Camille Flammarion ( * 26 FEV 1842
+ 04 JUN 1925 )
A Morte e o seu Mistério (obra em 3 volumes)
Volume 1 - Antes da Morte
Capítulo I - Pode ser resolvido o maior dos problemas?
"To be or not to be" ( Ser ou não ser ) - Shakespeare
Resolvo-me a oferecer hoje à atenção dos homens que passam uma obra começada
há mais de meio século, apesar de ela me não satisfazer completamente. O método
científico experimental,
o único que vale para a pesquisa da verdade, tem exigências
a que não podemos nem devemos eximir-nos. O grave problema exposto neste ensaio
é o mais complexo de todos os problemas e participa tanto da constituição geral
do Universo como da do ser humano, microcosmo no grande todo.
É nas horas da mocidade que se empreendem estes estudos sem fim, porque de
nada se duvida e temos diante de nós uma longa vida em perspectiva; mas a vida
mais longa passa como um sonho, com suas luzes e suas sombras. Se podemos
desejar alguma coisa de melhor e útil no curso desta existência, é o de servir
de algum modo ao progresso lento, mas todavia real da humanidade, essa raça
bizarra, crédula e céptica, indiferente e curiosa, boa e má, virtuosa e
criminosa, aliás incoerente e ignorante no seu conjunto, saída apenas dos
casulos da crisálida animal.
Quando foram publicadas as primeiras edições do meu livro A Pluralidade dos Mundos Habitados
(1862-1864), um certo número de leitores pareceu aguardar a sua natural
continuação aparente: A Pluralidade
da Existência da Alma. Se o primeiro problema foi julgado resolvido pelos
meus trabalhos seguintes (Astronomia
Popular, O Planeta Marte, Urânia, Lúmen,[i] Estela, Sonhos Estrelados, etc.), o
segundo ainda o não está [ii] e a sobrevivência
da alma, seja no espaço, seja nos outros mundos, seja pelas reencarnações
terrestres, põe sempre diante de nós o mais formidável dos pontos de
interrogação.
Átomo pensante, levado sobre um átomo material através das imensidades da
Via-Láctea, o homem pode perguntar a si mesmo se existe pelo espírito tão
insignificante como pelo corpo, se a lei do Progresso não o deve elevar numa
ascensão indefinida e se há um sistema do mundo moral harmoniosamente associado
ao sistema do mundo físico.
O espírito não será superior à matéria? Qual é a nossa verdadeira natureza?
Qual é o nosso futuro destino? Somos apenas chamas efêmeras brilhando um
instante antes de nos extinguirmos para sempre? Não tornaremos mais a ver os
que amamos e que nos precederam no túmulo? As separações são eternas? Tudo se
extingue em nós? Se alguma coisa fica, em que se torna esse elemento
imponderável, invisível, mas consciente, que constituiria a nossa duradoura
personalidade? Sobreviverá muito tempo? Sobreviverá para sempre?
“Ser ou não ser?” Eis a grande, a eterna questão, formulada pelos
filósofos, os pensadores, os pesquisadores de todos os tempos e de todas as
crenças. A morte será um fim ou uma transformação? Existem provas, testemunhos
da sobrevivência do ser humano após a destruição do organismo vivo? Até hoje o
assunto tem permanecido fora do quadro das observações científicas. Será
permitido tratá-lo pelos princípios do “método experimental”, ao qual a
humanidade deve todos os progressos realizados pela Ciência? Será lógica essa
tentativa? Estaremos diante dos arcanos de um mundo invisível diferente daquele
que cai sob os nossos sentidos e é impenetrável aos nossos meios de
investigação positiva? Não será possível ensaiar, procurar, se certos fatos,
correta e escrupulosamente observados, são suscetíveis de serem analisados
cientificamente e aceitos como reais pela crítica mais severa? Dispensemos mais
frases, mais metafísica. Aos fatos! Aos fatos!
Trata-se da nossa sorte, do nosso destino, do nosso futuro pessoal, da
nossa existência.
Não é somente a razão fria que indaga; não é somente o espírito; é também o
sentimento; é também o coração.
É pueril e pode parecer vaidoso que eu entre em cena; mas é algumas vezes
difícil abster-me e, como é sobretudo para responder às dores de corações
ulcerados que tenho prosseguido nestas pesquisas laboriosas, parece-me que o
prefácio mais lógico deste livro seria oferecido por algumas das inumeráveis
confidências que tenho recebido durante meio século, para reclamar angustiosamente
a solução do mistério.
Aqueles que nunca viram morrer um ente adorado não conhecem a dor, não caíram
no abismo do desespero, não tropeçaram com a porta fechada do túmulo. Quer-se
saber, e um muro impenetrável ergue-se inexoravelmente diante do pavor. Tenho
recebido centenas de adjurações às quais quisera poder dar resposta. Devo
tornar conhecidas estas confidências?... Hesitei muito tempo. Mas são tão
numerosas, representam com tanta sinceridade o intenso desejo de chegar a uma
conclusão, que o meu caminho está traçado, visto tratar-se do interesse geral.
Tais manifestações são a introdução natural desta obra, pois foram elas que me
determinaram a escrevê-la. Peço desculpa, entretanto, de reproduzir estas
páginas sem as modificar, pois se revelam o estado d’alma dos seres sensíveis
que as conceberam, exprimem a meu respeito conceitos elogiosos cuja publicação
neste lugar poderia dar ensejo a crer-se numa falta de modéstia da minha parte.
Isso não passa de particularidade pessoal e, portanto, insignificante, tanto
mais que um astrônomo, “que se considera átomo” diante do Universo infinito e
eterno, é inacessível e hermeticamente fechado às sensações da vaidade mundana.
Os que me conhecem já me julgaram, a esse respeito, faz longos anos.
A minha absoluta indiferença por todas as honrarias prova-o suficientemente.
Que me chamem grande ou pequeno, que me louvem ou que me censurem, sou espectador
longínquo desses atos.
A seguinte carta foi escrita por desolada mãe, e transcrita textualmente.
Ela mostra quanto seria desejável tentar ao menos aliviar a miséria da
humanidade sofredora. Mais do que a medicina do corpo, é a medicina da alma que
se deveria criar.
(Carta 1.730) [iii]
“Ao
nosso grande Flammarion
Reinosa (Espanha), 30 de março de 1907.
Senhor:
Quisera ajoelhar-me diante do senhor e
beijar-lhe os pés, pedindo que me ouça e que não repila a minha súplica. Não
sei nem posso exprimir-me; desejava inspirar-lhe lástima, interessá-lo na minha
dor, mas era preciso vê-lo, contar-lhe a minha desgraça, pintar-lhe o horror do
que se passa em minha alma, e então não lhe seria possível deixar de sentir
imensa compaixão. É necessário que eu padeça muito para chegar a cometer um ato
de audácia e de indiscrição que parece uma loucura! Como me lembrei de
dirigir-me ao nosso ilustre Flammarion para pedir-lhe que console uma desconhecida
que não tem outro título à sua benevolência senão o de compatriota? É porque
sofro! Venho de perder um filho, o meu único filho. Sou viúva e toda a minha
felicidade consistia nesse filho e numa filha. Para que me pudesse compreender,
Sr. Flammarion, seria preciso que tivesse conhecido o filho adorado que acabo
de perder e que eu lhe descrevesse os trinta e três anos de sua existência.
Condenado por todos os médicos célebres de Madrid e de Paris, na idade de
cinco anos, em virtude de uma coxalgia, sacrificamos, eu e meu pobre marido,
uma bela situação em Madrid, retirando-nos para triste campina espanhola, a fim
de salvarmos a idolatrada criança. Esteve doente durante oito anos e ficou
coxo! Quanto me custou de cuidados, de aflições, de noites de insônia, de
angústias, de sacrifícios, é impossível dizê-lo! Mas como era gentil! Criado
num carrinho, coberto de carícias e de beijos, era a criança mais adorável que
se podia sonhar! Ah! essa infância! Se ela perdurasse ainda! Aos doze anos já
não sofria da perna, mas não podia andar sem muletas. Que pesar para mim, que o
havia dado à vida, forte e bem constituído! Mais tarde, aos dezessete anos,
caminhava com uma única muleta e uma bengala. Aos vinte era o mais belo moço
que se possa imaginar. Se não temesse ser ousada, enviar-lhe-ia o retrato, para
lhe mostrar que o amor materno nada exagera. O seu encanto subjugava toda a
gente. Possuía esse dom de agradar que não se explica nem se define! Homens,
mulheres, crianças, velhos e novos, deixavam-se seduzir por qualquer coisa
inexplicável, que irradiava da sua pessoa. Em toda parte onde fosse com ele,
recebia felicitações pela beleza e pela bondade de meu filho! Invejavam-me!
Porque era tão belo como bom. Em sua alma tudo era nobreza, grandeza, generosidade.
Inteligente, espirituoso, de caráter igual e terno, a vida com ele era um
sonho celeste, um perpétuo encantamento! E poderá avaliar-lhe o mérito, Sr.
Flammarion, quando eu lhe disser que aos vinte anos teve uma cistite –
provavelmente um retrocesso à sua primeira doença – que foi o ponto de partida
de longa série de sofrimentos, dos quais só o inferno dará idéia! Não posso
compreender que Deus, nosso Criador, permita que a carne humana seja assim
martirizada, sobretudo quando esse martírio é imposto a um ser inocente e bom
como era meu filho.
Todos os grandes especialistas foram novamente consultados; mas,
infelizmente, nenhum o pôde curar. Passou treze anos em alternativas de
melhorar e piorar, conservando, no meio de dores atrozes, a mesma igualdade de
caráter, a mesma doçura, a mesma bondade e a alegria de sempre, para não
entristecer os outros.
Fazia quatro anos que pouco sofria; e o ano passado encontrava-se tão bem
que se julgara curado! Desde a morte de meu pobre marido, falecido em 1902, que
meu filho era o chefe de nossa pequena família; mãe, irmã e ele. Como éramos
felizes! Ainda que obrigados a trabalhar para angariarmos o nosso pão, a vida
parecia-nos tão bela! Minha filha não quis casar-se para se consagrar
inteiramente ao irmão, a quem adorava. Via os meus dois filhos amarem-se tanto
que não receava a morte, certa de que seriam inseparáveis, vivendo um para o
outro. Que dizer-lhe, senhor, da ternura de meu filho para sua mãe e da desta
por seu filho? Procure no Céu, entre os anjos, lá bem alto, nesses mundos onde
a sua vista penetra, tudo o que a ternura pode produzir de mais suave, de
melhor, e terá perfeita idéia do amor filial e do amor materno desses dois
entes! Nem quero pensar nisso! Não ouso lembrar-me dos olhos, da voz de meu
filho quando, fitando-me, dizia: “Querida
mãe!”
O ano passado, em agosto, propuseram-lhe visitar uma mina (ele se
interessava por esses negócios e deles se ocupava havia algum tempo) e quis
levar-me com ele. Chegados a certo sítio, disseram-nos que era preciso montar a
cavalo para chegarmos até à mina. A princípio recusei, sabendo que a equitação
lhe era proibida devido ao sofrimento da bexiga; mas meu filho me garantiu que
poderia fazer esse trajeto sem perigo; hesitei, parlamentou-se: cedi.
Ah! não ser possível remediar o mal praticado!... Essa excursão fatigou
tanto meu filho que ele adoeceu com febre gástrica. Entregue aos cuidados de
médicos ignorantes e estúpidos que não conheceram o seu estado e levaram meses
a dizer “que não era nada”, um tumor invadiu-lhe a bexiga e, não podendo as
membranas suportar essa prova, ela rebentou!
Os suplícios do inferno nada são comparáveis às torturas experimentadas por
meu infortunado filho! Foi chamado um cirurgião célebre; chegou vinte e duas
horas depois do acidente, quando o enfermo já estava prestes a partir para o
outro mundo!
Foi operado, mas era tarde. O infeliz sobreviveu treze dias à operação; o
cirurgião só lhe dava vinte e quatro horas de vida. Compreendendo, porém, a dor
de sua mãe e de sua irmã, resistiu, lutou corajosamente, apesar de tudo. Ah!
que treze dias, senhor! Durante esse tempo deu-nos a medida da grandeza de sua
alma.
Não pensando senão em nós, nas conseqüências da sua morte para as duas mulheres
que ficavam sós, sem apoio, em terra estranha, a chorar eternamente o filho
adorado, um irmão, procurou por todos os meios suavizar a crueldade desta situação.
O que nos disse nesses momentos supremos não é de um moço de trinta e três
anos, mas de um santo, de um anjo, de um ente sobre-humano! Oh! aquele rosto
torturado pelos sofrimentos! Aqueles olhos que pareciam ver alguma coisa do
Além!
E a sua boca, contraída pela dor, procurando ainda sorrir; a sua mão
apertando a minha, enquanto me dizia: “Adeus, mãe querida, adeus! Amava-te
tanto! Não te esqueças de mim!”
“Senhor todo poderoso – dizia ele –, não deste maior cruz a teu filho que
era Deus, do que a mim que sou um pobre homem! A morte! a morte por piedade! Se
me quereis, mãe, pedi a Deus que me envie a morte!”
E foi assim durante treze dias.
Ó Flammarion! tenha compaixão de mim! Em nome de sua mãe, seja misericordioso!
Estou louca de dor. Há trinta e dois dias que ele morreu e, depois disso, não
consegui dormir dez horas. À noite fico de pé até às quatro da manhã, e quando,
vencida pelo cansaço, me deito, vestida, no meu leito e fecho os olhos, a idéia fixa continua durante o penoso
sono; não perco a lucidez um só minuto e, quando abro os olhos experimento a
obsessão que perdura durante o dia. É tão assustador o que sinto, e tão atroz,
que a mim mesmo pergunto se o inferno não será preferível ao que sofro!
É possível que seja Deus o criador de seres destinados a suportar
semelhantes misérias?
O senhor, astrônomo e pensador, que pesa os sóis e os mundos e cuja vista
penetra nessas regiões misteriosas onde o nosso espírito se perde, oh! diga-me,
suplico-lhe de joelhos, se as almas sobrevivem, se posso conservar a esperança
de tornar a ver meu filho e se ele me vê! Existirá algum meio de comunicar com
ele?
Ao senhor, que sabe tantas coisas sobre o céu, sobre os Espíritos, sobre as
maravilhas do Universo, peço, por piedade, que me diga uma palavra que deixe um
raio de esperança, por fraco que seja, no meu coração despedaçado, magoado,
martirizado! Não pode compreender o excesso da minha dor! Quisera morrer dela,
e assim o espero, mas... minha filha implora-me que viva, que a não deixe só no
mundo, e vejo-me obrigada a viver e a sofrer! Que horror! Quando penso que num
só instante podia pôr fim a este suplício!... Se fosse possível pesar a dor,
medi-la como o senhor media os mundos, seria tal o peso da minha, tamanha a
extensão, que o assustaria pensar que uma alma possa atingir tal grau de
tormento. É preciso que haja para isso alguma coisa de infernal no meu destino!
Nem ferros em brasas, nem tenazes de tortura são capazes de produzir
semelhantes sofrimentos! Meu filho, meu filho adorado! Desejo vê-lo! Não quero
o Céu sem ele! Oh! meu Emmanuel, idolatrado filho das minhas entranhas! alegria
da minha vida! felicidade de mãe para sempre perdida! Há um Deus? Será ele quem
permite esses horrores sobre a Terra? Por piedade, Sr. Flammarion, em nome dos
que ama e que o amam, não seja insensível à maior dor humana que jamais
supliciou um coração; diga-me alguma coisa, o senhor que possui o segredo dos
céus! que muito sabe, pois nós, simples mortais, não o sabemos nem o
compreendemos. Diga-me se as almas sobrevivem em alguma parte, se elas se
recordam, se elas amam ainda os que ficam na Terra, se nos vêem, se podemos
chamá-las para junto de nós!
Ah! se pudesse visitá-lo e ajoelhar a seus pés! Perdoe esse proceder
insensato; estou louca de dor, não sei se sonho ou se estou acordada! Sei que
sinto uma dor aguda que parece ferro em brasa posto sobre uma chaga!
Perdoe, Sr. Flammarion! Os seus sóis, as suas estrelas, tão belas e
maravilhosas, não sofrem, não sentem, e eu sinto uma dor maior do que todos os
mundos que se agitam no espaço! Ser tão pequena coisa, tão miúda, e entretanto
sentir uma dor tão intolerável! Que é isso? Que mistério é esse? Um ser tão
fraco, tão limitado e... sofrer tanto!
Perdoe mais uma vez, mestre, em nome de sua mãe! Perdoe-me e tenha
compaixão de sua infeliz compatriota.
Viúva N. Boffard
Reinosa (Espanha), Província de Santander.”
Aí está a carta angustiada que reproduzo
textualmente para mostrar todo o horror de semelhante situação. Que me desculpem,
mais uma vez, as expressões ditirâmbicas que me dizem respeito. A única
significação que têm é a de fazerem sentir com exatidão essas dores imensas,
duplicadas pela esperança ardente de se verem dissipar as trevas.
Seria preciso ter um coração de pedra para não nos comovermos até às
lágrimas diante dessas súplicas lancinantes do amor materno, para ficarmos
surdos ante a angústia de tais desesperos e para não experimentarmos o desejo
ardente de consagrar a vida a dar-lhes remédio.
Os padres recebem diariamente súplicas dessa ordem, porque são considerados
ministros de Deus, dotados do poder de penetrar o enigma do sobrenatural e de
resolvê-lo. Respondem a essas dores levando-lhes os confortos da religião. O
sacerdote afirma em nome da fé, da revelação; mas a fé não se impõe nem é tão
geralmente aceita quanto se imagina. Conheço padres, bispos, cardeais que a não
têm, apesar de a indicarem como benefício social. Há na Terra umas cinqüenta
religiões diferentes, úteis talvez, mas inaceitáveis sob o ponto de vista
filosófico. Em face dos espetáculos que acabamos de relembrar, poderão seus
ministros convencer-nos de que um Deus bom e justo rege a humanidade? O homem
de ciência não se senta nem no confessionário nem na cátedra evangélica e só
pode dizer o que sabe. É, antes de tudo, leal, franco, independente, racional.
O seu dever é estudar, pesquisar. Procuramos ainda e não afirmamos ter encontrado
e muito menos ter recebido do Céu a revelação da verdade. Foi tudo quanto pude
responder à desconhecida, dando-lhe a esperança de tornar a ver um dia seu
filho e de ficar doravante em relação espiritual com ele. Quanto eu estimaria
levar à sua alma uma convicção libertadora! Mas não tenho, como Augusto Comte,
Saint-Simon ou Enfantin, a ilusão de ser o grande sacerdote de uma nova
religião. Entretanto, não há dúvida de que a religião universal do futuro será
fundada na Ciência e em particular na Astronomia associada aos conhecimentos
psíquicos.
Procuremos humildemente e todos juntos. Perdoem-me ainda por reproduzir as
linhas elogiosas desta epístola; mas suprimi-las seria suprimir ao mesmo tempo
a expressão dessa angústia, dessa confiança e dessa fé.
[i] Lúmen – obra editada em português sob o
título Narrações do Infinito, pela
editora FEB.
[ii] Apesar
de um distinto escritor, o filósofo André Pezzâni, declarando-se meu discípulo,
haver publicado desde 1865: A Pluralidade
da Existência da Alma conforme a doutrina da Pluralidade dos Mundos.
[iii] As
cartas aqui reproduzidas são guardadas no dossier
do meu inquérito sobre os fenômenos psíquicos, que abri em 1889 (v. O Desconhecido e os Problemas Psíquicos,
capítulo III). Pode-se sempre recorrer aos originais.
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