PELO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ
PSICOGRAFIA DE FRANCISCO
CÂNDIDO XAVIER
Centros encefálicos — É, pois, em novo plano, a dividir-se em variados setores
de ação e de luta, que a consciência desencarnada, agora relativamente
responsável, vai conhecer o resultado de suas próprias criações na passagem
pelo campo carnal, através dos reflexos respectivos em seu pensamento — o fluido em que
se lhe imprimem os mais íntimos sentimentos e que lhe define os mais íntimos
desejos.
Com a supervisão dos orientadores divinos, associaram-se-lhe
no cérebro o centro coronário e o centro cerebral em movimento sincrônico de
trabalho e sintonia.
Por intermédio do primeiro, a mente administra o seu veículo
de exteriorização, utilizando-se, a rigor, do segundo, que lhe recolhe os
estímulos, transmitindo impulsos e avisos, ordens e sugestões mentais aos
órgãos e tecidos, células e implementos do corpo por que se expressa.
E assim como o centro cerebral se representa no córtex
encefálico por vários núcleos de comando, controlando sensações e impressões do
mundo sensório, o centro coronário, por intermédio de todo um conjunto de
núcleos do diencéfalo, possui no tálamo, para onde confluem todas as vias
aferentes à cortiça cerebral, com exceção da via do olfato, que é a única via
sensitiva de ligações corticais que não passa por ele,18 vasto sistema de governança do
espírito. Aí, nessa delicada rede de forças, através dos núcleos intercalados
nas vias aferentes, através do sistema talâmico de projeção difusa e dos
núcleos parcialmente abordados pela ciência da Terra (quais os da linha média,
que não se degeneram após a extirpação do córtex, segundo experiências
conhecidas), verte o pensamento ou fluido mental, por secreção sutil não do cérebro,
mas da mente, fluido que influencia primeiro, por intermédio de impulsos
repetidos, toda a região cortical e as zonas psicossomatossensitivas, vitalizando
e dirigindo todo o cosmo biológico, para, em seguida, atendendo ao próprio
continuísmo de seu fluxo incessante, espalhar-se em torno do corpo físico da
individualidade consciente e responsável pelo tipo, qualidade e aplicação do fluido,
organizando-lhe a psicosfera ou halo psíquico, qual ocorre com a chama de uma
vela que, valendo-se do combustível que a nutre, estabelece o campo em que se
lhe prevalece a influência.
Esse fluido ou matéria mental tem a sua ponderabilidade e as
suas propriedades quimioeletromagnéticas específicas, definindo-se em unidades
perfeitamente mensuráveis, qual acontece no sistema periódico dos elementos
químicos, no plano terrestre, compreendendo-se que, em círculos da inteligência
mais evoluída, surpreendentes combinações dos fatores conhecidos podem ser
efetuadas com vistas a certos fins, como sucede atualmente na Terra, onde
elementos como o netúnio, o plutônio, o amerício e o cúrio podem ser
artificialmente produzidos.
18 Nota do autor espiritual: Devemos
esclarecer que a via olfatória não passa pelo tálamo; contudo, mantém conexões
com alguns núcleos talâmicos por meio de fibras provenientes do corpo mamilar,
situado no hipotálamo.
Reflexão das ideias — A partícula de pensamento, pois, como corpúsculo fluídico,
tanto quanto o átomo, é uma unidade na essência, a subdividir-se, porém, em
diversos tipos, conforme a quantidade, qualidade, comportamento e trajetórias
dos componentes que a integram.
E assim como o átomo é uma força viva e poderosa na própria
contextura, passiva, entretanto, diante da inteligência que a mobiliza para o
bem ou para o mal, a partícula de pensamento, embora viva e poderosa na
composição em que se derrama do espírito que a produz, é igualmente passiva
perante o sentimento que lhe dá forma e natureza para o bem ou para o mal,
convertendo-se, por acumulação, em fluido gravitante ou libertador, ácido ou
balsâmico, doce ou amargo, alimentício ou esgotante, vivificador ou mortífero,
segundo a força do sentimento que o tipifica e configura, nomeável, à falta de terminologia
equivalente, como “raio da emoção” ou “raio do desejo”, força essa que lhe
opera a diferenciação de massa e trajeto, impacto e estrutura.
Com o fluido mental carreiam-se, desse modo, não apenas as
disposições mentossensitivas das criaturas em atuação recíproca, mas também as
imagens que transitam entre os cérebros que se afinam pela reflexão natural e
incessante, estabelecendo-se as ideações progressivas que, originariamente
vertidas dos Espíritos superiores, transmitem aos desencarnados da Terra as noções de
civilização mais apurada. E por essas mesmas entidades, em contato com as
tribos encarnadas do paleolítico, semelhantes noções descem para o chão
planetário, disciplinando as criaturas e ofertando-lhes novos horizontes à
visão e ao entendimento.
Pela reflexão das ideias, surge, assim, entre as duas
esferas entranhado circuito de forças.
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