XXXII - A VONTADE E OS FLUIDOS
( Depois da Morte - Léon Denis )
O invólucro fluídico do ser
depura-se, ilumina-se ou obscurece-se, segundo a natureza elevada ou grosseira
dos pensamentos em si refletidos. Qualquer ato, qualquer pensamento repercute
grava-se no perispírito. Daí as consequências inevitáveis para a situação da
própria alma, embora esta seja sempre senhora de modificar o seu estado pela
ação contínua que exerce sobre seu invólucro.
[...] Assim, a vontade humana destrói e repara
a bel-prazer os tecidos vivos; pode também modificar as substâncias materiais a
ponto de comunicar-lhes propriedades novas provocando a ebriedade ( 1 ) com
água simples, etc. Atua mesmo sobre os fluidos e cria objetos, corpos, que os
hipnotizadores veem, sentem, tocam, e que, para eles, têm uma existência
positiva e obedecem a todas as leis da óptica. É isso o que resulta das
pesquisas e dos trabalhos dos Drs. Charcot, Dumontpellier, Liébault, Bernhei,
dos professores Liégeois, Del-boeuf, etc, cujas demonstrações podem ser lidas
em todas as revistas médicas.
[...] Todo ato da vontade, já o dissemos,
reveste uma forma, uma aparência fluídica, que se grava no invólucro
perispirítico.
[...] Sim, tudo pode a vontade exercida no
sentido do bem e de acordo com as leis naturais. Muito também pode para o mal.
Nossos maus pensamentos, nossos desejos impuros, nossos atos culpáveis,
corrompem, por neles se refletirem os fluidos que nos rodeiam, e o contato
destes produz mal-estar e impressões desagradáveis nas pessoas que de nós se
aproximam pois todo organismo sofre a influência dos fluidos ambientes. Do
mesmo modo, sentimentos de ordem elevada, pensamentos de amor, exortações
calorosas vão penetrar os seres que nos cercam, sustentá-los e vivificá-los.
Assim se explica o império exercido sobre s multidões pelos grandes
missionários e pelas almas eminentes. Embora os maus também assim possam
exercer a sua influência funesta, podemos sempre conjurar esta última por
volições em sentido inverso e através de resistência energética da nossa
vontade.
[...] A vontade, exercendo-se fluidicamente,
desafia toda vigilância e todas as pressões.
EVOLUÇÃO
FRANCISCO CÂNDIDO
XAVIER / WALDO VIEIRA
13
Alma e fluidos
FLUÍDOS EM GERAL — A
consciência que aprendera a realizar complexas transubstanciações de força nas
diversas linhas da Natureza, em se adaptando aos continentes da esfera
extrafísica, passa a manobrar com os fenômenos de mentação e reflexão, de que o
pensamento é a base fundamental.
Definimos o fluído, dessa
ou daquela procedência, como sendo um corpo cujas moléculas cedem
invariavelmente à mínima pressão, movendo-se entre si, quando retidas por um
agente de contenção, ou separando-se, quando entregues a si mesmas.
Temos, assim, os fluídos
líquidos, elásticos ou aeriformes e os outrora chamados fluídos imponderáveis,
tidos como agentes dos fenômenos luminosos, caloríficos e outros mais.
A GÊNESE –
ALLAN KARDEC
CAP VI
10. Há um fluido etéreo que enche o espaço e
penetra os corpos. Esse fluido é o éter, ou matéria cósmica primitiva, geradora
do mundo e dos seres. São inerentes ao éter as forças que presidiram às
metamorfoses da matéria, as leis imutáveis e necessárias que regem o mundo.
Essas forças múltiplas, indefinidamente variadas segundo as combinações da
matéria, localizadas segundo as massas, diversificadas em seus modos de ação, de
acordo com as circunstâncias e os meios, são conhecidas na Terra sob os nomes
de gravidade, coesão, afinidade, atração, magnetismo, eletricidade ativa. Os
movimentos vibratórios do agente são conhecidos sob os nomes de som, calor,
luz, etc. Em outros mundos, elas se apresentam sob outros aspectos, revelam
outros caracteres desconhecidos na Terra e, na imensa amplidão dos céus, forças
em número indefinido se têm desenvolvido em escala inimaginável, cuja grandeza
somos tão incapazes de avaliar, quanto o crustáceo, no fundo do oceano, para
apreender a universalidade dos fenômenos terrestres.
A criação
universal
17. Após haver remontado, tanto quanto o
permitia a nossa fraqueza, em direção à fonte oculta de onde procedem os mundos,
como as gotas d’água de um rio, consideremos a marcha das criações sucessivas e
dos seus desenvolvimentos seriais.
A matéria cósmica primitiva continha os
elementos materiais, fluídicos e vitais de todos os universos que desdobram suas
magnificências diante da eternidade. Ela é a mãe fecunda de todas as coisas, a
primeira avó e, sobretudo, a eterna geratriz. Essa substância, de onde provêm as
esferas siderais, não desapareceu de modo algum; essa potência não morreu, pois
que ainda gera, sem cessar, novas criações e incessantemente recebe,
reconstituídos, os princípios dos mundos que se apagam do livro eterno.
A matéria etérea mais ou menos rarefeita que
se difunde pelos espaços interplanetários; esse fluido cósmico que enche o
mundo, mais ou menos rarefeito, nas regiões imensas, ricas de aglomerações de
estrelas; mais ou menos condensado onde o céu astral ainda não brilha; mais ou
menos modificado por diversas combinações, de acordo com as localidades da
amplidão, nada mais é do que a substância primitiva onde residem as forças
universais, a partir da qual a Natureza tirou todas as coisas.
CAP XIV
I – NATUREZA
E PROPRIEDADE DOS FLUIDOS
2. O fluido cósmico universal é, como já foi
demonstrado, a matéria elementar primitiva, cujas modificações e transformações
constituem a inumerável variedade dos corpos da Natureza. (Cap. X.) Como
princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o de
eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o estado normal
primitivo, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é, de certo modo,
consecutivo ao primeiro. O ponto intermediário é o da transformação do fluido
em matéria tangível. Mas, ainda aí, não há transição brusca, visto que se podem
considerar os nossos fluidos imponderáveis como termo médio entre os dois estados.
(Cap. IV, itens 10 e seguintes.) Cada um desses dois estados dá lugar,
naturalmente, a fenômenos especiais: ao segundo pertencem os do mundo visível e
ao primeiro os do mundo invisível. Uns, os chamados fenômenos materiais,
são da alçada da Ciência propriamente dita; os outros, qualificados de fenômenos
espirituais ou psíquicos, porque se ligam de modo especial à existência
dos Espíritos, cabem nas atribuições do Espiritismo. Como, porém, a vida
espiritual e a vida corporal se acham em contato incessante, os fenômenos das duas
categorias muitas vezes se produzem simultaneamente. No estado de encarnação, o
homem somente pode perceber os fenômenos psíquicos que se prendem à vida corpórea;
os que são do domínio exclusivo da vida espiritual escapam aos sentidos materiais
e só podem ser percebidos no estado de Espírito.
5. O ponto de partida do fluido universal é o
grau de pureza absoluta, da qual nada nos pode dar idéia; o ponto oposto é a
sua transformação em matéria tangível. Entre esses dois extremos, dão-se inúmeras
transformações, mais ou menos aproximadas de um e de outro. Os fluidos mais próximos
da materialidade, os menos puros, conseguintemente, compõem o que se pode
chamar a atmosfera espiritual da Terra. É desse meio, onde igualmente vários
são os graus de pureza, que os Espíritos encarnados e desencarnados deste
planeta haurem os elementos necessários à economia de suas existências. Por
mais sutis e impalpáveis que nos pareçam, esses fluidos não deixam por isso de
ser de natureza grosseira, em comparação com os fluidos etéreos das regiões
superiores. O mesmo se dá na superfície de todos os mundos, salvo as diferenças
de constituição e as condições de vitalidade próprias de cada um. Quanto menos
material é a vida neles, tanto menos afinidade têm os fluidos espirituais com a
matéria propriamente dita.
Ação dos
Espíritos sobre os fluidos.
Criações
fluídicas. Fotografia do pensamento
13. Os fluidos espirituais, que constituem um
dos estados do fluido cósmico universal, são, a bem dizer, a atmosfera dos
seres espirituais; o elemento de onde eles tiram os materiais sobre os quais
operam; o meio onde ocorrem os fenômenos especiais perceptíveis à visão e à
audição do Espírito, mas que escapam aos sentidos carnais, impressionáveis
somente pela matéria tangível; o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo
espiritual, diferente da luz comum, pela causa e pelos efeitos; finalmente, o
veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som.
15. Sendo os fluidos o veículo do pensamento,
este atua sobre os fluidos como o som sobre o ar; eles nos trazem o pensamento,
como o ar nos traz o som. Pode-se, pois, dizer, sem receio de errar, que há,
nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem,
como há no ar ondas e vibrações sonoras.
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