PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

ATENDIMENTO FRATERNO

A EMPATIA

Suely Caldas Schubert

Segundo o dicionário “Aurélio”, empatia quer dizer: sentir o que se sentiria caso se estivesse na situação e circunstância experimentadas por outra pessoa.

A palavra empatia vem de einfühlung, termo usado por psicólogos alemães, que significa, literalmente, “sentir dentro”. É derivada do grego pathos que quer dizer sentimento forte profundo semelhante ao sofrimento e tendo como prefixo preposição in.

Difere de simpatia que exprime “sentir com”. A empatia é um estado de identificação mais profundo da personalidade, a tal ponto em que uma pessoa se sinta “dentro da outra” personalidade. É nesta identificação que o verdadeiro entendimento entre as pessoas pode ocorrer. O primeiro passo para que a pessoa alcance essa condição de empatia é a simpatia, ou seja, sentir com. Assim, o Atendente Fraterno deve ter facilidade de simpatizar com as pessoas, de sentir com cada uma os sofrimentos e dificuldades que atravessam, e, sentir-se solidário.

A empatia denota um estágio mais avançado e pode-se dizer que é a essência do amor. Somente aquele que ama ao próximo tem a capacidade de “sentir dentro”, isto é, de mergulhar no mundo dos sentimentos alheios e captar-lhes a mensagem silenciosa, os apelos, a busca, e, em profunda doação, transmitir a palavra certa, permeada desse amor desinteressado e terno que transcende ao entendimento comum.

Empatia é disposição para transcender as limitações do tempo (“eu tenho tempo para lhe ouvir”) e os próprios conteúdos emocionais, pessoais do atendente (“eu me coloco à sua disposição e, nesse momento, você é a pessoa mais importante e os seus problemas são o centro do meu interesse”). É ainda a garantia de que o conteúdo das declarações seja absolutamente sigiloso, por mais trágico, porque significa a verdade de quem fala verdade essa muitas vezes dolorosa, terrível ou agressiva.

A pessoa empática é aquela que consegue, ou se esforça para conseguir evitar que seus princípios e valores interfiram no depoimento de quem fala, permitindo que esta fala seja integral, atingindo, dessa forma, o objetivo do Atendimento Fraterno, que é o de oferecer espaço, tempo, atenção e amor fraternal para que o outro se libere, o mais possível, de seus conteúdos emocionais negativos.

Alfredo Adler assim se expressa sobre a empatia:

“A empatia ocorre no momento em que um ser humano fala com o outro. É impossível compreender outro individuo se não for possível, ao mesmo tempo, identificar-se com ele... Se buscarmos a origem dessa capacidade de agir e sentir como se fôssemos outra pessoa, iremos encontrá-la na existência de um sentimento social inato. Na realidade, ela é um sentimento cósmico e um reflexo do encadeamento de todo o cosmo que vive em nós. É uma característica inevitável do ser humano.”

A capacidade de empatizar denota amadurecimento espiritual, que é progressivo e se desenvolve, cada vez mais, exatamente proporcional na medida em que a pessoa aprofunda a sua disposição de amar ao próximo e, em última análise, a vida em todas as suas formidáveis expressões.

A Doutrina Espírita abre perspectivas ilimitadas nessa área, convidando o indivíduo a exercer a caridade plena, tal como assinala a questão 886 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, quando os Instrutores da Vida Maior lecionam que a verdadeira caridade consiste na “benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas.”

Para os serviços de Atendimento Fraterno o significado da empatia amplia-se e torna-se, realmente, na capacidade de amar ao próximo, consoante o inolvidável ensinamento de Jesus, que sintetiza tudo isto em plenitude: “Amar ao próximo como a si mesmo.”

Bibliografia:

Rollo May. - A Arte do Aconselhamento Psicológico.

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