PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

quinta-feira, agosto 23, 2007

ESCALA DA ADORAÇÃO NO MUNDO PRIMITIVO - O ESPÍRITO E O TEMPO, I PARTE, CAP. I - JOSÉ HERCULANO PIRES

[ ... ] Podemos formular uma verdadeira escala da adoração no mundo primitivo. Embora seus graus possam ser simultâneos e não sucessivos, o simples fato de existirem esses graus, mostra que a adoração, resultando de um sentimento inato no homem, desenvolve-se num verdadeiro processo.
No grau mais baixo, temos a litolatria ou adoração de pedras, rochas e relevos do solo; no grau seguinte, a fitolatria ou adoração vegetal, de plantas, flores, árvores e bosques; logo acima, a zoolatria ou adoração de animais e somente num grau mais elevado, a mitologia propriamente dita, com a sua forma clássica de politeísmo.
O processo da adoração se desenvolve, assim, a partir do reino mineral até o humano ou hominal. Cada uma dessas fases é ligada à outra por uma interfase, em que os elementos de adoração se misturam. E os resíduos das várias fases, desde a litolátrica, permanecem ainda nos sistemas religiosos da atualidade. O homem carrega consigo as suas heranças através do tempo.
Se encararmos todo esse processo dentro apenas da teoria do antropomorfismo, ou mesmo de animismo, será difícil ou impossível explicar a sua persistência nas fases superiores do desenvolvimento humano. Porque o natural, e até mesmo dialético, no desenvolvimento, é o homem libertar-se progressivamente daquilo que o ajudou numa fase e o atrapalha em outra. A persistência do antropomorfismo e do animismo, as próprias elites culturais da atualidade, demonstra que neles havia alguma coisa além da simples projeção do homem nas coisas. Essa “alguma coisa”, como já vimos, é a presença dos “agentes espirituais”, atuando incessantemente sobre o homem e as comunidades humanas em todas as fases da pré-história e da história.
Kardec dedicou o segundo capítulo da terceira parte de O Livro dos Espíritos à Lei de Adoração. Os Espíritos Superiores ensinaram-lhe que “ a adoração é o resultado de um sentimento inato no homem”, como o sentimento da existência da divindade.
Acrescentaram que ela faz parte da lei natural, ou seja, do conjunto de forças naturais que constituem o mundo, ao qual o homem naturalmente pertence.
A seguir, mostraram, como a lei de adoração se desenvolve nas sociedades humanas, a partir da adoração exterior de objetos materiais, até atingir aquela fase superior que definiram com estas palavras
“A verdadeira adoração é a do coração”.

Nenhum comentário: