PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

sexta-feira, setembro 14, 2007

TÉCNICA DA MEDIUNIDADE - 1ª PARTE - C. TORRES PASTORINO

Prefácio do Gen. Dr. Manoel Carlos Netto Souto

Temos a impressão de que Pastorino, com este Ensaio, dá vigorosos passos na Segunda Milha, que nos levará à previsão de Claude Bernard, que “tempo virá em que o santo, o filósofo e o sábio falarão a mesma língua”. É uma atitude aberta, não dogmática, que procura explicar dentro dos conhecimentos científicos, fatos que tantos sentem e vivem, mas que a ciência ortodoxa nega que ocorram, pelo simples fato de não poder explicá-los.
[...] Pastorino volta à Terra e tenta mostrar ou demonstrar fatos que para ele são axiomáticos, fazendo o arcabouço da ponte que une o físico ao espiritual, uma vez que os considera da mesma natureza, sem irrealidades nem fantasias. Nossos parabéns, professor; prossiga. Isto facilitará a tarefa de evoluirmos no sentido do espiritual.
É claro que não falamos em evolução espiritual, que é o objetivo de todo ser humano mas que, para que ocorra, é preciso que nos libertemos da visão incompleta que até agora é feita apenas sob o ponto de vista material. Nós mesmos, que penetramos como materialista no Necrotério do antigo Instituto Anatômico da Faculdade Nacional de Medicina, onde estudamos sete anos, seis como estudantes e um como médico, de lá saímos espiritualista; à semelhança de Teilhard de Chardin, encontramos nos cadáveres o espiritualismo, como ele o encontrou nos fósseis que estudou. Acontece, porém, que esse caminho foi árduo, cheio de curvas e angustiantes dúvidas. Pastorino tira os escolhos do caminho. Não vos iludais, porém, leitor amigo, com sua linguagem simples e modesta: ele lê desesperadamente em várias línguas, e o pior de tudo é que apreende com facilidade surpreendente, facilidade esta que transmite aos seus escritos que, como se verá, são de uma clareza meridiana. Manoel Carlos Netto Souto (Doutor em Medicina, General-de-Brigada ) 04 NOV 1969

1. CORRENTE ELÉTRICA Chamamos “corrente elétrica”, o deslocamento da massa elétrica, através de um fio condutor.
PENSAMENTO POSITIVO E NEGATIVO – Na manifestação de nossos pensamentos também temos duas direções: o pensamento positivo, em que a corrente caminha de baixo para cima, do mais longo para o mais curto, e o pensamento negativo, quando se desloca em sentido contrário, do alto para baixo, do mais curto para o mais longo.
A corrente é de suma importância. Se os pensamentos bons ( elevados ) e de amor são apenas “momentâneos”, não conseguem formar uma “corrente”, mas somente “ondas amortecidas”, isto é, ruídos interrompidos. Ao passo que a “corrente” dirige continuamente a onda pensamento em determinada direção.
Assim como a corrente positiva precisa ser constante, para atingir o alvo, e a “onda amortecida” não chega a meta, assim também aquele que está permanentemente com sua corrente positiva não é prejudicado pelas “ondas amortecidas” de pensamento “maus” que lhes chegam e são logo expulsos. O permanecer nos pensamentos negativos formando “corrente” é que prejudica.

2. CONDENSADOR Chamam-se “condensadores” ( ou “capacitadores” ) os aparelhos constados de tal maneira, que tenham, intercalados, corpos “bons condutores” de eletricidade e material “isolante” ( dielétrico ). O fato de não se tocarem entre si os “condutores”, faz que a corrente, mesmo não passando de um a outro, provoque a criação, entre eles, de um “campo elétrico”. Assim, um CONDENSADOR cria um campo elétrico entre cada chapa, no espaço ocupado pelo material isolante.
OS MÉDIUNS – No ambiente mediúnico, os assistentes e médiuns são verdadeiros condensadores, que formam o “campo eletromagnético”. Entre cada criatura existe o material isolante ( o ar atmosférico ). E por isso o campo se tornará mais forte quando houver mais de uma pessoa. Aqueles que não são médiuns, funcionam como os condensadores fixos, que recebem e emitem energias num só comprimento de onda, não sendo capazes de distinguir as diversas “estações” transmissoras ( os diversos espíritos ) e não podem por isso receber e transmitir as mensagens deles. As idéias ficam confusas e indistintas. Já os médiuns são verdadeiros condensadores variáveis, com capacidade para selecionar os espíritos que chegam. Então recebem e transmitem cada comprimento de onda por sua vez, dando as comunicações de cada um de per si. Quanto maior a capacidade do médium de aumentar e diminuir a superfície do campo estabelecido pelas “placas”, tanto maior a capacidade de receber espíritos de sintonia diversa: elevados e sofredores.
Há médiuns, porém, que parecem fixos em determinada onda: só recebem e transmitem determinada espécie de espíritos, provando com isso a falta de maleabilidade de as sintonia. Para modificar a sintonia, o condensador variável movimenta as placas, aumentando ou diminuindo a superfície do campo. Os médiuns podem obter esse resultado por meio da PRECE, modificando com ela o campo elétrico, e conseguindo assim captar e retransmitir as estações mais elevadas, os espíritos superiores.

3. ACUMULADOR Chamamos ACUMULADOR o aparelho que armazena energia química. Essa energia, uma vez armazenada, é fornecida e distribuída sob forma de corrente elétrica, até que o acumulador se esgota. Entretanto, é possível recarregar o acumulador, forçando-se através dele uma corrente e sentido oposto.

4. BATERIA Denomina-se BATERIA uma série de acumuladores ligados entre si, aumentando, com isso, a capacidade de armazenamento e também o tempo em que consegue permanecer sem esgotar-se.
A MESA DA REUNIÃO – Cada criatura constitui um acumulador, capaz de armazenar a energia espiritual ( eletromagnética ). Entretanto, essa energia pode esgotar-se. E se esgotará com facilidade, se houver “perdas” ou “saídas” dessa energia com explosões de raiva, ou com ressentimentos e mágoas prolongadas, embora não violentas.
Cada vez que uma pessoa se aborrece ou irrita, dá “saída” à energia que mantinha acumulada, “descarrega” o acumulador de força ( ou fluidos ), diminui a carga e, portanto, se enfraquece. O segredo é manter-se inalterado e calmo em qualquer circunstância, mesmo nas tempestades morais e materiais mais atrozes.
Todavia, se por acaso o acumulador se descarrega, pode ser novamente carregado, por meio de exercícios de mentalização positiva e de PRECE em benefício dos outros, ou seja, prece desinteressada. Portanto, é realmente carregado com uma energia em direção oposta: se ficou negativo, carregar-se-á com energia positiva.
Os acumuladores nem sempre possuem carga suficiente de energia para determinado fim. São então reunidos “em série”, formando uma bateria. Na mediunidade, quando um médium não é capaz de fornecer energia suficiente a sós, reúne-se com outros, formando uma “reunião”. Esta é constituída “em série”, ( não em paralelo ), e por isso é que todos se sentam em redor de um mesa. A bateria assim formada, conserva em si e pode utilizar uma energia eletromagnética muito maior. Daí as comunicações em reuniões serem mais eficientes e com um médium isolado, por melhor que seja ele.
Também a bateria pode esgotar-se. Mas a vibração das ondas de pensamento e a PRECE podem carregar novamente bateria. Esse processo é com freqüência utilizado nas reuniões durante ou após manifestação de espíritos muito rebeldes, que descarregam a energia: uma prece repõe as coisas em seu lugar, infunde novas energias à “bateria” e permite a continuação dos trabalhos.
Como vemos, mediunidade ou comunicação de espíritos não é fenômeno religioso, mas puramente física, eletromagnético, obedecendo a todas as leis da eletrônica. Quem compreende isso, perceberá que “ser bom”, “fazer o bem”, “perdoar e amar” não são VIRTUDES religiosas, mas FORÇAS CIENTIFICAS que permite à criatura uma elevação de vibrações e uma ascensão a planos superiores. Quem é inteligente, é bom por princípio científico por isso, há tanta gente boa sem ser religiosa, e até dizendo-se “atéia”. E tantos que professam religião e que, não tendo compreendido o fenômeno, permanecem na ignorância do mal.

5. INTENSIDADE Logicamente, a corrente poderá ter maior ou menor intensidade, dependendo esta, portanto, da fonte alimentadora. Medimos a intensidade em “ampères”. Assim, a quantidade da corrente que percorre um fio será tanto maior, quanto mais “ampères” tiver. E o “ampére” é medido pelo aquecimento do fio. Certos fios não resistem a amperagem alta; outros resistem melhor e permitem um acréscimo de quantidade de corrente.
LIGAÇÃO COM OS ESPÍRITOS – Assim medimos a capacidade mediúnica de uma pessoa; algumas possuem capacidade para receber “espíritos” de alta energia; outras só podem receber comunicações de “espíritos” afins em força. Raros são os aparelhos que suportam quantidades grandes de “fluidos” elétricos, sem lhes opor resistência.

6. RESISTÊNCIA Qualquer condutor de eletricidade, por melhor que sejam opõe uma resistência ( faz uma oposição ) à passagem da corrente. Essa resistência é medida em “ohms”, e há leis estabelecidas para medi-la: o comprimento do fio, sua grossura, a temperatura e o material de que é construído. Assim, a resistência será maior:
a) se o fio for mais comprido;
b) Se o fio for mais fino;
c) Se a temperatura for mais elevada, e vice-versa.
Quanto ao material, um exemplo: o ferro opõe 6 vezes mais resistência que o cobre.

7.IMPEDÂNCIA Na corrente alternada, a resistência da bobina tem um nome especial, e a impedância. O fio se opõe muito mais à corrente alternada que à corrente direta. Isto porque, na corrente direta os eléctrons simplesmente atravessam o fio de um lado para outro, então a resistência é uma constante. Já na corrente alternada, os próprios eléctrons do fio são agitados, num campo magnético que “varia” continuamente; e essa variação do campo magnético “sufoca” e diminui a corrente, em sua intensidade.
RESISTÊNCIA DOS MÉDIUNS – No fato mediúnico observamos com freqüência tanto a “resistência” quanto a “impedância” dos aparelhos ( médiuns ).
A resistência é oposta às comunicações telepáticas que lhes chegam. Sentado a um mesa de trabalho, com a “bateria” boa, o médium sente os sinais elétricos que lhe chegam à mente, e “resiste”, nada manifestando, por causa do temor de que esses sinais não venham de fora, mas de dentro dele mesmo. Isto é, que não seja a comunicação de um “espírito” desencarnado, mas apenas de “seu espírito” encarnado. Em outras palavras: teme, que não seja uma “comunicação, mas simplesmente um caso de “animismo”.
Numa sessão bem orientada, o que se quer é “coisa boa”, não importando a “fonte” de onde provenha. Se a comunicação é boa, sensata, lógica, construtiva, que importa se vem de um “espírito” encarado ou desencanado ? Se nada vale a comunicação, deve ser rejeitada, venha ela de uma ou de outra fonte. A “razão” é que deve ter a última palavra.
Mas além dessa resistência à corrente direta, e que geralmente é “consciente”, existe também a “impedância”, ou seja, a resistência quase sempre “inconsciente” à passagem da corrente. O médium não faz de propósito: ao contrário, conscientemente se coloca “à disposição”. Mas sem querer e sem saber, não deixa que seus órgãos especializados vibrem suficientemente para permitir a eletrificação do fio. E a comunicação não se dá. Pode ser que essa resistência ( ou melhor, impedância ) seja resultado de fatores estranhos: a questão do “material” que lhe constitui o corpo físico e que torna difícil a “eletrificação”. Se, por exemplo, se trata de uma pessoa frígida e indiferente, haverá muito mais dificuldade do que com uma pessoa sensível e amorosa, sobretudo se estiver “apaixonada”.
Assim o comprimento do fio: se a comunicação é feita de longa distância, é mais dificilmente recebida. Se a temperatura da sala é quente, a comunicabilidade é mais imperfeita. E também a temperatura do corpo do médium influi.Tanto assim que os melhores aparelhos registram baixa temperatura do corpo, além de baixa pressão sanguínea: é típica do médium a hipotensão.
Outro fator de impedância é a “variação do campo magnético”, isto é, quando a “corrente mediúnica” está fraca ou insegura: quando seus componentes se distraem com facilidade. Quando há elementos fracos, diminuindo a capacidade da bateria. Um acumulador pifado inutiliza a bateria: uma pessoa distraída “quebra” a corrente.

Nenhum comentário: