PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

segunda-feira, fevereiro 10, 2014

A CONCENTRAÇÃO NAS REUNIÕES MEDIÚNICAS

A CONCENTRAÇÃO NAS REUNIÕES MEDIÚNICAS
INTRODUÇÃO

            Uma das dificuldades dos integrantes das reuniões mediúnicas diz respeito à concentração.
            A capacidade de controlar, direcionar e manter o pensamento dentro das finalidades da reunião é, para a maioria, um esforço muito grande que nem sempre dá bons resultados. Não raro os pensamentos se dispersam, fixam-se em fatos do dia-a-dia e acabam por tornar alguns sonolentos, enquanto outros estão distraídos e longe dos objetivos propostos para um trabalho sério. Alguns poucos, então, conseguem uma boa concentração e estes sustentarão os trabalhos programados, porém, como é óbvio sem alcançar melhor produtividade devido aos bloqueios vibratórios existentes no ambiente.
            A nossa cultura ocidental não dá ênfase à necessidade do controle mental, pois é fundamentada em uma mentalidade racional, extremamente prática, extrovertida e imediatista valorizando a horizontalidade da vida terrestre, exatamente oposta ao Oriente, cuja mentalidade se estrutura de forma intuitiva, mística e introvertida e que realça a essência espiritual do ser humano incentivando a busca da verticalidade.
            Nos últimos tempos tem-se notado um sensível aumento no interesse por algumas práticas orientais, ressaltando-se a meditação, cujos benefícios estão sendo procurados pelos ocidentais, que despertaram para  necessidade de uma busca interior, ou seja, o autoconhecimento.
            A concentração que é praticada nas reuniões mediúnicas, evidentemente, tem conotações próprias e não deve ser tomada aqui como as realizadas nas práticas orientais, embora os aspectos semelhantes nas suas bases, quais seja a disciplina mental, o controle e equilíbrio dos pensamentos. Exatamente por terem estes mesmos fundamentos é que citaremos algumas definições de autores do Oriente, visto que a sabedoria oriental é multimilenar e pode beneficiar-nos sobremaneira através desses pontos comuns.
            Concentração – Conceito: Concentrar, segundo o dicionário Aurélio, significa “fazer convergir para um centro ou para um mesmo ponto. Aplicar a atenção a algum assunto”.
            Um autor oriental, Moune Sadhu, esclarece que o poder de concentração consiste na “habilidade para manter inabalavelmente sua percepção sobre um tema escolhido pelo tempo que você decidir continuar com ele.” ( Do livro “Meditação”).
            É exatamente essa capacidade de concentrar nos objetivos da reunião mediúnica que irá favorecer a realização dos trabalhos.
            Léon Denis, em sua magistral obra “No Invisível”, alerta:
“Conforme o seu estado psíquico, os assistentes favorecem ou embaraçam  a ação dos Espíritos. (...).” ( cap X).

  DIFICULDADE DE CONCENTRAÇÃO
            Deixamos a palavra com Léon Denis, que assinala o motivo principal da dificuldade de concentrar:

“Na maior parte dos homens os pensamentos flutuam   sem  cessar.  Sua mobilidade constante e sua variedade infinita pequeno   acesso oferece ás influências superiores. É preciso saber concentrar-se, pôr o pensamento acorde com o pensamento divino. (...)” (“O Problema  do Ser, do  Destino e da Dor”, cap XX).

            A reunião mediúnica apresenta ainda outras conotações que são peculiares ao tipo de atividade que ai se desenvolve. Assim, a dificuldade de concentrar-se nos objetivos elevados que o exercício da mediunidade requer é resultado da pouca prática que a maioria das pessoas têm de fixarem seus pensamentos em assuntos edificantes, em ideais e idéias nobres durante o seu dia-a-dia. Estão com a mente sempre ocupada pelos problemas e questões do cotidiano, por coisas supérfluas e interesses imediatistas, pelo noticiário e programa da TV, por literatura e musicas de teor inferior, por conversações extremamente banais e irresponsáveis e não conseguem esvaziá-la desses assuntos para dar campo às influencias benéficas dos Espíritos Superiores, dos Mentores que assessoram os trabalhos.
            Ensina Léon Denis:
“As preocupações de ordem material criam correntes  vibratórias  horizontais, que põem obstáculo às radiações etéreas   e restringem nossas percepções. Ao contrário, a meditação, a  contemplação e o esforço constante para o bem e o belo formam  correntes ascensionais, que estabelecem as relações com os planos superiores e facilitam a penetração em nós dos eflúvios divinos.” ( Obra citada).

            A IMPORTÂNCIA DA CONCENTRAÇÃO NA REUNIÃO MEDIÚNICA

            “Nesse sentido, consideremos a concentração mental de modo diverso dos que a comparam a interruptor de fácil manejo que, acionado, oferece passagem à energia comunicaste, sem mais cuidados... A concentração, por isso mesmo, deve ser um estado habitual da mente em Cristo e não uma situação passageira junto ao Cristo”. (Manoel Philomeno de Miranda, in “Sementeira da Fraternidade”, cap 25).
            Nossos pensamentos têm determinado teor vibratório, de acordo com os sentimentos que os tipificam. 
É imprescindível compreendermos que o pensamento é energia viva “construindo paisagens ou formas e criando centros magnéticos ou ondas, com os quais emitimos a nossa atuação ou recebemos a atuação dos outros”. ( Emmanuel – “Roteiro”, cap 28).
            Este é o processo natural de sintonia e que predomina no curso de nossa existência.
            Nas tarefas mediúnicas esta sintonia apresenta peculiaridades próprias. É essencial que exista uma afinização, uma sintonia entre os participantes para que se estabeleça uma sincronia de forças, a conhecida “corrente vibratória”.
            Pode-se inferir desde agora, o quanto e importante a concentração individual, visto que a qualidade dos trabalhos de intercâmbio depende fundamentalmente da participação consciente e responsável de cada um.
            Recordemos Léon Denis, quando leciona a respeito:

“São favoráveis as condições de experimentação   quando   o    médium  e os assistentes constituem um grupo harmônico, isto é, quando pensam e vibram em uníssono. No caso contrário, os pensamentos emitidos e as forças exteriorizadas se embaraçam e anulam reciprocamente.(...)”  (  “No  Invisível, cap VIII).

            Ele acrescenta ainda que o médium em meio a essas correntes contrárias fica bloqueado, sem condições de atuar mediunicamente ou bastante prejudicado na filtragem das mensagens.
            Em “O Livro dos Médiuns”, o Codificador ressalta a necessidade da concentração ao referir-se à reunião como um ser coletivo, resultante das qualidades e propriedades de seus membros e esta tanto mais força terá quanto maior homogeneidade vibratória houver. Ele afirma que o poder de associação dos pensamentos de todos é que contribuirá para a comunicação dos espíritos, “mas a fim de que todos esses pensamentos concorram para o mesmo fim, preciso é que vibrem em uníssono; que se confunda por assim dizer em um só, o que não pode dar-se sem a concentração.”
( Item 331).    
            Portanto, cada participante precisa estar consciente de sua contribuição para que haja êxito nas atividades programadas pela Espiritualidade maior.
            João Cléofas ( Espírito ), em seu excelente livro “Intercâmbio Mediúnico”, desenvolve o pensamento de Kardec e Denis, em linguagem moderna:

“ A média que resulta das  fixações   mentais   os   membros    que constituem o esforço da sessão mediúnica oferece os recursos para as realizações  programadas. A concentração individual, portanto,  é de  alta relevância,   porque a mente que sintoniza com as idéias superiores vibra em freqüências elevadas.”       ( Cap 16).

COMO OBTER UMA BOA CONCENTRAÇÃO
            A concentração não requer um esforço físico. Pessoas que tentam concentrar franzindo a testa, fechando os olhos com força ou denotando qualquer outro tipo de tensão muscular não alcançarão a finalidade a que se propõem.
            Ao contrário do que imaginam a concentração exige um relaxamento e passa por alguns estágios quais sejam:
1.      Relaxamento – O relaxamento do corpo físico serve para preparar e favorecer a calma, a tranqüilidade interior.
2.      Abstração – Abstrair-se do mundo exterior, de tudo ao redor.
3. Interiorização – Fazer silêncio interior, abstraindo-se também dos conteúdos psicológicos        ( emoções, pensamentos, imagens, lembranças, etc.).
4.     Fixar a mente – A mente se fixa e a atenção volta-se exclusivamente para o objetivo da reunião.
5.   Aquietar a mente –Neste ponto a mente se aquieta e, no caso dos médiuns oferece espaço para a sintonia mental com o Espírito que irá transmitir a comunicação.

Afirma João Cléofas:

“A concentração,  é,  pois,  a  fixação da  mente numa idéia positiva, idealista, ou na repetição meditada da oração que edifica, e que, elevando o pensamento às fontes geradoras da vida, dá e recebe, em reciprocidade, descargas positivas de alto teor de energias santificadoras.” ( “Intercâmbio Mediúnico”).

( Reformador – JUNHO DE 1997 – SUELY CALDAS SCHUBERT )

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