PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

ANIMISMO E MISTIFICAÇÃO

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ANIMISMO E MISTIFICAÇÃO? "Circunstância em que o espírito do próprio percipiente, do próprio médium, no estado de excitação de variada ordem, transmite a sua mensagem. No processo de regressões, de múltiplas procedências, alma do encarnado se expressa, chora suas angústias, deplora suas mágoas guardadas na intimidade, ou apresenta suas virtudes e conquistas, suas grandezas, também guardadas no íntimo. Esse fenômeno em que o próprio espírito do médium se expressa, com qualquer tipo de bagagem, nós o chamaremos de 'anímico', conforme Allan Kardec, em o Livro dos Médiuns". "E aqueles outros fenômenos através dos quais entidades espirituais se manifestam por meio de médiuns, e dizem ser personalidades que verdadeiramente não foram na Terra, esses denominaremos de 'mistificação".
É lembrarmo-nos de que todas as nossas ações, como se reporta o O Livro dos Espíritos, são conduzidas pelos espíritos. Normalmente são eles quem nos dirigem, conforme o item 459. Chico Xavier quando foi inquirido sobre qual a razão porque Emmanuel lhe permitia que a vivência da mistificação de algum espírito comunicar-se e dizer-se quem não era, ele afirmou que aquilo se destinava a que ele visse que não estava invulnerável à insuflação negativa. (Obra Diretrizes de Segurança. Divaldo/Raul Teixeira, Ed Fráter, Questão 95).
IDENTIFICAÇÃO:
Divaldo Franco afirma em resposta a Questão nº 11 da Obra acima citada que: em todo fenômeno mediúnico há um efeito anímico, assim como em todo o fenômeno anímico há uma expressão mediúnica. Por melhor que seja o pianista, o som é sempre do piano.
Raul Teixeira em resposta a Questão nº40 da Obra supra citada afirma que: "O fenômeno do animismo quanto o das mistificações, somente às custas de muita reflexão em torno de muito estudo, e amadurecimento, com o conseqüente conhecimento do ser humano, poderão ser identificados satisfatoriamente".
DE QUE RECURSOS DISPÕEM O PARTICIPANTE E UMA REUNIÃO MEDÚNICA PARA IDENTIFICAR A NATUREZA DOS ESPÍRITOS? Pelos frutos conhecem-se as árvores, pelas ações o caráter dos homens, pela qualidade das comunicações àqueles que as trazem. Em o O Livro dos Médiuns (Cap XXIV, 267 1-26), o Codificador estabelece um critério quase infalível. Os participantes observarão a qualidade da mensagem, o caráter do médium e, depois, o mensageiro que se apresenta.
ANÁLISE
COMO DISTINGUIR AS COMUNICAÇÕES ANÍMICAS DAS MEDIÚNICAS? Importante levar-se em conta que a manifestação anímica ocorre em razão de algum tipo de estímulo, de fator desencadeante, do exterior, que desata reminiscências íntimas, encontradas em certo estado de acomodação. Tais reminiscências vêm à tona, exteriorizando-se por meio de palavras, de atos, de gestos, ou não, podendo então se despontar no psiquismo, alcançando as zonas do pensamento em forma de lembranças, saudade sem que se saiba de quem ou de que, tristezas infundadas, sem qualquer exteriorização.
Pode ocorrer que elementos de encarnações precedentes, próximas ou remotas, emirjam na superfície da mente, deixando a nítida impressão, a quem está sofrendo do fenômeno, ou a quem está lidando com esse alguém, de que se trata de manifestação de uma mente estranha atuando sobre o sensitivo encarnado.
Pode se dar, ainda, simulações de manifestação mediúnica, quando "desatam" na mente do encarnado elementos da mesma encarnação, mas vividos e represados na infância, na juventude ou mesmo na fase adulta, elementos esses que rompem a carapaça criada por incontáveis situações, e se apresentam com aspectos capazes de confundir a grande maioria dos que lidam nessa área, sejam médiuns, doutrinadores, espiritistas ou não.
O sensitivo com características anímicas não tem consciência, a principio, de que o é. Sofre o fenômeno e garante que é de fundo mediúnico, em virtude dos dados estranhos, diferentes, que se apresentam durante o surto.
Os doutrinadores, quando se trata de reuniões mediúnicas, são levados a crêr na versão mediúnica pelos mesmos motivos. Costumam se dar alterações fisionômicas ou vocais, modificação de grafia e o sensitivo pode se mostrar mais ou menos hábil em vários setores de sua intelectualidade. Não esqueçamos que é a "porta" de um pretérito mais ou menos rico de valores que irrompe, como magma de um vulcão, jorrando para o exterior substancias que até então eram desconhecidas, por estarem represadas em sua intimidade. A principio, é muito difícil fazer-se distinção entre manifestação anímica e manifestação mediúnica. É muito tênue o véu que separa uma da outra. No entanto, AK admite que se pode distinguir se um Espírito que se comunica, quem responde algo, é ou não o do médium "pela natureza das comunicações. Estuda as circunstancias e a linguagem e distinguirás. Por isso é que te digo: Estuda e observa* OLM cap XIX, 223 (3ª).
Bem se vê que não é uma distinção que se possa fazer de uma olhada ou por mera desconfiança. É necessário o apoio da investigação, do estudo atilado, ao largo do tempo., É preciso que desenvolva o senso de observação aquele que tem necessidade de estabelecer a distinção entre um e outro tipo de fenômeno.
K reforça a importância de se aprofundar a observação quando é indagado a respeito de médiuns que trazem consigo bagagens de conhecimentos esquecidos, de outras existências, que podem fluir quando esses mesmos médiuns se acham como Espíritos, es estado de emancipação, fazendo-os exprimir idéias que parecem fora de sua capacidade instrucional. Diz ele, então: "Estuda longamente e medita"*OLM, cap XIX,223 (4ª).
PODE-SE DIZER QUE A MEDIUNIDADE TEM CARÁTER ANÍMICO POR ESTAR RADICADA NO ORGANISMO? Não propriamente por radicar-se no organismo, mas pelo fato do fenômeno ter a alma do médium como intérprete. Cada intérprete deixa vazar formatos, organização, conteúdos intelectuais ou culturais – aqui o termo cultura ganha a elasticidade que lhe é devida – condicionando a mensagem do desencarnado aos seus "diques" psicológicos.
Nas considerações em apreço, podemos achar respostas para os casos de verificarmos que determinados Espíritos apresentam expressões e linhas de pensamento através de alguns médiuns e não se apresentam da mesma forma por meio de outros médiuns.
Um médium de rígida formação católico-romana dará comunicações com odores clericais, com expressões e inclinações ideológicas muito voltadas para o formato doutrinal da Igreja. Observamos que o conteúdo que transmitem em suas comunicações pode estar espiriticamente correto, mas o envoltório das idéias tem as marcas católicas. São componentes psicológicos ainda não apagados ou diluídos, suficientemente, no médium, que dão roupagem às manifestações.
Do mesmo modo, médiuns de estrutura intelectual trabalhada sob a ótica social-marxista ou psico-freudiana tenderão a deixar escapar conteúdos que lhes impregnem a mente nas comunicações que transmitam. Essas impregnações poderão ocorrer com quaisquer médiuns, estejam eles vinculados, psiquicamente, a qualquer campos religiosos, filosóficos, sociais e políticos.
Um mesmo desencarnado poderá apresentar-se mais politizado se manifestar-se por um médium com pendores políticos, ou ser mostrara mais religioso através de um médium de pendores religiosos, e assim por diante.
Ao compararmos os textos desse mesmo comunicante desencarnado, "filtrado" por mentes diferentes, é que teremos ocasião de perceber as roupagens dadas por uns e por outros ao pensamento espiritual.
Encontramos, desta feita, os motivos para propor aos médiuns os empenhos, os esforços para a auto-educação, para a diminuição do poder do ego nos labores mediúnicos, por meio de exercícios de simplificar a vida interior, diminuir necessidades personalistas – ter que ser o primeiro em tudo, desfilar poderes e dotes, ansiar por reverencias alheias, aparecer-, facilitando a diminuição das interferências do "EU" nas filtragens que venham a fazer de comunicações dos irmãos desencarnados.
Quanto maior e melhor seja a educação do individuo como pessoa, maiores e melhores serão suas possibilidades como médium.
É O ANIMISMO, EM SI MESMO, UM FATOR PREOCUPANTE NA PRÁTICA DA MEDIUNIDADE? O animismo não é um crime em si mesmo, quando considerada a sua presença no fenômeno mediúnico. Importante, contudo, que o médium não se permita acomodação ao ter ciência ou consciência da influencia anímica em seu trabalho. Deverá atirar-se ao estudo de si mesmo, de suas tendências, seus hábitos ou vícios psicológicos, esforçando-se por atenuar as suas imposições mentais sobre as comunicações que venha a dar.
Quando se trata de fenômeno mediúnico, o que se quer é conhecer o pensamento do desencarnado comunicante, e não o do médium que lhe serve de veículo. Daí ser desprestigiosa, inoportuna e muitas vezes, perturbadora a ação anímica, devendo-se trabalhar por minorar a sua influência.
TEM O ANIMISMO ALGUMA RELAÇÃO COM A MISTIFICAÇÃO? Em principio, não. Compreende-se mesmo que sendo o médium anímico ignorante da sua condição, não pode estar enganando deliberadamente a quem quer que seja.
Quando um médium qualquer passa a saber de seu animismo, deve impor-se regras disciplinares, seja por meio de mais estudos da Dou E, seja, por meio de maiores cuidados em estudar-se, em compreender-se melhor. No caso de, ao invés de tomara providencias, ele passar a não ver nada demais na situação, chegando mesmo a tirar proveito dela, usando a comunicação para "dar recados enviesados" a alguma pessoa, então, sai da condição de simples médium com tendências anímicas para um médium mistificador.
Nessa área, podemos deparar formas gerais de engodo, de abuso da credulidade ou de mistificação: 1. Mistificação do médium: quando o encarnado simula uma comunicação e teatraliza, simula uma comunicação e teatraliza, a fim de tirar proveito determinado ou proveitos variados com isso. É lamentável pela demonstração de desrespeito, pela profanação, pela usurpação de nomes, às vezes muito respeitáveis. 2. Mistificação do Desencarnado: quando, embora o médium esteja "filtrando"devidamente a mensagem, o comunicante desencarnado, blefa quase sempre fazendo-se passar por quem não é, ou fazendo falsas revelações ou falseadas, igualmente com objetivos escusos.
Em OLM encontramos que constituem as mistificações os mais desagradáveis escolhos da prática espírita* OLM, cap XXVII, 303 (1ª).
Apontam-nos os Mentores, que nele trouxeram tantas instruções formidáveis, que o meio mais simples de alguém se preservar de ser enganado é não esperar da Dou E o que ela não veio para dar. Incumbe-lhe, como telefinalismo, o levantamento moral da criatura humana, o aprimoramento da humanidade. Se as pessoas procurarem o Esp para resolver questões materiais, que competem ao engenho, às habilidades dos encarnados; se o buscarem para o trato de futilidades atreladas à cobiça, revelações de tesouros ou ganhos de loterias, comprar e vendas disso ou daquilo, com certeza são serias candidatas às mistificações, e não poderão queixar-se do Esp, logo mais.
É nas lúcidas orientações da Dou E que aprendemos que "quando os Espíritos vos falam de que a esse mundo concerne, é que o julgam necessário, porém não porque o peçais. Se vedes nos Espíritos os substitutos dos adivinhos e dos feiticeiros, então é certo que sereis enganados" * OLM, cap XXVII, 303 (1ª).
Há, entretanto, tanta gente ansiosa no mundo que se torna incapaz de aguardar que as coisas aconteçam, cada um apor vez. Angustia-se como ter que esperar a espontaneidade dos fatos. Há outro tipo de gente que "fareja" novidades e revelações, por mais absurdas e irracionais, não tendo qualquer reserva para acolher coisas, as mais descabidas, que seriam facilmente invalidades pelo bom senso, pelo espírito crítico, com a vigilância, enfim.
Nesse caldo de cultura de tanta debilidade intelectual, de tanta ingenuidade e credulidade pregas é que Espíritos levianos – maliciosos e zombeteiros – e mesmo impuros, de inclinações demoníacas, odientas, se locupletam, levando muita gente a se "desapontar" com o Esp, ou, pelo menos, com o que supõe que seja o Espiritismo.
Em síntese, o animismo não se vincula, obrigatoriamente, à mistificação, mas tanto um quanto a outra devem ser evitadas por meio do modo sério e efetivo de estudar-se e de vivenciar-se a veneranda Proposta Espírita.

EM QUE CONSISTE A DEFESA CONTRA OS ESCOLHOS DAS MISTIFICAÇÕES E ANIMISMO
Raul Teixeira respondendo a Q 60 da Obra citada que trata da interferência dos reflexos condicionados na manifestação mediúnica nos esclarece: "Com a prática da auto-análise, do autoconhecimento, evitaremos que se insurja a apavorante sombra da desproporcional interferência ANÍMICA, que nada mais é do que o exacerbamento de certos reflexos que permitem a eclosão da própria personalidade ou personalidades vividas".
EM QUE CONSISTE O DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO? Consiste num processo no qual o candidato à médium busca trabalhar certas habilidades que facultem o bom exercício da tarefa mediúnica, quando for o caso, ou, simplesmente, aprende a dar um direcionamento determinado a sua faculdade, capacitando-se a bem administrar suas percepções, suas sensações, não permitindo ser manobrado por quaisquer desencarnados, conseguindo o devido controle sobre si mesmo.
Durante o processo do desenvolvimento, que corresponde a uma fase de educação das diversas reações do médium submetido ao fenômeno, este aprende a registrar e identificar os tipos de fluidos com que lida; percebe se se sente tranqüilo ou irritado, alegre ou deprimido, sonolento ou febricitado, ou se se dá conta de outras sensações psicológicas e físicas quando se aproxima de determinadas pessoas ou quando dele se acercam certos desencarnados.
Esse conjunto de percepções vai dando ao médium começante a devida condição de absorver, assimilar ou rechaçar as influencias que recebe de encarnados e de desencarnados, por meio do comando mental que aprende a desenvolver com o tempo.
Como médium o é durante as 24 horas do dia, isso implica a dizer que poderá fazer registros psíquicos a qualquer hora do dia ou da noite; em qualquer lugar onde esteja, fazendo seja o que for. Isso não quer dizer que estará durante todo o tempo em trabalho mediúnico – o que configuraria desastroso desequilíbrio. Mas quer dizer que, como uma antena perenemente acionada, o médium estará sempre fazendo seus registros.
Na fase do desenvolvimento, então, o médium aprenderá a identificar os tipos de fluidos e/ou de entidades espirituais a sua volta, sem exibicionismo, sem teatralidade, aprendendo a ser sempre mais discreto, firmando seu autocontrole, de modo a não afligir ninguém.
Nos episódios em que não se sente bem, nesse ou naquele contato, buscará na oração, na elevação de pensamentos, a mudança de sintonia, sempre de modo muito discreto. Quando for possível, procurará um lugar para respirar ar puro e fresco, saindo de burburinhos, de tumultos mentais. Doutra feita buscará um ambiente isolado para orar, modificando os painéis mentais. Quando houver ensejo, mudará o tom das conversas perturbadoras, proporá a audição de alguma boa musica ou a leitura de um texto nobre – não obrigatoriamente religiosos - mas que permitam a mudança de sintonia psíquica.
O processo de desenvolvimento mediúnico desse modo, não ocorre somente no dia da reunião específica, no Centro Espírita, mas, como em qualquer processo educacional, há que se estar atento aos diversificados ensejos que a vida cotidiana oferece, para lograr o êxito almejado. Nessa fase, como adverte A K, "a calma e o recolhimento juntos ao desejo ardente e à firme vontade de conseguir-se o intuito" * são mais importantes do que a Manifestação em si, pura e simples. *LM CAPXVII, 204.

FUNDAMENTADO NESTE ESTUDO
CONSIDERO QUE:
a. O ANIMISMO é um fato real nos trabalhos mediúnicos (em todo fenômeno mediúnico há um efeito anímico, assim como em todo o fenômeno anímico há uma expressão mediúnica.).
O ANIMISMO não é um crime em si mesmo, quando considerada a sua presença no fenômeno mediúnico.
É provável que ocorra um ANIMISMO como escolho da mediunidade, que nada mais é do que o exacerbamento de certos reflexos que permitem a eclosão da própria personalidade ou personalidades vividas".
b. É PROVÁVEL que ocorra MISTIFICAÇÃO: (Chico Xavier quando foi inquirido sobre qual a razão porque Emmanuel lhe permitia que a vivência da mistificação de algum espírito comunicar-se e dizer-se quem não era, ele afirmou que aquilo se destinava a que ele visse que não estava invulnerável à insuflação negativa. (Obra Diretrizes de Segurança. Divaldo/Raul Teixeira, Ed Fráter, Questão 95); pelo Encarnado ... a fim de tirar proveito determinado ou proveitos variados com isso. ... Do Desencarnado: quando, embora o médium esteja "filtrando"devidamente a mensagem, o comunicante desencarnado, blefa quase sempre fazendo-se passar por quem não é, ou fazendo falsas revelações ou falseadas, igualmente com objetivos escusos.
Em OLM encontramos que constituem as mistificações os mais desagradáveis escolhos da prática espírita* OLM, cap XXVII, 303 (1ª).).
c. É dificílimo distinguir as COMUNICAÇÕES ANÍMICAS DAS MEDIÚNICAS - (Estuda longamente e medita"*OLM, cap XIX,223 (4ª). (Estuda e observa* OLM cap XIX, 223 (3ª).
Sou de PARECER QUE:
- Os Membros do Grupo devem realizar estudos continuados da Mediunidade; associado aos demais temas da Doutrina Espírita.
- Os Membros do Grupo devem vincular-se a alguma tarefa de Caridade existente na Casa, que caracterizará com o Estudo Evangélico, a mediunidade com Jesus!

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