PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

sexta-feira, janeiro 14, 2011

Apresentação dos Postulados Espíritas às Pessoas leigas e ou curiosas.

Revigoremos a nossa Fé em Deus. Conquanto ainda não possamos conhecê-lo, temos o caminho para a Ele chegar. Jesus, com sua força moral, apresentou–se como: “O Caminho a Verdade e a Vida. Ninguém chegará ao Pai senão por mim”.

Tendo nos ensinado somente o suportável para as nossas inteligências à época e assimilável por nossos usos e costumes, prometeu–nos o Consolador. Esse que já está entre nós, nas expressões e ações do Espiritismo e dos Espíritos Superiores.

Então, quando a Fé fraqueja, vejamos quanto suporte temos e os busquemos. Embora nos distanciemos deles, tantas vezes, Eles jamais nos abandonam; tratam–nos com carinho e compreensão, sobretudo com muito amor.

Os Espíritos nos instruem e inspiram. Jesus nos Guia com o seu Modelo.

O Evangelho é o roteiro seguro para os indivíduos e para as coletividades. Muita Paz! Um Espírito Amigo.

O Espiritismo é profundo... Profundo... Profundo... (Irmão Seu Geraldo)

INTRODUÇÃO

Este é um trabalho de pesquisa cujo conteúdo visa apresentar conhecimentos básicos dos Postulados Espíritas as Pessoas leigas e ou curiosas.

O objetivo profundo do Espiritismo é a reforma moral, através do contato direto com a Verdade, consubstanciada no Evangelho que Jesus nos exemplificou e que a Luz da Doutrina Espírita readquire a sua pureza e cristalinidades originais. Somente através da Evangelização do indivíduo, da sua reforma moral que conduz a uma progressiva espiritualização e, conseqüentemente, à atrofia do egoísmo, é que conseguiremos transformar a sociedade, tornando-a mais justa, mais fraterna, mais igualitária em termos de oportunidades de ascensão para todos. É somente através da espiritualização individual que conquistaremos a Paz Social e, conseqüentemente, o progresso e a prosperidade infinitos. O Espiritismo, como “O Consolador” prometido por Jesus, é a chave para esta imprescindível e impostergável transformação social; sob o seu pálio se fará de forma branda e pacífica. Acima de tudo estará presidindo a todas as transformações o Amor que Jesus pregou e exemplificou, Ele que afirmou e demonstrou ser O Caminho a Verdade e a Vida.

"A finalidade da alma é o desenvolvimento de todas as faculdades a ela inerentes. Para consegui-lo, ela é obrigada encarnar grande número de vezes, na Terra, a fim de acendrar suas faculdades morais e intelectuais, enquanto aprende a senhorear e governar a matéria. É mediante uma evolução ininterrupta, a partir das formas de vida mais rudimentares, até a condição humana, que o princípio pensante conquista lentamente, a sua individualidade. Chegado a esse estágio, cumpre-lhe fazer eclodir a sua espiritualidade, dominando os instintos remanescentes da sua passagem pelas formas inferiores, a fim de elevar-se, na série das transformações, para destinos sempre mais altos."

Nessa caminhada evolutiva: "Por bem largo tempo, os homens se têm estraçalhado e anatematizado mutuamente em nome de um Deus de paz e misericórdia, ofendendo-o com semelhante sacrilégio". Filosofias, Doutrinas, Seitas vêm fazendo a partilha do mundo. “Entretanto julgai-as pelas suas obras e pelos seus princípios": e constatem se aconselham ou legitimam o assassínio e a violência; estimulam os ódios dos partidos; a sede das riquezas e das honras; a avidez dos bens da Terra; ou, a Bondade, a Conduta Humanitária e a Benevolência para com todos. Quais, pois, os que seguem a estrada que Jesus indicou para chegar até Ele e que são os seus prediletos?

O conhecimento da Ciência Espírita se baseia em uma convicção moral e uma convicção material. A primeira se adquire pelo raciocínio e a segunda pela observação dos fatos. Para aquele que inicia o aprendizado da Doutrina, seria lógico, em primeiro lugar ver, e raciocinar em segundo. Infelizmente nem sempre pode ser assim. Seria impossível fazer-se um curso de Espiritismo, como se faz um curso de Química ou Física. Os fenômenos que são da alçada dessas ciências podem ser reproduzidos à vontade; pode-se, pois, fazê-los passar, gradualmente, diante dos olhos do aluno, partindo do mais simples para o mais complexo. O mesmo não se dá com os fenômenos Espíritas: não os manejamos como uma máquina elétrica. É preciso tomá-los como se apresentam, pois não depende de nós determinarmos-lhes uma ordem metódica. Daí resulta que muitas vezes, eles são ou ininteligíveis ou pouco concludentes para os principiantes. Podem causar admiração sem convencer. Pode-se evitar esse inconveniente, seguindo uma marcha contrária isto é, começando pela teoria, e esse é o processo que aconselhamos a toda a pessoa que deseja honestamente se esclarecer. Pelo estudo dos princípios da ciência, princípios perfeitamente compreensíveis mesmo sem a experimentação prática, adquirem-se uma convicção moral inicial que não necessita mais do que ser corroborada pelos fatos. Ora, como nesse estudo preliminar todos os fatos foram passados em revista e comentados, resulta disto que quando os vemos, os compreendemos qualquer que seja a ordem na quais as circunstâncias permitem observá-los. Uma leitura atenta no Pentateuco Kardeciano será, pois, uma primeira iniciação que permitirá analisar os fatos ou fornecerá os meios de provocá-los com conhecimento de causa, se nada se opuser, e isso sem nos perdermos nos ensaios que podem resultar infrutuosos por não serem dirigidos nos limites do possível. Enfim, no Livro dos Espíritos, observa-se o próprio ensino dos Espíritos sobre as questões de Metafísica e de Moral que se relacionam com a Doutrina Espírita.

ANTECEDENTES DA DOUTRINA ESPÍRITA

As crenças na imortalidade da alma e nas comunicações entre os vivos e os mortos eram gerais entre os povos da antiguidade. Os anais de todas as nações mostram que, desde épocas remotíssimas da história, a evocação dos Espíritos era praticada por certos homens que tinham feito disso uma especialidade. O mais antigo código religioso que se conhece, os Vedas, aparecido milhares de anos antes de Jesus Cristo, afirma a existência dos Espíritos. Eis como o grande legislador Manu se exprime a respeito:

“Os espíritos dos antepassados, no estado invisível, acompanham certos brâmanes, convidados para as cerimônias em comemoração a mortos, sob a forma aérea. Seguem-nos e tomam lugar ao seu lado quando eles se assentam.”

Desde de tempos imemoriais, os sacerdotes iniciados nos mistérios preparam indivíduos chamados faquires para a evocação dos Espíritos e para a obtenção dos mais notáveis fenômenos de magnetismo. Louis Jacolliot, em sua obra “Le Espiritisme dans le monde” expõe amplamente a teoria dos hindus sobre Pitris, isto é, Espíritos que vivem no espaço (errantes) depois da morte do corpo físico. Resultam das investigações deste autor que o segredo da evocação era reservado àqueles que tivessem quarenta anos de iniciação e obediência passiva. Na China, desde tempos imemoriais, pratica-se a evocação dos espíritos dos avoengos. O missionário Huc refere-se à grande número de experiências, cujo fim era a comunicação dos vivos com os mortos, sendo que ainda hoje essas práticas estão em uso em todas as classes sociais.

Com o tempo e em conseqüência das guerras que forçaram grande parte da população hindu a emigrar, o segredo das evocações espalhou-se em toda a Ásia, encontrando-se ainda entre os egípcios e entre os hebreus a tradição que se originou na Índia. Historiadores estão de acordo em atribuir aos sacerdotes do antigo Egito poderes que pareciam sobrenaturais e misteriosos. Há referências na Bíblia a fatos dessa ordem. Um dado que confirma a prática da evocação dos mortos está na proibição formal que Moisés impôs aos hebreus para que não se entregassem a essa prática, herdada dos “egípcios: Que entre nós ninguém use de sortilégio e de encantamentos, nem interrogue os mortos para saber a verdade.” (Deuteronômio).

A despeito dessa proibição, vemos Saul ir consultar a pitonisa de Endor e, por seu intermédio, comunicar-se com a sombra de Samuel. Houve no caso o que em nossos dias denomina-se materialização. Na Grécia, a crença nas evocações era geral. Todos os templos dispunham de mulheres chamadas pitonisas encarregadas de proferir oráculos, evocando os deuses. Ocorria, às vezes, do próprio consulente querer ver e falar diretamente à sombra evocada e, tal com na Judéia, conseguia-se pô-lo em comunicação direta com o ser ao qual desejava interrogar.

Homero, na Odisséia, descreve, minuciosamente, por meio de que cerimônia Ulisses pode conversar com a sombra do divino Tirésias. Paulo de Tarso reconhecia, em suas cartas, a prática dessas manifestações entre os primitivos Cristãos ao recomendar:

“Segui o amor e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis.” “Não apagueis o Espírito; não desprezeis profecias; julgai todas as coisas, retende o que é bom.” O apóstolo João referia-se também à procedência dessas comunicações. Na Idade Média destaca-se a figura admirável de Joana D´Arc, a grande médium, recusando renegar as vozes espirituais.

Em uma época mais recente é que podemos melhor situar a fase precursora do Espiritismo, a Terceira Revelação no Ocidente, aceito como o Consolador Prometido por Jesus à Humanidade.

A diferença entre os fatos desta fase e os fenômenos da antiguidade, como bem acentua Artur Conan Doyle, está em que estes últimos episódios (os da antiguidade) eram esporádicos, ou diríamos melhor, sem uma seqüência metódica, enquanto aqueles (os da terceira revelação) “têm a característica de uma invasão organizada.” Um dos mais notáveis precursores do Espiritismo foi o vidente sueco Emmanuel Swedenborg, engenheiro militar, insigne teólogo, dotado de vastíssimo patrimônio cultural e superdotado de faculdades psíquicas. Desde sua infância teve visões, que continuaram até a sua morte. Mas as suas forças latentes eclodiram com mais intensidade a partir de abril de 1744, em Londres. Desde então, afirma Swedenborg:

“... o Senhor abria os olhos de meu espírito para ver, perfeitamente desperto, o que se passava no outro mundo e para conversar em plena consciência com os anjos e espíritos...”.

Outro notável precursor, digno de menção, foi Franz Anton Mesmer, médico, descobridor do magnetismo curador.

Em 1775, Mesmer reconhece o poder da cura mediante a imposição das mãos, ou seja, através do fluido terapia. Acreditava que por nossos corpos transitam fluidos curadores, preparando o caminho para o hipnotismo do Marques de Puységur.

Fatos precursores dignos de registro ocorreram com Andrew Jackson Davis, magnífico sensitivo que viveu entre 1826 e 1910, sendo considerado por Artur Conan Doyle como o profeta da Nova Revelação. Os poderes psíquicos de Davis começaram nos últimos anos da infância, ouvindo vozes de Espíritos que lhe davam conselhos, à clarividência seguiu-se a clariaudiencia.

“Na tarde de 06 de março de 1884, Davis foi tomado por uma força que o fez voar, em Espírito, da pequena cidade onde residia até as montanhas de Castskill, fazendo uma viagem de cerca de 40 milhas. Swedenborg foi um dos mentores Espirituais de A.J.Davis”.

OS FENÔMENOS DE HYDESVILLE

Hydesville era um vilarejo típico do Estado de Nova York, com uma população primitiva, certamente semi-educada, mas, como os demais pequenos centros de vida americanos, mais livres de preconceitos e mais receptivos às novas idéias que qualquer povo da época.

Situada à cerca de quarenta quilômetros da nascente cidade de Rochester, consistia de um grupo de casas de madeira, de aspecto muito humilde. Foi numa dessas simples residências que se iniciou o desenvolvimento daquilo que na opinião de muitos é a coisa mais importante que deu a América para o bem estar do mundo.

Era habitado por uma família honesta de fazendeiros, os Fox, de religião Metodista. Além do pai e da mãe havia duas filhas morando na casa, ao tempo em que as manifestações atingiram tal ponto de intensidade que atraíram a atenção geral. Eram as filhas Margareth, de 14 anos e Katharine (Kate), de 11 anos. Foi em 1848 que os misteriosos ruídos registrados pelos antigos inquilinos voltaram a ser ouvidos. Eram sons de arranhaduras que, embora desconhecidos pelos iletrados fazendeiros, tinham ocorrido na Inglaterra em 1661, e em Oppenheim, em 1520. Manifestavam-se na porta da frente, tal como se alguém do lado de fora tentasse desesperadamente adentrar a porta da casa. Segundo consta (Conan Doyle - “A História do Espiritismo”), até meados de março de 1848 não incomodaram a família Fox, porém, dessa data em diante cresceram continuamente de intensidade. Às vezes eram simples batidas; outras vezes soavam como arrastar de móveis. As meninas ficavam tão alarmadas que se recusavam a dormir separadas dos pais e iam para o seu quarto. Tão vibrantes eram os sons que as camas tremiam e se moviam.

Foi em 31 de março de 1848, com a irrupção de sons altos e continuados que a jovem Kate desafiou a força invisível. Eis o depoimento da Sra. Fox, que consta do livro de Conan Doyle, já citado: “Minha filha menor, Kate, disse batendo palmas: Senhor Pé-de-cabra, faça o que eu faço. Imediatamente seguiu-se o som, com o mesmo número de palmas.” A pequena Kate, em sua ingenuidade, já havia apelidado o comunicante de pé-de-cabra, em decorrência do barulho típico que ele fazia, no seu andar misterioso.

Nessa data memorável, naquele quarto rústico, congregando gente simples do vilarejo, gente ansiosa e expectante, num círculo iluminado por velas, inaugurou-se a linha telegráfica entre os dois planos da vida.

A Sra. Fox perguntou: “Quantos filhos eu tenho?” Sete pancadas foram ouvidas. Mas... Ela tinha apenas seis filhos! Contudo, imediatamente se lembrou que tivera um cujo desencarne ocorrera em tenra idade.
A partir dessa data a evolução dos fatos foi muito rápida. Improvisaram um alfabeto através das pancadas (tiptologia), convencionou-se também que uma pancada significaria sim e duas não. Com o auxílio do alfabeto rudimentar estabeleceu-se uma linha contínua de comunicações. Ele, o comunicante, chamavá-se Charles R. Rosma e fora assassinado naquela casa a cinco anos, com golpes de faca, pelos antigos moradores. Seu corpo foi levado para a adega e ali enterrado a três metros de profundidade. Também fora constatado que o móvel do crime fora o roubo de dinheiro, produto da venda de artigos diversos, já que Rosma era mascate.
No verão de 1848, David Fox, outro filho do casal, auxiliado por Mr. Henry Bush e Mr Lyman Granger, e outros, escavaram a adega.

A uma profundidade de um metro e meio encontraram uma tábua; aprofundando a escavação identificaram carvão e cal e, finalmente, cabelos e ossos humanos, testemunhados por um médico que afirmou pertencerem a um esqueleto humano.

Vários artigos foram publicados nos jornais da época, dando ampla difusão ao relatório dos fatos “misteriosos” ocorrido na residência dos Fox.
Com os fenômenos de Hydesville iniciava uma nova fase no tortuoso caminho da civilização: o homem, rendendo-se à evidência dos fatos, começava aceitar outro plano de vida, invisível, mas nem por isso menos real. Kate e Margareth foram posteriormente submetidas às mais complexas experiências, sob a direção de sábios pesquisadores europeus, entre eles William Crookes, na Inglaterra. Unanimemente reconheceram as faculdades mediúnicas das irmãs e confirmaram a existência do Espírito.

AS MESAS GIRANTES

Até então os Espíritos, na nação americana do norte, só se comunicavam através do processo a que já nos referimos, o qual, além de grosseiro, era muito moroso, trabalhoso e tedioso.

Em fins de 1850 os próprios Espíritos indicaram uma nova maneira de comunicação: bastava simplesmente que se colocassem ao redor de uma mesa, em cima da qual as pessoas poriam as mãos. Levantando em dos seus pés, a mesa daria (enquanto se recitava o alfabeto) uma pancada toda a vez que fossa referida a letra que servisse ao Espírito para formar as palavras. Este processo, ainda que muito lento, produziu resultados excelentes, e assim se chegou às mesas girantes e falantes.

As mesas girantes não se limitavam a levantar-se sobre um pé para responder às perguntas feitas; moviam-se em todos os sentidos, giravam sob os dedos dos pesquisadores elevando-se no ar, às vezes. Entre os anos de 1853 e 1855, os fenômenos das mesas girantes constituíram verdadeiro passatempo, sendo diversão quase obrigatória nas reuniões sociais. A ponto do Padre Ventura de Raulica considerar este fenômeno como “o maior acontecimento do século”. A divulgação dessas experiências e “a seguir a conversão do Juiz americano Mr. Edmond, materialista que rira da crença dos Espíritos, pasmaram todos os nortes-americanos, aumentando ainda mais o interesse pelas manifestações inteligentes”. Paris inteira assistia atônita e estarrecida, a esse turbilhão feérico de fenômenos imprevistos que, para a maioria, só alucinadas imaginações poderiam criar, mas que a realidade impunha aos mais céticos e frívolos.

A CODIFICAÇÃO ESPÍRITA

Allan Kardec, o Professor e o Codificador:

Na cidade de Lion, na Rua Sala, 76, nasceu no dia 3 de outubro de 1804 aquele que se celebrizaria sob o pseudônimo de Allan Kardec, de tradicional família francesa de magistrados e professores, filho de Jean Baptiste Antoine Rivail e de Jeanne Louise Duhamel. Batizado pelo Padre Barthe a 15 de junho de 1805 na igreja de Saint Denis de la Croix-Rousse, recebeu o nome de Hippolyte Leon Denizard Rivail.

Em Lion fez os seus primeiros estudos, seguindo depois para Yverdon, na Suíça, a fim de estudar no Instituto do célebre professor Pestalozzi. O Instituto desse abalizado mestre era um dos mais famosos e respeitados em toda a Europa, reputado como escola modelo, por onde passaram sábios escritores do Velho Continente. Desde cedo Hippolyte Leon tornou-se um dos mais eminentes discípulos de Pestalozzi, um colaborador inteligente e dedicado, que exerceria, mais tarde, grande influência sobre o ensino da França. Registra a Revista Espírita de maio de 1869, que dotado de notável inteligência e atraído por sua vocação, desde os 14 anos ele ensinava aos condiscípulos menos adiantados tudo o que aprendia. Concluindo os seus estudos em Iverdon, regressou a Paris, onde se tornou conceituado Mestre, não só em Letras, como em Ciências, distinguindo-se como notável pedagogo e divulgador do Método Pestalozziano. Conhecia algumas línguas com o italiano, o alemão, etc. Tornou-se membro de várias sociedades científicas.

Encontrando-se no mundo literário de Paris com a Professora Amélie Gabrielle Boudet, pessoa culta, inteligente, autora de diversos livros didáticos, o professor Rivail contrai com ela matrimônio, conquistando uma preciosa colaboradora para a sua futura atuação missionária. Como pedagogo, no primeiro período da sua vida, Rivail publica numerosos livros didáticos. Apresenta, na mesma época, planos e métodos referentes à reforma do ensino francês. Entre as obras publicadas, destacam-se: Curso Teórico e Prático de Aritmética, Gramática Francesa Clássica, Catecismo Gramatical da Língua Francesa, além de programas de cursos ordinários de física, química, astronomia e fisiologia.

Ao término desta longa atividade e experiência pedagógica, o professor Hippolyte estava preparado para outra tarefa - a codificação da Doutrina Espírita.

Começa, então, a missão de Allan Kardec, quando em fins de 1854 ouviu falar, pela primeira vez, nas mesas girantes, através do amigo Senhor Fortier, um pesquisador emérito do magnetismo. A princípio Kardec revelou-se cético, mas não intransigente, face à sua posição de livre pensador, de homem austero, sincero, observador e, inclusive, pesquisador do magnetismo. Exigindo provas, mostrou-se inclinado à observação mais profunda dos ruidosos fatos amplamente divulgados pela imprensa francesa.

Assistindo aos propalados fenômenos na casa da sonâmbula senhora Roger, depois na casa de madame Plainemaison e, finalmente, na casa da família Baudin, recebe muitas mensagens através da mediunidade das jovens Caroline e Julie. Conclui afinal que eram efetivamente manifestações inteligentes, produzidas pelos Espíritos dos homens que deixaram a Terra.

Recebendo depois dos senhores Carlotti, René Taillandier, Tiedeman-Manthése, Sardou, pai e filho, e Didier, editor, “... 50 cadernos de comunicações diversas...”, Kardec se dedica àquela ciclópica e desafiadora tarefa da Codificação Espírita, elaborando as obras básicas em função dos ensinamentos fornecidos pelos espíritos, sendo a primeira delas “O Livro dos Espíritos”, publicada em 18 de abril de 1857 e tida como marco inicial da codificação do Espiritismo.

Explicando a sua convicção, Kardec sustenta que a sua crença apóia-se em raciocínio e fatos. É de o seu feitio examinar antes de negar ou afirmar, a priori, qualquer tema, “... Foi, portanto, como racionalista estudioso, emancipado do misticismo, que ele se pôs a examinar os fatos relacionados com as mesas girantes”. ... “tendo adquirido no estudo das ciências exatas o hábito das coisas positivas, sondei, perscrutei esta nova ciência (O Espiritismo) nos seus mais íntimos refolhos; busquei explicar-me tudo, porque não costumo aceitar idéia alguma, sem lhe conhecer o como e o porquê...”.

Fundou Kardec em 1º de abril de 1858 a primeira Sociedade Espírita com o nome de “Societé Parisiense des Études Spirites”. No mesmo ano editou a Revista Espírita, primeiro órgão Espírita na Europa. No dia 15 de janeiro de 1861, lançou “O Livro dos Médiuns” e depois, sucessivamente, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, “O Céu e o Inferno” e “A Gênese”.
Em 30 de abril de 1856, Kardec recebeu pela primeira vez a revelação de sua missão, através da médium Japhet, missão essa confirmada em 12 de junho de 1856, através da médium Aline, e, finalmente, a 12 de abril de 1860, na casa do senhor Dehau, nova confirmação da sua missão, pela voz do médium Crozet. Kardec deixou consignado por escrito que empregou nessa laboriosa tarefa toda a solicitude e dedicação de que fora capaz. Na Revista Espírita de maio de 1869 lê-se: “... trabalhador infatigável, sempre o primeiro e o último a postos. Allan Kardec desencarnou a 31 de março de 1869”. “... Nele, como em todas as almas fortemente temperadas, a lâmina gastou a bainha”. Cumprida estava modelarmente a missão do expoente máximo da Terceira Revelação, abrindo caminho ao Espiritismo, “... a grande voz do Consolador Prometido ao mundo pela Misericórdia de Jesus”.

O MÉTODO ADOTADO

No que tange ao método, Kardec adota o intuitivo-racionalista-Pestalloziano, um processo didático defendido pelo fundador do Instituto de Yverdon, não desprezando, todavia, o valor da análise experimental.
Kardec cultiva o espírito natural da observação, apregoando o uso do raciocínio nas descobertas da verdade. Sustenta a necessidade de proceder do simples para o complexo, do particular para o geral. Recomenda a utilização de uma memória racional, fazendo uso da Razão para reter as idéias, de modo a evitar o processo de repetição mecânica das palavras.

Procura despertar no estudo a curiosidade do observador de molde a avivar a atenção e a percepção. O lastro contido no ensino basilar é sempre intuitivo, o que Kardec considera “... como fundamento geral dos nossos conhecimentos e o meio mais adequado para desenvolver as forças do Espírito humano, da maneira mais geral”. Entendia Kardec que “... todo o bom método devia partir do conhecimento dos fatos adquiridos pela observação, pela experiência e pela analogia, para daí se extraírem, por indução os resultados e se chegar a enunciados gerais que pudessem servir de base de raciocínio, dispondo-se esses materiais com ordem, sem lacuna, harmoniosamente”. Pelo eficiente e racional método de sua dialética, Kardec foi saudado por Camille Flammarion como “o bom senso encarnado”. Em conclusão, a resplandecente missão do mestre de Lion, exercida com tanto estoicismo e devoção, asseguram-nos, desde agora, a convicção de sua retumbante vitória.

O CARÁTER DA REVELAÇÃO ESPÍRITA

Revelar, do latim revelare, cuja raiz, velum, véu, significa sair de sob o véu e, figuradamente, descobrir, dar a conhecer uma coisa secreta ou desconhecida. O compromisso primeiro de qualquer revelação tem de ser com a verdade. E o Espiritismo, nesse ponto, não poderia transigir, mesmo porque o advento do Espiritismo é a confirmação e a realização da promessa de Jesus de que nos enviaria o Espírito Verdade, “O Consolador”, para nos transmitir (revelar) gradativamente uma infinidade de informações-verdade, necessárias à nossa evolução espiritual, e que não poderiam ter sido vulgarizadas ao tempo de Jesus, pois o povo não apresentava ainda as condições básicas para compreender as verdades mais profundas. “A terceira revelação (terceira revelação no Ocidente, antecedida pela primeira revelação através de Moisés e pela segunda, através de Jesus), vinda numa época de emancipação e maturidade intelectual, em que a inteligência já desenvolvida não se resigna a cumprir papel passivo, em que o homem nada aceita às cegas, mas quer ver aonde o conduzem que saber o porquê e o como de cada coisa - tinha ela que ser ao mesmo tempo o produto de um ensino (revelação espiritual) e o fruto do trabalho, da pesquisa e do livre exame...”.

Eis ai o duplo caráter da Doutrina Espírita: é ao mesmo tempo produto da revelação divina e produto da pesquisa metódica, científica.

Outra característica importante da revelação Espírita: sua revelação não dependeu de apenas uma personalidade, de um revelador.

Ela se deu em vários pontos do mundo ao mesmo tempo e por intermédio de uma variedade incontável de médiuns.

Não podemos deixar de ressaltar, uma, que é essencial e progressiva, ou seja, não nos foi revelada pronta e acabada. Como doutrina está sendo construída, está expandindo o seu alcance. A Codificação realizada por Kardec corresponde à base, ao alicerce. Em cima dessa base sólida, granítica, está sendo erguido um majestoso edifício de conhecimentos.

OBRAS BÁSICAS KARDECIANAS

As Obras Básicas da Codificação Kardeciana são as seguintes por ordem cronológica de edição: O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Lançado em Paris, França, em 1ª edição, aos 18 de abril de 1857, sob o título de “Le Livre des Esprits”.

O LIVRO DOS MÉDIUNS. 1ª edição em Paris, França em janeiro de 1861. Título original francês: “Le Livre des Médiuns ou Guide des Médiuns et des Évocateurs”.

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. 1ª edição em Paris, França, em abril de 1864, sob o título “L´Évangile selon le Spiritisme”.

O CÉU E O INFERNO. Lançado em Paris, França, 1ª edição, no ano de 1865. Título do original francês: “Le Ciel et L`enfer ou La Justice Divine selon le Spiritisme”.

A GÊNESE. 1ª edição em Paris, França, em janeiro de 1868, sob o título “La Gènese, Les Miracles et les Préditions Selon le Spiritisme”.

Os conteúdos das obras básicas, em resumo, expõem e consolidam os princípios e os elementos constitutivos da Doutrina Espírita, em sua totalidade, segundo o ensino dos Espíritos, a sistematização e a Codificação desses ensinos, por Allan Kardec.

Assim, o primeiro dos cinco livros que integram a referida Codificação, O Livro dos Espíritos, trata dos seguintes assuntos:
“Princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade (...)”.

O segundo livro, por ordem cronológica de lançamento, O Livro dos Médiuns, no seu frontispício, apresenta o subtítulo: “Guia dos médiuns e dos evocadores”, e resume o seu conteúdo assim:

“Ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os tropeços que se podem encontrar na prática do Espiritismo, constituindo o seguimento de O Livro dos Espíritos”.

O terceiro livro, O Evangelho Segundo o Espiritismo, tem, em sua folha de rosto, a síntese do seu conteúdo, que é:

“A explicação das máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida”.

O céu e o inferno é o quarto livro do Pentateuco Kardeciano; tem como subtítulo “A Justiça Divina segundo o Espiritismo”. Contém, segundo o resumo constante em sua folha de rosto, o: “exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual, sobre as penalidades e recompensas futuras, sobre os anjos e os demônios, sobre as penas, etc., seguido de numerosos exemplos acerca da situação real da alma durante e depois da morte’.

O quinto e último livro tem no respectivo frontispício o título completo - “Gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo”; mais este resumo:

“A Doutrina Espírita há resultado do ensino coletivo e concordante dos Espíritos.

A ciência é chamada a constituir a Gênese de acordo com as leis da natureza.

Deus prova a sua grandeza e seu poder pela imutabilidade das suas leis e não pela ab-rogação delas.

Para Deus, o passado e o futuro são o presente”.

Respeitando os abalizados estudiosos do Pensamento Espírita somos de parecer que deve ser incluído como Obra Básica o “O Que É o Espiritismo.

TRÍPLICE ASPECTO DA DOUTRINA ESPÍRITA

“O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as conseqüências morais que dimanam dessas mesmas relações”. Podemos conceituá-lo assim:

Como "uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.” Em vista disto, constituindo a Doutrina Espírita um sistema de princípios filosóficos e éticos, de comprovação científica, apresenta três notórios aspectos: os filosóficos, o científico e o religioso”.

“... “Quando o homem pergunta, interroga, cogita, quer saber o” “como e o "porque” das coisas, dos fatos, dos acontecimentos, nasce a FILOSOFIA, que mostra o que são as coisas e porque são as coisas”. (...) .

O caráter filosófico do Espiritismo está, portanto, no estudo, que faz do homem, sobretudo Espírito, de seus problemas, de sua origem, de sua destinação. Esse estudo leva ao conhecimento do mecanismo das relações dos homens, que vivem na Terra, com aqueles que já se despediram dela, temporariamente, pela morte, estabelecendo as bases desse permanente relacionamento, e com o que tudo comanda inteligentemente - Deus.
Definindo as responsabilidades do Espírito - quando encarnado (Alma) e também quando desencarnado, o Espiritismo é Filosofia, uma regra moral de vida e comportamento para os seres da Criação, dotados de sentimento, razão e consciência.(...).

O Espiritismo não se constitui de uma religião a mais, visto que não tem culto instituído, nem igrejas, nem imagens, nem rituais, nem dogmas, mitos ou crendices, nem tão pouco hierarquia sacerdotal. Podemos, porém considerá-lo em seu aspecto religioso, quando estabelece um laço moral entre os homens, conduzindo-os em direção ao Criador, através da vivência dos ensinamentos do Cristo.

É no seu aspecto religioso que “(...) repousa a sua grandeza Divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus, estabelecendo a renovação definitiva do homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual. (...)”
“(...) Espiritismo passa de Filosofia à Ciência, quando confirma, pela experimentação, os conhecimentos filosóficos, que prega e dissemina. (...)”.

“Como filosofia, trata do conhecimento frente à razão, indaga dos princípios, das causas, perscruta o Espírito, enfim, interpreta os fenômenos; como ciência, prova-os”.

Os fatos ou fenômenos espíritas, isto é, produzidos por Espíritos desencarnados, são substância mesma da ciência Espírita e seu objeto é o estudo e o conhecimento desses fenômenos, para a fixação das leis que os regem. (...)”.

“(...) No seu aspecto científico e filosófico, a Doutrina será sempre um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos de natureza intelectual, que visam o aperfeiçoamento da Humanidade. (...)”.

No aspecto filosófico do Espiritismo, enquadra-se o estudo dos problemas da origem e da destinação do homem, bem como o da existência de uma inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.

No aspecto científico, demonstra experimentalmente a existência da alma e sua imortalidade, principalmente através do intercâmbio mediúnico entre os encarnados e os desencarnados.

O Espiritismo não se constitui uma religião a mais, visto que não tem culto... Sim A RELIGIÃO.

O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as relações com o mundo corpóreo, (“...)”. “(...) É ao mesmo tempo uma ciência de observação e uma doutrina filosófica (...), compreendendo “todas as conseqüências morais que dimanam dessas mesmas relações”.

Através dos ensinamentos espíritas pode-se fazer uma diferença entre Religião, propriamente dita, e religiões no sentido de seitas humanas.

“Religião, para todos os homens, deveria compreender-se como sentimento Divino que clarifica o caminho das almas e que cada espírito aprenderá na pauta do seu nível evolutivo. Neste sentido, a Religião é sempre a face augusta e soberana da Verdade; porém, na inquietação que lhes caracteriza a existência na Terra, os homens se dividiram em numerosas religiões como se a fé também pudesse ter fronteira (...)”.

“(...) A Religião é o sentimento Divino que prende o homem ao Criador. As religiões são organizações dos homens, falíveis e imperfeitas como eles próprios; dignas de todo o acatamento pelo sopro e inspiração superior que as faz surgir, são como gotas de orvalho celeste, misturados com os elementos da Terra em que caíram. (...)”.

INTRODUÇÃO DE “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, ÍTEM XVII

O cepticismo, no tocante à Doutrina Espírita, quando não resulta de uma oposição sistemática por interesse, origina-se quase sempre do conhecimento incompleto dos fatos, o que não obsta a que alguns cortem a questão como se a conhecessem a fundo. Pode-se ter muito atilamento, muita instrução mesmo, e carecer-se de bom-senso. Ora, o primeiro indício da falta de bom-senso está em crer alguém infalível o seu juízo. Muita gente também há para quem as manifestações espíritas nada mais são do que objeto de curiosidade. Confiamos em que, lendo esse livro, encontrarão nesses extraordinários fenômenos alguma coisa mais do que simples passatempo.

A ciência Espírita compreende duas partes: experimental uma, relativa às manifestações em geral; filosófica, outra, relativa às manifestações inteligentes. Aquele que apenas haja observado a primeira se acha na posição de quem não conhecesse a Física senão por experiências recreativas, sem haver penetrado no âmago da ciência. A verdadeira doutrina Espírita está no ensino que os Espíritos deram, e os conhecimentos que esses ensinos comporta são por demais profundos e extensos para serem adquiridos de qualquer modo, que não por um estudo perseverante, feito no silencio e no recolhimento. Porque, só dentro desta condição se pode observar um número infinito de fatos e particularidades que passam despercebidos ao observador superficial, e firmar opinião. Não produzisse este livro outro resultado além do demonstrar o lado sério da questão e de provocar estudos neste sentido e rejubilaríamos por haver sido eleito para executar uma obra em que, aliás, nenhum mérito pessoal pretendemos ter, pois que os princípios nela exarados não são de criação nossa. O mérito que apresenta cabe todo aos Espíritos que a ditaram. Esperamos que dará outro resultado, o de guiar os homens que desejem esclarecer-se, mostrando-lhes, nestes estudos, um fim grande e sublime: do progresso individual e social e o de lhes indicar o caminho que conduz a esse fim.

Concluamos, fazendo uma última consideração. Alguns astrônomos, sondando o espaço, encontraram, na distribuição dos corpos celestes, lacunas não justificadas e em desacordo com as leis do conjunto. Suspeitaram que essas lacunas deviam estar preenchidas por globos que lhes tinham escapado à observação. De outro lado, observaram certos efeitos, cuja causa lhes era desconhecida e disseram: Deve haver ali um mundo, porquanto esta lacuna não pode existir e estes efeitos hão de ter uma causa. Julgando então da causa pelo efeito, conseguiram calcular-lhe os elementos e mais tarde os fatos lhes vieram confirmar as previsões. Apliquemos este raciocínio à outra ordem de idéias. Se se observa a série dos seres, descobre-se que eles formam uma cadeia sem solução de continuidade, desde a matéria bruta até o homem mais inteligente. Porem, entre o homem e Deus, alfa e ômega de todas as coisas, que imensa lacuna! Será racional pensar-se que no homem terminam os anéis dessa cadeia e que ele transponha sem transição a distancia que o separa do infinito? A razão nos diz que entre o homem e Deus outros elos necessariamente haverá, como disse aos astrônomos que, entre os mundos conhecidos, outros haveria, desconhecidos. Que filosofia já preencheu essa lacuna? O Espiritismo no-la mostra preenchida pelos seres de todas as ordens do mundo invisível e estes seres não são mais de que os Espíritos dos homens, nos diferentes graus que levam à perfeição. Tudo, então se liga tudo se encadeia, desde o alfa até o ômega. Vós, que negais a existência dos Espíritos, preenchei o vácuo que eles ocupam. E vós, que rides deles, ousai rir das obras de Deus e da sua onipotência! Allan Kardec.

PONTOS PRINCIPAIS DA DOUTRINA ESPÍRITA

ÍTEM “VI” DA INTRODUÇÃO DE “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.

Criou o Universo, que abrange todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais.

Os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais, o mundo invisível ou espírita, isto é, dos Espíritos.

O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo.

O mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita.

Os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, cuja destruição pela morte lhes restitui a liberdade.

Entre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos que chegaram a certo grau de desenvolvimento, dando-lhe superioridade moral e intelectual sobre as outras.

A Alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório.

Há no homem três coisas: 1º, o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º, a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º, o laço (Perispírito) que prende a Alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.

Tem assim o homem duas naturezas: pelo corpo, participa da natureza dos animais, cujos instintos lhe são comuns; pela alma, participa da natureza dos Espíritos.

O laço ou perispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie de envoltório semimaterial. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva o segundo, que lhe restitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, porem que pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede no fenômeno das aparições.

O Espírito não é, pois, um ser abstrato, indefinido, só possível de conceber-se pelo pensamento. É um ser real, circunscrito que, em certos casos, se torna apreciável pela vista, pelo ouvido e pelo tato.

Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem em inteligência, nem em saber, nem em moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e opor seu amor do bem: são os anjos ou puros Espíritos. Os das outras classes se acham cada vez mais distanciados dessa perfeição, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria, eivados das nossas paixões: ódio, a inveja, o ciúme, orgulho, etc. Comprazem-se no mal. Há também, entre os inferiores, os que não são nem muito bons nem muito maus, antes perturbadores e enredadores, do que perversos. A malícia e as inconseqüências parecem ser o que neles predomina. São os Espíritos estúrdios ou levianos.

Os Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria. Todos se melhoram passando pelos diferentes graus da hierarquia, que é imposta como expiação, a outros como missão. A vida material é uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, até que hajam atingido a absoluta perfeição moral.

Deixando o corpo, a alma volve ao mundo dos Espíritos, donde saíra, para passar por nova existência material, após um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual permanece em estado de Espírito errante.

Tendo o Espírito que passar por muitas encarnações segue-se que todos nós temos muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, quer na Terra, quer em outros mundos.

A encarnação dos Espíritos se dá sempre na espécie humana; seria erro acreditar-se que a alma ou Espírito possa encarnar o corpo de um animal.

As diferentes existências corpóreas do Espírito são sempre progressivas e nunca regressivas; mas, a rapidez do seu progresso depende dos esforços que faça para chegar à perfeição.

As qualidades da alma são as do Espírito que está encarnado em nós; assim, o homem de bem é a encarnação de um bom Espírito, o homem perverso a de um Espírito impuro.

A alma possuía sua individualidade antes de encarnar; conserva-a depois de se haver separado do corpo.

Na sua volta ao mundo dos Espíritos, encontra ela todos aqueles que conhecera na terra, e todas as suas existências anteriores se lhe desenham na memória, com a lembrança de todo o bem e de todo o mal que fez.

O Espírito encarnado se acha sob a influência da matéria; o homem que vence essa influencia, pela elevação e depuração de sua alma, se aproxima dos bons Espíritos. Em cuja companhia um dia estará. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões, e põe todas as suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros, se aproxima dos Espíritos impuros, dando preponderância à sua natureza animal.

Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo.

Os não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e circunscrita; estão por toda a parte no espaço e ao nosso lado, vendo-nos acotovelando-nos de contínuo. É toda uma população invisível a mover-se em torno de nós.

Os Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico. Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das potencias da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até então inexplicados ou mal explicados e que não encontram explicação reacional senão no Espiritismo.

As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal; é-lhes um gozo ver-nos sucumbir e assemelhar-nos a eles.

As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As ocultas se verificam pela influencia boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia. Cabe ao nosso juízo discernir as boas das más inspirações. As comunicações ostensivas se dão por meios da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, quase sempre pelos médiuns que lhes servem de instrumentos.

Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou mediante evocação.

Podem evocar-se todos os Espíritos: os que animaram homens obscuros, como os das personagens mais ilustres, seja qual for à época em que tenham vivido; os de nossos parentes, amigos ou inimigos e obter-se deles, por comunicações escritas ou verbais, conselhos, informações sobre a situação em que se encontram no Além, sobre o que pensam a nosso respeito, assim como as revelações que sejam permitidas fazer- nos.

Os Espíritos são atraídos na razão da simpatia que lhes inspire a natureza moral do meio que os evoca. Os Espíritos superiores se comprazem nas reuniões sérias, onde predominam o amor do bem e o desejo sincero, por parte dos que as compõem, de se instruírem e melhorarem. A presença deles afasta os Espíritos inferiores que, inversamente, encontram livre acesso e podem obrar com toda a liberdade entre pessoas frívolas ou impelidas unicamente pela curiosidade e onde quer que existam maus instintos. Longe de se obterem bons conselhos, ou informações úteis, deles só se devem esperar futilidades, mentiras, gracejos de mau gosto, ou mistificações, pois muitas vezes tomam nomes venerados, a fim de melhor induzirem ao erro.

Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil. Os Espíritos superiores usam constantemente de uma linguagem digna, nobre, repassada da mais alta moralidade escoimada de qualquer paixão inferior; a mais pura sabedoria lhes transparece dos conselhos, que objetivam sempre o nosso melhoramento e o bem da Humanidade. A dos Espíritos inferiores ao contrário, é inconseqüentes, amiúde trivial e até grosseira. Se, por vezes, dizem alguma coisa boa e verdadeira, muito mais vezes dizem falsidades e absurdos, por malicia ou ignorância. Zombam da credulidade dos homens e se divertem à custa dos que os interrogam, lisonjeando-lhes a vaidade, alimentando-lhes os desejos com falazes esperanças. Em resumo, as comunicações sérias, na mais ampla acepção do termo, só são dadas nos centros sérios, onde reine íntima comunhão de pensamentos, tendo em vista o bem.

A moral dos Espíritos superiores se resume como a do Cristo, nesta máxima Evangélica: Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal. Neste princípio encontra o homem um regra universal de proceder, mesmo para as suas menores ações.

Ensinam-nos que o egoísmo, a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que, já neste mundo, se desliga da matéria, desprezando as futilidades mundanas e amando o próximo, se avizinha da natureza espiritual; que cada um deve tornar-se útil, de acordo com as faculdades e os meios que Deus lhe pôs nas mãos para experimentá-lo; que o Forte e o Poderoso devem amparo e proteção ao Fraco, porquanto transgride a Lei de Deus aquele que abusa da força e do poder para oprimir o seu semelhante. Ensinam, finalmente, que, no mundo dos Espíritos, nada podendo estar oculto, o hipócrita será desmascarado e patenteada todas as suas torpezas; que na presença inevitável, e de todos os instantes, daqueles para com quem houvermos procedido mal constitui um dos castigos que nos estão reservados; que ao estado de inferioridade e superioridade dos Espíritos correspondem penas e gozos desconhecidos na Terra.

Mas, ensinam também não haver faltas irremissíveis, que a expiação não possa apagar. Meio de consegui-lo encontra o homem nas diferentes existências que lhe permitem avançar, conformemente aos seus desejos e esforços, na senda do progresso, para a perfeição, que é o seu destino final.

Este o resumo da Doutrina Espírita, como resulta dos ensinos dados pelos Espíritos Superiores.

DEUS

Sendo Deus a causa primária de todas as coisas, a origem de tudo o que existe, a base sobre que repousa o edifício da criação, é também o ponto que importa consideremos antes de tudo.

Constitui princípio elementar que pelos seus efeitos é que se julga de uma causa, mesmo quando ela se conserve oculta.

Outro princípio igualmente elementar e que, de tão verdadeiro, passou a axioma é o de que todo efeito inteligente tem de decorrer de uma causa inteligente. ... Quando se contempla uma obra prima da arte ou da indústria, diz-se que há de te-la produzido um homem de gênio, porque só uma alta inteligência poderia concebê-la. Reconhece-se, no entanto que ela é obra de um homem, por se verificar que não esta acima da capacidade humana; mas, a ninguém acudirá a idéia de dizer que saiu do cérebro de um idiota ou de um ignorante, nem, ainda menos, que é trabalho de um animal, ou produto do acaso. Pois bem! Lançando o olhar em torno de si, sobre as obras da natureza, notando a providência, a sabedoria, a harmonia que presidem a essas obras, reconhece o observador não haver nenhuma que não ultrapasse os limites da mais portentosa inteligência humana. Ora, desde que o homem não as pode produzir, é que elas são produto de uma inteligência superior à Humanidade, a menos se sustente que há efeitos sem causas. A isto opõem alguns o seguinte raciocínio: As obras ditas da Natureza são produzidas por forças materiais que atuam mecanicamente, em virtude das leis de atração e repulsão; as moléculas dos corpos inertes se agregam e desagregam sob o império dessas leis. As plantas nascem, brotam, crescem e se multiplicam sempre da mesma maneira, cada uma na sua espécie por efeito daquelas mesmas leis; cada individuo se assemelha ao de quem ele proveio; o crescimento, a floração, a frutificação, a coloração se acham subordinados a causas materiais, tais como o calor, a eletricidade, a luz, a umidade, etc. O mesmo se dá com os animais. Os astros se formam pela atração molecular e se movem perpetuamente em suas órbitas por efeito da gravitação. Essa regularidade mecânica no emprego das forças naturais não acusa a atuação de qualquer inteligência livre. O homem movimenta o braço como quer e quando quer; aquele, porém que o movimentasse no mesmo sentido desde o nascimento até a sua morte, seria um autômato.

Ora, as forças orgânicas da Natureza são puramente automáticas.
Tudo isso é verdade; mas, essas forças são efeitos que hão de ter uma causa e ninguém pretende que elas constituam a Divindade. Elas são materiais e mecânicas; não são em si mesmas inteligentes, também isto é verdade; mas são postas em ações, distribuídas, apropriadas às necessidades de cada coisa por uma inteligência que não é a dos homens. A aplicação útil dessas forças é um efeito inteligente, que denota uma causa inteligente. Um pêndulo se move com automática regularidade e é nessa regularidade que lhe está o mérito. É toda material a força que o faz mover-se e nada tem de inteligente. Mas, que seria esse pêndulo, se uma inteligência não houvesse combinado calculado, distribuído o emprego daquela força, para fazê-lo andar com precisão? Do fato de não estar a inteligência no mecanismo do pêndulo e do de que ninguém a vê, seria racional deduzir-se que ela não existe? Apreciamo-la pelos seus efeitos.

A existência do relógio atesta a existência do relojoeiro; a engenhosidade do mecanismo lhe atesta a inteligência e o saber. Quando um relógio vos dá, no momento preciso, a indicação de que necessitais já vos terá vindo à mente dizer: aí está um relógio bem inteligente?
Outro tanto ocorre com o mecanismo do Universo: Deus não se mostra, mas se revela pelas suas obras. A existência de Deus é, pois, uma realidade comprovada não só pela revelação, como pela evidência material dos fatos. Os povos selvagens nenhuma revelação tiveram; entretanto, crêem instintivamente na existência de um poder sobre humano. Eles vêm coisas que estão acima das possibilidades do homem deduzem que essas coisas provêm de um ente superior à Humanidade. Não demonstram raciocinar com mais lógica do que os que pretendem que tais coisas se fizeram a si mesmas? Não é dado ao homem sondar a natureza íntima de Deus. Para compreendê-lo, ainda nos falta o sentido próprio que só se adquire por meio da completa depuração do Espírito. Mas, se não pode penetrar na essência de Deus, o homem, desde que aceite como premissa a sua existência, pode, pelo raciocínio, chegar a conhecer-lhe os atributos necessários, porquanto, vendo o que ele absolutamente não pode ser sem deixar de ser Deus, deduz daí o que ele deve ser.

Sem o conhecimento dos atributos de Deus, impossível seria compreender-se a obra da criação. Esse o ponto de partida de todas as crenças religiosas e é por não se terem reportado a isso, como ao farol capaz de orientá-las, que a maioria das religiões errou em seus dogmas. As que não atribuíram a Deus a onipotência imaginaram muitos deuses; as que não lhe atribuíram soberana bondade fizeram dele um deus ocioso, colérico, parcial e vingativo. O fato de ser infinita uma qualidade exclui a possibilidade de uma contrária, porque esta a apoucaria ou anularia. Um ser infinitamente bom não poderia conter a mais insignificante parcela de malignidade, nem o ser infinitamente mau conter a mais insignificante parcela de bondade, do mesmo modo que um objeto não pode ser de um negro absoluto, com a mais ligeira nuança de branco e vice e versa.
Deus, pois, não poderia ser simultaneamente bom e mau, porque , então, não possuindo qualquer dessas duas qualidades no grau supremo, não poderia ser Deus; todas as coisas estariam sujeitas ao seu capricho e para nenhuma haveria estabilidade. Não poderia ele, por conseguinte, deixar de ser ou infinitamente bom ou infinitamente mau. Ora, como suas obras dão testemunho de sua sabedoria, da sua bondade e da sua solicitude, concluir-se-á que, não podendo ser ao mesmo tempo bom e mau sem deixar de ser Deus, ele necessariamente tem de ser infinitamente bom. A soberana bondade implica a soberana justiça porquanto, se ele procedesse injustamente ou com parcialidade numa só circunstância que fosse, ou com relação a uma só de suas atribuições, já não seria soberanamente justo e, em conseqüência, já não seria soberanamente bom.

Deus é infinitamente perfeito. É impossível conceber-se Deus sem o infinito das perfeições, sem o que não seria Deus, pois sempre se poderia conceber um ser que possuísse o que lhe faltasse. Para que nenhum ser possa ultrapassá-lo, faz-se mister que ele seja infinito em tudo.
Sendo infinitos, os atributos de Deus não são suscetíveis nem de aumento, nem de diminuição, visto que do contrário não seriam infinitos e Deus não seria perfeito. Se lhe tirassem a qualquer dos atributos a mais mínima parcela, já não haveria Deus, pois que poderia existir um ser mais perfeito.
Deus é, pois, a inteligência suprema e soberana, é único, imutável, imaterial, onipresente, onipotente, soberanamente justo e bom, infinito em todas as perfeições, não pode ser diverso disso.

Tal o eixo sobre que repousa o edifício universal. Esse o farol cujos raios se estendem por sobre o Universo inteiro, única luz capaz de guiar o homem na pesquisa da verdade. Orientando-se por essa luz, ele nunca se transviará. Se, portanto, o homem há errado tantas vezes, é unicamente por não ter seguido o roteiro que lhe estava indicado.
Tal também o critério infalível de todas as doutrinas filosóficas e religiosas.

Para apreciá-las, dispõe o homem de uma medida rigorosamente exata nos atributos de Deus e pode afirmar a si mesmo que toda a teoria, todo o princípio, todo o dogma, toda a crença, toda a prática que estiver em contradição com um só que seja desses atributos, que tenda não tanto anulá-lo, mas simplesmente a diminuí-lo, não pode estar com a verdade.
Em filosofia, em psicologia, em moral, em religião, só há de verdadeiro o que não se afaste, nem um til, das qualidades essenciais da Divindade. A religião perfeita será aquela de cujos artigos de fé nenhum estejam em oposição àquelas qualidades; aquela cujos dogmas todos suportem a prova dessa verificação sem nada sofrerem.

EXISTÊNCIA E SOBREVIVÊNCIA DO ESPÍRITO

Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. É eterno, único, imaterial, imutável, todo poderoso, soberanamente justo e bom. Deve ser infinito em todas as suas perfeições, porque se supondo um único de seus atributos imperfeito, não seria Deus. Sendo Eterno e “creador’ da Vida, nunca deixou de “crear” um só instante.

Deus CAUSOU a matéria que constitui os mundos; CAUSOU também os seres inteligentes, que chamamos ESPÍRITOS, encarregados de administrarem os mundos materiais, segundo as leis imutáveis da criação, e que são PERFECTÍVEIS pela sua natureza. Em se aperfeiçoando, aproximam-se da divindade.

O Espírito, propriamente dito, é o princípio inteligente; sua natureza nos é desconhecida; para nós, ele é imaterial, porque não tem nenhuma analogia com o que chamamos matéria.

Os Espíritos são seres individuais; têm um envoltório etéreo, imponderável, chamado perispírito, espécie de corpo fluídico, tipo da forma humana. Eles povoam os espaços, que percorrem com rapidez do relâmpago, e constituem o mundo invisível.

A origem e o modo de criação dos espíritos nos são desconhecidos; apenas sabemos que foram criados SIMPLES E IGNORANTES, quer dizer, sem ciência e sem conhecimento do bem e do mal, mas, com igual aptidão para tudo, porque Deus, em sua justiça, não poderia isentar uns do trabalho que houvesse imposto aos outros para chegarem a perfeição. No princípio, estão numa espécie de infância, sem vontade própria, e sem consciência perfeita de sua existência.

Para concorrer, como agentes do poder divino, à obra dos mundos materiais, os Espíritos revestem temporariamente um corpo material. Pelo trabalho que sua existência corpórea necessita, aperfeiçoam sua inteligência e adquirem em observando a lei de Deus, os méritos que deverão conduzi-los a felicidade eterna.

A encarnação não é imposta ao Espírito, no princípio, como uma punição; ela é necessária ao seu desenvolvimento e ao cumprimento das obras de Deus, e todos devem suportá-la, tomem o caminho do bem ou do mal; somente aqueles que seguem a rota do bem, avançam mais depressa, estão menos longe para alcançarem o objetivo e aí chegarem em condições menos penosas.

Os Espíritos encarnados constituem a Humanidade que não é circunscrita a Terra, mas que povoa todos os mundos disseminados no espaço.

A Alma do homem é um Espírito encarnado.

O aperfeiçoamento do Espírito é fruto de seu trabalho próprio.

A vida espiritual é a vida normal do espírito: ela é eterna; a vida corpórea é transitória e passageira não é senão um instante na eternidade. Nas encarnações sucessivas, sendo o Espírito pouco a pouco despojado de suas impurezas e aperfeiçoado pelo trabalho, chega ao fim de suas existências corpóreas; pertence, então, à ordem dos Puros e Espíritos ou dos anjos, e goza ao mesmo tempo da vida completa de Deus e de uma felicidade sem mácula pela a eternidade, esta é a nossa fatalidade.

“Restituí a saúde aos doentes, ressuscitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os demônios. Daí gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido”. Foi esta a recomendação de Jesus a seus discípulos e com isto querendo dizer “... que ninguém se faça pagar daquilo que nada pagou. Ora, o que eles haviam recebido gratuitamente era a faculdade de curar doentes e de expulsar demônios, isto é, os maus espíritos. Esse dom Deus lhes dera gratuitamente, para alívio dos que sofrem e como meio de propagação da fé. Jesus, pois, recomendava-lhes que não fizesse dele objeto de comércio, nem de especulação, nem meio de vida”.

Estas orientações dadas por Jesus continuam mais atuais do que nunca, porque a mediunidade evangelizada jamais poderá ser transformada em profissão ou fonte de rendas. “... sendo luz que brilha na carne, a mediunidade é atributo do Espírito, patrimônio da alma imortal, elemento renovador da posição moral da criatura terrena, enriquecendo todos os seus valores no capítulo da virtude e da inteligência, sempre que se encontre ligada aos princípios evangélicos na sua trajetória pela face do mundo”.

Deve-se compreender que a mediunidade só existe pelo concurso dos espíritos. “Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho. Se o patrimônio divino é desviado de seus fins, o mau servo torna-se indigno da confiança do Senhor da Seara da verdade e do amor.

Multiplicados no bem, os talentos mediúnicos crescerão para Jesus, sob as bênçãos divinas; todavia, se sofrem o insulto do egoísmo, do orgulho, da vaidade ou da exploração inferior, podem deixar o intermediário do invisível entre as sombras pesadas do estacionamento, nas mais dolorosas perspectivas de expiação, em vista do acréscimo de seus débitos irrefletidos”.

“... Mediunidade não basta só por si. É imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos para conhecer da qualidade de nosso trabalho e ajuizar de nossa direção”.

“Os médiuns moralizados, que encontra na vivência evangélica a conduta de vida, é uma pessoa de bem, que procura ser humilde, sincero, paciente, perseverante, bondoso, estudioso e trabalhador. Cumpre o mandato mediúnico com amor”.

“... Ao exercício da mediunidade com Jesus, isto é, na perfeita aplicação dos seus valores a benefícios da criatura, em nome da caridade, é que o ser atinge a plenitude das suas funções e faculdades, convertendo-se em celeiro de bênçãos, semeador da saúde espiritual e da paz nos diversos terrenos da vida humana, na Terra”.

Aí está como a prática mediúnica exerce um papel de renovação social. “... o espírito humano segue em marcha conveniente, imagem da graduação que experimenta tudo o que povoa o Universo, visível e invisível. Todo progresso vem na sua hora: a da elevação moral soou para a humanidade”. “E o médium evangelizado, exercendo o mandato com amor e espírito de serviço em benefício do próximo, contribui em grande escala para o progresso geral”.

No serviço da mediunidade, como traço de união entre o Céu e a Terra, o homem, sob a inspiração de Jesus, poderá apresentar as mais sublimes expressões de fraternidade, na prática de amar ao próximo como a si mesmo. Em síntese, diz Martins Peralva, em “Estudando a Mediunidade”, cap. XXIX, que os principais objetivos do exercício mediúnico com Jesus são. Para os encarnados:

Cooperação com os encarnados e desencarnados no serviço de reconforto e esclarecimento. Auto-educação, pela renovação dos sentimentos, com aproveitamento das mensagens de elevado teor.

Construções de afeições preciosas no Plano Espiritual, consolidando, assim, as bases da cooperação e da amizade superior.

Para os desencarnados: Preparação de facilidades para os que tiverem de reiniciar o aprendizado, pela reencarnação, mediante o auxilio aos atuais desencarnados.

Auxílio aos reencarnados e desencarnados no esforço de libertação das teias da ignorância e do sofrimento.

Transmissão, aos reencarnados, dos esclarecimentos edificantes dos grandes Instrutores que operam com Jesus na redenção da humanidade.

Estes objetivos sedimentarão, desta forma, a base para a multiplicação dos talentos recebidos e conquistados ao longo de multimilenar experiência. Não se pode esquecer, ainda, em termos de mediunidade, de que ela assume todas as características de exaltação divina, em Jesus. O Cristo cedo começou seu apostolado excelso, porquanto já aos doze anos estava entre os doutores d a lei, esclarecendo aos homens os valores da vida espiritual. Ao final da vida terrena deixou na Boa Nova a lição imortal do amor divino; entretanto, até hoje, os homens, em sua maioria, apenas se preocupam com os fenômenos e somente falam de sues “milagres”, sem se preocuparem em seguir os ensinamentos que deixou.

Quando os apóstolos não conseguiam os “milagres”, socorriam-se dele, e ele os incentivava a terem mais confiança em Deus, mais Fé do tamanho de um grão de mostarda.

Em Jesus como em seus continuadores encontram-se as mediunidades puras e espontâneas, como deve ser, distante de particularismos inferiores.

Neles, estão os valores mediúnicos a serviço do Amor e da Sabedoria, exercidos com a mais elevada responsabilidade moral, segundo as propostas do Divino Mestre.

O Evangelho não é um livro de um povo, mas um CÓDIGO DE PRINCÍPIOS MORAIS, adaptável a todas as Pátrias, a todas as raças e a todas as criaturas, e representa a carta de conduta para a ascensão da consciência à imortalidade. Jesus empregou a mediunidade sublime como agente de luz eterna, exaltando a vida e aniquilando a morte, abolindo o mal e glorificando o bem, a fim de que as leis humanas se purificassem se engrandecessem se santificassem e se elevassem para integração com as Leis de Deus.

IMORTALIDADE

O Espírito sobrevive à morte física. Portanto, ele é indestrutível e eterno. Conserva, após a morte do corpo, a sua personalidade.

EVOLUÇÃO

A marcha dos Espíritos é progressiva e jamais retrógrada. Eles se elevam gradativamente na hierarquia e não descem do plano a que se alçaram. O progresso é uma necessidade que o Espírito sentirá mais cedo ou mais tarde. Todos devem avançar. Observando a escala dos seres, vemos que formam urna cadeia sem solução de continuidade, desde a matéria bruta até o homem mais inteligente.

PERISPÍRITO

O perispírito é o corpo espiritual ou corpo fluídico do Espírito Tem origem no fluido cósmico universal e é formado por um processo de condensação desse fluido. O perispírito serve como traço de união entre o mundo espiritual e o mundo corporal. Sem perispírito seria impossível a ligação do Espírito com a matéria. A constituição do perispírito depende sempre do grau de adiantamento moral do Espírito. Os Espíritos superiores possuem um corpo espiritual mais rarefeito. Os inferiores utilizam-se de matéria; mais densa; mais pesada.O perispírito pode expandir-se ou retrair-se, de acordo com a vontade do Espírito. Sendo um corpo de origem fluídica, ele funciona como um canal de transmissão das sensações. O Espírito, que é o ser inteligente, consciente, registra essas sensações. O perispírito não pensa; não raciocina, nem pode agir por si só. Ele também não é o arquivo da memória do Espírito.

LIVRE ARBÍTRIO

O Espírito possui a liberdade para pensar e agir, segundo a sua vontade. Essa liberdade de decidir, ou livre arbítrio, depende, igualmente, de seu grau evolutivo. Quando encarnado ou no mundo espiritual, o Espírito faz uso de seu livre arbítrio. No inicio da fase evolutiva, o livre arbítrio é muito pouco, quase nulo. À medida que evolui o Espírito amplia o seu livre arbítrio, pela evolução de sua consciência.

A VIDA NO PLANO ESPIRITUAL

Os Espíritos, quando não se encontram encarnados, em qualquer dos mundos, acham-se no mundo espiritual, em estado de erraticidade, aguardando a vida corporal.

Erraticidade é o mesmo que erratibilidade: propriedade daquilo que é errático ou errante: significa "que muda de lugar; intermitente; periódico".

No plano espiritual, os Espíritos agem de acordo com seu grau evolutivo. Os que pertencem à família da Terra, quase sempre encontram-se à nossa volta, convivendo e ligados conosco, pelos pensamentos.

O pensamento é a força que atrai e une os Espíritos e que proporciona a formação de grupos. E a chamada lei de sintonia vibratória.

Os Espíritos podem agir sobre os fluidos produzindo criações fluídicas. Muitos pensam que ainda se encontram encarnados e por isso vivem ligados intimamente às pessoas e às coisas do mundo material.

O PRINCÍPIO DA AÇÃO E REAÇÃO OU LEI DE CAUSA E EFEITO, OU AINDA, LEI DO CARMA E O LIVRE-ARBÍTRIO.

“Carma vem do sânscrito Karman, que é um nome-forma vindo da raiz kri, que significa fazer. Literalmente, Carma significa fazer, ato, ação”.

Usada no sentido filosófico, a palavra carma tem um significado técnico que pode ser mais bem traduzido para o português pela palavra “CONSEQUÊNCIA”. Todas as nossas ações geram reações, conseqüências. Cada vida humana é o resultado de uma séria de causas e efeitos - uma condensação de ações passadas, algumas das quais praticadas em vidas pretéritas (reencarnações) bem recuadas. Essa interligação de causa e efeito ou carma é uma das Leis Imutáveis de Deus que regulam o equilíbrio Cósmico Universal. E o homem, como unidade do Universo, está sujeito a essa Lei.

Não se pense por isso que Carma tem a mesma acepção de “fatalidade”, “destino”, ou de “acaso”. A Lei do Carma está relacionada com o Livre-Arbítrio, já que, de forma natural, ou seja, segundo as Leis de Deus, quem inicia um movimento ou ação é responsável, daí por diante, por todas as reações ou conseqüências dos seus atos.

Dessa forma, os construtores de nosso destino somos nós mesmos e depois ficamos sujeitos à fatalidade daquilo que construímos.

O presente não pode ser explicado senão como fruto do passado, das ações livremente desencadeadas, cujas conseqüências são o que agora chamamos o nosso destino.

Da mesma forma que o passado representa a semeadura do presente, o presente representa a semeadura do futuro. “A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”. Colhemos o que plantamos. Tal é a Lei.

Não se pode dizer, com isso, que Deus ou a Lei do Carma “castiga” ou “recompensa”, no sentido comum desses termos. A Lei do Carma (Lei de Causa e Efeito ou Princípio de Ação e Reação) é infalivelmente justa. Sua aplicação depende de nós mesmos. Cada homem é o seu próprio carrasco ou o seu próprio juiz absoluto.

A Doutrina que explica a Lei do Carma é bastante consoladora para as mentes humanas, pois por ela o homem compreende que pode traçar o seu próprio destino e é assim que, invariavelmente, o faz. O homem é o arquiteto do seu próprio destino, através de causas iniciativas no passado. Cada vida é, assim, o resultado de um conjunto único de causas e efeitos.

De todo este encadeamento lógico ressalta que “... a liberdade é a condição necessária da alma humana, que, sem ela, não poderia construir seu destino.”

“Apesar da liberdade do homem parecer, à primeira vista, muito restrita pelas próprias limitações das condições físicas, sociais ou interesses de cada um, na realidade, sempre podemos contornar tais obstáculos e agir da maneira que mais nos pareça acertada.”

“A liberdade e a responsabilidade são correlativas no ser e aumentam com sua elevação; é a responsabilidade do homem que faz sua dignidade e moralidade. Sem ela, não seria ele mais do que um autômato, um joguete das forças ambientais.”

“Quando resolvemos fazer ou deixar de fazer alguma coisa a nossa consciência sempre nos alerta a respeito, aprovando-nos ou censurando-nos”.

Apesar de a voz íntima nos alertar, sempre usamos o que foi decidido por nossa vontade ou livre-arbítrio. Nada nos coage nos momentos de decisões próprias, daí ser correto afirmar que somos responsáveis pelos nossos atos. Somos os construtores do nosso destino.

“Livre-arbítrio é, pois, definido como a faculdade que tem o indivíduo de determinar a sua própria conduta, ou, em outras palavras, a possibilidade que ele tem de, “entre duas ou mais razões suficientes de querer ou de agir, escolher uma delas e fazer que prevaleça sobre as outras.”

“Aceitar a vida guiada por um determinismo onde todos os acontecimentos estão fatalmente pré-estabelecidos, é raciocinar de uma maneira muito simplista, senão ingênua; porque, se assim fosse, o homem não seria um ser pensante, laborativo, capaz de tomar resoluções e de interferir no progresso; seria apenas uma máquina robotizada, irresponsável, à mercê dos acontecimentos.”

“Fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao reencarnar, desta ou daquela prova para sofrer...”

“O livre-arbítrio, a livre vontade do Espírito exerce-se principalmente na hora das reencarnações. Escolhendo tal família, certo meio social, ele não sabe de antemão quais são as provas que o aguardam, mas compreende, igualmente, a necessidade destas provações para desenvolver suas qualidades, curar seus defeitos, despir seus preconceitos e vícios. Estas provações podem também ser conseqüência de um passado nefasto, que é preciso reparar, e ele se aceita com resignação e confiança.”

“As vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa... Duas espécies são as vicissitudes da vida: uma tem sua causa na vida presente; outras fora desta vida; remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são conseqüências naturais do caráter e do proceder dos que o suportam.”

PENAS E GOZOS FUTUROS

Duração das penas.

O conceito de céu e de inferno para a Doutrina Espírita difere totalmente do conceito católico ou protestante. E espiritismo nos esclarece que não há regiões circunscritas de beatífica felicidade (céu) ou de sofrimentos atrozes e eternos (inferno).

O céu, na verdade, é o resultado de um estado de Espírito caracterizado por uma intensa felicidade, no qual não há espaço para o mal e nem para a tristeza. O inferno, por sua vez, pode ser traduzido por uma vida de provações extremamente dolorosas, sem perspectivas de uma vida melhor.

O estado da alma após o desencarne, estado de felicidade ou de sofrimento, depende dos atos praticados nesta e em outras vidas. Não há recompensa ou sofrimento gratuito e eterno; há sim o resultado da Lei de Causa e Efeito. A soma das penas é proporcional à soma das imperfeições, assim como o gozo e a felicidade celestial resulta das virtudes cultivadas em vida.

Como há uma Lei do Progresso (Lei de Deus) que faculta a todas as almas atingir a perfeição, através do arrependimento, da expiação e da reparação, juntamente com a possibilidade das reencarnações, temos que o inferno é um estado de alma transitório e está em toda a parte onde haja almas sofredoras, assim como o céu está igualmente onde houver almas felizes.
O Espírito para se libertar do círculo da dor e do sofrimento, inclusive da necessidade de reencarnar, causado pelo uso perverso ou equivocado do livre-arbítrio, que o leva a desrespeitar a Lei de Deus, consciente ou inconscientemente, conhecedor ou ignorante da Lei, necessita expiar as faltas cometidas.

“A expiação varia segundo a natureza e a gravidade da falta podendo, portanto, a mesma falta determinar expiações diversas, conforme as circunstâncias, atenuantes ou agravantes, em que for cometida...
O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só. São necessárias, e a reparação.

Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas conseqüências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação.

“A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. “Quem não repara os seus erros numa existência, por fraqueza ou má-vontade, achar-se-á numa existência ulterior em contato com as mesmas pessoas que de si tiveram queixas, e em condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes o reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito.”

“Compreendendo, assim, o significado de penas e recompensas, devemos nos esforçar para reparar as faltas cometidas em vidas anteriores, ou nesta vida mesmo, e aproveitar ao máximo a experiência e a oportunidade na carne, buscando incessantemente o progresso moral.

“Toda conquista na evolução é problema natural de trabalho, porque todo progresso tem preço; no entanto, o problema crucial que o tempo impõe é débito do passado, que a Lei apresenta à cobrança”.
Retifiquemos a estrada, corrigindo a nós mesmos.

Resgatemos nossas dívidas, ajudando e servindo sem distinção.
Tarefa adiada é luta maior e toda atitude negativa, hoje, diante do mal, será juro de mora no mal amanhã”.

A PRECE

Tudo quanto pedires pela prece, crede que obtereis e que vos será concedido.(Mc.Cap. XI, 24).

A Prece é uma evocação. Por meio dela pomos o pensamento em relação com o ente a quem a dirigimos. Pode ter por escopo um pedido, um agradecimento, uma glorificação. Quem a faz pode pedir para si ou para outrem, pelos vivos ou pelos mortos. As preces dirigidas a Deus são ouvidas pelos Espíritos encarregados da execução da vontade Divina; as que se dirigem aos bons Espíritos são levadas a Deus. Quando se ora a outros seres, alem de Deus, é simplesmente como a intermediários ou intercessores, pois nada se pode obter sem a vontade de Deus.

PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS

Existem outros mundos que são habitados, como o nosso planeta, pois a vida organizada encontra-se em todo o Universo. As formas para a manifestação da vida é que são variadas, segundo o estágio evolutivo de cada planeta. Segundo os ensinos dos Espíritos, os mundos se acham em graus de adiantamento muito diferentes entre si. Alguns estão no mesmo ponto que o nosso. Outros mais atrasados. Existem também os que são mais adiantados moral, intelectual e fisicamente. Nestes últimos as artes e as ciências já atingiram um grau de perfeição que não podemos ainda apreciar. A organização física, mesmo material, não está sujeita aos sofrimentos, moléstias e enfermidades; os homens vivem em paz sem buscar o prejuízo uns dos outros. Há finalmente, mundos nos quais o invólucro corporal é quase fluídico.

São habitados todos os globos que se movem no espaço “e o homem terreno está longe de ser, como supõe o primeiro em inteligência, em bondade e em perfeição. Entretanto, há homens que se têm por espíritos muito fortes e que imaginam pertencer a este pequenino globo o privilégio de conter seres racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que só para eles criou Deus o Universo.”

REENCARNAÇÃO

“Reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo”.

P. “Como pode a alma que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?”.

R. “Sofrendo a prova de uma nova existência”.

“A reencarnação tem início no momento da fecundação e somente conclui entre sete e oito anos de idade, isto é, o Espírito se vai impregnando na matéria, vai dominando-a até atingir os pródomos da adolescência, quando está totalmente reencarnado, quando absorve o impacto material e passa a controlar o corpo. Neste período se deu a reencarnação total”.

Objetivos da Reencarnação:

“Expiação, melhoramento progressivo da humanidade. Sem isto, onde a justiça?”

“Beneficiados com a reencarnação, o estacionamento é quebrado de modo natural, para que sintamos a sede de novos conhecimentos, fome de amor e ânsia de compreensão, de vez que não ignoramos que sede a fome são fatores que nos obrigam a trabalhar muito. Então, espiritualmente, semelhantes fatores na vida do Espírito estão vigorando para todos nós, com a função de nos estimularem ao burilamento e ao progresso”. “A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia. É-lhes necessária, a bem deles, visto que atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência. Sendo soberanamente justo, Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos; assim é que estabeleceu para todos os mesmo pontos de partida, mesma aptidão, mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de proceder. Qualquer privilégio seria uma preferência, uma injustiça. Mas, encarnação para todos os Espíritos é um estado transitório. É uma tarefa que Deus lhes impõe quando inicia na vida, como primeira experiência do uso que farão do livre-arbítrio. Os que desempenham com zelo esse tarefa transpõem rapidamente e menos penosamente os primeiros degraus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus labores. Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus lhes concede retardam a marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar indefinidamente a necessidade da reencarnação e é quando se torna um castigo”.

P. “Em que se funda o dogma da reencarnação?”

R.“Na justiça de Deus e na revelação, pois incessantemente repetimos; o bom pai deixa aberta a seus filhos uma porta para o arrependimento. Não te diz à razão que seja injusto privar para sempre da felicidade eterna todos aqueles de quem não dependeu o melhorar-se? Não são filhos de Deus todos os homens? Só entre os egoístas se encontram a iniqüidade, o ódio implacável e os castigos sem remissão.”

Todos os Espíritos tendem para perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova.

Não obraria Deus com equidade, nem de acordo com a sua bondade, se condenasse para sempre os que talvez hajam encontrado oriundos do próprio meio onde foram colocados e alheios à vontade que os animavam, obstáculos ao seu melhoramento.

Se a sorte do homem se fixasse irrevogavelmente depois da morte, não seria uma única a balança em que Deus pesa as ações de todas as criaturas e não haveria imparcialidade no tratamento que a todos dispensa.
A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste em admitir para Espírito muitas existências sucessivas é a única que corresponde à idéia que formamos da justiça de Deus para com os homens que se acham em condições morais inferiores; a única que pode explicar o futuro e firmar as nossas esperanças. Pois que nos oferecem os meios de repararmos os nossos erros. A razão no-la indica e os Espíritos a ensinam.

O homem, que tem consciência da sua inferioridade, haure consoladora esperança na doutrina da reencarnação. Crê-se na justiça de Deus, não pode contar que venha achar-se, para sempre, em pé de igualdade com os que mais fizeram do que ele. Sustem-no, porém, e lhe reanima a coragem a idéia de que aquela inferioridade não o deserda eternamente do supremo bem e que, mediante novos esforços, dado lhe será conquistá-lo. Quem é que ao cabo da sua carreira, não deplora haver tão tarde ganho uma experiência de que já não mais pode tirar proveito? “Entretanto, essa experiência tardia não fica perdida, o Espírito a utilizará em nova experiência”.

Processo da Reencarnação:

“Desde o momento em que o gameta masculino viaja pela Trompa de Falópio, na busca do óvulo, ei-lo já sob o impulso magnético do psiquismo do futuro reencarnante. No instante da fecundação se dá o início da imantação do Espírito no organismo em formação.”

Desde a concepção, o Espírito, ainda que errante (Espírito entre uma encarnação e outra) está, por um cordão fluídico, preso ao corpo com o qual se deve unir. Este laço se estreita cada vez mais, à medida que o corpo vai se desenvolvendo.

“Desde esse momento o Espírito sente uma perturbação que cresce sempre, até as proximidades do nascimento, ocasião em que ela se torna completa, então o Espírito perde a consciência e não recobra as idéias senão gradualmente, a contar do instante em que a criança começa a respirar; a união então é completa e definitiva”.

“A reencarnação, tanto quanto a desencarnação, é um choque biológico dos apreciáveis. Unido à matriz geradora do santuário materno, em busca de nova forma, o perispírito sofre a influência de fortes correntes eletromagnéticas, que lhe impõem a redução automática. Constituído à base de princípios químicos semelhantes, em suas propriedades, ao hidrogênio, a se expressarem através de moléculas significativamente distanciadas umas das outras, quando ligado ao centro genésico feminino, experimenta expressiva contração, à maneira de indumento de carne sob carga elétrica de elevado poder.

Os princípios organogênicos essenciais do perispírito do reencarnante então se encontram reduzidos na intimidade do altar materno e, à maneira de um imã, vão aglutinando sobre si os recursos de formação do nosso vestuário de carne que lhe será o vaso próximo de manifestação.
O perispírito torna-se, portanto, um molde fluídico, elástico, que calca sua forma sobre a matéria. Daí dimanam as condições fisiológicas de renascimento. As qualidades ou os defeitos do molde reaparecem no corpo físico, que não é na maioria dos casos se não imperfeita e grosseira cópia do perispírito.

Os contornos e minúcias anatômicas vão desenvolver-se de acordo com os princípios de equilíbrio e com a lei de hereditariedade. A forma do reencarnante dependerá dos cromossomos paternais; adicione, porém, a esse fator primordial, as influências dos moldes mentais da mãe, atuação do próprio interessado, o concurso dos Espíritos Construtores (Espíritos especializados que ajudam na organização do novo corpo), o auxílio afetuoso das Entidades amigas (aqui podemos acrescentar que as vibrações desordenadas do campo mental podem trazer conseqüências graves sobre o reencarnante) e poderá fazer uma idéia do que vem a ser o templo físico que ele (reencarnante) possuirá.

A hereditariedade qual é aceita nos conhecimentos científicos do mundo, tem os seus limites. Desse modo os progenitores fornecem determinados recursos ao Espírito reencarnante, mas esses recursos estão condicionados às necessidades da alma que lhe aproveita cooperação, porque, no fundo, somos herdeiros de nós mesmos.

Assimilamos as energias de nossos pais terrestres, na medida de nossas qualidades boas ou más, para o destino enobrecido ou torturado que fazemos jus, pelas nossas conquistas ou débitos que voltam a Terra conosco, emergindo de nossas anteriores experiências.

Quando a criança respira começa o Espírito a recobrar as faculdades, as qualidades e as aptidões anteriores adquiridas, que haviam ficado temporariamente em estado de latência e que, voltando ele, renascem qual se fizera pelo seu trabalho anterior, o seu renascimento lhe é um novo ponto de partida, um novo degrau a subir. Ainda aí a bondade do Criador se manifesta, porquanto, adicionadas aos amargores de uma nova existência, as lembranças, muitas vezes aflitivas e humilhantes do passado poderão perturbá-lo e lhe criar embaraços.

AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE OS FENÔMENOS DA NATUREZA

Os Espíritos podem agir sobre a matéria, conforme estudamos. Isso depende da necessidade, da vontade e do interesse.

Entre esses Espíritos, há os que cumprem ou executam determinações superiores. Assim, conclui-se que os Espíritos podem ter influência sobre os elementos da natureza para agitá-los, acalmar ou dirigir. Tudo visando ao equilíbrio e à harmonia das forças físicas da natureza.

INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPORAL

Os Espíritos podem se manifestar de maneiras bem diferentes: pela visão, audição, toque, ruídos, movimento dos corpos, escrita, desenho, música, informática, etc. Eles se manifestam por intermédio de pessoas dotadas de uma aptidão especial para cada gênero de manifestação, e que se distinguem sob o nome de MÉDIUNS. É assim que se distinguem os médiuns videntes, falantes, audientes, sensitivos, de efeitos físicos, desenhistas, tiptólogos, escreventes, psicotrônicos, etc. Entre os médiuns escreventes, há inúmeras variedades, segundo a natureza das comunicações que estão aptos a receber.

O fluido que compõe o perispírito penetra todos os corpos e os atravessa como a luz atravessa os corpos transparentes; nenhuma matéria lhe opõe obstáculo. É por isso que os Espíritos penetram por toda à parte, nos lugares o mais hermeticamente fechados; é uma idéia ridícula crer-se que eles se introduzem por uma pequena abertura, como o buraco de uma fechadura ou o tubo de uma chaminé.

O Perispírito, embora invisível para nós no estado normal, não deixa de ser matéria etérea. O Espírito pode em certos casos, fazê-lo sofrer uma espécie de modificação molecular que o torna visível e mesmo tangível; assim é que se produzem as aparições. Esse fenômeno não é mais extraordinário do que o do vapor que é invisível quando está mais rarefeito, e que se torna visível quando está condensado.

Os Espíritos que se tornam visíveis e se apresentam, quase sempre, sob a aparência que tinham quando vivos e que podem fazê-los reconhecer.

É com a AJUDA DO SEU PERISPÍRITO, que o Espírito atua sobre seu corpo vivo; é ainda com esse mesmo fluído que ele se manifesta atuando sobre a matéria inerte, que produz os ruídos, os movimentos de mesas e outros objetos, que ergue, tomba ou transporta. Esse fenômeno nada tem de surpreendente se considerar-se que entre nós, os mais poderosos motores se acham nos fluídos mais rarefeitos e mesmo imponderáveis, como o ar, o vapor e a eletricidade. É igualmente com a ajuda do seu Perispírito que o Espírito faz os médiuns escreverem, falarem, ou desenharem; não tendo mais o corpo tangível para atuar ostensivamente quando quer se manifestar, ele se serve do corpo do médium, de quem empresta os órgãos que faz atuarem como se fosse seu próprio corpo, e isso pela emanação fluídica que derrama sobre ele.

Quando a mesa se destaca do solo e flutua no espaço sem ponto de apoio, o Espírito não a ergue com a força do braço, mas a envolve e a penetra com uma espécie de atmosfera fluídica que neutraliza o efeito da gravitação, como o ar faz para os balões e os papagaios de papel. O fluido do qual esta penetrada lhe dá, momentaneamente, uma leveza específica maior. Quando ela esta pregada no solo, está num caso análogo ao da campânula pneumática sob a qual se faz o vácuo. Estas não são senão comparações para mostrar a analogia dos efeitos, e não similitude absoluta das causas.

Compreende-se, depois disso, que não é mais difícil ao Espírito erguer uma pessoa do que erguer uma mesa, de transportar um objeto de um lugar para outro ou de lançá-lo em qualquer parte; esses fenômenos se produzem pela mesma lei.

O objetivo providencial das manifestações, é convencer os incrédulos de que tudo não termina, para o homem, com a vida terrestre, e de dar os crentes idéias mais justas sobre o futuro. Os bons Espíritos vêm nos instruir tendo em vista o nosso melhoramento e o nosso adiantamento, e não para nos revelar o que não devemos ainda saber, ou o que não devemos aprender senão pelo nosso trabalho. Se bastasse interrogar os Espíritos, para se obter a solução de todas as dificuldades científicas, ou para fazer descobertas e invenções lucrativas, todo o ignorante poderia tornar-se sábio facilmente, e todo o preguiçoso poderia se enriquecer sem esforço; é o que Deus não quer. Os Espíritos ajudam o homem de gênio pela inspiração oculta, mas não isentam nem do trabalho das pesquisas, a fim de deixar-lhe o mérito.

Seria fazer uma idéia bem falsa dos Espíritos vendo neles apenas os auxiliares dos ledores de sorte; os Espíritos sérios recusam-se ocupar de coisas fúteis; os Espíritos levianos e zombeteiros se ocupam de tudo, respondem a tudo, predizem tudo a que se quer, sem se inquietarem com a verdade, e sentem um prazer maligno ao mistificarem as pessoas muito crédulas; é por isso que é essencial estar perfeitamente fixados sobre a natureza das perguntas que se podem dirigir aos Espíritos.

As manifestações não estão, pois, destinadas a servirem aos interesses materiais, cujo cuidado está entregue à inteligência, ao discernimento e à atividade do homem. (...) Sua utilidade está nas conseqüências morais que dela decorrem; mas se não tivessem por resultado senão fazer conhecer uma nova Lei da Natureza, de demonstrar, materialmente, a existência da Alma e sua imortalidade, isso já seria muito, porque seria um novo e largo caminho aberto à filosofia.

Pode-se ver, por essas poucas palavras, que as manifestações espíritas, de qualquer natureza que sejam nada têm de sobrenatural nem de maravilhoso.

INFLUÊNCIA E INTERFERÊNCIA DOS ESPÍRITOS EM NOSSOS PENSAMENTOS E ATOS

“A influência dos Espíritos sobre nossos pensamentos e atos é tão grande que, de ordinário, são eles que nos dirigem. Esta influência pode ser boa ou má, oculta ou ostensiva, fugaz ou duradoura. Qualquer situação fica claro que a influenciação se concretiza através da sintonia que se estabelece.

É conveniente recordar que “(...) pensar é vibrar, é entrar em relação com o universo espiritual que nos envolve, e, conforme a espécie das emissões mentais de cada ser, elementos similares se lhe imanizarão, acentuando-lhes as disposições e cooperando com ele em seus esforços ascensionais ou suas quedas e deslizes”.

Não podemos descuidar da nossa casa mental e seguir, vida a fora, arrastado pela ação maléfica dos atrasados”. Os Espíritos infelizes, de mente ultrajada, vivem mais com os companheiros encarnados do que se supõe. Misturam-se nas atividades comuns, perambulam no ninho doméstico, participam das conversações, seguem com os comensais, de quem dependem, em processo legítimo de vampirização...

Perturbam-se e perturbam.

Sofrem e fazem sofrer.

Odeiam e geram ódios.

Amesquinhados em si mesmos, amesquinham os outros.

“Infelicitados, infelicitam”.

Já a ação dos Espíritos Superiores é outra. “Os bons Espíritos só para o bem aconselham...”. “(...) suscitam bons pensamentos, desviam os homens da senda do mal, protegem na vida os que se lhes mostram dignos de proteção e neutralizam a influência dos Espíritos imperfeitos, sobre aqueles a quem não é grato sofrê-la”.

Tomando consciência de que “... O pensamento exterioriza-se e projeta-se, formando imagens e sugestões que arremessa sobre os objetivos que se propõe atingir...” “... Nada mais natural que se consiga harmonia, felicidade, quando a emissão mental for equilibrada e edificante; ou, aflição e quedas morais, se o pensamento for desequilibrado e doentio”.

“A química mental vive na base de todas as transformações, porque realmente evoluímos em profunda comunhão telepática com todos aqueles encarnados e desencarnados que se afinam conosco”.

Podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos, “... praticando o bem e pondo em Deus toda confiança...” e procurando repelir as sugestões inferiores e não atender aos maus pensamentos que geram a discórdia, as lutas antifraternas, o ciúme, a inveja e a exaltação do orgulho.

“À medida que se perseverar no propósito firme de melhoria, através do desligamento do mal, a influência provocada pelas entidades inferiores dará lugar aos conselhos e sugestões edificantes dos benfeitores espirituais”.

“Pelo que foi dito, ficou patenteada a ação que os Espíritos exercem uns sobre os outros, sobretudo entre desencarnados e encarnados, estabelecendo-se, assim, uma reciprocidade constante de intercâmbio. Daí ser difícil, senão impossível, em determinadas ocasiões, distinguir um pensamento próprio de um que nos é sugerido”. Geralmente “os pensamentos próprios são os que nos acodem em primeiro lugar, sendo que não há grande interesse em se estabelecer à distinção entre um pensamento próprio e um sugerido; em muitas ocasiões é útil que não saibamos distinguir.” Foi, evidentemente, compreendendo o valor desta questão que Kardec concluiu: “... se fora útil que pudéssemos distinguir claramente, Deus nos houvera proporcionado os meios de o conseguirmos, como nos concedeu o de diferençarmos o dia da noite. Quando uma coisa se conserva imprecisa, é que convém assim aconteça.”

Somos Médiuns e como tais buscamos o nosso aperfeiçoamento interior, a fim de nos adequarmos a assistência. Em todas as atividades é importante conhecer, educar e desenvolver as nossas potencialidades bem como cooperar na educação e desenvolvimento das de com quem nos relacionamos.

Aflições, quedas morais são frutos do pensamento desequilibrado.

Harmonia e felicidade são frutos de emissão equilibrada, edificante.

MEDIUNIDADE

Acena-nos a antiguidade terrestre com brilhantes manifestações mediúnicas, a reportarem da História.

Discípulos de Sócrates referem-se, com admiração e respeito, ao amigo invisível que o acompanhava constantemente.

Reporta-se Plutarco ao encontro de Bruto, certa noite, com um dos seus perseguidores desencarnados, a visitá-lo em pleno campo.

Em Roma, no templo de Minerva, Pausânias, ali condenado a morrer de fome, passou a viver, em Espírito, monoideizado na revolta em que se alucinava, aparecendo e desaparecendo aos olhos de circunstantes assombrados, durante largo tempo.

Sabe-se que Nero, nos últimos dias de seu reinado, viu-se fora do corpo carnal, junto de Agripina e de Otávia, sua genitora e sua esposa, ambas assassinadas por sua ordem, a lhe pressagiarem a queda no abismo.

Os Espíritos vingativos em torno de Calígula eram tantos que, depois de lhe enterrarem os restos nos jardins de Lâmia, eram ali vistos, freqüentemente, até que lhe exumaram os despojos para a incineração.
Todavia, onde a mediunidade atinge culminâncias é justamente no Cristianismo nasciturno.

Toda a passagem do Mestre inesquecível, entre os homens, é um cântico de luz e amor, externando-lhe a condição de Medianeiro da Sabedoria Divina.

E, continuando-lhe o Ministério, os Apóstolos que se lhe mantiveram leais converteram-se em Médiuns notáveis, no dia de Pentecostes, quando, associadas as suas forças, por se acharem “todos reunidos”, os Emissários espirituais do Senhor, através deles produziram fenômenos físicos em grande cópia, como sinais luminosos e vozes diretas, inclusive fatos de psicofonia e xenoglossia, em que os ensinamentos do Evangelho foram ditados em várias línguas, simultaneamente, para os israelitas de procedências diversas.

Desde então, os eventos mediúnicos para eles se tornaram habituais.
Espíritos materializados libertavam-nos da prisão injusta.
O magnetismo curativo era vastamente praticado pelo olhar e pela imposição das mãos!

Espíritos sofredores eram retirados de pobres obsessos, aos quais vampirizavam.

Um homem objetivo e teimoso, quanto Saulo de Tarso, desenvolve a clarividência, de um momento para outro, vê o próprio Cristo, às portas de Damasco, e lhe recolhe as instruções. E porque Saulo, embora corajoso, experimente enorme abalo moral, Jesus, condoído, procura Ananias, médium clarividente na aludida cidade, e pede-lhe socorro para o companheiro que encetava a tarefa.

Não somente na casa dos apóstolos em Jerusalém Mensageiros espirituais prestam contínua assistência aos semeadores do Evangelho; igualmente no lar dos cristãos, em Antioquia, a mediunidade opera serviços valiosos e incessantes. Dentre os Médiuns aí reunidos, um deles, de nome Agabo, incorpora um Espírito benfeitor que realiza importante premonição. E nessa mesma igreja, vários instrumentos mediúnicos aglutinados favorecem a produção da voz direta, consignando expressiva incumbência a Paulo e Barnabé.

Em Troade, o Apóstolo da gentilidade recebe a visita de um varão, em Espírito, a pedir-lhe concurso fraterno.

E, tanto quanto acontece hoje, os Médiuns de ontem, apesar de guardarem consigo a Bênção Divina, experimentavam injustiça e perseguição. Quase por toda à parte, padeciam inquéritos e sarcasmos, vilipêndios e tentações.

Logo no início das atividades mediúnicas que lhes diziam respeito, vêm-se Pedro e João segregados no cárcere. Estevão é lapidado. Tiago, filho de Zebedeu, é morto a golpes de espada. Paulo de Tarso é preso e açoitado várias vezes. A mediunidade, que prossegue fulgindo entre os mártires cristãos, sacrificados nas festas circenses, não se eclipsa, ainda mesmo quando o ensinamento de Jesus passa a sofrer estagnação por impositivos de ordem política. Apenas há alguns séculos, vimos Francisco de Assis exalçando-a em luminosos acontecimentos; Lutero transitando entre visões; Tereza d’Ávila em admiráveis desdobramentos; José de Cupertino levitando ante a espantada observação do papa Urbano VIII, e Swedenborg recolhendo, afastado do corpo físico, anotações de vários planos espirituais que ele próprio filtra para o conhecimento humano, segundo as concepções de sua época.

COMUNICABILIDADE DOS ESPÍRITOS

“A comunicabilidade dos Espíritos com os encarnados não é um fato recente, mas antiqüíssimo, com a única diferença que no passado era apanágio dos chamados iniciados e na atualidade, com o advento do Espiritismo, tornou-se fenômeno generalizado a todas as camadas sociais”.

“A possibilidade dos Espíritos se comunicarem é uma questão muita bem estabelecida, resultante de observações e experiências rigorosamente realizadas por eminentes pesquisadores. Os Espíritas não têm duvidas a esse respeito; porém, determinados companheiros que abraçam correntes religiosas diferentes da Doutrina Espírita, procuram criticá-la, chamando a atenção, entre outras coisas, sobre a proibição mosaica de evocar os mortos”.

Toda manifestação que revela uma intenção ou uma vontade é inteligente em menor ou maior grau. O aperfeiçoamento dessa inteligência permite uma troca recíproca e contínua de pensamentos, obtêm-se comunicações regulares, cujo caráter permite julgar o Espírito que se manifesta, sendo classificados como:

FRÍVOLAS: Emanam de Espíritos levianos, zombeteiros, antes maliciosos do que maus, e que nenhuma importância ligam ao que dizem.

GROSSEIRAS: São as concebidas em termos que chocam o decoro. Só podem provir de Espíritos de baixa estofa, ainda cobertos de todas as impurezas da matéria e em nada diferem das que provenham de homens viciosos e grosseiros.

SÉRIAS OU INSTRUTIVAS: São objetivas quanto ao assunto e elevadas quanto à forma. Toda comunicação que isenta de frivolidade e de grosseria, objetiva um fim útil, ainda que de caráter particular, é, por esse simples fato uma comunicação séria. Nem todos os Espíritos sérios são igualmente esclarecidos; há muita coisa que eles ignoram e sobre o que podem enganar-se de boa fé. Por isso é que os Espíritos superiores nos recomendam de contínuo que submetamos ao crivo da razão e da mais rigorosa lógica.

INSTRUTIVAS: São as comunicações sérias cujo principal objeto consiste num ensinamento qualquer dado pelos Espíritos, sobre as ciências, a moral, a filosofia.

A linguagem dos Espíritos está sempre na razão do grau de sua elevação.

A dos Espíritos superiores é constantemente grave, digna, nobre. Faz-se sublime quando o assunto o exige. Eles exprimem pensamentos da mais alta elevação e empregam uma linguagem que exclui da maneira mais absoluta toda a trivialidade.

A bondade e a benevolência são atributos essenciais dos Espíritos purificados. Há Espíritos que em certos assuntos parecem esclarecidos, ao passo que em outros acusam a mais absoluta ignorância, não hesitando em defender as heresias científicas mais absurdas.

Para julgar os Espíritos como para julgar os homens, é preciso, em primeiro lugar, sabermos julgar a nós mesmos.

Há infelizmente, muitas pessoas que tomam sua opinião como medida exclusiva do bom e do mau, do falso e do verdadeiro. Tudo quanto contradiz a maneira de ver, as idéias, as teorias que conceberam e adotaram, são más a seus filhos. A tais pessoas falta, evidentemente, a primeira qualidade para uma só apreciação: a retidão de julgamento. Elas, entretanto não o percebem. É o defeito em razão do qual mais nos iludimos.

Acredita-se geralmente que interrogando o Espírito de um homem que foi sábio em certa especialização, quando na terra, mais seguramente se obterá a verdade. Isto é lógico, todavia, nem sempre é assim.

A experiência demonstra que os sábios tanto quanto os homens, sobretudo aqueles que deixaram a terra há pouco tempo, estão ainda sob o império dos preconceitos da vida corpórea. Eles não se libertam imediatamente da sistematização, conseqüentemente, a ciência humana de que estão dotados não é sempre uma garantia da sua infalibilidade como Espíritos.

Aqueles que, como acontece muitas vezes, condenam no estado de Espírito, as doutrinas que haviam sustentado como homens, dão sempre, com isso, uma prova de elevação, regra geral: o Espírito é tanto menos perfeito quanto menos desprendido da matéria. Todas às vezes, pois, que se reconhece nele à persistência das idéias falsas que o preocupa durante a vida, pertença elas à ordem física ou moral, é isto um sinal infalível de que não está completamente descentralizado.

A obstinação nas idéias terrestres é tanto maior quanto mais recente é a morte. No momento da morte a alma está sempre em um estado de perturbação durante o qual mal se reconhece: é um despertar que não é completo. Muitos não acreditam estarem mortos, principalmente os supliciados, os suicidas, e, em geral os que morrem de morte violenta. Eles vêm o próprio corpo, sabem que esse corpo lhe pertence e não compreendem porque estão separados dele. Isto os deixa cheios de espanto; é-lhes preciso algum tempo para captar sua nova situação.

A evocação não pode ser feita nesse momento senão com o objetivo de estudos psicológicos, mas não adianta pedir-lhes mais informações. Este estado de confusão, que se pode comparar ao estado transitório do sono à vigília, persiste por um tempo mais ou menos longo.

Uma vez desprendida dos restos de suas vestes corporais, a alma se acha em seu estado normal de Espírito. É somente então que se pode julgá-la, porque se revela verdadeiramente como é. Suas qualidades e seus defeitos, suas imperfeições, seus preconceitos, suas idéias falsas, mesquinhas ou ridículas, persistem sem modificação durante toda a duração de sua vida errante, ainda que esta seja de mil anos. É-lhes preciso passar de novo pelo crivo da vida corporal, para nele deixar algumas de suas impurezas e elevar-se mais alguns degraus. Muitas depois de duzentos anos de vida errante, têm ainda as manias e mesquinharias que as caracterizavam em vida, enquanto outras desenvolvem quase que imediatamente uma grande superioridade.

Para aqueles cuja consciência está carregada de malefícios, para o homem materializado, que pôs todas as suas alegrias na satisfação do corpo, para o que malbaratou os favores que a Providência lhe havia outorgado, o despertar é terrível, e, ele pode perdurar tanto quanto sua vida errante.

Podemos auxiliá-los e orientá-los e para isto, entrar em relação com eles, importa conhecê-los bem, a fim de ficar em condições de apreciar-lhe a situação e melhor compreender-lhes a linguagem que, sem isto, poderia algumas vezes parecer contraditória.

“A comunicabilidade dos Espíritos com os encarnados não é um fato recente, mas antiguíssimo, com única diferença que no passado era apanágio dos chamados iniciados e na atualidade, com o advento do Espiritismo, tornou-se fenômeno generalizado em todas as camadas sociais. A possibilidade dos espíritos de se comunicarem é uma questão muita bem estabelecida resultante de observações e experiências rigorosamente realizadas por eminentes pesquisadores. Quanto à proibição de Moisés de se praticar a evocação:

“Se a Lei de Moisés deve ser tão rigorosamente observada neste ponto. Força é que o seja igualmente em todos os outros. Por que seria ela boa no tocante às evocações e não mais em outras partes?

A proibição, tinha, pois, razão de ser. “Nos dias atuais o ser humano adquiriu novas conquistas, o progresso humano se fez pelo predomínio da razão e a prática do intercâmbio espiritual defendida pelo Espiritismo tem outras finalidades: moralizadora, consoladora e religiosa”.

Deve o Espiritismo condenar tudo o que motivou a interdição de Moisés? Os Espíritas não fazem sacrifícios humanos, de animais, de plantas, não interrogam os mortos, os adivinhos e magos para informar-se de coisa alguma, não usam medalhas, talismãs, fórmulas sacramentais ou cabalísticas para atrair e afastar Espíritos.

A evocação dos Espíritos exercida pela prática Espírita tem o fito de receber conselhos dos Espíritos superiores, moralizarem aqueles voltados para o mal e continuar com as relações de amizade de amor entre entes queridos que partilhassem ou não a vivência reencarnatória.

Pelas orientações instrutivas e altamente moralizadoras fornecidas pelos benfeitores espirituais, pelo valioso aprendizado oferecido pelos desencarnados e sofredores, conclui-se que a prática mediúnica, é um fator de progresso humano, pelos benefícios que acarreta.

Repelir as comunicações do além-túmulo é repudiar o meio mais poderoso de instruir-se, já pela iniciação nos conhecimentos da vida futura, já pelos exemplos que tais comunicações nos fornecem. A experiência nos ensina, além disso, o bem que podemos fazer, desviando do mal os Espíritos imperfeitos, ajudando os que sofrem a desprenderem-se da matéria e a se aperfeiçoarem. Interditar as comunicações é, portanto, privar as almas sofredoras da assistência que lhes podemos e devemos dispensar.

A Doutrina Espírita revivencia o Cristianismo primitivo e apresenta Jesus como tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo.

RESUMO DO CÓDIGO PENAL DA VIDA FUTURA

Em que pese à diversidade de gênero e graus de sofrimentos dos Espíritos imperfeitos, o código penal da vida futura pode resumir-se nestes três princípios:

1° - O sofrimento é inerente à imperfeição.

2° - Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas conseqüências naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.

3° - Podendo todo o homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a futura felicidade.

A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra: Tal é a Lei da Justiça Divina.

O CONSOLADOR PROMETIDO POR JESUS

O Consolador prometido por Jesus, também designado pelo Apóstolo João como o Santo Espírito, seria enviado a Terra com a missão de consolar e lidar com a verdade. “(...) Sob o nome de Consolador e de Espírito de Verdade, Jesus anunciou a vinda daquele que havia de ensinar todas as coisas e de lembrar o que ele dissera”, ressalta Kardec.

O Consolador, como o Espírito de Verdade, dará aos encarnados o conhecimento de sua origem, da necessidade de sua estada na Terra e do seu destino, bem como espalhará a consolação pela fé e pela esperança.
Constitui o Espírito Consolador, portanto, a Terceira Revelação de Deus aos povos do ocidente, e procede de Espíritos sábios e bondosos, que, do além, enviaram os seus ensinamentos através dos instrumentos mediúnicos, num verdadeiro derramamento da mediunidade na carne.

A Revelação Cristã sucedeu à revelação Mosaica; a revelação dos Espíritos veio completá-la. Várias são as razões que justificam a promessa do Cristo, o aparecimento do Espírito de Verdade, como o Consolador.

Uma delas seria a importunidade de uma revelação total e completa pelo Cristo, numa época em que o homem não estaria amadurecido para compreendê-la. Outra razão é a do esquecimento dos homens das verdades apregoadas no seu Evangelho. Mais do que isto, destacam-se, como outra razão ainda, as distorções premeditadas que a mensagem Evangélica sofreu ao longo dos tempos. Foram “(...) dois mil anos de fermentação (...), de criminosas deformações da mensagem Cristã.”

A relação entre o Espiritismo e o Consolador está no fato de a Doutrina Espírita conter “(...) todas as condições do Consolador que Jesus prometeu”; ou seja, “(...) o Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, pois fala sem figuras, sem alegorias, levantando o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios; vem, finalmente, trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem (...)”.

Finalmente, se de um lado o Espírito de Verdade se apresentava aos homens, à frente de elevadas Entidades espirituais, que voltaram a Terra para completar a Obra do Cristo, de outro lado Kardec se coloca a postos, à frente de Criaturas espiritualizadas, dispostas a colaborarem na imensa tarefa.

Kardec foi o instrumento de que se serviu o Alto para completar a mensagem do Cristo, que Ele mesmo havia prometido.

BIBLIOGRAFIA:

Obras Básicas da Doutrina Espírita.

O Que é o Espiritismo. Allan Kardec. Ed FEB

No Invisível. Léon Denis. Ed FEB

O Grande Enigma. Léon Denis. Ed FEB

Deus na Natureza. Camille Flammarion. Ed FEB

Depois da Morte. Léon Denis. Ed FEB

The Occult Glossary. G. Purucker

O Problema do Ser do Destino e da Dor. Léon Denis. Ed FEB

As Leis Morais. Rodolfo Calligaris.Ed FEB

Justiça Divina. Francisco Cândido Xavier/Emmanuel, Cap Corrigir e pagar. Ed FEB

A Prece. Allan Kardec. Ed FEB

Páginas de Espiritismo Cristão. Rodolfo Calligaris. Ed FEB

Nos Domínios da Mediunidade. Francisco Cândido Xavier. Ed FEB

Levítico, l9: 31, Bíblia

Levítico, 20: 27, Bíblia

Deutoronômio, 18:10 e 12, Bíblia

Estudos Espíritas, Cap Mediunidade. Divaldo Pereira Franco. Ed FEB

O Consolador. Francisco Cândido Xavier/Emmanuel. Ed FEB

Mediunidade, Cap 2. Edgard Armond

Estude e Viva. Chico Xavier/Emmanuel Ed FEB

Evolução em Dois Mundos. Chico Xavier/André Luis. Ed FEB

Mecanismos da Mediunidade/André Luis. Ed FEB

Estudando a Mediunidade, Cap 29, Martins Peralva. Ed FEB

Seara dos Médiuns, lição 62. Chico Xavier/Emmanuel. Ed FEB

Viagens e Entrevistas, item 78. D P Franco, Ed Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier.

Entre a Terra e o Céu. Chico Xavier/André Luis. Ed FEB

Missionários da Luz. Chico Xavier/André Luis. Ed FEB

Revista Espírita. Allan Kardec. Ed EDICEL:

1 A pluralidade dos mundos, Júpiter e alguns outros mundos (março de 1858).

2 Descrição de Júpiter (Abril de 1858)

3 Habitações em Júpiter (Agosto de 1858)

4 Júpiter e Marte (Outubro de 1860)

5 O Planeta Vênus (Agosto de 1862)

6 A Pluralidade dos Mundos Habitados (Janeiro de 1863)

Evolução Anímica-Gabriel Dellane

Iniciação Espírita. Allan Kardec, cap. VI e VII Ed FEB*

Apostilas da FEB

Somos o que pensamos. R. Caligaris

Apostilas da Casa de Ismael, C E O Consolador, BSB-DF

O Livro dos Espíritos - A. Kardec - Questão 183 e o item III das Conclusões

O Livro dos Espíritos - A. Kardec - Capítulos: I - III – IV

O Livro dos Espíritos - Questões: 843 a 872

A Gênese - A. Kardec - Cap. XIV

O Livro dos Médiuns – Cap."Da Ação dos Espíritos sobre a Matéria"

O Livro dos Espíritos - Questões 135 a 187.

O Livro dos Espíritos - Cap. III

O Que é O Espiritismo - Cap. III

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. III

O Livro dos Espíritos - Cap. VI - Da Vida Espírita

O Livro dos Médiuns - Cap. XXV - item 283 - perg. 36

O Livro dos Espíritos - Questão 536-b

Portal do Espírito - Internet

*Ed FEB (Editora - FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA)

“DOUTRINA ESPÍRITA FAROL DA HUMANIDADE”

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