MEDICINA
DA ALMA
Marlene
Nobre
Compartilho
com vocês uma mensagem de André Luiz que tive oportunidade de
receber psicograficamente na nossa casa de orações – O grupo
espírita Cairbar Schutel, na capital paulista. Foi na reunião de 10
de dezembro de 2002.
André
Luiz diz o seguinte: “Não percas tempo questionando a vida,
porque pode dar-se que a vida venha a questionar-te, interrompendo a
tua própria permanência na crosta terrestre.
Tudo é
transitório, à exceção do Bem. Por isso, não indagues tanto e
coloca as tuas mãos na charrua, lavrando o terreno que te foi dado
como empréstimo.
O
terreno é o teu tempo de luta na existência diária. É o teu local
de trabalho, o teu lar, o templo que frequentas.
Não
duvides tanto da Bondade Divina, coloca-te em sintonia com Ela,
espalhando a caridade e a compreensão onde estejas.
Não
questiones tanto a justiça falha dos homens, aprende a ser justo,
por tua vez, fazendo a tua parte.
Não
alegues falta de preparo; se já és senhor dos próprios atos podes
fazer valer o teu livre -arbítrio em favor de tarefas que aliviem os
sofredores.
Não
invoques o medo para deixar de trabalhar no campo espiritual, porque,
hoje, qualquer adolescente já é suficientemente informado acerca da
vida no além.
Enfim,
não te enganes pensando que tens todo o tempo do mundo, porque tempo
é tesouro abençoado distribuído pelo Criador na esperança de que
cada criatura faça uso dele com disciplina e ponderação.
Hoje é
o teu momento de ajudar. Amanhã é sempre um talvez...
Abre,
com esse talento, as portas da tua verdadeira libertação”.
Essa
mensagem relembra-nos quanto é precário o tempo de vida na Terra.
Questionamos
tanto a vida e de repente é a vida que nos questiona, interrompendo
a nossa existência física de forma inesperada. Ou mesmo quando não
nos ceifa de vez o corpo físico, sofremos mudança radical.
Surge a
doença grave, desastre moral e financeiro, a tal reviravolta de
projetos e atividades.
Percebemos
então quanto é transitória a nossa passagem pela Terra. Mas, se
somos alertados para isso, devemos concentrar nossos interesses em
alqo que não é passageiros. E o benfeitor frisa com justa razão
que somente o Bem é eterno. Dentro da precariedade da vida na Terra,
sem dúvida a decepção será menor se procurarmos exemplificar o
bem no lar, no ambiente de trabalho, junto aos seres que convivem
conosco.
Blaise
Pascal, em importante mensagem de O Evangelho Segundo o Espiritismo,
diz-nos que a nossa verdeira propriedade consiste nas virtudes que
adquirimos ao longo da existência porque somente elas são conquistas
definitivas, sendo nossa herança onde quer que estejamos.
Temos o
hábito de esperar benesses em nossa existência, queremos ser
enquadrados na justiça perfeita, esquecidos de que somente recebemos
o que veiculamos por nossos atos e palavras.
Há
também a influencia dos atos de existências passadas em nossa vida
presente, por isso somos defrontados por acontecimentos inesperados
que mudam completamente o rumo de nossa existência física de uma
hora para outra.
André
Luiz nos diz nessa mensagem: Amanhã é sempre o talvez...
Sobre
esse assunto nós nos lembramos do grande pianista e compositor
polonês Frederic Chopin. Ele foi entrevistado por Allan Kardec, na
mesma sessão mediúnica a que compareceu outro gênio da música,
Mozart. A Revista Espírita
de maio de 1859 publicou na íntegra esse memorável encontro,
ressaltando a tristeza de Chopin por não ter realizado bem a missão
que trouxera ao mundo.
Diante
de uma curta, porém tão produtiva existencia, causa-nos certo
espanto ler as palavras dele na entrevista a Allan Kardec, dez anos
após sua morte. Ele afirma: “...
Com minha inteligencia, eu poderia ter abvançadio mais do
que avancei.”
Na
continuação, ele comenta as palavras do músico Mozart, que estava
presente na mesma reunião mediúnica e havia dito que Chopin era um
espírito sombrio e triste: “Mozart tem razão”.
Confirmou Chopin. “Entristeço-me porque tinha
empreendido uma prova que não realizei bem e não tenho coragem de recomeça-la.”
Chopin
provavelmente teve razões pessoais para assim avaliar o
aproveitamento de sua existência. Mas reconhecemos no gênio da
música uma situação comum a todos nós, relatada em livros
psicografados por Chico Xavier ou em inúmeros avisos trazidos por
Espíritos Superiores, tanto no Evangelho
como em O Livro dos Espíritos.
Após
a desencarnação, descobrimos que não fizemos tudo o que podíamos,
não realizamos tudo o que havíamos prometido, não aproveitamos
tudo o que devíamos aproveitar, nos afastamos de pessoas que devíamos
abraçar. Deixamos passar oportunidades de serviço que seriam os
verdadeiros caminhos de renovação para nós mesmos. Por medo,
ausência de fé ou mesmo pelo irresistível apelo dos prazeres
materiais, abandonamos as melhores opções de vida, por nós
escolhidas antes da encarnação.
Neste
início de ano, reflitamos sobre o valor do tempo, lembrando que é
aqui mesmo, na Terra, o nosso lugar de servir e aprender, ajudar e
amar. (Folha Espírita. Fevereiro de 2014).

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