No dia 7 de setembro de 1985, o nosso querido Chico se mostrava muito bem disposto, alegre. Como sempre acontece, caravanas de várias cidades do Brasil se faziam presentes à nossa singela reunião. O Evangelho nos convida a meditar sobre o Capítulo III, no item “Mundos de Expiações e de Provas”.
Dada a palavra ao nosso Chico, ouvimos dele a belíssima preleção que transcrevemos abaixo em seus pontos principais.
“Apenas um lembrete do nosso Emmanuel. Leiamos: ‘A superioridade da inteligência, num grande número dos seus habitantes indica que ela não é um mundo primitivo, destinado à encarnação de Espíritos apenas saídos das mãos do Criador’.
            O nosso Emmanuel nos pede a atenção sobre este tópico: ‘a superioridade da inteligência’. O texto não nos diz a superioridade sentimental, ou mesmo espiritual... Não diz grandes corações. O texto diz ‘superioridade da inteligência’. É preciso discernir isto porque nós somos uma comunidade muito grande de Espíritos misturados uns com os outros. As maiores cabeças nem sempre são aquelas capazes de nos guiar para o bem. Temos inteligências interessadas no conflito mundial, na formação de aparelhos e engenhos de destruição, que não são criados pelos grandes corações nem pelas almas grandes na bondade e no amor pelos semelhantes. São geralmente criados por homens e mulheres que se isolam da comunidade para estudar o melhor meio de destruir... Esses companheiros são grandes pela inteligência, mas pelo sentimento ainda são muito pequenos. Não compreendem a dor do próximo, não compreendem os irmãos 
(...) Esses Espíritos que chegam de planos adiantados pela inteligência, chegam até nós como grandes flagelos... Se uma dessas inteligências chegar, por exemplo, à cidade de Uberaba, a administração lhe louvará, haverá discursos... Mas vamos perguntar --- que bem essas pessoas estão fazendo? Muitos estarão fazendo alguma coisa, é verdade; muitos auxiliam as instituições, mas na maioria das vezes essas criaturas que nos merecem muito respeito e consideração, muitas vezes estão ‘acompanhadas’. Querem saber qual o melhor meio de destruir...
            Não é gente de grande coração que vem à Terra para nos auxiliar --- eles servem ao mal, são grandes cérebros... Auxiliam, mas provocam milhares de mortos... Temos grandes generais, cientistas, professores, mulheres... A mulher é uma filha privilegiada por Deus, pelos dotes de inteligência e sensibilidade, mas a bomba atômica teve como colaboradora uma das maiores mulheres de grande inteligência. Em Hiroxima 70.000 pessoas foram mortas em 10 minutos! Alguém aprova isso? Ninguém, seja qual for  a nação... Nós queremos vida simples. O santarronismo não deve estar em nossas atitudes... Mas devemos querer alguém que nos conforte, nos ajude. Podemos observar que a coletividade humana nesta hora do mundo está sendo basicamente tocada no coração. A inteligência quis um grande metrô 
Não queremos ser santos, mas queremos viver uma vida de paz uns com os outros. E temos que procurar isto com os grandes corações. O computador é um prodígio da inteligência, mas quem vai se lembrar de pedir a ele uma esmola, um auxílio a um robô? Não é nessa linha que vamos atingir os fins de Jesus --- é no estudo, no amor, no respeito, na preservação da família... Temos que ter muito cuidado para entregar um filho ou uma filha a determinado instituto... Não sabemos que tipo de criatura voltará para a nossa casa. Outros vão para o Exterior, voltam deturpados, com os vícios, toxicômanos, idéias de superioridade paranóica, quase louca, quando não estão loucos. Estamos todos misturados. Tem muita gente de alta inteligência, mas não querem construir a nossa felicidade. Jesus é o verdadeiro arquiteto da nossa felicidade, se fizermos o que Ele nos ensinou... Aquele que mais servir terá mais mérito. Servidor é o que limpa chão, vai ajudar uma criança perdida, uma mãe desditosa. Essa pessoa que ama o serviço, que não reclama é que será considerada maior. Sejamos úteis em qualquer lugar. Deve e precisa movimentar a criatura essa capacidade; depois de trabalhar 6, 8 horas por dia, ainda restam 16...
As grandes inteligências promovem greves; o grande coração não nos ensina a violência... O nosso coração se regozija quando evitamos a queda de alguém, retirando do asfalto uma simples casca de banana. A grande inteligência acha que isso dever ser feito pelo gari! Ora, por que não podemos fazer?! A alta inteligência quer reverência, homenagens, e depois entra para a sala de experiências para saber a melhor maneira de destruir, com exceção daqueles que entram nos laboratórios pra estudar a melhor maneira de produzir vacina --- essas altas inteligências, realmente altas. Mas talvez dois terços dessas inteligências nos guiem para o mal... Vamos esperar que a Misericórdia Divina tenha compaixão de nós, esperar que essas altas inteligências descubram um caminho de reconciliação, já não dizemos paz... Precisamos discernir para não estarmos criando para nós e para aqueles que nos amam verdadeiros labirintos de perturbação mental... É o que Emmanuel nos diz sobre o texto.
(...) Quem cai pelo coração o sofrimento é tanto que redime. Quem cai pela inteligência --- vejamos o exemplo da entidade demoníaca do texto bíblico, que não é tão simbólico quanto parece – não se sente caído...”. LIVRO: CHICO XAVIER À SOMBRA DO ABACATEIRO, de Carlos A. Baccelli. GRUPO IDEAL ESPÍRITA ANDRÉ LUIZ.
 
 
 
 
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