A ameaça de um Deus
todo-poderoso observando qualquer pessoa que sair da linha ajudou a manter a
ordem em sociedades antigas. E novamente, insegurança e sofrimento podem ter
ajudado a incentivar a consolidação de religiões com códigos morais mais
rígidos. Por inúmeros motivos – psicológicos, neurológicos, históricos,
culturais e logísticos – especialistas acreditam que a ideia e crença em Deus
provavelmente nunca desaparecerão.
A obra “Essência do
Cristianismo”, publicada em 1841, por Ludwig Feuerbach, entusiasmou filósofos
como Engels, Marx, David Strauss e Nietzsche. Feuerbach considerava que Deus é
uma invenção humana e que as atividades religiosas são usadas para a realização
de desejos.[1] Karl Marx e Friedrich Engels argumentaram que a crença em Deus e
na religião são funções sociais, utilizadas para narcotizar a mente. Marx
procurou “alforriar” o homem de Deus, entretanto algemou-o ao materialismo.
Nos dias atuais tem
crescido o número de pessoas que se declaram sem religião. No Brasil, até os
anos 70, elas eram menos de 1% da população. Nos anos 90, 5,1%; em 2013 mais de
15 milhões de brasileiros (em torno de 13% da população) dizem não ter
religião, conforme o IBGE. Segundo dados da Enciclopédia Britânica, em 1994
cerca de 240 milhões de pessoas declaravam-se ateístas e mais de 900 milhões
diziam-se não religiosas. Hoje, o grupo dos que se declaram ateus,
agnósticos[2] ou sem religião em todo o mundo, só fica atrás daqueles que se
dizem cristãos (2,2 bilhões de pessoas) e muçulmanos (1,5 bilhão).
“Segundo uma pesquisa do
instituto Gallup International, que entrevistou mais de 50 mil pessoas em 57
países, o número de indivíduos que se dizem religiosos caiu de 77% para 68%
entre 2005 e 2011, enquanto aqueles que se identificaram como ateus subiram 3%,
elevando a 13% a proporção dessa parcela”.[3] As nações que registram maiores
taxas de ateísmo tendem a ser aquelas que oferecem a seus cidadãos uma
estabilidade econômica, política e existencial relativamente alta.
Paradoxalmente, os Estados Unidos estão entre os países mais ricos do mundo, mas
apresentam altas taxas de religiosidade.[4]
Acadêmicos ainda estão
tentando destrinchar os fatores complexos que levam um indivíduo ou uma nação
ao ateísmo, entretanto existem alguns pontos em comum. Parte do apelo das
religiões está na segurança que ela oferece em um mundo de incertezas.[5] Para Phil
Zuckerman, professor de sociologia e estudos seculares no Pitzer College, na
Califórnia, autor de Living the Secular Life ("Vivendo uma vida
secular", em tradução livre), "há muito mais ateus no mundo hoje do
que jamais houve, tanto em números absolutos quanto em porcentagem da
humanidade".[6] Será mesmo? Quem sabe Zuckerman esteja equivocado!
Carl Gustav Jung, num
programa da televisão americana, disse que não acreditava em Deus porque sabia
que Ele existia!!! Voltaire afirmou que não acreditava nos deuses criados pelos
homens, mas sim no Deus Criador do homem. Sócrates nomeava Deus como "A
razão perfeita", e o seu educando Platão O designava por "Ideia do
bem". "Sendo Deus a essência divina por excelência, unicamente os
Espíritos que atingiram o mais alto grau de desmaterialização o podem
perceber".[7]
Porém, Mikhail Bakunin,
da Rússia, sob as inspiração dos ideários do francês Proudhon, afirmava que
"a ideia de Deus implica a abdicação da razão e da justiça humanas. É a
negação mais decisiva da liberdade humana e, necessariamente, termina na
escravização do homem. O anarquista inverteu o aforismo voltairiano – “se Deus
não existisse, seria preciso inventá-lo” – afirmando que se “Deus realmente
existisse, seria necessário aboli-lo”. Seguindo essa linha de crença pessoal,
Stephen Hawking, um dos mais citados físicos teóricos desde Einstein, confinado
a uma cadeira de rodas por conta de uma Doença Neuronal Motora (MND), tem
asseverado insistentemente que não há a necessidade de invocar Deus para explicar
a existência do Universo. Garante que “não existe nenhum paraíso e ou vida após
a morte”.[8] Sob o deslumbramento de sua estranha argúcia acadêmica, jaz
continuamente negando a existência de Deus.
No século XIX, Alan
Kardec, o extraordinário filho de Lyon, indagou aos Benfeitores do além:
"Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?” [9] Os Sábios
espirituais responderam: “Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há
efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa
razão responderá".[10] Desde o século XIX o Espiritismo tem confirmado
pelos fatos as relações entre o mundo material, o além-túmulo e Deus. Nova luz
tem despertado consciências humanas. A Fé e a Razão são as duas asas pelas
quais o coração se ergue para confirmar a existência de Deus.
O Criador assentou no
coração humano o anseio de conhecer a verdade e de compreendê-Lo, para que
admitindo-O e amando-O alcance aproximar-se da verdade plena sobre si próprio.
A fé precisa da razão tanto quanto esta necessita da fé, a fim de que o ateísmo
seja definitivamente debelado.
Por mais que os
descrentes procurem justificar seu ateísmo, este só pode subsistir em palavras
desocupadas, ocas, desprovidas de qualquer substância moral, filosófica e
científica. Os Espíritos asseguram que “nunca houve povos de ateus. Todos seres
compreendem que acima de tudo há um Ente Supremo.”[11] Para Allan Kardec,
“sempre houve e haverá cada vez mais espiritualistas do que materialistas e
mais devotos do que ateus.”.[12] Certa vez o mestre de Lyon consultou a
condição espiritual de um ateu desencarnado. Este revelou o seu estado
psicológico no além, nos seguintes termos: “Sofro pelo constrangimento em que
estou de crer em tudo quanto negava. Meu Espírito está como num braseiro, horrivelmente
atormentado”.[13]
Notas e Referências
bibliográficas:
[1] Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ate%C3%ADsmo acesso em
09/02/2015
[2] Enquanto os ateus negam a existência de Deus, os agnósticos garantem
não ser possível provar a existência divina.
[3]Disponívl em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/12/141230_vert_fut_religiao_futuro_ml#share-tools acessado
em 09/02/2015
[4] idem
[5] idem
[6] idem
[7] Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed Feb, 2001, Cap. II - A
Providência, item 3
[8] Disponível em
http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/stephen-hawking%E2%80%9Cvida-apos-a-morte-e-um-conto-de-fadas%E2%80%9D
acessado em 04/10/2014
[9] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1994,
Questão 4
[10] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1994,
Questão 4
[11] Kardec Allan. O Livro dos Espíritos, questão 651 , RJ: Ed FEB, 2001
[12] Kardec Allan. A
Gênese, Cap. XI item 4 RJ: Ed FEB, 2001.
[13] Kardec Allan. O Céu e o Inferno Segunda Parte, Cap. V , RJ: Ed FEB,
2001
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