TRAÇOS FISIONÔMICOS DE
JESUS
O dedicado confrade e escritor Adelino da
Silveira, quando já havia lançado dois livros de entrevista com Chico Xavier,
ao elaborar o terceiro, fez, em 20 de julho de 1999, a seguinte pergunta ao
médium:
“Chico, estão dizendo que aquela carta
enviada da Galiléia pelo senador romano Públio Lentulus ao imperador Tibério
Cesar, em que traça o perfil de Jesus, não é autêntica. O que você poderia nos
dizer a respeito?”
E obteve a incisiva resposta:
“É autêntica. Foi encontrada nos arquivos
de Roma. Eu a li antes de receber o livro
Há dois mil anos...”
Esta esclarecedora resposta não
surpreenderá os espíritas, pois não temos dúvidas de que, na época do Messias
de Nazaré, viveu na Palestina, durante quinze anos, um senador romano de nome Públio Lentulus Cornelius. É o que nos
assegura o romance Há dois mil anos...
(31- edição, 1998, FEB,Rio), da lavra mediúnica de Francisco C. Xavier, escrito
pelo Espírito Emmanuel, que naquela época, encarnado, tinha o nome do referido
senador.
E nesta obra, que representa um
documentário valiosíssimo da história do Cristianismo no século I, encontramos
o interessante relato do encontro do próprio autor, com o Mestre, que foi procurado
pelo senador com o objetivo de obter a cura de sua filha leprosa. Aliás, foi a
enfermidade desta criança que o levou à Palestina em busca de um clima que a
beneficiasse.
A carta do senador Públio Lentulus
“Sabendo que desejais conhecer
quanto vou narrar, existindo nos nossos tempos um homem, o qual vive atualmente
de grandes virtudes, chamado Jesus, que pelo povo é inculcado profeta da
verdade, e os seus discípulos dizem que é filho de Deus, criador do Céu e da
Terra e de todas as coisas que nela se acham e que nela tenham estado; em
verdade, ó Cesas, cada dia se ouvem coisas maravilhosas desse Jesus; ressuscita
os mortos, cura os enfermos, em uma só palavra: é um homem de justa estatura e
é muito belo no aspecto. Há tanta majestade no rosto, que aqueles que o vêem
são forçados a amá-lo ou a temê-lo. Tem os cabelos da cor da amêndoa bem
madura, são distendidos até as orelhas, e das orelhas até as espáduas são da
cor da terra, porém mais reluzentes.
Tem
no meio da sua fronte uma linha separando os cabelos, na forma em uso
nos nazarenos; o seu rosto é cheio, o aspecto é muito sereno, nenhuma ruga ou
mancha se vê em sua face de uma cor moderada; o nariz e a boca são
irrepreensíveis. A barba é espessa, mas semelhante aos cabelos, não muito
longa, mas separada pelo meio; seu olhar
é muito especioso e grave; tem os olhos graciosos e claros; o que surpreende é
que resplandecem no seu rosto como os raios do sol, porém ninguém pode olhar
fixo no seu semblante, porque, quando resplende, apavora, e quando ameniza, faz
chorar; faz-se amar e é alegre com gravidade. Diz-se que nunca ninguém o viu
rir, mas, antes, chorar. Tem os braços e as mãos muito belos; na palestra
contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele alguém se aproxima, verifica
que é muito modesto na presença e na pessoa. É o mais belo homem que se possa
imaginar, muito semelhante a sua mãe, a qual é de uma rara beleza, não se tendo
jamais visto, por estas partes, uma donzela tão bela...
De letras, faz-se admirar de toda a cidade
de Jerusalém; ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. Ele caminha
descalço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim, porém em
sua presença, falando com ele, tremem e admiram. Dizem, que um tal homem nunca
fora ouvido por estas partes. Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se
ouviram jamais tais conselhos, de grande doutrina, como ensina este Jesus;
muitos judeus o têm como Divino e muitos me querelam, afirmando que é contra a
lei de tua majestade.
Diz-se que este Jesus nunca fez mal a quem
quer que seja, mas ao contrário, aqueles que o conhecem e com ele têm pratica,
afirmam ter ele recebido grandes benefícios e saúde, porem à tua obediência
estou prontíssimo – aquilo que tua majestade ordenar será cumprido.
Vale, da majestade tua, fidelíssimo e
obrigadíssimo.
Públio Lentulus
(L’indizione setima, luna seconda)”
(Do livro:
Mediunidade na Bíblia, de Hércio Marcos Cintra Arantes)
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