Quem é o autor da bíblia? Quando ela foi escrita? È ela a palavra de Deus? O Espiritismo é condenado em seus textos?
Estas e muitas outras questões sobre aquele que é considerado o mais importante livro de todos os tempos são abordadas aqui, submetidas porém ao crivo da razão, como convém aos estudos sérios e imparciais.
A BÍBLIA, que significa “O LIVRO”, é a reunião de vários livros da religião hebraica. Todos eles foram escritos em hebraico, aramaico e grego e traduzidos, mais tarde, para o Latim, por São Jerônimo, na conhecida VULGATA LATINA, no século V de nossa era.
Os Evangelhos de Jesus não pertencem de fato à BÍBLIA. Eles foram incorporados a este livro pelas Igrejas Católica e Protestante, com o nome de NOVO TESTAMENTO. O conjunto dos textos antigos passa então a ser denominado de VELHO TESTAMENTO.
Não existem os originais dos dois testamentos. É tudo “cópia da cópia”, “tradução da tradução”, donde se pode concluir que, fatalmente, se multiplicaram falhas e enganos diante da margem de erro dos copistas, consciente ou inconsciente, voluntária ou involuntária, somada às naturais dificuldades lingüísticas bem como às omissões e evidentes interpolações. Ela não foi escrita de uma só vez, mas no espaço de 1.000 anos, ou segundo outros, de 1.400 a 1.700 anos. Alguns pesquisadores dizem que o primeiro livro a ser escrito foi o de Jô, enquanto outros afirmam ter sido o PENTATEUCO, ou seja, os cinco primeiros livros do VELHO TESTAMENTO. Já os últimos a serem escritos foram os do Evangelista João, no período de 85-100 A.D.
A BÍBLIA não foi escrita por um grupo homogêneo de pessoas, mas por criaturas que não se conheciam, de lugares distantes, de posições diferentes, num período que abrange cinco civilizações. Por exemplo: Davi e Salomão eram Reis; Isaías, estadista e profeta; Pedro, Tiago e João eram pescadores; Zacarias e Jeremias, sacerdotes e profetas; Amós, homem do campo; Lucas, médico; Mateus, funcionário público, cobrador de impostos. Paulo era teólogo, doutor da Lei, erudito e assim por diante.
Com relação à sua interpretação, existem vários tipos, destacando-se; a literal, a alegórica e a simbólica. As Igrejas Católica e Protestante adotaram a interpretação literal. Prevalece ai a chamada INERRÂNCIA, ou seja, elas consideram que a BÍBLIA não há nada de errado, “todas as palavras foram inspiradas por Deus, todos os livros estão exatamente como foram originariamente escritos, e estão isentos de erros em cada detalhe.” Para elas a BÍBLIA é indiscutível e deve ser aceita literalmente ou de acordo com a “interpretação autorizada da Igreja.”
A BÍBLIA hoje já está traduzida para aproximadamente 1.300 idiomas, inclusive dialetos. Há uma firmação unânime de que ela é o livro mais lido, mais discutido e debatido do mundo, tido como “best-seller” todos os anos.
RELATOS E FATOS HISTÓRICOS DA BÍBLIA
As pesquisas históricas revelam que os livros do VELHO TESTAMENTO tem origem na literatura oral do povo judeu. Só depois do exílio da Babilônia foi que Esdras conseguiu reunir e compilar os livros orais (guardados na memória) e proclama-los em praça pública como a lei do judaísmo, ditada por Deus.
O VELHO TESTAMENO é um conjunto de livros em que encontramos de tudo, desde as regras de higiene dos judeus primitivos até lendas e tradições do povo hebreu, misturadas às heranças dos egípcios e babilônicos. Jeová é um Deus irascível e violento, diferente do Deus Pai do Evangelho de Jesus, considerado como O NOVO TESTAMENTO.
Os relatos históricos da BÍBLIA, contidos no VELHO TESTAMENTO, são ao mesmo tempo ingênuos e terríveis. Analise-se, por exemplo, o DEUTERONÔMIO, especialmente nos capítulos 23 e 28 e veja se Deus podia ditar aquelas regras de higiene simplórias, aquelas impiedosas leis de guerra total, aquelas maldições horríveis contra os que não crêem na “sua palavra”. Essas maldições até hoje apavoram as criaturas simples que tem medo de duvidar da BÍBLIA.
C.G. Salders, que foi protestante cerca de 50 anos, em seu livro UMA ANÁLISE CRÍTICA DA BÍBLIA, afirma: A BÍBLIA é um livro humano como outro qualquer. Contém muitos ensinamentos bons que elevam a alma para Deus e contém muitos ensinamentos que não passam de palha seca; ela se contradiz em muitos pontos, em outros violenta o bom senso, contradiz a ciência e, em muitos trechos ainda, é positivamente iníqua. Se fosse recebida como livro meramente humano, poder-se-ia tirar dela o que tem de útil, o que tem de bom e deixar de lado o que não presta; mas aceitando-a como a Palavra de Deus, como livro inspirado por Deus, resulta a confusão; o leitor, que pesa o que lê, fica desnorteado; daí a diversidade de interpretação, daí a multidão de seitas.
Os relatos bíblicos apresentam várias lendas, alegorias e símbolos, como sendo acontecimentos reais e divinos, e que, interpretados literalmente, “ao pé da letra” resultam em contradições e mais contradições. Para exemplificar, citamos a alegoria da formação do homem, a lenda da sua queda, ou seja, a expulsão de Adão e Eva, enganados pela serpente demoníaca, do Jardim do Éden; ou ainda, a lenda do dilúvio, entre outros. No livro de Gênesis(4,1-17) está escrito que Adão e Eva, os primeiros habitantes da Terra, tiveram dois filhos: Caim e Abel. Caim matou Abel. O Senhor pôs um sinal em Caim para que não o ferisse de morte quem quer que o encontrasse. Retirando-se da presença do Senhor, o renegado Caim fugiu para a terra de Node, ao oriente do Éden, onde casou-se. Com quem se casou Caim? Se Adão e Eva eram as primeiras criaturas humanas, Caim era a terceira. Não haveria mais gente em toda a Terra. Mas a BÍBLIA nos conta o seguinte: “E coabitou Caim com sua mulher; ela concebeu e deu à luz Enoque. Caim edificou uma cidade e lhe chamou Enoque, o nome de seu filho.”
Não há explicação teológica que possa resolver as contradições do texto.
O melhor seria aceitar a passagem como uma lenda para explicar a origem do ser humano.
Nada mais fácil que encontrar erros históricos e contradições nos textos antigos. Mas estes erros não invalidam a BÍBLIA, seus ensinamentos proféticos. Sabemos que são textos de um passado longínquo e não podemos sensatamente interpretá-los como se tivesse sido escrito em nossos dias. O VELHO E O NOVO TESTAMENTO, como outros textos religiosos da antiguidade, são marcos da evolução espiritual da Terra.
AS LEIS MORAIS DA BÍBLIA
As leis morais da BÍBLIA – VELHO TESTAMENTO – podem ser resumidos nos Dez Mandamentos. Mas esses mandamentos nada tem de transcendentes. São regras normais de vida para um povo de pastores e agricultores, com pormenores que fazem rir o homem de hoje. Por isso os mandamentos são hoje apresentados em resumo.
O Espírito que ditou essas leis a Moisés, no Sinai, era o Guia Espiritual da família de Abraão, Isaac e Jacob, mais tarde transformado no Deus de Israel. Desempenhando uma elevada missão, esse Espírito preparava o povo judeu para o monoteísmo, a crença num só Deus, pois os deuses da antiguidade eram muitos. Moisés era um médium em constante ligação com Iavé ou Jeová, o Deus Bíblico.
Além dele, outros profetas bíblicos legaram à humanidade ensinamentos de grande elevação moral, mesmo porque eles eram inspirados por espíritos superiores que preparavam a vinda de Jesus.
A BÍBLIA PROIBIU O ESPIRITISMO?
Muitas pessoas, das diversas igrejas cristãs alegam que a lei de Deus proíbe evocar os mortos e atualmente dizem que a BÍBLIA condena o Espiritismo, como se a Doutrina se resumisse na comunicação com os mortos. Ignorância dos ensinos espíritas ou má fé?
Pela lógica, tal proibição deveria constar dos Dez Mandamentos recebidos por Moisés no Monte Tabor, o que não ocorre. A proibição na BÍBLIA de consulta aos mortos, de fato, figura no cap. 18 do DEUTERONÔMIO. É a condenação de Moisés, vers. 9 – 14. A tradução porém, como sempre, varia de um tradutor para outro, e às vezes, nas diversas edições da mesma tradução. Moisés proibiu os judeus, quando se estabeleceram em Canaã, de praticar estas abominações: fazer os filhos passarem pelo fogo; entregar-se à adivinhação, prognosticar, agourar ou fazer feitiçaria; fazer encantamento, necromancia, magia ou consultar os mortos. No entanto Moisés fazia-se acompanhar no deserto por uma equipe de médiuns provocando até fenômenos de materialização. Sobre este fato existe um episódio que pastores e padres não citam mas que está na BÍBLIA em todas as traduções. É o constante do livro de NÚMEROS, 11, 26-29. Aconteceu logo após a reunião dos setenta médiuns na tenda para a manifestação de Jeová. Dois médiuns haviam ficado no campo: Eldad e Medad. E lá mesmo foram tomados e profetizaram, ou seja, deram comunicações de espíritos. Um jovem correu e denunciou o fato a Josué. Este pediu a Moisés que proibisse as comunicações.
A resposta de Moisés é um golpe de morte em todas as pretensas condenações à evocação dos mortos. Eis o que diz o grande condutor do povo hebreu: “Que zelos são esses, que mostras por mim? Quem dera que todo o povo profetizasse e que o Senhor lhe desse seu espírito!”
Moisés sabia que Eldad e Medad não eram mercenários nem mistificadores, não procuravam voluntariamente comunicar-se com o mundo invisível, mas eram procurados pelos espíritos. Moisés defendia a mediunidade pura, que o Espiritismo também aprova e defende. Atualmente, alguns clérigos e pastores já admitem que a comunicação com os mortos ou seja, com os espíritos, são verídicas, mas continuam apresentando uma objetivação: “Isso não justifica o Espiritismo, nem o torna menos condenável, porque nas aparições e comunicações espontâneas, não provocadas e nem desejadas, é a Providência que opera segundo seus fins de sabedoria e bondade, ao passo que as provocadas pelo homem contrariam “a lei de Deus” que proíbe evocar os mortos.” Esta objeção, porém, é infundada porque o que apresentam como Lei de Deus ou Divina, são os Dez Mandamentos, e neles não há nada proibindo a evocação dos mortos. A proibição ali manifesta é de praticar o adultério, tomar o nome do Senhor em vão, matar, furtar, cobiçar as coisas alheias, fazer ou adorar imagens etc. Aliás, a Igreja Católica, para continuar fazendo e adorando imagens, substituiu esta proibição e desdobrou a proibição de cobiçar as coisas alheias, em cobiçar a mulher do próximo (que também é “coisa alheia”). Ao invés de 10, pois, seriam 11 os mandamentos da Lei de Deus, segundo a Igreja Católica.
A BÍBLIA, além de não condenar esta prática, dá-lhe testemunho. É o caso de Samuel, atormentado por um espírito mau e que foi aliviado pela mediunidade de Davi, que usava a música para afastá-lo. Apesar da proibição de Moisés, em I.Samuel 28, 13-19 vamos encontrar a narração de que o Rei Saul foi consultar uma pitonisa em Endor, mesmo sabendo da severidade da lei mosaica, que punia com a pena de morte a comunicação com os mortos. O Rei apresenta-se diante da pitonisa, disfarçado, para não ser identificado, mas ela o reconhece e só concorda em atendê-lo depois que ele promete não prejudicá-la. O espírito de Samuel comunica-se então, por intermédio da pitonisa e lhe dá um triste vaticínio: os filisteus derrotariam as tropas de Israel, o que de fato aconteceu.
Está claro que a proibição contra a evocação dos mortos não é de Deus, mas de Moisés, legislador dos judeus, que criou essas outras leis, exclusivamente para aquela época, há 40 séculos, uma legislação específica para o judaísmo. Dentre elas podemos citar: “o direito de comprar e espancar os escravos; o que ferir a um homem, com a intenção de o matar, morra de morte; não cortar o cabelo em redondo nem raspar a barba(Levítico); ou ainda a que ordenava aos pais que levassem seus filhos desobedientes aos anciãos da cidade para serem lapidados (mortos a pedrada); a que autorizava a qualquer homem o repúdio de sua mulher, bastando para isso que não fosse agradável a seus olhos por causa de uma fealdade etc.”
Porque essas “Leis de Moisés” ninguém mais respeita e temos que respeitar a que se refere à evocação dos mortos?
O TESTEMUNHO DE JESUS
O próprio Jesus Cristo dá-nos testemunho da comunicação com os “mortos” no episódio da Transfiguração, quando ele subiu ao Monte Tabor com Pedro, Tiago e João e, envolto em luminosidade, conversou com os espíritos de Elias e Moisés, materializados diante dele e seus apóstolos. Após a ressurreição, Jesus se manifesta, em espírito, por quatro vezes: aparece a Maria de Magdala (Maria Madalena); comparece a uma reunião dos apóstolos, onde inclusive testa a fé de Tomé e; conversa com dois discípulos na estrada de Emaús. Além destas passagens há aquela em que, estando seus discípulos pescando, ele lhes aparece e orienta sobre a pesca.
Aliás, no VELHO E NOVO TESTAMENTO as comunicações dos espíritos eram tantas que chegaram a preocupar o apóstolo João, a ponto dele advertir os crentes, em sua primeira epístola: “Caríssimos, não acrediteis em todo espírito mas provai se os espíritos são de Deus (cap.4,1-3).
Como vemos, as comunicações com os espíritos não foi inventada pelo Espiritismo.
ALTERAÇÕES DOS TEXTOS BÍBLICOS
A BÍBLIA vem sendo alterada, modificada e muitas vezes arranjada, de acordo com os interesses dos homens. O próprio São Jerônimo afirmou que fez correções, acréscimos, modificações em sua tradução dos manuscritos antigos.
Os protestantes excluíram vários livros das escrituras, como o de Macabeus.
A BÍBLIA protestante não traz o capítulo XIII de DANIEL, e a tradução de um exegeta não é a mesma de outro.
Allan Kardec menciona, no capítulo quarto de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, uma referência no livro de JÓ à reencarnação. Esta mesma referência aparece modificada na tradução protestante Ostewald e na tradução da Igreja Ortodoxa Grega. Nesta última, que é a mais próxima do texto original, o principio da reencarnação está evidente.
Outra citação de Kardec, no mesmo capítulo, é de ISAÍAS, 26.19, em que a expressão bíblica é bastante clara: “os teus mortos viverão; os meus, a quem deram a vida, ressuscitarão”. Essa passagem, como outras, é adaptada nas traduções, para esconder a crença dos profetas na reencarnação.
O texto de JÓ, 15.10-14, aparece desta maneira na versão grega ortodoxa: “Quando o homem está morto, vive sempre; findando os dias de minha existência terrestre, esperarei, porque a ela voltarei novamente.”
Temos ai uma síntese admirável do princípio da reencarnação, de pleno acordo com o Espiritismo: morto, o Homem não fica enterrado, mas ressuscita no corpo espiritual. Ressuscitado, espera no mundo espiritual o momento de voltar à vida terrena, a fim de prosseguir o seu desenvolvimento.
Mas as alterações não se deram apenas no passado. Dão-se agora aos nossos olhos. Examine o leitor a última edição da BÍBLIA feita pela Sociedade Bíblica do Brasil. A tradução portuguesa é a clássica, de João Ferreira de Almeida, mas “revista e atualizada no Brasil”. A revisão implicou na mudança de palavras, as vezes com a finalidade de enquadrar o Espiritismo nas condenações bíblicas às práticas da antiga magia. É assim que, em I Samuel, como título do cap. 28, encontramos o seguinte: “Saul consulta a médium de Endor.” E também no texto, a palavra espírita “médium” foi incluída. Mas no cap. 18 de DEUTERONÔMIO foram conservadas as expressões antigas: adivinhos e feiticeiros.”
Com essas versões, onde determinadas passagens bíblicas condenam o Espiritismo, os espíritas, ficam obrigados, ao comprar uma BÍBLIA, ou recomendar alguma a alguém, a verificar antes, a existência ou não de tão lamentável fato. E isso vem ocorrendo principalmente nos seguintes livros: no VELHO TESTAMENTO: LEVÍTICO, 19.31; 20,6 20,27; DEUTERONÔMIO: 18.11; SAMUEL 28.3.7-9; II REIS: 21.6, 23.24; ISAÍAS: 8.19, 19.3, 29.4; No NOVO TESTAMENTO: GÁLATAS 5,19-20; APOCALIPSE: 22.15.
As expressões usadas, pejorativamente, nestas passagens e encontradas numa só BÍBLIA são as seguintes: “médiuns espíritas”, “mediunidade espírita”, “prática de espiritismo”. Uma outra versão usada apenas “aos espíritos”, “ao espiritismo”. Outra, sutilmente só se refere a “médiuns”, “que é médium”.
Nesta, até a edição de 1.949 não havia tais expressões. Mas, na edição de 1.958, começaram a aparecer.
Comparando essas BÍBLIAS com aquelas que não procederam de tal maneira, vemos claramente que, onde sempre se registrou “feitiçaria”, “encantamento”, “magia”, “feiticeiros”, “evocadores de mortos” etc, passaram a surgir as expressões acima, procurando assim identificar o espiritismo com tudo isso, o que é uma injustiça, um absurdo, um lamentável engano.
A INTERPRETAÇÃO ESPÍRITA
A BÍBLIA, especialmente o NOVO TESTAMENTO, significa para o Espiritismo, segundo a opinião de Allan Kardec, de Leon Denis e de tantos outros espíritas um livro básico, contendo verdades sublimes, de que até mesmo Jesus se serviu para sua pregação do Reino. Verdadeiro monumento literário de um passado longínquo, representa um marco indelével da evolução espiritual do Homem. Pouco importa que o Pentateuco tenha sido escrito por Moisés ou que os vários livros da Bíblia estejam repletos de episódios sangrentos e mesmo de relatos de coisas imorais. Esses episódios e esses relatos se referem a um passado de milhares de anos e são por si mesmo testemunhos escritos da evolução humana. Muitos deles são alegóricos, e se hoje nos causam espanto, ontem serviram para despertar consciências.
A BÍBLIA foi inspirada pelos Espíritos, como mensageiros de Deus, no tocante aos seus livros proféticos, que chamamos mediúnicos.
Allan Kardec, em A GÊNESE afirma: “A BÍBLIA, evidentemente, encerra fatos que a razão, desenvolvida pela ciência, não poderia hoje aceitar, e outros que parecem estranhos, e derivam de costumes que já não são os nossos. Mas a par disso, haveria parcialidade em não reconhecer que ela encerra grandes e belas coisas. A alegoria ocupa ali, considerável espaço, ocultando sob o seu véu, sublimes verdades que se pantenteiam desde que se desça ao âmago do pensamento, pois logo desaparece o absurdo.”
Ainda em “A GÊNESE” ele afirma: “De todas as antigas Gêneses, a que mais se aproxima dos dados científicos modernos, apesar de seus erros, hoje, incontestavelmente é a de Moisés(...) não rejeitemos pois a Gênese bíblica, mas estudemo-la, como estudamos a história da origem dos povos”.
A BÍBLIA é pois, um livro importante, que deve ser lido, estudado, meditado, sempre à luz da razão, atendendo ao conselho do apóstolo Paulo: “LÊ TUDO E RETENDE O QUE É BOM.”
Fonte: Revista Espírita Allan Kardec
Nenhum comentário:
Postar um comentário