PENTATEUCO KARDEQUIANO

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OBRAS BÁSICAS

segunda-feira, maio 21, 2007

Supostas contradições do Espiritismo - 2ª Parte À Margem do Espiritismo - Carlos Imbassahy * 09 SET 1883 + 04 AGO 1969

Fascinação e Espírito a serviço de outrem
Estamos na 7ª contradição apresentada pelo digno pastor protestante, o rev. M..., para demonstrar a falência da Doutrina espírita.
Vejamo-la:
“O Livro dos Espíritos, pág. 211, n. 515: “Efetivamente estas pessoas exercem sobre outras uma espécie de fascinação irresistível. Quando isso se dá para o mal, é obra de Espíritos maus... Deus o permite para vos experimentar.” Mais adiante, pág. 224, n. 551: “Um homem mau, auxiliado por mau Espírito, pode fazer mal ao seu próximo?” Resposta: “Não; Deus não o permitiria.”
Exclama agora o pastor: - “Mas, por amor à coerência, digam-nos:Deus permite ou não permite?
Cabe-nos responder que permite no 1º caso e não permite no 2º. Sim, porque os casos não são iguais.
No 1º trata-se de fascinação para o mal, no 2º de mal ao próximo. Estão em capítulos diferentes, fazem parte de assuntos diferentes. No 1º caso, o que é permitido, com o fim de experiência, é a fascinação, ou melhor diríamos, a tentação. No 2º caso, o que não é permitido é servir-se alguém de um Espírito, como de um instrumento, para molestar o próximo.
Façamos as perguntas por outros termos:

Caso do n. 515:
P. – Pode um Espírito tentar uma pessoa?
R. – Pode.

Caso do n. 551:
P. – Pode alguém ter um Espírito às suas ordens e dele servir-se para fazer mal aos outros?
R. – Ah, isto não pode.

Origem e essência dos Espíritos
Posto o que, passemos adiante.
Consiste a contradição 8.ª em dizer a doutrina que os Espíritos são criados iguais, simples e ignorantes e, ao mesmo tempo, em declarar que nem todos são essencialmente maus. E o nosso irmão comenta:
Ora, isto quer dizer que alguns são essencialmente maus. Logo, na origem não foram todos iguais, pois se, em essência, uns são de todo maus e outros não, logo não são criados iguais. É lógico.
Não acertamos com a conclusão. Que é que tem a essência dos Espíritos com sua origem? Por que não sendo todos maus, em essência, não podiam ser criados iguais?
Parece que o nosso amigo está equivocado sobre a significação de um termo.
Teria ele, talvez, razão, se essencialmente quisesse dizer originariamente; se essência fosse o mesmo que origem. Não é esta, porém, a acepção do vocábulo.
Essencialmente quer dizer principal; essencial é o constitutivo de alguma coisa. Quando se declara que um Espírito não é essencialmente mau, o que se afirma é que ele não tem como qualidade principal a maldade; que ele não é constituído unicamente de maldade. Que tem que ver isso com sua criação ou sua origem?...

Os seres imperfeitos do princípio
Voltemos ao pastor M...
Vejamos se foi feliz na sua 10ª contradição.
Aqui a dúvida é por afirmarem os espíritos que a vontade do homem é solicitada por seres imperfeitos, que exercem sua influência desde a origem do mesmo homem.
E pergunta o nosso irmão:
“... Donde saíram esses Espíritos imperfeitos, se todos foram criados iguais? É uma coisa que não entendo. Porque no principio todos eram imperfeitos, ignorantes, iguais; contudo havia uns mais imperfeitos que tentavam os menos imperfeitos a cair !? Donde vieram?”
Em primeiro lugar e entre parênteses, digamos que não se encontra nos ensinamentos kardecistas o de “que no princípio todos eram imperfeitos”. Essa vai por conta, unicamente, do nosso ilustre amigo.
Agora, a contradição.
Aquele que sabe que Deus existe de toda a Eternidade e vem criando de toda a Eternidade poderá compreender que houvesse sempre seres “mais imperfeitos que tentassem os menos imperfeitos”.
Verdade é que, vivendo num mundo de finalidade, em limite de espaço e tempo, não se pode facilmente conceber essa criação de toda a Eternidade.
Os que, porém, iluminados pelos albores da nova luz, conseguem transpor, em imaginação, os lindes do planeta, vêem o tempo e o espaço em sua grandeza infinita; sabem que infinito é Deus e que infinita é sua obra; e sendo infinita, sem começo nem fim, é razoável aceitar que houvesse sempre Espíritos “mais imperfeitos tentando os menos imperfeitos”.
Desde que exista o Infinito, não será absurdo conceber que também exista a criação infinita, embora a nossa imaginação, acostumada ao limitado, se perca nessas extensões e não as abarque.

Um comentário:

Daniel Barcellos disse...

Ficou ótimo a nova cara do blog!