ESTUDO III
PERISPÍRITO E SUA GÊNESE
Estudo apresentado por 
Mário, Orlei e Halvei 
INTRODUÇÃO
A inquietação para este estudo foi apresentada pelo Irmão
Mário Hoff
A Física Quântica em Busca da Partícula Divina
Luís de Almeida
(Este artigo de Luís de Almeida foi originalmente publicado
na Revista Internacional de Espiritismo de Janeiro de 2002)
"Confesso que, após cuidadosa e atenta leitura deste
trabalho, conclui que foi um dos melhores artigos que já tive o prazer de ler.
Ele se me afigura o mais erudito e informativo trabalho acerca da relação entre
a Física e o Espiritismo, até agora escrito em idioma português. Se traduzido
para o inglês será, sem dúvida, apreciadíssimo, inclusive pelos físicos mais
modernos que, atualmente, divulgam obras acerca do relacionamento entre a
Consciência e o Universo, vislumbrado sob a óptica das Físicas Quântica e
Relativística. Menciono, como exemplos, os livros de Michio Kaku (Hiperespaço,
ed. Rocco, Rio de Janeiro, RJ) e de Amit Goswami (O Universo Autoconsciente,
edit. Rosa dos Tempos, Rio de Janeiro)." 
Dr. Hernani Guimarães Andrade
A Física continua a dar ao Espiritismo, ainda que os físicos
de tal não se apercebam, ou melhor, não queiram por enquanto se aperceber, uma
contribuição gigantesca na confirmação dos postulados espíritas, que de maneira
nenhuma nós, os espíritas, poderemos subestimar. Existe uma ciência espírita,
com uma metodologia de ciência, assentada nas questões espirituais, mais do que
possamos imaginar, e a prova disso é O Livro dos Espíritos - uma obra actual -
um manancial para a Física Moderna. Trazendo-nos um novo conceito básico sobre
a visão macro e microcósmica de Deus (ao defini-Lo como "a inteligência
suprema, causa primária de todas as coisas") do Espírito e da Matéria
propriamente dita.
A Física Moderna leva-nos ao encontro do Espírito e de Deus
A física quântica pode constituir uma ponte entre a ciência e
o mundo espiritual, pois segundo ela, pode-se "reduzir" a matéria, de
forma subjectiva e no domínio do abstracto, até à consciência - causa da
"intelectualidade" da matéria. A consciência transforma as
possibilidades da matéria em realidade, transformando as possibilidades
quânticas em factos reais. Essa consciência deve apresentar uma unidade e
transcender o tempo, espaço e matéria. Não é algo material, na realidade, é a
base de todos os seres.
Recordemos o professor de Lyon In O Livro dos
Espíritos (9):
23. Que é o Espírito?
- "O princípio inteligente do Universo".
a) - Qual a natureza íntima do Espírito?
- "Não é fácil analisar o Espírito com a vossa
linguagem. Para vós, ele nada é, por não ser palpável. Para nós, entretanto, é
alguma coisa."
Tanto é assim, que os físicos teóricos postulam a existência
de uma "partícula", que seria a partícula "fundamental",
que ainda não foi encontrada, mas a qual o Prémio Nobel da física, Leon
Lederman, denomina a "partícula divina". Partícula essa decisiva pois
é ela que determina a massa das restantes, bem como a coesão dada pela
gravidade dos 90% do universo ainda desconhecido.
Leiamos Kardec In O Livro dos Espíritos (9):
25. O Espírito independe da matéria, ou é apenas uma
propriedade desta, como as cores o são da luz e o som o é do ar?
- "São distintos uma do outro; mas, a união do Espírito
e da matéria é necessária para intelectualizar a matéria."
26. Poder-se-á conceber o Espírito sem a matéria e a matéria
sem o Espírito? 
- "Pode-se, é fora de dúvida, pelo pensamento."
Cabe lembrar que os físicos, a partir das pesquisas do
norte-americno Murray Gel Mann nos aceleradores de partícula, já admitem a
existência de um domínio externo ao mundo cósmico dito material onde
provavelmente existam agentes activos também chamados frameworkers,
capazes de actuar sobre a energia do Universo, modulando-a e dando-lhe formas
de partícula atómica, ou seja por outras palavras - o espírito, chamado também
"Agente Estruturador"por vários físicos teóricos.
Retomemos novamente o mestre lionês In O Livro dos
Espíritos (9):
76. Que definição se pode dar dos Espíritos?
- "Pode dizer-se que os Espíritos são os seres
inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do mundo material."
536. São devidos a causas fortuitas, ou, ao contrário, têm
todos um fim providencial, os grandes fenómenos da Natureza, os que se
consideram como perturbação dos elementos? 
- '"Tudo tem uma razão de ser e nada acontece sem a
permissão de Deus."
b) - Concebemos perfeitamente que a vontade de Deus seja a
causa primária, nisto como em tudo; porém, sabendo que os Espíritos exercem
acção sobre a matéria e que são os agentes da vontade de Deus, perguntamos se
alguns dentre eles não exercerão certa influência sobre os elementos para os
agitar, acalmar ou dirigir? 
- "Mas evidentemente. Nem poderia ser de outro modo.
Deus não exerce acção directa sobre a matéria. Ele encontra agentes dedicados
em todos os graus da escala dos mundos."
A Teoria das Supercordas e a Dimensão Psi
Outra teoria quântica, que vem de encontro a existência de
uma "partícula divina consciêncial" no final da escala das partículas
subatómicas, é a teoria das supercordas. Essa teoria foi melhorada e é
defendida por um dos físicos teóricos mais respeitados da actualidade Edward
Witten, professor do Institute for Advanced Study em Princeton, EUA.
De maneira bastante simples e resumida, a teoria das supercordas postula que os
quarks, mais ínfima partícula subatómica conhecida até o momento, estariam
ligados entre si por "supercordas" que, de acordo com sua vibração,
dariam a "tonalidade" específica ao núcleo atómico a que pertencem,
dando assim as qualidades físico-químicas da partícula em questão.
Querer imaginá-las é como tentar conceber um ponto matemático:
é impossível, por enquanto. Além disso, são inimaginavelmente pequenas. Para
termos uma ideia: o planeta Terra é dez a vinte ordens grandeza menor do que o
universo, e o núcleo atómico é dez a vinte ordens de grandeza mais pequeno do
que a Terra. Pois bem, uma supercorda é dez a vinte ordens menor do que o
núcleo atómico.
O professor Rivail, esclarece In O Livro dos
Espíritos (9):
30. A matéria é formada de um só ou de muitos elementos?
- "De um só elemento primitivo. Os corpos que considerais
simples não são verdadeiros elementos, são transformações da matéria
primitiva."
Ou seja, é a vibração dessas infinitesimais
"cordinhas" que seria responsável pelas características do átomo
a que pertencem. Conforme vibrem essas "cordinhas" dariam origem
a um átomo de hidrogénio, hélio e assim por diante, que por sua vez, agregados
em moléculas, dão origem a compostos específicos e cada vez mais complexos,
levando-nos a pelo menos 11 dimensões.
Corrobora Allan Kardec In O Livro dos Espíritos (9):
79. Pois que há dois elementos gerais no Universo: o elemento
inteligente e o elemento material poder-se-á dizer que os Espíritos são
formados do elemento inteligente, como os corpos inertes o são do elemento
material? 
- "Evidentemente. Os Espíritos são a individualização do
princípio inteligente, como os corpos são a individualização do princípio
material.."
64. Vimos que o Espírito e a matéria são dois elementos
constitutivos do Universo. O princípio vital será um terceiro?
- "É, sem dúvida, um dos elementos necessários à
constituição do Universo, mas que também tem sua origem na matéria universal
modificada. É, para vós, um elemento, como o oxigénio e o hidrogénio, que,
entretanto, não são elementos primitivos, pois que tudo isso deriva de um só
princípio."
Essa teoria traz a ilação de que tal tonalidade vibratória
fundamenta é dada por algo ou alguém, de onde abstraímos a ?consciência? como
factor propulsor dessas cordas quânticas. Assim sendo, isso ainda mais nos faz pensar
numa unidade consciencial vibrando a partir de cada objecto, de cada ser.
Complementa Kardec In O Livro dos Espíritos (9):
615. É eterna a lei de Deus? 
- "Eterna e imutável como o próprio Deus."
621. Onde está escrita a lei de Deus?
- "Na consciência."
Seguindo esta teoria e embarcando na ideia lançada por André
Luiz In Evolução em Dois Mundos (11), onde somos co-criadores dessa consciência
universal, e cada vez mais responsáveis por gerir o estado vibracional das
nossas próprias "cordinhas" - a chamada dimensão Psi por vários
investigadores espiritas -, à medida que delas nos conscientizemos, chegaremos
a harmonia perfeita quando realmente entrarmos em sintonia com a consciência
geradora que está em nós, e também no todo, vulgarmente conhecida por Deus, ou
como alguns físicos teóricos sustentam "O Supremo Agente
Estruturador".
Leiamos o Codificador In O Livro dos Espíritos (9):
5. Que dedução se pode tirar do sentimento instintivo, que
todos os homens trazem em si, da existência de Deus?
- "A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse
sentimento, se não tivesse uma base? É ainda uma consequência do princípio -
não há efeito sem causa."
7. Poder-se-ia achar nas propriedades íntimas da matéria a
causa primária da formação das coisas? 
- "Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É
indispensável sempre uma causa primária."
Interpretemos Allan Kardec In A Génese (10) Cap. II
- A Providência:
20. - A providência é a solicitude de Deus para com as suas
criaturas. Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas
mais mínimas. É nisto que consiste a acção providencial.
«Como pode Deus, tão grande, tão poderoso, tão superior a
tudo, imiscuir-se em pormenores ínfimos, preocupar-se com os menores actos e os
menores pensamentos de cada indivíduo?» Esta a interrogação que a si mesmo
dirige o incrédulo, concluindo por dizer que, admitida a existência de Deus, só
se pode admitir, quanto à sua acção, que ela se exerça sobre as leis gerais do
Universo; que este funcione de toda a eternidade em virtude dessas leis, às
quais toda criatura se acha submetida na esfera de suas actividades, sem que
haja mister a intervenção incessante da Providência.
Esta consciência única do raciocínio quântico, transforma-se
em dois elementos: um objectivo e outro subjectivo. O subjectivo chamamos de
ser quântico, universal, indivisível. A individualização desse ser é
consequência de um condicionamento. Esse ser quântico é a maneira como pensamos
em Deus, que é o ser criador dentro de nós.
Voltemos ao génio de Lyon In A Génese (10) Cap. II
- A Providência:
34. - Sendo Deus a essência divina por excelência,
unicamente os Espíritos que atingiram o mais alto grau de desmaterialização o
podem perceber. Pelo facto de não o verem, não se segue que os Espíritos
imperfeitos estejam mais distantes dele do que os outros; esses Espíritos, como
os demais, como todos os seres da Natureza, se encontram mergulhados no fluido
divino, do mesmo modo que nós o estamos na luz.
Geralmente, nós interpretamos Deus como algo unicamente externo.
Pensamos em Deus como um ser separado de nós. Isso é a causa dos conflitos. Se
Deus também está dentro de nós, podemos mudar por nossa própria vontade. Mas se
acreditamos que Deus está exclusivamente do lado de fora, então supomos que só
Ele pode nos mudar e não nos transformamos pela nossa própria vontade. Não
podemos excluir a nossa vontade, dizendo que tudo ocorre pela vontade de Deus.
Temos de reconhecer o deus que há em nós, como afirmou o Doce Amigo há 2000
anos. Então seremos livres.
Allan Kardec atesta In A Génese (10) Cap. II
- A Providência:
24. - (...) Achamo-nos então, constantemente, em
presença da Divindade; nenhuma das nossas acções lhe podemos subtrair ao olhar;
o nosso pensamento está em contacto ininterrupto com o seu pensamento, havendo,
pois, razão para dizer-se que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso
coração. Estamos nele, como ele está em nós, segundo a palavra do Cristo.
Para estender a sua solicitude a todas as criaturas, não
precisa Deus lançar o olhar do Alto da imensidade. As nossas preces, para que
ele as ouça, não precisam transpor o espaço, nem ser ditas com voz retumbante,
pois que, estando de contínuo ao nosso lado, os nossos pensamentos repercutem
nele.
O Livro dos Espíritos: uma obra actual e de referência
A Física continua a dar ao Espiritismo, ainda que os físicos
de tal não se apercebam, ou melhor, não queiram por enquanto se aperceber, uma
contribuição gigantesca na confirmação dos postulados espíritas, que de maneira
nenhuma nós, os espíritas, poderemos subestimar. Existe uma ciência espírita,
com uma metodologia de ciência, assentada nas questões espirituais, mais do que
possamos imaginar, e a prova disso é O Livro dos Espíritos (9) - uma
obra actual - um manancial para a Física Moderna. Trazendo-nos um novo conceito
básico sobre a visão macro e microcósmica de Deus (ao defini-Lo como "a
inteligência suprema, causa primária de todas as coisas")
do Espírito e da Matéria propriamente dita.
Concluímos com Allan Kardec In O Livro dos
Espíritos (9) resumindo toda esta teoria da Física Moderna de forma
magistral, simplesmente espantoso, acreditem...:
27. Há então dois elementos gerais do Universo: a matéria e o
Espírito? 
- "Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas
as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que
existe, a trindade universal. Mas ao elemento material se tem que juntar o
fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o Espírito e a
matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito possa
exercer acção sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, seja lícito
classificá-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades
especiais. Se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria
para que também o Espírito não o fosse. Está colocado entre o Espírito e a
matéria; é fluido, como a matéria, e susceptível, pelas suas inumeráveis
combinações com esta e sob a acção do Espírito, de produzir a infinita
variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima. Esse fluido
universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o Espírito se
utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de
divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá."
Luís de Almeida é Dirigente do Centro Espírita Caridade por
Amor, da cidade do Porto, com pagina na
Internethttp://www.terravista.pt/PortoSanto/1391 
Email:
electronico ceca@sapo.pt
Bibliografia:
(1) Dyson, Freeman em INFINITO EM TODAS AS DIRECÇÕES -
Edições Gradiva - 1990 - Portugal. 
(2) Greene, Brian em O UNIVERSO ELEGANTE - Edições
Gradiva - 2000 - Portugal. 
(3) Hawking, Stephen em BREVE HISTÓRIA DO TEMPO (Edição
actualizada e aumentada, comemorativa do 1º Aniversário) - Edições Gradiva -
2000 - Portugal. 
(4) Hawking, Stephen em O FIM DA FÍSICA - Edições
Gradiva - 1994 - Portugal. 
(5) Homepage,
CERN - ORGANISATION EUROPEENNE POUR LA RECHERCHE NUCLEAIRE
-http://www.cern.ch/ 
(6) Homepage,
ESA - EUROPEAN SPACE AGENCY - http://www.esa.int/ 
(7) Homepage,
FERMILAB - FERMI NATIONAL ACCELERATOR LABORATORY
- http://www.fnal.gov/ 
(8) Homepage,
NASA - NATIONAL AERONAUTICS & SPACE ADMINISTRATION
-http://www.nasa.gov/ 
(9) Kardec, Allan em O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Edições FEB
76ª edição 
(10) Kardec, Allan em A GÉNESE - Edições FEB 36ª
edição. 
(11) Luiz, André em EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS - Edições
FEB 12ª edição 
(12) Reeves, Hubert em O PRIMEIRO SEGUNDO - Edições
Gradiva - 1996 - Portugal. 
(13) Sagan, Carl em UM MUNDO INFESTADO DE DEMÓNIOS -
Edições Gradiva - 1997 - Portugal.
(Publicado no Boletim GEAE Número 430 de 19 de fevereiro de
2002)
 DESENVOLVIMENTO
Origem e natureza do perispírito
Bernardino da Silva Moreira
Não é na matéria que iremos encontrar a origem do
perispírito, pois, “ao elemento material é necessário ajuntar o fluido
universal, que exerce o papel de intermediário entre o espírito e a matéria
propriamente dita, demasiado grosseira para que o Espírito possa exercer alguma
ação sobre ela.”1
Sendo o perispírito “o laço que une a alma ao corpo,
princípio intermediário entre a matéria e o Espírito”,2 podemos concluir
sem sombra de dúvida, que é no fluido universal, que temos a sua origem.
Isto não quer dizer que todos os perispíritos são iguais,
pois é “do meio ambiente”, que o Espírito tira o fluido universal, por isso
“esse invólucro varia de acordo com a natureza dos mundos.”3
É por isso que “o perispírito em certos mundos mais
adiantados que a Terra é menos compacto, menos pesado, menos grosseiro, e, por
conseguinte, menos sujeito a vicissitudes.”4 A cada degrau que o Espírito
sobe na escada da evolução, seu perispírito “vai desmaterializando-se”, até que
se “acaba por se confundir com o Espírito.”5
Na questão 186 de “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec,
pergunta:
“Haverá mundos onde os Espíritos, deixando de revestir corpos
materiais, só tenham por envoltório o perispírito?
- Há e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que para vós
é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros.”6
Sabemos também que o perispírito é “semi-material: quer
dizer, um meio termo entre a natureza do Espírito e o corpo”.7 Quanto à
natureza íntima podemos dizer que “contém ao mesmo tempo eletricidade, fluido
magnético, e até um certo ponto, a própria matéria inerte.”8
Qual a forma do perispírito?
Gabriel Delanne no livro “A Evolução Anímica”, afirmou que o
perispírito, “tem forma determinada e é indestrutível, podemos conceber-lhe
modificações sucessivas de movimento atômico, correspondendo a modificações e
complicações cada vez maiores, no seu modus operandi. Por outras palavras, vale
dizer que começando por organizar formas rudimentaríssimas, pode, após uma
longa evolução de milhões de anos e de inumeráveis reencarnações, dirigir
organismos mais e mais delicados e aperfeiçoados, até chegar aos humanos.”9
Quase cem anos passados após esta conclusão de Delanne, temos
nas pesquisas atuais com a bio-energia, uma confirmação do que disse o sábio
francês.
Também devemos levar em consideração o princípio vital, pois
é ele, “o princípio da vida material e orgânica”10 porém é necessário
discernir a causa e o efeito, para que não haja confusões na interpretação dos
fatos, pois, “o princípio vital, sozinho, não é a vida. Para haver vida é
necessário sua união com a matéria.”11
Segundo Léon Denis “o perispírito comunica-se com a alma
através de correntes magnéticas e, com o corpo, por meio de fluido vital e do
sistema nervoso, que lhe serve, de certa forma, de transmissor.” (Synthèse
Spiritualiste Doctrinale et Pratique)12
Da relação do fluido vital com o sistema nervoso, surge como
resultado a força vital, mas se formos por este caminho seremos atropelados
pelas palavras que se multiplicam assustadoramente com o passar do tempo, tanto
é, que a força vital foi “denominada: força nêurica, por Barthez; força
psíquica, por William Crookes; força ódica, por Reichembach; fluido magnético,
por defensores do magnetismo; e influxo nervoso, pela medicina clássica.”13
Se o Espírito não pode entrar em contato direto com o corpo,
também “o perispírito etéreo como é, sem o fluido vital, não poderia atuar
sobre o corpo físico. Com o princípio vital a matéria torna-se animalizada,
isto é, viva.”14
Sendo o sistema nervoso as vias de circulação do fluido
vital, sua quantidade “varia segundo as espécies de seres vivos e varia também
individualmente. Há indivíduos saturados desse fluido, enquanto outros o
possuem em quantidade apenas suficiente. Daí, para os primeiros, vida mais
ativa, superabundante.”15
A renovação do fluido vital é efetuada “pela absorção e
assimilação das substâncias que o contêm ou nele se
transformam.”16 Exemplo: a alimentação, o ar, a energia solar.
Sendo o perispírito também constituído de memória, sua
descoberta pela ciência, deve-se à mudança de conceitos adquiridos, através das
pesquisas contemporâneas, tanto no campo da Física, como da Parapsicologia. A
Física que pode ser considerada a mãe das ciências; que durante séculos
combateu aqueles que acreditavam na transcendência da matéria, hoje mudou com o
aperfeiçoamento da tecnologia, a começar pela “descoberta da estrutura do
átomo, a teoria da relatividade de Einstein e o princípio da incerteza de
Heisemberg” que “puseram por terra as definições tradicionais de matéria, do
espaço e de tempo. Como se descobriu, os átomos sólidos na verdade eram
constituídos de várias partículas, com espaços relativamente grandes entre
elas.”17
Daí que, “um número crescente de cientistas está
reconsiderando esses fenômenos paranormais a partir de uma perspectiva menos
preconceituosa.”18
A dra. Gertrude Schmeidler, prof. de Psicologia da
Universidade da Cidade de Nova York, que também é uma proeminente pesquisadora
do paranormal diz que “gradualmente, mesmo com relutância, a comunidade
científica parece estar aceitando o fato de que há provas da existência da
P.E.S (Percepção Extra Sensorial).”19
O dr. Brian Josephson, laureado com um prêmio Nobel em
Física, diz que está “99 por cento convencido” da realidade do fenômeno PES, e
reconhece “que há muitas pessoas que se recusam a aceitar essas evidências. Mas
também é claro que jamais se pode satisfazer um cético, a menos que o
envolvamos diretamente num experimento – e, obviamente, não podemos fazer isso
com todos os céticos do mundo.”20
O dr. John Hasted, da Universidade de Londres, admite para a
explicação do fenômeno paranormal, a existência de universos múltiplos.21
O físico David Bohm, da Universidade de Londres, “sugeriu que
todas as substâncias – desta página às galáxias – são ilusórias, emergindo de
uma ordem mais primária do Universo”22 Só faltou ao dr. David Bohm, dizer
que toda realidade Universal, tem como origem a Inteligência suprema, causa
primária de todas as coisas, isto é: Deus.
O Dr. Karl Pribam, neuropsicólogo da Universidade de
Stanford, chegou a seguinte conclusão: “Me ocorre como uma forte possibilidade
que o nosso cérebro constrói matematicamente a realidade interpretando
freqüências vindas de uma dimensão que transcende o tempo e o espaço.”23
A conclusão semelhante chegou o dr. J.B. Rhine, nas pesquisas
que fez no laboratório de parapsicologia da Universidade de Duke (USA), quando
disse que a mente não é física.
Mais adiante adverte o Dr. Pribam: “É claro que eu não estou
querendo dizer que o mundo das aparências esteja errado. Ao atravessarmos uma
rua, é melhor que prestemos atenção aos carros. Mas há razões para que pensemos
que existe uma outra realidade, onde o tempo e o espaço não existem. Para mim,
isso sugere que algumas das experiências místicas que as pessoas vêm relatando
há milênios começam a fazer sentido do ponto de vista científico.”24
Podemos dizer que “o físico moderno, este grande “místico” da
ciência, vem oferecendo maior soma de válidas equações ao panorama da pesquisa
espírita.”25
Encerraremos com as palavras de Gabriel Delanne: “O
perispírito não é concepção filosófica imaginada para dar conta dos fatos, é um
órgão indispensável à vida física, RECONHECÍVEL PELA EXPERIMENTAÇÃO.”26I
I Os Grifos são nossos.
OUTRO ESTUDO APRESENTADO
Considerando: Que fomos criados! simples e ignorante” no
“Fiat Lux”;
 a resposta a Questão
número 540 de O Livro dos Espíritos: “...é assim que tudo serve, que tudo se
encadeia na Natureza, desde o Átomo primitivo até o arcanjo que também começou
por ser átomo. Admirável lei de harmonia,que vosso acanhado espírito ainda não
pode apreender em seu conjunto!”
Que o copo espiritual é o retrato do corpo mental (evolução
em dois mundos Chico Xavier/André Luis, ed. FEB.): “Para definirmos de alguma
sorte o corpo espiritual, é prciso considerar, antes de tudo, que ele não é
reflexo do corpo físico, porque na realidade, é o corpo físico que o reflete,
tanto quanto ele próprio, o corpo espiritual, retrata em si o corpo mental que
lhe preside a formação”.
Passamos em algum momento sermos componentes de um dos
elementos gerais do Universo, o ELEMENTO ESPIRITUAL, Princípío Inteligente que
vai amealhando mais conhecimento e desenvolvendo o seu livre arbítrio, no
transito pelos diversos reinos, tecendo já no reino primitivo os rudimentos de Perispírito
o qual vai sendo aperfeiçoado;
CONCLUSÃO 
Todos os EADE do GEADE somos de parecer que tais perquirições
devem continuar no GEADE/2014 pois que abrem um leque de lucubrações! 
BIBLIOGRAFIA 
1) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Tradução de José
Herculano Pires, 2ª edição, pág. 61, Q.27
2) Idem, pág. 25
3) Idem, pág. 143, Q. 257, item 7
4) O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec, tradução
Guillon Ribeiro, 30ª edição, FEB, cap. 4, pág. 24
5) Idem
6) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Trad. J. Herculano
Pires, 2ª edição, FEESP, pág. 114, Q. 186
7) Idem, pág. 97, Q. 135
8) Idem, pág. 141, Q. 257, 2º item
9) A Evolução Anímica, Gabriel Delanne, FEB, 4ª edição, 1976,
cap. I, pág. 55
10) Perispírito e Princípio Vital, Helena M. Craveiro Carvalho,
LAKE, 1ª edição, pág. 6, Q. 28
11) Idem, Q. 29
12) Antologia do Perispírito, José Jorge, Instituto Maria, 1ª
edição, pág.151
13) Evolução Anímica, Gabriel Delanne, FEB, 4ª edição, pag.
159
14) Perispírito e Princípio Vital, Helena M. Craveiro
Carvalho, LAKE, 1ª edição, pág. 6, Q.33
15) Idem, pág. 7, Q. 43
16) Idem, pág. 7, Q. 44
17) Revista Ciência Ilustrada, A Parapsicologia à Luz da
Física, Laurence Cherry, Editora Abril, nº 4, novembro/dezembro/82, pág. 99
18) Idem, pág. 98
19) Idem, pág. 99
20) Idem, pág. 100
21) IdeT
22) Idem, pág. 101
23) Idem
24) Idem
25) Correlações Espírito-Matéria, Jorge Andréa, Editora
Samos, 1ª edição, 1984, pág. 11
26) A Evolução Anímica, Gabriel Delanne. FEB, 4ª edição,
1976, pág. 46. Obras da Sociedade e Estudos e Pesquisas Espíritas;
 
 
 
 
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