PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

quarta-feira, fevereiro 26, 2014

SOBRE O PERISPÍRITO OU CORPO SUTIL; OPINIÃO DOS PADRES DA IGREJA

(Obra: Cristianismo e Espritismo, Léon Denis. Ed FEB, Nota nº9)

“Às citações contidas em nosso estudo sobre a ressurreição dos mortos (cap.VII) acrescentaremos as opiniões de alguns padres da Igreja.

Tertuliano declara que a corporeidade da alma é afirmada pelos evangelhos: “Corporitalistas animae in ipso Evangelico relucescit”, porque - acrescenta ele – se a alma não tivesse um corpo, “a imagem da alma não teria imagem dos corpos”. (Tratado De anima, cpas. VII, VIII e IX, edição de 1657, pag. 8).

S. Basílio fala do corpo espiritual, como Tertuliano o havia feito. Em seu tratado do Espírito Santo assegura ele que os anjos se tornam visíveis pelas espécies de seu próprio corpo, aparecendo aos que são dignos disso. (S. Basílio, Liber de Spiritu Sancto, capítulo XVI, edição benedict. De 1730, t III, pag. 32).
Essa doutrina era tambem a de S. Gregóprio, de S. Cirilo de Alexandria e de Santo Ambrósio. Assim se exprime este último: “Não se suponha que ser algum seja isento de matéria em sua composição, excetuada ùnicamente a substancia da adorável Trindade' (Abraham, liv. II, §58, ed. Benedict. De 1686, t I, col. 338).

S. Cirilo de Jerusalem escreve:
O nome 'espírito' é um nome genérico e comum; tudo o que não possui um corpo pesado e denso é de um modo geral denominado espírito” (Catechesis, XVI, ed. Benedic. De 1720, ps.251, 252).
Em outras passagens atribui S. Cirilo, quer aos anjos, quer aos demonios, quer às almas dos mortos, corpos mais sutis que o corpo terestre: Cat. XII, §14; Cat. XVIII, §19.” ( Obra citada, pg. 252. Nota do beneditido Dom A. Toutée).

Evódio. Bispo de Uzala, escreve em 414 a Santo Agostinho, inquirindo-o a cerca da natureza e causa de aparições de que lhe dá muitos exemplos, e para lhe perguntar se depois da morte:
“Quando a alma abandonou este corpo grosseiro e terrestre, não peermanece a substancia incorpórea unida a algum outro corpo, não composto dos quatro elementos como este, porem, mais sutil, e que participa da natureza do ar ou do éter?”
E assim termina a sua carta:
Acredito, portanto, que a alma não poderia existir sem corpo algum”. (Obra de Santo Agostinho, edição bnedict.de 1679, t.II carta158, col.560 e seguintes).
Ver tambem a carta de Santo Agostinho a Nebrido, escrita em 390, em que o bispo de Hipona assim se exprime:
Necessário é te recordares de que agitámos muitas vezes, em discussões que nos punham excitados e sem fôlego, essa questão de saber se a alma não tem por morada alguma espécie de corpo, ou alguma coisa análoga a um corpo, que certas pessoas, como sabes, denominam o seu 'veículo' . (Santo Agostinho, op. Cit., t.II, carta 14, cols.16 e 17).

Diz S. Bernardo:
Atribuiremos, pois, com toda a segurança ùnicamente a Deus a verdadeira incorporiedade, assim como a verdadeira imortalidade; porque, único entre os espíritos, ultrapassa toda a natureza corporal o suficiente para não ter necessidade do concurso de corpo algum para qualquer trabalho, pois que só a sua vontade espiritual, quando a exerce, tudo lhe permite fazer.” (Sermão VI in Cantica, ed. Mabillon, t. I, col. 1277).

Finalmente, S. João de Tessalonica resume nestes termos a questão, em sua declaração ao segundo concílio de Niceia (787), o qual adotou as suas opiniões:
Sobre os anjos, os arcanjos e as potencias, - acrescentarei tambem – sobre as almas, a Igreja decide que esses seres são na verdade espirituais, mas não completamente privados de corpo, ao contrário, dotados de um corpo 'tênue, aéreo ou ígneo'. Sabemos que assim têm entendido muitos santos padres, entre os quais Basílio, cognominado o grande, o bem-aventurado Atanásio e Metódio e os que ao lado deles são colocados. Não há senão Deus, uinicamente, que seja incorpório e sem forma. Quanto às criaturas espirituais, não são de modo algum incorpóreas”. (História Universal da Igreja Católica, pelo abade Rohrbacher, doutor em Teologia, tomo, XI, pgs. 209, 210).

Um concilio, realizado no Delfinado, na cidade de Viena, em 3 de abril de 1312, sob Clemente V, declarou heráticos os que não admitissem a materialidade da alma (O Espiritualismo na Historia, de Rossi de Giustiniani).

Acreditamos dever lembrar essas opiniões, porque constituem outras tantas afirmações em favor da existencia do perispírito. Este não é realmente outra coisa senão esse corpo sutil, involucro inseparável da alma, indestrutivel, quanto ela, entrevisto pelas autoridades eclesiasticas de todos os tempos.
Essas afirmações são complertadas pelos testemunhos da ciencia atual. As sucessivas pesquisas da Sociedade de investigações Psíquicas de Londres, evidenciaram mil e seiscentos casos de aparições de 'fantasmas' de vivos e de mortos. A existencia do perispírito é , alem disso demonstrada por inumeras moldagens de mãos e de rostos fluidicos materializados, pelos fenômenos de exteriorizações e desdobramentos de vivos, pela visão dos médiuns e sonambulos, por fotografias de falecidos, numa palavra, por um imponente conjunto de fatos devidamente comprovados. (Ver A. De Rochas, Exteriorização da sensibilidade e Exteriorização da motricidade; Gabriel Delanne, Aparições e materializações dos vivos e dos mortos; H. Durville, O fantasma dos vivos.

Certos escritores catolicos confundem voluntariamente a ação do 'perispírito' e suas manifestações depois da separação do corpo humano com a ideia da 'ressurreição da carne'. …............................................................................................................................................................

A ressurreirção da carne é um fato espírita, que só o Espiritsmo torna compreensivel. Para o explicar, são os católicos obrigados a recorrer ao milagre, isto é à violação, por Deus, das suas leis naturais por Ele próprio estatuidas.
Como sem a existencia do perispírito, sem a dupla corporeidade do homem, poder-se-iam explicar os numerosos casos de bilocação ralatados nos anais do Catolicismo?

Afonso de Liguori foi canonizado por se haver mostrado simultaneamente em dois lugares diferentes.

Santo Antonio defende seu pai de uma acusação de assassínio perante o tribunal de Pádua, e denuncia o verdadeiro culpado, no momento mesmo em que pregava na Espanha, em presença de grande número de fieis.

S. Francisco Xavier se mostra várias vezes à mesma hora em lugares muito distantes entre si.

É possível deixar de ver nesses fatos casos de desdobramento do ser humano, e a ação, a distancia, do seu invólucro fluídico?

O mesmo sucede com os numerosos casos de aparições de mortos, mencionados nas Escrituras. Eles não são explicávies senão pela existencia de uma forma semelhante a outra que naTerra o Espírito possuia, mais sutil, porem, e mais tenue, e que sobrevive à destriução do corpo carnal. Sem perispírito, sem forma, como poderiam os Espíritos fazer-se reconhecer pelos homens? Como se poderiam eles, no espaço, entre si reconhecer?"




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