A Mediunidade Extraordinária de Carmine Mirabelli
Carmine Mirabelli, brasileiro, foi um dos maiores médiuns de efeitos físicos do mundo e, na opinião de Jorge Rizzini, o médium mais completo da história recente. Nasceu em Botucatu/SP em 02 de Janeiro de 1889 e desencarnou em 30 de Abril de 1951 em São Paulo.
Esteve no auge de sua grande força mediúnica entre os anos de 1915 a 1935, embora até ao final de sua vida apresentasse fenômenos de efeitos físicos.
Entretanto, é de se notar que o meio espírita atual, no geral, não o conhece ou, pelo menos, têm bem pouco conhecimento do que foi a sua obra dentro do Espiritismo brasileiro e do Espiritualismo internacional.
O que se sabe sobre ele hoje em dia é o que ficou da obra de Eurico Góes, seu amigo e biógrafo, lançada em 1937, sob o título de Prodígios da Biopsíquica obtidos com o médium Mirabelli. Desta obra resultaram os artigos que se lê hoje e um livro biográfico mais recente, resumido, que se pode encontrar nas livrarias. Porém há mais, muito mais, a falar sobre o médium. A começar que ele deixou mais de 50 mensagens psicografadas em português, francês, alemão, japonês, espanhol, com trechos em italiano e hebraico. Essas mensagens são assinadas por personalidades ilustres no planeta. Seriam elas: Sócrates, William Crookes, Napoleão Bonapart, Cristóvão Colombo, Augusto Comte, Lombroso, Francisco de Assis, Joana D’Arc, Flammarion, Oliver Cromwell, Dante Alighieri, Diógenes e outros.
Numa época onde as manifestações físicas eclodiam no mundo, pela espiritualidade, observada e organizada por kardec, Mirabelli foi o grande médium no Brasil que manifestava esses fenômenos. Ele foi telepata, clarividente, médium de precognição, retrocognição, médium musical (em transe tocava piano e violino e cantava com voz de tenor, barítono e baixo, em vários idiomas), médium pintor (deixou 300 telas mediúnicas; 50 foram expostas no Holanda), médium psicofônico (em transe falava 26 idiomas); e psicografava em 28 línguas, vivas e mortas, entre as quais o russo, grego, chinês, catalão, japonês, latim, aramaico, hieróglifos, caldeu, persa, árabe, etc., e enquanto o fazia podia conversar em outra língua.
Mirabelli possuía ainda três outras modalidades mediúnicas, nele também poderosas - a materialização, a desmaterialização e a levitação, e com um detalhe precioso: sua mediunidade operava na claridade e à luz do dia, e os fenômenos físicos por ele produzidos foram observados por mais de 500 pessoas de elevado nível cultural, entre elas, 72 médicos e 105 estrangeiros.
Mirabelli foi acusado de fraude e de louco pela sociedade. Foi internado no manicômio de Franco da Rocha, perseguido pela imprensa, caluniado, espancado em São Vicente por religiosos fanáticos, teve sua casa apedrejada e espalharam tantas mentiras sobre ele que até o meio espírita se retraiu e se afastou do médium. Décadas depois de seu desencarne, adversários da espiritualidade ainda foram remexer em suas fotos para acusá-lo de fraude, fraude essa que jamais foi provada durante sua vida. Mas à sua maneira e nas academias de estudos psíquicos em que demonstrava seus dons mediúnicos, evidenciando a existência da espiritualidade, atraiu para o Espiritismo um grande número de adeptos e foi um exemplo de vida dedicada à mediunidade.
É bom que o espírita conheça as fases da doutrina e saiba preservar a história de seus médiuns. Mirabelli foi o nosso grande médium de efeitos físicos, entre as luzes e sombras que vivenciou, mas terminou esquecido pelos espíritas. A coleção Mirabelli vai agora recontar essa história.
(Trechos extraídos do texto de Márcio Bellini, trabalhador do centro espírita Casa do Caminho Santana e organizador da Coleção Mirabelli. Matéria contida da "Revista Cristã de Espiritismo" ed. 142)
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