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LIVRO:
Falando à Terra, Chico Xavier, Ed FEB.
Abel Gomes: Professor, jornalista, cronista e poeta
mineiro. Foi propagandista valoroso e devotado do Espiritismo e de Esperanto,
legando à literatura pátria páginas cheias de beleza e simplicidade. Viveu uma
vida de exemplos evangélicos.
(Continuação): “... Os raros homens e mulheres que se
ausentam do mundo, conservando uma consciência tranquila para com os parentes e
afeiçoados, penetram, dei mediato, em missões mais amplas no auxílio a
humanidade.
Em se tratando, porém, de espíritos que, além de não haverem
cumprido os deveres, ainda, em delitos deploráveis, esses, quando acordam para
o arrependimento construtivo, são aproveitados na assistência laboriosa a
criminosos, junto aos quais encontram caminho aberto a valiosas intercessões.
Deste modo, vemos muitos malfeitores desencarnados em trabalho
ingente, buscando amparar delinquentes confessos, arrebatando-os da aventura
maligna para o serviço honesto; reparamos homicidas, tocados de remorso,
procurando desviar o pensamento negro de cérebros desvairados pela revolta ou
pela insubmissão, anulando crimes em tecedura, e observamos mulheres que a
leviandade venceu, em outro tempo, empenhadas em socorrer corações femininos, à
beira de precipícios imensos...
Esses batalhadores improvisados não operam exclusivamente nos
círculos da carne, mas também nas zonas imediatas à vida terrestre,
reconfortando mentes sofredoras ou corrigindo-lhes as perturbações hauridas nas
correntes tenebrosas do mal. Entidades ainda não aperfeiçoadas, mas inclinadas
ao bem, estendem os braços fortes aos filhos da ignorância e do sofrimento que
tendem para a perversidade manifesta, adestrando-se no maneja das armas
luminosas do amor e da humildade, que lhes eram desconhecidas. Inúmeras
pessoas, interessadas na aquisição do progresso moral, compreendendo a importância
da elevação íntima, consagram-se, além do sepulcro, a enobrecedoras tarefas de
renunciação em favor das almas caídas em baixo padrão de sentimento, conseguindo,
assim, preciosas oportunidades de ação, em benefício do próprio reajustamento.
Não há queda absoluta para o espírito. Há descida no campo
das emoções, com a consequente perda de visão mais vasta e de felicidade mais
segura, temporariamente.
Há, porém, reajuste para a subida necessária, e, desde que um
raio de boa-vontade, bruxuleante embora, surja do imo do espírito que se crê
falido, aparecem, de imediato as possibilidades imprescindíveis à restauração.
Aquele que se precipita no mal e não se levanta, erra duas vezes,
porque a inercia na retificação é, muita vez, um pecado maior que a ofensa.
Nosso problema fundamental de consciência é de paz com todos,
servindo a todos para acrescermos em nós, à frente da Vida Infinita; quando
despertamos para semelhante realidade, a experiência se modifica dentro de nós
mesmos, nos mais recônditos alicerces da vida.
Quando, porém, recordamos que há uma justiça imanente
funcionando em nossa organização espiritual mais profunda, e, de acordo com os
seus princípios, retificamos nossas faltas, enquanto nos demoramos na experiência
terrestre, usando aguilhões da disciplina e recursos de corrigenda contra os
nossos próprios caprichos, os mínimos
impulsos benéficos, a que nos dedicamos, são por essa mesma justiça recompensados,
e a Compaixão Divina, através de mil modos diferentes, se mistura ao rigor das
leis , em nosso benefício. Chegados a essa condição, reconhecemos que ainda o
mais leve, mas perseverante pensamento de amar, produz alegrias e bênçãos em
multiplicação imprevisível, tal qual uma só semente de árvores protetora
frutifica no bem por tempo indeterminado…” (Continua).

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