PENTATEUCO KARDEQUIANO

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OBRAS BÁSICAS

segunda-feira, outubro 27, 2014

OBRAS PÓSTUMAS - AS ARISTOCRACIAS - 2ª PARTE

OBRAS PÓSTUMAS

AS ARISTOCRACIAS  -   2ª   P  A  R  T  E  
“É preciso propagar a moral e a verdade.”– Mums
Tradução de Evandro Noleto Bezerra
FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA

Será a última? Será a mais alta expressão da Humanidade civilizada? Não.
A inteligência nem sempre constitui garantia de moralidade e o homem mais inteligente pode fazer péssimo uso de suas faculdades.
Por outro lado, a moralidade, isolada, muita vez pode ser incapaz.
A união dessas duas faculdades, inteligência e moralidade, é, pois, necessária para criar uma preponderância legítima,  a que a massa se submeterá cegamente, porque lhe inspirará plena confiança,  pelas suas luzes e pela sua justiça. Será essa a última aristocracia,  a que se apresentará como consequência, ou, antes,  como sinal do advento do reinado do bem na Terra. Ela se erguerá muito naturalmente pela força mesma das coisas.
Quando os homens de tal categoria forem bastante numerosos para formarem  uma maioria imponente, a massa lhes confiará seus interesses.
Como vimos, todas as aristocracias tiveram sua razão de ser;  nasceram do estado da Humanidade;  assim há de acontecer com o que se tornará uma necessidade.
Todas preencheram ou preencherão seu tempo, conforme os países,  porque nenhuma teve por base o princípio moral; só este princípio pode constituir uma supremacia durável, porque terá a animá-la sentimentos de justiça e caridade.
Mas semelhante estado de coisas será possível com o egoísmo, o orgulho,  a cupidez que reinam soberanos na Terra?  Respondemos claramente:  sim; não só é possível, como se implantará, por ser inevitável.
Hoje, a inteligência já domina; é soberana, ninguém o pode contestar.
É tão verdade isto que já se vê o homem do povo chegar aos cargos de primeira ordem. Essa aristocracia não será mais justa, mais lógica, mais racional do que a da força bruta, do nascimento ou do dinheiro?
Por quê, então, seria impossível que se lhe juntasse a moralidade?
– Porque, dizem os pessimistas, o mal domina sobre a Terra.
– Quem, porém, ousará dizer que o bem não o suplantará um dia?
Os costumes e, por conseguinte, as instituições sociais não valem cem vezes mais  hoje do que na Idade Média? Cada século não se caracteriza por um progresso?
Por que, então, a Humanidade se deteria, quando ainda tem tanto a fazer?
Por instinto natural, os homens procuram o seu bem-estar;  se não o acharem completo no reino da inteligência, procurá-lo-ão em outro lugar;  e onde poderão encontrá-lo, senão no reino da moralidade?
Para isso, torna-se preciso que a moralidade sobrepuje numericamente.
É incontestável que se tem que fazer muita coisa; mas, ainda uma vez,  seria tola pretensão dizer-se que a Humanidade chegou ao apogeu,  quando é vista a avançar continuamente pela senda do progresso.
Digamos, antes de tudo, que os bons, na Terra, não são absolutamente tão raros quanto se pensa; os maus são numerosos, é verdade; Os progressos realizados pela sua influência, as transformações individuais e locais que eles têm provocado em menos de quinze anos,  nos permitem apreciar  as modificações imensas e radicais que operarão no futuro.
Mas, se graças ao desenvolvimento e à aceitação geral dos ensinos dos Espíritos,  o nível moral da Humanidade tende constantemente a elevar-se,  enganar-se-ia singularmente quem supusesse que a moralidade preponderará sobre a inteligência. O Espiritismo, com efeito, não quer que o aceitem cegamente;  faz apelo à discussão e à luz. “Em vez da fé cega, que aniquila a liberdade de pensar, ele diz:
Fé inabalável é somente a que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade. A fé precisa de uma base e esta base consiste na inteligência perfeita daquilo em que se deve crer. Para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender.” (O Evangelho segundo o Espiritismo.)

Portanto, é na melhor forma de direito que podemos considerar o Espiritismo como um dos mais fortes precursores da aristocracia intelecto-moral.

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