PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

sábado, julho 09, 2016

REFORMADOR 1921: MENSAGEM DE TIAGO CONFIRMA A REENCARNAÇÃO DE KARDEC


O excepcional médium Francisco Cândido Xavier teve – no mês de julho – assinalados alguns fatos históricos que comemoramos hoje. No dia 8 de julho de 1927, precisamente 89 anos passados, aos 17 janeiros de idade, psicografou sua primeira mensagem. No dia 8 de julho de 1932, a Editora da Federação Espírita Brasileira lançou seu primeiro livro psicográfico – “Parnaso de Além Túmulo” - reunindo poemas recebidos nos cinco anos anteriores de sua experimentação mediúnica, devidamente estudados por Manuel Quintão, Leôncio Correa, Leal de Souza, Guillion Ribeiro e Antônio Lima, que por unanimidade haviam concluído sobre sua origem mediúnica e perfeita identidade dos seus autores espirituais. Nove anos depois e temos o dia 8 de julho de 1941, o espírito Emmanuel concluiu o romance histórico “Paulo e Estêvão”, tendo redigido “Breve notícia”, à guisa de apresentação da obra. Publicado o insuperável romance épico, sua repercussão não se deteve à face da Terra projetando-se aos páramos da Vida Maior como nos relatou Neio Lúcio em 24 de Junho de 1942, dia de João Batista, por mensagem psicografada pelo Chico no culto do Evangelho no Lar da família Joviano na sede da Fazenda Modelo da Pedro Leopoldo:
“Assisti, meus filhos, a uma sublime reunião, onde se lembrou a difusão do livro dedicado às memórias de Paulo e Estêvão. Não tenho palavras com que exprimir o que foi essa assembleia de luzes da Espiritualidade! Pela primeira vez, vi, não de muito perto, o grande apóstolo da gentilidade! Sua grandeza espiritual é grande em demasia para ser descrita por meu verbo tão pobre! Cale-se, pois, o meu raciocínio para que me expresse com o coração, no silêncio divino do espírito. Estêvão não veio à assembleia divina, mas hoje vou compreendendo que todos esses vultos, cheios de imortalidade e de glória, continuam no mesmo serviço de redenção humana, interessados pelo serviço de Jesus e consagrados a ele tão intensamente quanto se verificou nos primeiros dias de seu fervoroso labor sobre a Terra. Sei que a reunião enviou ao grupo de vocês um pensamento de amor. Isso significa uma alegria grandiosa demais, que não posso nem devo comentar! Que Deus lhes conceda sempre a Sua confiança divina e que a Sua luz os abençoe.”
Por estas e outras mil razões nosso espírito de gratidão volta novamente o seu olhar sobre a figura insuperável de Chico Xavier, endereçando-lhe as mais sinceras homenagens pelo muito que nos legou na Seara do Cristo redivivo pelo Espiritismo. Sem dúvida que seu vulto, cheio de imortalidade e glória continua no mais além no mesmo serviço de redenção humana que o tem ocupado desde os primórdios do Cristianismo na face terrestre. Aliás, por oportuno, e falando dos grandes vultos cristãos, não é sem razão que vamos encontrar um deles, o espírito de Tiago, irmão de João Evangelista, comunicar-se em sessão pública de homenagem ao codificador do Espiritismo, realizada no dia 3 de Outubro de 1921, na sede da Federação Espírita Brasileira no Rio de Janeiro, precisamente 2 anos depois de comunicação análoga do espírito de Santo Agostinho, publicada no Reformador de 16 de Outubro de 1921. Nesta inequívoca mensagem espiritual o enviado celeste não deixa margem para dúvidas, o codificador da Doutrina dos Espíritos, Allan Kardec, já havia voltado aos liames da carne pela reencarnação para dar prosseguimento à sua augusta missão de esclarecer e consolar a humanidade inteira. Vejamos na íntegra a importantíssima comunicação espiritual em tela:
“Paz convosco, amados irmãos meus, É grande o meu prazer de estar convosco neste momento, por ver o interesse que tomais em recordar as coisas santas, porque é santa a obra do Espiritismo. Procurai edificar-vos relembrando os fatos passados com aquele que foi o Codificador da doutrina espírita; sois gratos a esse espírito trabalhador, que baixou no cumprimento de uma nobre missão. Sabei, no entanto, filhos meus, que a principal virtude desse espírito foi a de não falir na missão que aqui o trouxe, pois muitos outros têm baixado à terra no cumprimento de um dever, dever que, como não ignorais, é sempre sagrado e têm falido. Quantos tem falido ao cumprimento desse dever! Ninguém jamais baixou a este mundo sem um motivo para isso. Esta não é a vossa pátria verdadeira. Por aqui passais e repassais grande número de vezes e, todavia, esta não é a vossa pátria. Aqui vindes por diferentes motivos, aqui vos trazem as provações, compromissos tomados no Além para o desempenho de tarefas, muitas vezes sublimes. Mas, quantas vezes, ao baixardes a este mundo, da vossa memória se varrem as recordações do dever a cumprir e caminhais por estrada bem diversa da que deveis percorrer. Quantos amaldiçoam as provações, as dores e os sofrimentos, que, no seio do infinito, tomaram o compromisso solene que suportariam com paciência e resignação! Deus a ninguém faz sofrer em vão; ninguém sofre dor física ou moral, ninguém é acicatado no corpo ou no espírito por acaso. Há motivo para isso e grave motivo. Ao deixardes essa vida temporal, transpondo os umbrais da eternidade, sabereis o por que desses sofrimentos, pois a memória vos será avivada, o passado se desdobrará diante dos vossos olhos e podereis ver, certamente com tristeza, que não soubestes de tais provações tirar o proveito necessário ao vosso progresso espiritual. Há, entretanto, espíritos de escol, almas de têmpera rija, dispostos ao serviço do seu Deus, que, tomando altos compromissos no Além, descem à Terra em missão e conservam a noção clara do dever que tem a cumprir e que consideram sagrado, porque de fato o é, sem vacilações, dão conta, jubilosos, do desempenho de sua tarefa. Para as muitas provações, os muitos tormentos e as muitas dores, que os vão assaltando, eles encontram em si lenitivo na certeza que tem da necessidade do bom desempenho da sua missão e isto é o bastante para lhes dar alegria. Allan Kardec não entrou em dúvida sobre o que lhe foi prescrito a respeito da sua missão, não viu nela utopia, não se encheu de vanglória, não se supôs criatura diferente de todas as outras. Como servo humilde de seu Senhor, dispôs-se a executar as ordens recebidas, fiel ao cumprimento dos seus deveres. Considerando a obra que o Senhor lhe confiara e de que não se achava digno, humilde e com fervor, no recôndito de sua alma, no íntimo da sua consciência, elevando o seu coração a Deus, dizia: Senhor, dá forças ao teu servo para que ele possa cumprir a tarefa de que o encarregaste; dá-me alento e coragem, para que possa carregar dignamente o fardo que trago sobre os ombros. Pois bem, meus filhos, é este exemplo que todos vós deveis imitar. Se a todos não cabe missão tão sublime, todavia a cada um de vós Deus tem confiado um dever e de todos vós espera alguma coisa. Este edifício do Espiritismo Cristão vós o tendes de edificar pedra por pedra. Aquele sobre cujos ombros pese esse encargo que o faça leve, dando desempenho a tão grandiosa missão com humildade e com amor. Pois bem, meus amigos, esse espírito cujo advento rememorais não está mais no seio da imortalidade, já se encontra de novo nesta oficina de trabalho. Ele ora e espera levar avante a sua obra. Kardec trabalha e trabalha com atividade e do alto do espaço baixam as bênçãos para fortalecê-lo e ampará-lo na continuação de sua tarefa. Auxiliai-o vós também na sua grande obra, ajudai-o na sua excelsa missão. De que forma? Orando, pedindo a Deus a sua bênção para aquele que novamente trabalha na oficina santa, elevando as vossas almas até o trono do Criador, suplicando as graças do Senhor para que ele, sem falir, possa levar a cabo a sua pesadíssima missão. Bendito seja Deus que abençoará o seu servo e glória a Nosso Senhor Jesus Cristo que amparará a mísera criatura, para que lhe não faltem as forças necessárias. Deus os abençoe na intenção que tendes de praticar os ensinos do Cristo, pois desta forma é que o Espiritismo cristão progredirá nas almas. A bênção do Senhor seja com todos vós. Tiago
Esta descrição profética de Tiago Boanerges, espírito de escol das primevas eras cristãs, dada na sede da FEB em 1921, se encaixa como uma luva na vida e na obra que “a posteriori” se consubstanciaria naquela de Francisco Cândido Xavier, carinhosamente lembrado por todos como Chico Xavier, aquele mesmo fenômeno humano e mediúnico, que por tanto renunciar a si mesmo, tomar a sua cruz e seguir ao Cristo Jesus, numa promoção do SBT que durou meses, acabou sendo eleito pelos brasileiros na memorável noite de 3 de Outubro de 2012, aniversário de Kardec, como o Maior Brasileiro da História.
Encerrando essas anotações em reconhecimento profundo a Chico Xavier, transcreveremos a seguir o testemunho de grande amiga de Chico, ainda hoje residente na cidade do Rio de Janeiro, nossa querida companheira do Ideal Espírita, Dona Terezinha de Castro, trabalhadora do Centro Espírita Seara de Amor e Luz da capital carioca, que por obséquio de nossa amiga comum Elisa Naufel gravou um belo depoimento em viva voz sobre o Chico que levamos ao ar num dos podcasts da série “Recordando Chico Xavier” do Portal Saber Espiritismo (www.saberespiritismo.com), do qual extraímos este trecho que fecha as nossas considerações :
“Lá na Comunhão Espírita Cristã, naquela salinha logo que se entrava onde se passava entre aqueles dois grandes troncos. Aqueles troncos imensos que o Chico havia ganhado e que ele botou de um lado e do outro, e um dia nos disse que o nome deles era o dever e a disciplina, e que todo dia ele passava por ali consciente da necessidade do dever e da disciplina nas nossas vidas. Ele estava mexendo num arquivo que ele tinha ali e eu estava com ele. Estávamos somente nós dois, e ele procurando alguma coisa, enquanto eu me lembrei que tinha acabado de reler “Obras Póstumas” de Kardec e ai eu virei para ele e disse-lhe: _ “Chico, você é Kardec! Eu acabei de ler o “Minha Volta” de Kardec no “Obras Póstumas”. Não pode ser coincidência, coincidência demais! Isso não pode ser coincidência! Ele com aquele riso, a cabeça inclinada, aquele modo de olhar tão peculiar dele, me deu a seguinte resposta: _ “Teresinha, os espíritos me dizem isso, mas eu não acredito”. A sua modéstia infinita, a sua bondade, a sua ternura, eu olhei para ele e me comovi profundamente e não comentamos mais o assunto. Então eu não posso duvidar em hipótese alguma, pelo que o Chico fez na vida, pela sua postura ética, pela sua moral que transcende a todos os padrões da dignidade, decência e amor conhecidos, de que ele seja realmente o codificador reencarnado aqui para que se cumpra o destino no Brasil, Coração do Mundo e Pátria do Evangelho. Tenho certeza absoluta de que num gesto de profundo amor esse espírito veio à terra para nos legar uma quantidade de ensinamentos e de exemplos, porque o Chico não só exemplificou, ele vivenciou a cada dia a ternura, o amor, a bondade, a simplicidade, principalmente a simplicidade com seus exemplos de vida e marcou a todos aqueles que tiveram a felicidade de conhecê-lo”.
Presidente da Fundação Cultural Chico Xavier, da Casa de Chico Xavier de Pedro Leopoldo e da Vinha De Luz Editora em 8 de Julho de 2016 no 89º aniversário da primeira psicografia de Francisco Cândido Xavier nesta sua cidade natal de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, Brasil.



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