PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

sábado, novembro 23, 2013

ORIENTAÇÃO AOS QUE TRATAM E AOS QUE PADECEM OS TRANSTORNOS DEPRESSIVOS

  

      Como podemos orientar aqueles que tratam e os que padecem os transtornos depressivos, na atualidade?

     Segundo Gilson Freire no livro “Ícaro Redimido”, pelo  espírito Adamastor (Texto extraído do referido livro), a questão extrapola o momento atual da ciência materialista, mas aquele que já conquistou um patamar de conhecimentos espirituais detém condições de compreensão. Os que sofrem depressão ou mesmo outras perturbações mentais deveriam tolerar, ao máximo, as pequenas e suportáveis doenças superficiais que lhes apareçam, sem se arvorar em estancá-las com excessiva carga de medicamentos supressores, pois seguramente são correntes de drenagens de seus males principais e lhes trarão benefícios para a alma enferma. A extração de patologias hipertróficas do corpo, como os tumores benignos, simplesmente porque estão presentes, deveria deixar também de ser um hábito tão frequente na medicina humana. Essas patologias, produzidas pelo desvio das energias hiperegóticas,  deveriam ser toleradas ao máximo, pois representam um esforço curativo da mente que expurga de sua intimidade sua própria morbidez, fazendo-a consumir-se na carne. Se reprimidas apressadamente poderão induzir novas construções hipertróficas, ainda mais graves, ou farão refluir o desequilíbrio para o interior, com o consequente aprofundamento de seu potencial lesivo, aumentando posteriormente o distúrbio depressivo, que no futuro se instalará com maior gravidade,  por força da lei de compensação energética. Podemos então perceber, como regra geral,  que quanto mais o homem encarnado tolerar seus males físicos menos irá padecer os transtornos de sua mente.

     Nosso consolo baseia-se, entrementes, no fato de que muitos pensadores estão reencarnados na atualidade com essa finalidade e várias escolas médicas na Terra, consideradas ainda alternativas, já caminham a passos largos para estas conclusões. Em breve elas serão reconhecidas pelo pesquisador terreno imbuído dos melhores propósitos em solver os males humanos.

     As deficiências orgânicas, em qualquer nível que se manifestam, são sempre meros reflexos da queda de potencial das energias espirituais, verdade para nós incontestável diante da realidade em que vivemos. A malfadada aventura da arrogância humana, na verdade é o fator de todos esses transtornos. A incompreensão de que o homem, ao renascer na Terra, traz consigo o reflexo dos abusos do passado, impossibilita ao estudioso sincero a visão das reais causas das enfermidades em qualquer nível em que se manifestem.

     Como já vimos, a doença é sempre efeito, nunca causa de nossas dores. Devemos sempre buscar o erro nos excessos de toda natureza que empreendemos na aventura da vida e não em nossas carências, que são sempre as consequências.

     Somos o exato produto de nossa própria corruptela e toda dor é corretiva, disto não podemos abrir mão, pois somos filhos de um Pai que é Amor e habitamos uma lei perfeita. Evidentemente é preciso reconhecer que espírito e corpo compõem uma unidade, e interferências físicas de diversas naturezas, em qualquer departamento orgânico, induzem alterações que podem obstaculizar o seu perfeito funcionamento. Este fato leva o pesquisador materialista a interpretar equivocadamente que a função é produzida pelo órgão, enquanto que na realidade a função é ato do espírito e a perda do órgão não implica seu dano, mas apenas a inutilização dos meios para a sua realização.

     O homem, no momento atual, ainda não tem diferente forma de agir diante dos transtornos mentais ou doenças de outras naturezas que lhe acompanham a jornada terrena, a não ser introduzindo substâncias químicas inibidoras ou estimulantes, suprindo necessidades imediatas, porém de ação irrisória e às vezes até infeliz. A excessiva  interferência  da farmacoquímica artificial dos tempos modernos, se consegue simular uma vitória momentânea contra as doenças do homem, a longo prazo induz ao enfraquecimento da constituição biológica, mesmo no campo psíquico. Se podem impor momentâneos bloqueios às perturbações do psiquismo, não podem evidentemente curar o espírito, que segue carreando seus distúrbios, exigindo reparos. Por isso, que pese o esforço do homem encarnado em frenar  suas enfermidades com o emprego dos dardos químicos, seus males continuarão multiplicando-se até que a necessidade de corrigendas cesse mediante a semeadura de novos equilíbrios para suas recônditas forças orgânicas e psíquicas adulteradas. O excessivo bombardeio químico, poderá degenerar a reatividade do espírito perante às exigências imperativas da evolução, retardando-lhe os passos do progresso.

     Esquece-se o homem de que os recursos curativos mais preciosos estão dentro de si mesmo, olvidando que, se a mente pode adoecer, é capaz igualmente, e com muito mais propriedade, de curar-se. Portanto, os medicamentos, se proporcionam aparente e momentâneo conforto ao que sofre, não podem verdadeiramente sanar o espírito, este sim o verdadeiro enfermo e artífice da saúde. Não nos enganemos, os transtornos depressivos não se curam com os psicofármacos, capazes de irrisória exaltação do ânimo abatido, propiciando passageiro lenitivo que, não sendo real aquisição do espírito, não pode se manter.

     O homem está sempre disposto a violar toda lei de equilíbrio e depois se ilude com o fato de que basta ingerir pílulas para acalmar as reações livremente semeadas. A sabedoria da Lei não se deixara ludibriar pela insciência dos homens e cobrará de cada um a sua lição em forma de dor, até que aprendam a atuar nos limites do amor. Lei que os quer perfeitos e por isso faz reverberar na intimidade de cada um toda desarmonia imposta aos outros.

     E assim, com pesar, o Mundo Maior assiste ao homem moderno drogar-se sem fundamentos, alguns enxurdando-se naquelas consideradas lícitas, enquanto outros se inebriam nas proscritas, sem que saibamos exatamente onde está o limiar entre umas e outras, entre a necessidade sincera e o abuso, entre o desejo de solver males e o anseio de fugir da própria penúria espiritual. Lamentáveis enganos, pois toda droga de ação psicotrópica induz ao empobrecimento da vida mental, queiramos ou não admitir o fato. A entrega abusiva a elas degenera o delicado metabolismo cerebral, carreando consigo a inópia para o espírito.

     Sempre que possível deveríamos evitar o abuso desse artificialismo completamente estranho à alquimia da mente, que, se pode redundar em proveitos imediatos, pode igualmente induzir a vícios, erros metabólicos e intoxicações inadequadas, seviciando o espírito e adiando soluções verdadeiras para os seus males, uma vez que apenas os camufla.

     Não desejamos com isso destituir o valor da medicina terrena que, com sinceridade de propósitos, luta para aplacar as enfermidades humanas e nem desestimular os que sofrem, eximindo-os de buscar na nobre ciência a devida ajuda de que precisam. Justifica-se o uso dos medicamentos, portanto, se não tem o homem ainda outra atitude a tomar, desde que os utilize dentro dos limites do bom senso, usando-os o mínimo possível e não se acercando deles como se fossem os únicos e indispensáveis recursos, menosprezando as reais necessidades do espírito. São muletas que um doente deve deixar logo que se veja em condições de andar sozinho, para não correr o risco de ter suas pernas atrofiadas pelo seu uso inadequadamente excessivo.

     Sem a urgente reforma dos atos e sentimentos, não se deve esperar benefício algum de drogas introduzidas em nosso delicado metabolismo psíquico. Nosso remédio mais urgente é a evangelização das condutas moralmente impróprias, responsáveis pela semeadura de todos os  nossos males. A felicidade é uma conquista à qual se deve fazer jus e incorporada de dentro para fora, jamais ao contrário.

     Identificados os males dos transtornos depressivos, o recurso mais importante para o seu tratamento é a humildade. Não a imposta por força dos impositivos reacionais que os transtornos depressivos carreiam, vergando-nos a soberba ante a exacerbação das fraquezas que transportamos na alma, porém aquela é sincera expressão da personalidade. Faz-se necessário o exercício da humildade genuína e evangélica, fruto da abnegação dos perniciosos interesses do “eu” ególatra. Jesus já nos havia recomendado o precioso remédio, porém menosprezamos o mais valioso recurso para a profilaxia e a cura de  nossos males. Fazer-nos pequenos e servos diante de todos. Abdicar dos primeiros lugares que nos enaltecem. Embargar a ambição desmedida na conquista de arroubos pessoais que visam somente nossa jactância e nos projetar acima dos outros. Eis os sábios conselhos que nos asseverou o Mestre, indispensáveis ao nosso bem-estar, mas que precisamos reiterar para que não caia no olvido.

      Afastar-se da atitude de vítima e da revolta é imperioso recurso terapêutico.  Chafurdar-se em queixumes e lamúrias, atitude comum ao que sofre na Terra, apenas multiplica os males que nos acossam a alma. Cultivar a paciência e a resignação, permitindo-se o esgotamento dos destrutivos impulsos da força mental. Para isso é bom tolerar, na medida do possível, as desordens físicas consequentes à energética psíquica alterada, cientes de que quando o organismo pode dirigir para a superfície os seus próprios males, minora-se o seu potencial mórbido.

     Impor reorientação segura para a conduta, os pensamentos e os sentimentos em base aos preceitos evangélicos, a fim de semear novos e saudáveis equilíbrios às potências do Espírito. O exercício da brandura não deve ser olvidado como de uso contínuo, imposto ao caráter, reduzindo-se o manancial de rudeza. A bondade deve brotar espontaneamente da alma, recordando que o efeito curativo do bem não é mero sofisma, mas preceito inserido na sabedoria da Lei e que deve ser realizado da forma mais sincera possível. É sempre possível agir no Bem, pois nada nos impede de exercitar a caridade da afabilidade e da paciência, mesmo em meio à mais grave tempestade íntima.

     Depor as armas da arrogância e da defesa dos interesses imediatos de nosso egoísmo é convite para que as forças do universo se precipitem em socorro às nossas necessidades, conferindo-nos alegrias verdadeiras.

     Alimentar a alegria genuína e a esperança no futuro é de bom alvitre. Acovilhar o psiquismo nas leituras nobilitantes e não olvidar que o apoio dos amigos, nas horas de íntimo desgosto, pode nos soerguer o ânimo abatido.  O valor da prece não deve ser subestimado, pois é recurso seguro para o enlevo espiritual e sublime farol a iluminar as trevas interiores que nos ensombreiam a felicidade. O trabalho, quando possível, não pode ser menosprezado como elemento terapêutico valioso, pois a mente subordinada ao ócio é terreno favorável à proliferação de ervas daninhas, deteriorando as energias reconstrutivas do espírito.

     Eis os segredos do equilíbrio, medidas sempre ao alcance de nossas mãos, na profilaxia e tratamento dos transtornos depressivos, os quais representam genuíno efeito curativo por atuarem na raiz do mal. Recomendações que são de fácil dedução, embora consideradas simplórias e de valor secundário diante da possibilidade efetiva de ação medicamentosa, na qual, erroneamente, confia-se muito mais.

     As terapias energéticas, como o passe empreendido nos templos espíritas, representam na atualidade recurso terapêutico inigualável de apoio à alma enferma.

     A interferência na delicada química neuronal deve ser o último elemento terapêutico a se aventar, diante da falha dos demais recursos e da imperiosa necessidade de se obstaculizar o malfadado mergulho na autodestruição.

     O melhor e mais seguro roteiro para a felicidade é lutar permanentemente para  nos mantermos no máximo equilíbrio possível. Afastar-nos da estabilidade, onde quer que estejamos, é grande transtornos para a nossa saúde, por isso o esforço em permanecer dentro das linhas de ação do bem é dever constante de todo aquele que atingiu certa compreensão das leis da vida. Viver na retidão do dever e na abdicação que o amor nos exige é preservar a saúde da consciência, os quais costumamos valorizar somente quando nos vemos desprovidos deles.

Nenhum comentário: