PRESENÇA ESPÍRITA NA BÍBLIA
JOSÉ REIS CHAVES
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- SERIA O BATISMO UMA CORREÇÃO DE
UM ERRO DIVINO NA PROCRIAÇÃO?
Apesar da
boa intenção e da boa fé dos teólogos do passado, ainda pouco evoluídos e com
suas ideias antropomórficas sobre Deus, eles acabaram cometendo muitos erros no
seu conceito de Deus.
Nós jamais
somos infalíveis, como os espíritos que nos inspiram nunca o são também. Daí os
erros bíblicos. E São João, sabendo da falibilidade e da ignorância dos
espíritos, recomenda-nos que os examinemos, (1 João 4:1), no que os espíritas
são rigorosos. Os espíritos humanos e já angélicos de alto nível de evolução ou
puros merecem mais a nossa confiança. Mas nem por isso são infalíveis. Jesus
nos ensinou que os anjos e Ele não sabiam quando seria o final dos tempos, pois
que isso era da competência somente de Deus. (São M ateus 24:36). Kardec, que
foi um estudioso sério da Bíblia, e que seguiu, pois, à risca o ensino de João,
lembrou-nos de que deveríamos seguir a ciência, se amanhã for constatado um
erro de um espírito da sua Codificação. Se os espíritos encarnados, como o de São
Pedro e de outros apóstolos do excelso Mestre cometeram erros, por que não os cometeriam
depois de desencarnados? Há na Bíblia e nos tratados teológicos antigos, ideias
pueris sobre Deus. Elas são de inspirações de espíritos atrasados que foram
tomados como sendo o do próprio Deus.
Mas o pior
de tudo isso é que os teólogos modernos das igrejas cristãs, apesar de totalmente
conscientes dos erros de seus colegas do passado, nunca reconhecem de público
esses erros, continuando a ensiná-los como verdades para os seus fiéis
analfabetos e cegos em Bíblia e teologia. Mas hoje, há um número maior de
leigos estudiosos da Bíblia e teologia do que o número de padres e pastores. E
esses leigos, que às vezes entendem de Bíblia e teologia tanto quanto os padres
e pastores, e até mais do que eles, ao constatarem esses erros apontam-nos
para sociedade, pois esses teólogos e
biblistas leigos não são comprometidos com nenhuma hierarquia religiosa, e não vão perder seus empregos
e privilégios por divulgarem a verdade.
Muitos
teólogos ensinam hoje que o pecado original de Adão e Eva, que seria herdado
por todos nós, não tem nada a ver com a sexualidade. Mas, geralmente, ainda predomina
o pensamento antigo de que o ato sexual da metáfora do primeiro casal humano é
que é o tal de pecado original. Daí que a virgindade de Maria e o celibato dos padres
são tão engrandecidos. A fecundação sem a perda da virgindade é atribuída também
às mães de Buda, Krisna e Zoroastro. (Recomendo ao leitor meu livro: “A Face
Oculta das Religiões”, página 174, Ed. EBM, SP, onde verá, inclusive, o dogma
da doutrina da Concepção Imaculada de Maria, proclamado em 1854 pelo Papa Pio
IX, o mesmo
que instituiu o da infalibilidade dos Papas, em 1870).
Essas
polêmicas não diminuem para mim a importância de Nossa Senhora, Mãe de Jesus e
da Humanidade. Elas, porém, nos levam a pensar que a sexualidade que Deus criou
como meio de conservação de todas as espécies e de fazê-las crescer
numericamente seria uma coisa errada, e que o batismo tem por fim o absurdo de
corrigir esse suposto erro de Deus!
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