PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

segunda-feira, maio 06, 2013

A CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA

Desde séculos antes de Jesus, estabeleceu-se especulativamente que pequeníssimos corpúsculos indivisíveis, ditos átomos, forma toda sorte de corpos existentes sobre a Terra. Contudo, no início do século passado ( 1801 ), o químico inglês J. Dalton enuncia a primeira teoria atômica científica, declarando que “o limite da divisibilidade da matéria é o átomo, partícula real e infinitivamente pequena”  e que “elementos diferentes são formados de átomos diferentes”.  Logo a seguir, o físico italiano A. Avogadro ( 1811 ) estabeleceu que entre os átomos e as menores partículas dos gases ( que denominou de moléculas, isto é, “pequenas massas” ) há nítida diferença; para ele, as moléculas eram as unidades da matéria, podendo ser compostas de dois ou mais átomos iguais ou diferentes.  Isto prevalece até hoje. Mas, a teoria elaborada no século passado, com base nas transformações químicas da matéria, vigorou até perto de 1925. A descoberta dos raios X, por Roentgen ( 1895 ), e da radioatividade, por Becquerel ( 1896 ), permitiu aos cientistas uma visão completamente diversa   do átomo estático de Dalton e o desenvolvimento, aos poucos,  da moderna teoria atômica. Em essência, eis o que ela afirma: O átomo é algo comparável a um sistema solar em miniatura, sendo formado de certo numero de partículas elementares, porém, contendo cerca de 95% de espaço vazio. Tais partículas ou corpúsculos estão dispostos à maneira dos planetas em torno do Sol. Esse conjunto de partículas acha-se dividido em duas zonas distintas.  Uma central, o núcleo, muito compacta, contendo dois tipos de corpúsculos:  prótons e nêutrons. Outra periférica, muito lacunosa, na qual giram, em círculos ou elipses concêntricas ( ditas  orbitais ), partículas mínimas chamadas elétrons.
O estado dinâmico é característica essencial da matéria. Além do movimento das partículas, estas levam cargas elétricas, sendo os prótons animados de eletricidade positiva e os elétrons de eletricidade negativa ( mais provavelmente, os elétrons não passam de cargas elétricas em movimento perpétuo ); os nêutrons, conforme o nome indica, não têm energia.
Tais cargas elétricas estão em equilíbrio; o átomo em repouso mostra-se neutro porque a eletricidade positiva do núcleo é equivalente à negativa dos elétrons.
O átomo tem dimensões inimaginavelmente insignificantes.  O seu raio é de 10 ¯8 cm (isto é, 0,000.000.001 cm ou  centésima milionésima parte do cm )  e o do núcleo de 10 ¯13 cm.
A massa do elétron é aproximadamente 1.840 vezes menor do que a do átomo,  pelo que quase não pesa. O número de elétrons de cada átomo é fixo e igual ao número de prótons; chama-se número atômico. Eles giram ao redor do núcleo e de si próprios ( rotação ), tal como a Terra em relação ao Sol e a si mesma.
O núcleo é constituído de duas partículas idênticas, segundo se assinalou acima, prótons e nêutrons, distintas pela carga elétrica positiva dos primeiros. Dois ou mais prótons, consoante os conceitos tradicionais, tendo as mesmas cargas elétricas, deveriam repelir-se provocando instabilidade nuclear, ao invés de estarem unidos. Porém, fatos experimentais demonstraram que no interior do núcleo  operam forças completamente distintas das anteriormente conhecidas dos físicos.
As forças atrativas de um corpúsculo intra-atômico têm curto alcance, exercendo sua ação tão-somente sobre as partículas próximas; e, ao demais, são independentes  das cargas elétricas do mesmo. O nêutron compõe-se de um próton e de uma partícula denominada beta ( β ), razão porque pesa ligeiramente mais do que aquele e mostra-se instável. As partículas beta são elétrons ( ou pósitrons ) emitidos pelo núcleo,  embora aí não existam em estado livre; formam-se em condições especiais.
Prótons e nêutrons revelam-se conversíveis. Quando há excesso de nêutrons  em relação ao numero de prótons, escapa uma partícula beta dando origem  a um próton e o núcleo ficará mais estável. Se houver, ao contrário, um excesso  de prótons, um ou alguns deles se transforma em nêutrons mediante a “captura”  ( isto é, absorção ) de um ou mais elétrons vizinhos do núcleo, anulando-se as cargas elétricas de ambos.  A entrada de energia correspondente ao elétron gera emissão  de raios gama. Um ou alguns elétrons mais externos vêm ocupar o lugar deixado vago, movimento esse que origina a saída de raios X ( semelhante aos raios gama ).
Outras partículas, como o méson e o pósitron, inexistentes em condições normais  na matéria, não precisam ser aqui consideradas. O átomo constitui uma extraordinária fonte de energia, condensada na matéria aparentemente inerte.
São os seguintes os principais fenômenos energéticos relacionados a ele:  A emissão de luz e calor ( incandescência e combustão, por exemplo ) – Um ou mais elétrons passam da órbita externa para outra mais interna, do que resulta perda  da energia aí retida. Dá-se o movimento inverso quando o átomo absorve energia:  um elétron salta para uma órbita mais afastada do núcleo  a fim de acomodar a energia absorvida.
Raios X – Processa-se o mesmo fenômeno, porém em órbitas mais profundas,  donde ser maior a quantidade de energia libertada.
Radioatividade – É a libertação energética espontânea que ocorre em alguns corpos ( rádio, urânio e tório, por exemplo ). Ainda o processo é idêntico, porém localizado no núcleo.
Quando o homem consegue atingir este último com uma partícula ( como o nêutron ) dá-se a desintegração artificial, base da bomba atômica.  ( p. 189 )
[...] Podemos conceber a matéria como sendo um modo de ser oriundo da energia  por condensação ou concentração e que volta à forma energética por desagregação  ou desintegração. Do que vimos se depreende que os elétrons constitutivos do átomo ( matéria ) podem ser tidos como energia “materializada”;  em certas condições facilmente exequíveis eles se libertam e, reunidos em feixe, formam os conhecidos e já mencionados raios catódicos.
[...] Podemos asseverar, em suma, que a matéria observada em sua essência  é energia, corroborando uma afirmação da Física com mais de 50 anos – ciência esta que afirma: “a energia é a entidade fundamental do universo”.
Kardec, em 1868 ( “A Gênese”) , fazia sugestão deste tipo acerca da matéria: “Ela talvez somente seja compacta em relação aos nossos sentidos”.
É possível “desagregando-se, voltar ao estado de eterização...
Na realidade, a solidificação da matéria não é mais do que um estado transitório  do fluido universal, que pode volver ao seu estado primitivo,  quando deixam de existir as condições de coesão.”
Fato cem anos depois comprovado experimentalmente. ( p. 200 )
Até pouco tempo atrás, os tratados de Física davam a impenetrabilidade como  caráter primordial da matéria; não mais hoje, como se infere do explanado linhas acima. A matéria é energia, o átomo, um edifício de forças;  é a velocidade que forma a massa, confere estabilidade, gera a coesão da mesma;  ela por si só, nada é.
Vimos que o espaço existente entre o núcleo e os elétrons e enorme em relação  ao mínimo volume do conjunto e de cada partícula isoladamente considerada.
Daí concluirmos que a matéria só é impenetrável à matéria do mesmo tipo, isto é,  cuja velocidade eletrônica mostre-se equivalente; um prego, ao ser cravado na madeira, não perfura os átomos,  mas cava um canal afastando as fibras para nele alojar-se. As partículas carregadas  de eletricidade, porém, penetram de fato no átomo, embora com certa dificuldade  em virtude da repulsão eletromagnética;  os nêutrons, sem carga, atravessam-nos facilmente.
O mesmo se passa com os espíritos. A matéria mais ou menos sutil do perispírito vara o mais denso corpo terrestre. De idêntica maneira, podem enxergar com quaisquer barreiras interpostas entre eles e o objeto visado. Vemos o ectoplasma fazer coisa semelhante; ele é matéria no sentido de que é formado de átomos, porém elaborados por meio de modificações na forma das órbitas ( ao invés de circulares, são turbilhonares; é interessante que Delanne tenha ligado o movimento vorticoso dos rolos de fumaça às propriedades da matéria  que nos ocupa ). Esta inapreciável, porém profunda mudança no movimento e, também, no elemento fundamental ( fósforo, não carbono como matéria viva comum ) confere-lhe propriedades não conhecidas na matéria constitutiva  dos seres animados ( veja Ubaldi, “A Grande Síntese” ). Em conexão com isto, o ectoplasma pouco impressiona o tato e à visão; parece algo muito sutil mesmo; por outro lado, tem peso. Vemo-lo escapar do corpo dos médiuns através das cavidades naturais, mas, para aí chegar, transpassa diversos tecidos orgânicos.   
PSICOLOGIA E ESPIRITISMO
CARLOS TOLEDO RIZZINI

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