LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER
RAMIRO GAMA
25 – O
INESPERADO BENFEITOR
A venda de José Felizardo, onde o Chico
era empregado, vivia repleta.
Entre os que a frequentavam estava um
homem rude, de nome Honorato,
que era perito em provocar a antipatia
dos outros.
Dizia palavrões.
Embriagava-se.
Por qualquer “dá cá uma palha” exibia um
punhal.
Chico também não simpatizava com ele.
E quando estava à beira de uma discussão
desagradável com o pobre
beberrão, lembrou-se da prece e
calou-se.
Em plena oração, viu Dona Maria João de
Deus, que o advertiu:
— Meu filho, evite contendas. Hoje esse
homem pode ser antipático aos
seus olhos. Amanhã, talvez poderá ser um
benfeitor em nossas necessidades.
Meses passaram.
Num domingo, José e Chico Xavier foram,
de manhãzinha, ao campo em
busca de ervas medicinais para socorro a
irmãos doentes.
Andaram muito à procura do velame, da
carqueja e dos grelos de
samambaia.
Quando se dispunham ao regresso, larga
nuvem de neblina desceu sobre
a região.
Por muito que se esforçassem não
reencontraram o trilho de volta.
Por mais de duas horas erraram no mato
agreste. Muito aflitos, oraram
juntos, pedindo socorro.
Os amigos espirituais pareciam ausentes
e o nevoeiro aumentava cada vez
mais.
distância.
Bateram à porta e a porta abriu-se.
Uma voz alegre e acolhedora gritou lá de
dentro:
— Oh! Chico, você aqui?
Era o Honorato, que os abraçou com
satisfação, oferecendo-lhes alimento
e guiando-os ao caminho de retorno.
Quando o benfeitor se despediu,
deixando-os tranquilos, a progenitora
desencarnada apareceu ao médium e
disse-lhe:
— Compreendeu, Chico?
E o Chico, impressionado, respondeu:
— Compreendi, sim. A senhora tem razão.
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