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DOS ESPÍRITOS COMO SEQUÊNCIA NATURAL DA BÍBLIA
Este ano
assinala o centésimo-décimo aniversário da publicação de O Livro dos Espíritos,
de Allan Kardec, obra básica do Espiritismo. Porque foi precisamente a 18 de abril de 1857,
portanto há 110 anos exatos, que O Livro dos Espíritos apareceu em Paris, dando
início positivo à III Revelação do Cristianismo.
Por mais que os
bíblicos literalistas contestem e que as religiões cristãs dogmáticas protestem,
há uma verdade que não se pode esconder: o Livro dos Espíritos é sequência histórica e
desenvolvimento natural da Bíblia. Mesmo alguns espíritas não concordam com isto.
Mas, se atentassem melhor para a sua doutrina e examinassem o assunto à luz das
obras básicas da doutrina, compreenderiam a verdade. Kardec afirmou e demonstrou
que o Espiritismo é a
continuação do Cristianismo. Veja-se o que ele escreveu a respeito da introdução
e no primeiro capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Veja-se a sua teoria
da Revelação no primeiro capítulo de A Gênese. E consulte-se o livro básico nos
pontos referentes ao problema.
A I Revelação
do Cristianismo foi feita através de Moisés e dos Profetas e codificada na
Bíblia. Esta codificação anunciava a vinda do Messias e, portanto, outra revelação.
Cumprindo a profecia, a II Revelação veio com o Cristo e foi codificada nos Evangelhos. Mas
esta codificação anunciava outra vinda, a do Espírito da Verdade, que se manifestou
a Kardec e deu-lhe os ensinamentos codificados em O Livro dos Espíritos. Esta codificação
é a da III Revelação, que não anuncia mais nenhuma, porque nela a Revelação Cristã
se completa, abrindo definitivamente as portas da mediunidade para o diálogo do
Visível com o Invisível. Estando as portas abertas, a Revelação Cristã flui
naturalmente daqui para diante, sem necessidade das divisões históricas do
início. Por isso e para isso é que o Espiritismo não se fecha numa estrutura
dogmática e eclesiástica.
Kardec afirmou
que o Espiritismo é a chave da Bíblia e dos Evangelhos. Todos os que estudam
este problema sem sujeição a dogmatismos e seitas, sabem que não se pode compreender
as duas codificações anteriores sem o auxílio da posterior. Porque a sequência histórica
é também uma sequência lógica. A Bíblia é a premissa maior do Cristianismo; os Evangelhos
são a premissa menor; O Livro dos Espíritos a conclusão. Essa a razão porque Jesus
prometeu que o Espírito da Verdade viria completar e restabelecer os seus
ensinos.
Negar isto é
negar o que ele mesmo disse, como vemos no Cap. XIV do Evangelho de Lucas.
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