PURGATÓRIO
Emmanuel
Reunião pública de
8-9-81.
1ª Parte, cap. V, item 3
Na senda cristã rememoras o tempo glorioso dos
mártires, invejando-lhes o destino.
De outras vezes, sonhas chegar ao Plano
Espiritual por sublime aparição de brandura, asserenando as almas impenitentes.
Em muitas ocasiões, no limiar do repouso físico,
pede admissão ao serviço dos
benfeitores desencarnados, diligenciando o próprio adestramento em
obras de instrução e consolo.
Entretanto, quase nunca te lembras de que te
encontras no mundo, assim como quem vive temporariamente no purgatório.
Não precisas entregar a própria carne ao dente
das feras, para demonstrares fé em Deus; e nem desvencilhar-te do corpo denso a
fim de exerceres os misteres da caridade.
O Amor Infinito expressa-se, em toda parte, e a
Terra em que respiras movimenta-se a pleno céu.
Embora na parcela de luta que o passado te
atribui ao presente, reflete no ideal de servir e surpreenderás o divino momento de auxiliar,
seja onde seja.
Tens, na própria casa, os pais sofredores, os
filhos inquietos, os irmãos menos felizes e os parentes agoniados.
Identificas, no trabalho, chefes irritadiços,
subalternos amargos, clientela exigente e colegas-enigmas.
No campo social, relacionas amigos-problemas,
adversários gratuitos, companheiros
frágeis e observadores intransigentes.
E, tanto nos becos mais simples quanto nas mais
largas avenidas, segues ao lado de corações que a sombra enredou na teia das grandes
provas.
Todos, sem exceção, esperam de ti a migalha de
amor e a esmola de paciência.
Purgatório! purgatório!. Todos nós, consciências
endividadas, estamos nele.
O remédio, porém, é o caminho da cura.
Ajuda aos semelhantes para que os semelhantes te
ajudem.
Aqueles que nos rodeiam são hoje os grandes
necessitados. Amanhã, contudo, é possível que
os grandes necessitados sejamos nós.
Do livro A Justiça Divina. Psicografia de
Francisco Cândido Xavier.

Nenhum comentário:
Postar um comentário