psicografados por Chico Xavier ou em inúmeros avisos trazidos por Espíritos Superiores, tanto no Evangelho como em O Livro dos Espíritos.
Após a desencarnação, descobrimos que não fizemos tudo o que podíamos, não realizamos tudo o que havíamos prometido, não aproveitamos tudo o que devíamos aproveitar, nos afastamos de pessoas que devíamos abraçar. Deixamos passar oportunidades de serviço que seriam os verdadeiros caminhos de renovação para nós mesmos. Por medo, ausência de fé ou mesmo pelo irresistível apelo dos prazeres materiais, abandonamos as melhores opções de vida, por nós escolhidas antes da encarnação.
Neste início de ano, reflitamos sobre o valor do tempo, lembrando que é aqui mesmo, na Terra, o nosso lugar de servir e aprender, ajudar e amar. (Folha Espírita. Fevereiro de 2014).

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