PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

segunda-feira, janeiro 22, 2018

Revue Spirite

Revue Spirite, 1859, pg. 176: “Os espíritos são o que são, e não podemos mudar a ordem das coisas; não sendo todos perfeitos, não aceitamos suas palavras senão sob reserva de verificação e não com a credulidade das crianças; nós julgamos, comparamos, deduzimos as consequências de nossas observações, e os próprios erros deles são para nós ensinamentos, porque não abrimos mão de nosso discernimento.
Essas observações aplicam-se igualmente a todas as teorias cientificas que os espíritos podem transmitir. Seria demasiado cômodo ter apenas de interroga-los para encontrar a ciência totalmente construída, e para possuir todos os segredos da indústria: não vamos adquirir a ciência senão ao preço do trabalho e de pesquisas; a missão deles não é nos libertar dessa obrigação. Sabemos além, disso que não somente nenhum deles sabe tudo, mas que existem entre eles falsos eruditos, como entre nós, que acreditam saber o que não sabem, e falam do que ignoram como o atrevimento mais imperturbável. Um espírito poderia, portanto, dizer que é o Sol que gira e não a Terra, e sua teoria nem por isso seria verdadeira só porque veio de um espírito. Que aqueles que nos atribuem uma credulidade tão pueril saibam, portanto que nós consideramos toda opinião expressa por um espírito como uma opinião individual; que não a aceitamos senão depois de havê-la submetido ao controle da lógica e dos meios de investigação que a própria ciência espírita nos fornece”.
Revue Spirite, 1859, pg. 178: “Nossos estudos nos ensinam que o mundo invisível que nos rodeia reage constantemente com o mundo visível; eles nos mostram isso como uma das potencias da natureza; conhecer os efeitos desse poder oculto que nos domina e nos subjuga apesar de nós não é ter a chave de mais de um problema, a explicação de uma multidão de fatos que passam despercebidos? Se esses efeitos podem ser funestos, conhecer a causa do mal não é ter os meios de preservar disso, como o conhecimento das propriedades que a eletricidade nos deu os meios de atenuar os efeitos desastrosos do relâmpago? Se sucumbirmos então, só poderemos responsabilizar a nós mesmos, porque não teremos ignorância como desculpa. O perigo está no domínio que os maus espíritos ganham sobre os indivíduos, e esse domínio não é somente funesto do ponto de vista dos interesses da vida material. A experiência nos ensina que a pessoa nunca se abandona a sua dominação impunemente; pois as intenções deles jamais podem ser boas. Uma de suas táticas para atingir seus fins é a desunião, porque eles sabem muito bem que conseguirão facilmente a vantagem diante de uma pessoa que está sem apoio; assim, o primeiro cuidado dos espíritos, quando querem se apoderar de alguém, é sempre o de lhe inspirar desconfiança e distanciamento em relação a quem possa desmascará-los, esclarecendo a pessoa por meio de conselhos salutares; uma vez senhores do terreno, eles podem fasciná-la à vontade com promessas sedutoras, subjuga-la lisonjeando suas inclinações, explorando para isso todos os pontos fracos para melhor fazê-la sentir em seguida o amargor das decepções, golpeá-la em seus efeitos, humilhá-la em seu orgulho, e com frequência elevá-la um instante para então precipitá-la de mais alto.”

Para prevenir contra tais perigos Allan Kardec nos dá um sábio conselho:

Revue Spirite, 1859, pg. 180: “Para começar direi que, conforme o conselho deles – o conselho de seus guias -, jamais aceito coisa alguma sem exame e sem controle; não adoto uma ideia senão quando ela me parece racional, lógica, se estiver de acordo com os fatos e as observações, se nada de sério vier contradizê-la. Mas meu julgamento não pode ser um critério infalível; a concordância que encontrei numa multidão de pessoas mais esclarecidas que eu é uma primeira garantia para mim; encontro uma outra não menos preponderante no caráter das comunicações que me foram feitas desde que e ocupo do espiritismo. Jamais, posso dizê-lo, se infiltrou nas minhas comunicações uma única dessas palavras, um único desses sinais pelos quais se traem, sempre os espíritos inferiores, mesmo os mais astuciosos; jamais dominação; jamais conselhos equívocos ou contrários à caridade e à benevolência, jamais prescrições ridículas; longe disso, não encontrei nelas senão pensamentos grandes, nobres , sublimes, livres de pequenez e de mesquinharias; em uma palavra, as relações deles comigo, nas menores ou nas maiores coisas, sempre foram tais que, se tivesse sido um homem que me tivesse falado, eu o consideraria o melhor, o mais sábio, o mais prudente, o mais moral e o mais esclarecido dos homens. Eis, senhores, os motivos de minha confiança, corroboradora pela identidade do ensinamento dado a uma multidão de outras pessoas antes e depois da publicação de minhas obras...” (Continua...).

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