PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

sexta-feira, julho 21, 2006

ANALISEMOS O CASO À LUZ DO ESPIRITISMO - EUTANÁSIA
Prática, sem amparo legal, pela qual se busca abreviar, sem dor ou sofrimento, a vida de um doente reconhecidamente incurável.
Podemos considerar como eutanásia a morte aplicada a uma pessoa portadora de doença incurável ou sobremaneira penosa, ou o desligamento de aparelhos que mantinham artificialmente a vida vegetativa de pacientes terminais.
É a chamada morte misericordiosa ou piedosa, porque sua finalidade seria terminar com o sofrimento dessas criaturas.
Essa polêmica questão foi submetida ao Espírito São Luiz por Allan Kardec, da seguinte forma:
Um homem está agonizante, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado é desesperador.
Será lícito pouparem-se-lhe alguns instantes de angústias, apressando-se-lhe o fim ?
( O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap V, nº 28 )
“Quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus ? Não pode ele conduzir o homem até a borda do fosso, para daí o retirar, a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar idéias diversas das que tinha ? Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A Ciência não se terá enganado nunca em suas previsões ? “Sei bem haver casos que se podem, com razão, considerar desesperadores; mas, se não há nenhuma esperança fundada de um regresso definitivo à vida e à saúde, existe a possibilidade, atestada por inúmeros exemplos, de doentes, no momento mesmo de exalar o último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes as faculdades ! Pois bem: essa hora de graça que lhe é concedida, pode ser-lhe de grande importância. Desconheceis as reflexões que seu espírito poderá fazer nas convulsões da agonia, quantos tormentos lhe pode poupar um relâmpago de arrependimento.” “O materialista, que apenas vê o corpo e em nenhuma conta tem a alma, é inapto a compreender essas coisas: o espírita, porém, que já sabe o que se passa no além-túmulo, conhece o valor de um último pensamento.” “Minorai os derradeiros sofrimentos, quanto o puderdes; mas, guardai-vos de abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro.”
Entretanto, a leitura do texto acima transcrito revela que, no Território da Austrália do Norte, embora com o nome de eutanásia voluntária, na verdade ocorreu a legalização de uma forma camuflada de suicídio, como veremos em seguida.

SUICÍDIO EUTANÁSICO – Podemos chamar de suicídio eutanásico a conduta da pessoa que, presa de cruéis sofrimentos decorrentes de enfermidade penosa e incurável, resolve acabar com a própria vida, ainda que seja continuamente assistida por um médico.
Foi o que aconteceu no caso em exame. Com efeito, o paciente Bob Dent, com 66 anos de idade e portador de câncer na próstata, resolveu fazer uso desse “direito” de morrer. De acordo com a lei vigente, obteve as três assinaturas necessárias – do seu próprio médico, de um especialista em câncer e de um psiquiatra -, o que demonstra que ele estava no seu juízo perfeito e teve nove dias para refletir sobre a sua decisão. Mantida esta, na presença da mulher e do médico que o assistiu durante todo o procedimento, respondeu positivamente por três vezes à indagação do “programa de computador para a autolibertação”, o qual liberou a aplicação do medicamento que determinou a sua morte em poucos minutos.
Este tipo de conduta foi assim analisada por Allan Kardec e pelos Espíritos Superiores:
Quando uma pessoa vê diante de si um fim inevitável e horrível, será culpada se abreviar de
alguns instantes os sofrimentos, apressando voluntariamente sua morte ?
( Livro dos Espíritos nº 953 )
É sempre culpado aquele que não aguarda o termo que Deus lhe marcou para a existência. E quem poderá estar certo de que, malgrado as aparências, esse termo tenha chegado; de que um socorro inesperado não venha no último momento ?”
Concebe-se que, nas circunstâncias ordinárias, o suicídio seja condenável; Mas, estamos figurando o caso em que a morte é inevitável e em que a vida só é encurtada de alguns instantes. “É sempre uma falta de resignação e de submissão à vontade do Criador.” Quais, nesse caso, as conseqüências de tal ato ?
“Uma expiação proporcionada, como sempre à gravidade de acordo com as circunstâncias.”
CONCLUSÃO - Na reportagem em análise, notamos a posição de juristas, médicos e religiosos sobre a chamada eutanásia voluntária, mas nenhum deles opinou acerca da situação do Espírito do paciente após a morte do corpo físico. E nem poderiam fazê-lo, porquanto a ciência não se preocupa com a alma humana, que não pode ser objeto de suas investigações, enquanto que as religiões, obscurecidas pelos dogmas, não chegaram até hoje a um consenso sobre a realidade do além túmulo.
Sendo assim, resta ao Espiritismo explicar as conseqüências legais, físicas, psíquicas, perispirituais e espirituais do uso do livre-arbítrio em todos os nossos pensamentos e atos em geral, e, nesse caso específico da eutanásia e do suicídio eutanásico.
Como muito bem explicam os Espíritas, o homem deve submeter-se com resignação à vontade do Criador. Entrementes, poderá, se quiser, tomar outro caminho, mas nesse caso arcará inevitavelmente com as conseqüências, as quais ficarão subordinadas à intenção, isto é, ao verdadeiro motivo que levou a tomar esta ou aquela decisão.
É em suma, o corolário do princípio de que a cada um será dado de acordo com as suas obras, assim aqui no mundo físico, como no plano espiritual !
Para finalizar, lembramos o seguinte caso, ocorrido na frança. Conta-nos Estácio Lima, lembrado por Flamínio Fávero , que uma linda criança, filha de um médico, estava acometido de difteria e já encontrava-se com fenômenos asfíxicos, com cianose e sinais de morte evidente, máxime porque a mortalidade por essa doença atingia a cifra de 99% ! Consultara o pai, desesperado, médicos de Paris e não obteve nenhuma resposta. Amargurava-lhe o coração ver o padecimento e a ansiedade da menina. Assim motivado, ministrou na filha uma forte injeção de ópio para aliviar a dor e produzir o desenlace. Depois do sepultamento, o pranto, a saudade infinita, e a sensação amarga de um dever bem cumprido. Porém, eis que chega um telegrama urgente: “Roux descobre soro antidiftérico; aguarde remessa.” Tarde demais. É o grito patético contra a eutanásia, que parte do remorso de um pai, médico !
( Revista Internacional de Espiritismo - Outubro de l996)

2 comentários:

Anônimo disse...

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